http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3320871&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=2
Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De facto, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência do homem. Ora, para que uma luz seja tão poderosa, não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus. A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz.
Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De facto, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência do homem. Ora, para que uma luz seja tão poderosa, não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus. A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz.
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Cidade do Vaticano, 07 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano esperar que a sua primeira encíclica, ‘Lumen fidei’ (Luz da fé), publicada há dois dias, possa ser “útil” também para quem não tem fé.
“Penso que esta encíclica, pelo menos nalgumas partes, pode ser útil também para quem está em busca de Deus e do sentido da vida”, declarou, após a recitação da oração do Angelus, na Praça de São Pedro, perante milhares de pessoas.
O texto, iniciado por Bento XVI, defende que a fé tem a ver também com a vida dos que, apesar de não acreditarem, o “desejam” fazer, procurando “agir como se Deus existisse”.
O atual Papa reconhece que o seu predecessor tinha começado a redação desta encíclica no contexto do Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013) e na sequência de duas anteriores sobre a caridade e a esperança.
“Eu recebi este projeto e dei-lhe um final”, precisou.
Francisco oferece esta encíclica, “com alegria”, a toda a Igreja, porque todos, “especialmente hoje”, têm necessidade de “ir ao essencial da fé cristã, aprofundá-la e confrontá-la com as problemáticas atuais”.
Na ‘Lumen fidei’, o Papa sublinha que “a fé não é intransigente, mas cresce na convivência que respeita o outro” e que pode “pode iluminar as perguntas” da sociedade atual, na qual muitas vezes é “impossível distinguir o bem do mal”.
O texto apresenta a mensagem cristã como resposta à crise contemporânea da “verdade” e assume preocupações relativamente ao relativismo, ao fanatismo e à recusa da proposta religiosa.
O Papa despediu-se dos presentes após ter saudado os jovens que se preparam para participar na Jornada Mundial da Juventude, entre os dias 22 e 28 deste mês, na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
“Caros jovens, também eu me estou a preparar. Caminhemos juntos para esta grande festa da fé”, declarou.
OC
Comecemos por sacudir equívocos. O primeiro é o de pensar que uma encíclica sobre a fé destina-se a ser acolhida dentro da cerca eclesial, e aí só, como se ela não constituísse um texto de enorme importância para a cultura ou para a sociedade no seu conjunto. O segundo é a consideração de que a relevância do discurso cristão se esgota nos pronunciamentos ditos sociais: o Papa Francisco ir ao desembarcadouro de Lampedusa, reclamar corajosamente por políticas mais humanas, colhe o interesse geral, mas propor, com igual desassombro, uma reflexão sobre o sentido da fé, isso já é olhado como minudência descartável. Ora, a discussão sobre a fé, e sobre a irreverente singularidade da fé cristã, é um assunto de cidade, como já amplamente o provou o apóstolo Paulo, que deslocou esse debate do interior das sinagogas para areópagos, escolas de filosofia, teatros e cantos de estrada o debate sobre a essência do cristianismo precisa urgentemente de reencontrar a sua natureza pública.
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