"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 15 de abril de 2012

A cruz pesada do Real Madrid

In "Voz Portucalense" 04-04-2012RUI OSÓRIO
A “petite histoire” ou a nota de pé de página conta-se com brevidade: o Real Madrid, prestigiada equipa do futebol espanhol, vai abdicar da cruz no topo do símbolo do clube na sua representação num resort (estância turística) que vai ser construído em Ras Al-Khaimah, nos Emiratos Árabes Unidos. O complexo deverá comportar um parque temático, um museu do Real Madrid, diversas instalações desportivas, hotéis de luxo e um estádio de futebol. O “Real Madrid Resort Island” é um projeto pioneiro no mundo do futebol que, quando estiver pronto e funcional, deverá levar um pouco do Real Madrid para junto dos mais de 150 mil fãs que residem no continente asiático, afirmava o jornal desportivo “LaMarca”.
Tudo isso, como dizia o semanário “Sol”, para “evitar confusões ou mal-entendidos numa zona onde a religião muçulmana representa a grande maioria da população”.
A cruz, retirada por tais (in)conveniências faz parte do emblema do clube, encimando a coroa real que o rei Alfonso XIII consentiu que fosse usada pelo Real Madrid.
Ninguém se admire: o investimento ascende a um montante de mil milhões de euros e será, como se prevê, uma importante fonte de receitas para os cofres do clube madrileno. É aí que a porca torce o rabo!
Eis mais um caso da chamada cristianofobia que, sob variados pretextos, se vai multiplicando como afronta aos símbolos cristãos, uma das “pragas” dos tempos que correm, marcados pela intolerância e pelos atentados seletivos à liberdade religiosa.
Digo “seletivos” porque poucos têm sequer a veleidade de atacar outras confissões religiosas e os seus símbolos, em particular o Islamismo. Os corajosos têm sido uma minoria e, regra geral, ficam com a cabeça a prémio.
Lamento essa situação e digo-o sem querer, de modo algum, que alguém seja perseguido pela sua confissão religiosa, desejo que estendo aos que não confessam qualquer religião ou nem se interessam com isso.
A negação da liberdade religiosa não é assunto meramente espiritual, mas cultural e civilizacional. Atenta contra um dos direitos humanos mais fundamentais.
Não acho tanta piada como isso aos desportistas que entram em campo e se benzem. Respeito-os, obviamente. Mesmo assim, consintam-me que não aprecie tais gestos nos cenários desportivos.
Ainda não percebi bem os “atletas de Cristo” e a originalidade do consagrado futebolista brasileiro Kaká que usou chuteiras no Campeonato do Mundo com a inscrição proselitista: “Jesus in first place” (Jesus em primeiro lugar).
Não gosto, mas dou-me bem com as diferenças alheias e respeito-as.
Portista me confesso, mas jamais me pareceu que o “dragão”do meu clube preferido seja o símbolo de que fala o Apocalipse!

Sem comentários:

Enviar um comentário