A própria circunstância de, nos nossos dias, não ser raro um filósofo sem pertenças confessionais e um teólogo católico se sentarem num cruzamento a interrogar-se, a falar, a ouvir já é um indício, pequeno mas significativo. A convicção comum que os une é a de Pascal, quando reconhecia que «o Homem supera infinitamente o Homem». Por mais que se tente embelezá-lo com produtos de luxo, distraí-lo com o borboleteamento das curiosidades da rede e deixá-lo sem rédeas morais, todos os dias ele se apaixona, sofre, goza, se surpreende, se estupidifica, se exalta, se desespera, se sente intimamente agarrado, pensa e morre. Então, para continuarmos na metáfora, experimentemos propor-lhe uma navegação conduzida à maneira augustiniana e seguindo portulanos inabituais, isto é, cartas náuticas que indiquem diversos percursos e ancoradouros, mas sempre «significativos», quer dizer, dotados de significado, com sentido.
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