É certo – observou T.S.Eliot –, que podemos fazer uma distinção entre o que Dante “crê como poeta e aquilo que cria como homem”. Porquanto «é dificilmente verosímil que um poeta tão grande como Dante possa ter composto a Commedia simplesmente por motivos intelectuais sem fé», a despeito até de que «a fé em si mesma se transforme eventualmente em algo diverso ao tornar-se poesia». Nunca, porém, de tal modo que o sentido essencial e mais profundo desapareça, pois isso equivaleria à desumanização da obra, que se transformaria, então, em mero artifício literário, sem autêntica vivência. A conjugação de muitos pontos da presente análise da Divina Comédia com passagens de outras obras de Dante de que nos socorremos ao longo do texto, evidencia a existência de um nó de indissolúvel concordância entre a fé de Dante e da Comédia enquanto poesia.
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