"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 23 de fevereiro de 2014

PALAVRA de DOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

EVANGELHOMt 5, 38-48
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Olho por olho e dente por dente’.
Eu, porém, digo-vos:
Não resistais ao homem mau.
Mas se alguém te bater na face direita,
oferece-lhe também a esquerda.
Se alguém quiser levar-te ao tribunal,
para ficar com a tua túnica,
deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha,
acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir
e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito:
‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos:
Amai os vossos inimigos
e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus;
pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus
e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos,
que fazeis de extraordinário?
Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos,
como o vosso Pai celeste é perfeito».
AMBIENTE
Continuamos com o “discurso da montanha” e com a apresentação da “nova Lei” que deve conduzir a caminhada cristã.
Vimos, no passado domingo, como Mateus estava preocupado em definir, para os cristãos vindos do judaísmo, a relação entre Cristo e a Lei de Moisés. Os cristãos continuam obrigados a cumprir a Lei de Moisés? Jesus não aboliu a Lei antiga? O que há de verdadeiramente novo na mensagem de Jesus?
A perspectiva de Mateus é que Jesus não veio abolir a Lei, mas levá-la à plenitude. No entanto, considera Mateus, a Lei tornou-se um conjunto de prescrições que são cumpridas mecanicamente, dentro de uma lógica casuística que, tantas vezes, não tem nada a ver com o coração e com a vida. É preciso que a Lei deixe de ser um conjunto de preceitos externos a cumprir para conquistar a salvação, para se tornar expressão de um verdadeiro compromisso com Deus e com o “Reino”.
Vimos como Mateus apresentava um conjunto de exemplos, destinados a tornar mais clara e concreta esta perspectiva. Dos seis exemplos apresentados por Mateus, quatro apareceram no Evangelho do passado domingo; para hoje, ficam os dois últimos exemplos dessa lista.
MENSAGEM
O primeiro exemplo que o Evangelho de hoje nos propõe (o quinto da lista) refere-se à chamada “lei de talião” (vers. 38-42). A “lei de talião”, consagrada na conhecida fórmula “olho por olho, dente por dente”, aparece em vários textos vétero-testamentários (cf. Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Em si, é uma lei razoável, destinada a evitar as vinganças excessivas, brutais, indiscriminadas…
Jesus, no entanto, não se dá por satisfeito com uma lei que apenas limita os excessos na vingança, e propõe uma lógica inteiramente nova. Na sua perspectiva, não chega manter a vingança dentro de fronteiras razoáveis, mas é preciso acabar com a espiral de violência de uma vez por todas; para isso, Jesus propõe que os membros do “Reino” sejam capazes de interromper o curso da violência, assumindo uma atitude pacífica, de não resistência, de não resposta às provocações.Para tornar mais clara a sua proposta, Jesus apresenta quatro casos concretos. No primeiro (vers. 39), pede que não se responda com a mesma moeda àquele que nos agride fisicamente, mas que se desarme o violento oferecendo a outra face; no segundo (vers. 40), recomenda que, diante de uma exigência exorbitante (entrega da túnica, isto é, da peça de roupa mais fundamental, que não era tirada senão àquele que era vendido como escravo – cf. Gn 37,23), se responda entregando ainda mais (a entrega da capa, vestimenta que servia para proteger dos rigores da noite e que, por isso, a própria Lei não admitia que fosse retida, senão por um dia – cf. Ex 22,25; Dt 24,12-13); no terceiro (vers. 41), exige que se acompanhe por duas milhas aquele que quer forçar-nos a acompanhá-lo por uma (provavelmente, haverá aqui uma referência a uma prática frequente das patrulhas romanas que, desorientadas, requisitavam os habitantes da Palestina para que as guiassem durante algum tempo); no quarto (vers. 42), Jesus recomenda que não se ignore, nem se deixe sem atender aquele que pede dinheiro emprestado… Este conjunto de exemplos concretos aponta numa única direcção: os membros da comunidade de Jesus devem manifestar a todos um amor sem medida, que vai muito além daquilo que é humanamente exigido. Dessa forma, eles inauguram uma nova era de relações entre os homens.
O segundo exemplo que o Evangelho de hoje nos apresenta (o sexto da lista) refere-se ao amor aos inimigos (vers. 43-48). Jesus afirma que a Lei antiga recomendava: “ama o teu próximo e odeia o teu inimigo”… No entanto, embora haja na Lei antiga uma referência ao amor ao próximo (cf. Lv 19,18), não se refere, em lado nenhum, o ódio aos inimigos (o verbo “odiar” pode significar, nas línguas semitas, simplesmente “não amar”; no entanto, certos grupos contemporâneos de Jesus defendiam o ódio aos inimigos: a seita essénia de Qûmran, por exemplo, pregava o ódio contra os “filhos das trevas” – isto é, contra aqueles que não pertenciam à comunidade essénia e que estavam, portanto, entregues à vingança divina).
Em qualquer caso, o amor ao próximo recomendado pela Lei havia adquirido, na época de Jesus, um sentido muito restrito: era o amor a esse próximo mais chegado que, quando muito, chegava a incluir todos os israelitas mas que não atingia, em nenhum caso, os não membros do Povo eleito. Quando muito, o amor ao próximo atingia, na visão judaica, o compatriota, aquele que pertencia à comunidade do Povo de Deus.
O pedido de Jesus apresenta, portanto, uma verdadeira novidade e exige uma autêntica revolução das mentalidades. Para Jesus, não chega amar aquele que está próximo, aquele a quem me sinto ligado por laços étnicos, sociais, familiares ou religiosos; mas o amor deve atingir todos, sem excepção, inclusive os inimigos. Fica, assim, abolida qualquer discriminação; são abatidas todas as barreiras que separam os homens.
Qual o motivo desta exigência? É porque Deus também não faz discriminação no seu amor. Ele é o Pai que não distingue entre amigos e inimigos, que faz brilhar o sol e envia a chuva sobre bons e maus, que oferece o seu amor a todos, inclusive aos indignos (vers. 45). O amor universal de Deus é a razão do amor que os membros do “Reino” devem oferecer a todos os homens e mulheres que Deus coloca no seu caminho. “Ser filho de Deus” significa dar testemunho do amor de Deus e parecer-se com Deus no modo de agir.
A expressão final (“sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”) parafraseia o refrão da “lei da santidade” que encontramos na primeira leitura (“sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo”) e resume, de forma magnífica, o ensinamento que Mateus pretende apresentar à sua comunidade com estes seis exemplos (os quatro do passado domingo e os dois de hoje): viver na dinâmica do “Reino” exige a superação de uma perspectiva legalista e casuística, para viver em comunhão total com Deus, deixando que a vida de Deus, que enche o coração do crente, se manifeste na vida do dia-a-dia, inclusive nas relações fraternas.
ACTUALIZAÇÃO
• Este Evangelho recorda-me que, ao aceitar o desafio de viver em comunhão com Deus, eu sou chamado a dar testemunho da vida de Deus diante de todos os meus irmãos e a ser um sinal vivo de Deus, do seu amor, da sua perfeição, da sua santidade, no meio do mundo. Aceito esse desafio e estou disposto a corresponder-lhe?
• A leitura que nos foi proposta coloca, mais uma vez, como cenário de fundo, as exigências do compromisso com o “Reino”. Sugere que viver na dinâmica do “Reino” implica, não o cumprimento de ritos ou de leis, mas uma atitude nova, revolucionária, que resulta de um compromisso interior com Deus verdadeiramente assumido, e manifestado em atitudes concretas. Exige a superação de uma religião feita de leis, de códigos, de ritos, de gestos externos e o viver em comunhão com Deus, de tal forma que a vida de Deus encha o coração do crente e transborde em gestos de amor para com os irmãos. O que é que define a minha atitude religiosa: o cumprimento dos ritos, a letra da lei, ou a comunhão com Deus que enche o meu coração de vida nova e que depois se expressa em atitudes de amor radical para com os irmãos?
• Jesus pede, aos que aceitaram embarcar na aventura do “Reino”, a superação de uma lógica de vingança, de responder na mesma moeda, e o assumir uma atitude pacífica de não resposta às provocações, que inverta a espiral de violência e que inaugure um novo espírito nas relações entre os homens. Não é, no entanto, esta a lógica do mundo, mesmo do mundo “cristão”: em nome do direito de legítima defesa ou do direito de resposta, as nações em geral e as pessoas em particular recusam enveredar por uma lógica de paz e respondem ao mal com um mal ainda maior. Como é que eu vejo a questão da violência, do terrorismo, da guerra? Tenho consciência de que a lógica da violência, da vingança, não tem nada a ver com os métodos do “Reino”? O que é que é mais questionante, interpelador e transformador: a violência das armas, ou a violência desarmada do amor?
• Jesus pede, também, aos participantes do “Reino” o amor a todos, inclusive aos inimigos, subvertendo completamente a lógica do mundo. Como é que eu me situo face a isto? A minha atitude é a de quem não exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo aqueles que assumem atitudes opostas a tudo em que eu acredito?
• O que é que preside à minha vida: a “sabedoria de Deus” que é amor e dom da vida, ou a “sabedoria do mundo”, que é luta sem regras pelo poder, pela influência, pelo reconhecimento social, pelo bem estar económico, pelos bens perecíveis e secundários?
• “Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo”. Porque é que o convite à santidade soa como algo de estranho para os homens de hoje? Porque uma certa mentalidade contemporânea vê os santos como extra-terrestres, seres estranhos que pairam um pouco acima das nuvens sem se misturar com os outros seus irmãos e que passam ao lado dos prazeres da vida, ocupados em conquistar o céu a golpes de renúncia, de sacrifício e de longos trabalhos ascéticos… No entanto, a santidade não é uma anormalidade, mas uma exigência da comunhão com Deus. É o “estado normal” de quem se identifica com Cristo, assume a sua filiação divina e pretende caminhar ao encontro da vida plena, do Homem Novo. A santidade é algo que está no meu horizonte diário e que eu procuro construir, minuto a minuto, sem dramas nem exaltações, com simplicidade e naturalidade, na fidelidade aos meus compromissos?
• Como o nosso texto deixa claro, ser santo não significa viver de olhos voltados para Deus esquecendo os homens; mas a santidade implica um real compromisso com o mundo. Passa pela construção de uma vida de verdadeira relação com os irmãos; e isso implica o banimento de qualquer tipo de agressividade, de vingança, de rancor; implica uma preocupação real com a felicidade e a realização do outro (“corrigirás o teu próximo”); implica amar o outro como a si mesmo. Tenho consciência de que não posso ser santo se o amor não se derramar dos meus gestos e das minhas palavras? Tenho consciência de que não posso ser santo se vivo fechado em mim mesmo, na indiferença para com os meus irmãos (ainda que reze muito)?
Para que a santidade não seja uma miragem, temos de ter o cuidado de viver num contínuo processo de conversão, que elimine do nosso coração as raízes do mal, responsáveis pelo egoísmo, pelo ódio, pela injustiça, pela exploração.
Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=687

Sê perfeito como o Pai, sê santo porque Eu, o Senhor, sou santo. Santidade, perfeição, palavras que parecem distantes, destinadas a pessoas que fazem outra vida, dedicada à oração e à contemplação. E no entanto são palavras muito concretas: «não odiarás do íntimo do coração os teus irmão», não «guardarás rancor», «amarás o teu próximo como a ti mesmo». A concretude da santidade: nada de abstrato, distante, separado, mas o quotidiano, santidade terrestre como perfume da casa, do pão, dos gestos. E do coração. Sê perfeito como o Pai. Mas ninguém poderá alguma vez sê-lo, é como se Jesus nos pedisse o impossível. Mas não diz «quanto Deus», mas «como Deus», que faz nascer o sol sobre bons e maus. Assim o farei, farei nascer um pouco de sol, um pouco de esperança, um pouco de luz a quem só tem a escuridão diante de si; transmitirei o calor da ternura, a energia da solidariedade. Testemunho de que a justiça é possível, que se pode crer no sol mesmo quando não brilha, no amor mesmo quando não se sente.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/um_coracao_que_aprender_amar_inimigos.html
Fazer da vida um lugar sagrado e tornar-se louco aos olhos do mundo
Esta vida que construímos dia a dia, esta vida que não existe em abstrato mas em concreto, nos nossos gestos, na nossa decisão, esta vida que não é apenas biológica mas é a vida ética, a vida sensual, a vida de amor, a vida de procura que em cada um de nós quotidianamente se efetua… Isto que nós somos, isto de inominável, de indecifrável, isto é o lugar de Deus. Por isso tenho de olhar para a minha vida como um lugar sagrado; tenho de olhar para a minha vida com outros olhos, com outra esperança, porventura com outra veneração. Tenho de cair de joelhos perante o espetáculo desabalado e divino que é a vida, por mais frágil que seja. Tenho de olhar para vida com um coração diferente, um coração novo. Que coisa é necessária para ser cristão? É preciso fazer um gesto que na sua extravagância, na sua rutura, assinale a diferença de Cristo, o salto qualitativo, o salto de amor que Cristo representa. Há um momento na nossa vida em que só um gesto destes nos pode salvar, há um momento na nossa vida em que só um gesto destes faz a diferença.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/fazer_da_vida_um_lugar_sagrado_e_tornar_se_louco_aos_olhos_do_mundo.html

sábado, 22 de fevereiro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selacção!

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Um negócio na CPLP
Conheça as fotos vencedoras do World Press Photo 2014
Gaia perto da falência com 300 milhões de euros em dívida (entretanto o seu responsável é conselheiro de estado e tem assento, audiência televisiva para debitar sobre isto&aquilo no Canal Porto)
Taxista é profissão ameaçada, mas ser padre tem futuro
Papa Francisco "Até pode voar um prato mas não acabem o dia sem fazer as pazes"
ADSE vai perder acesso privilegiado a remédios
Há não crentes que se aproximam de Deus por serem humildes, e há crentes que se afastam por causa paixões, diz papa
"Não sou politicamente correto" e não foi agora que "soltei a franga"
Papa quer viajar com documentos argentinos
Hortas que nascem com um “Enter”
Como pensa Vítor Gaspar
Octávio Teixeira defende que Portugal deve procurar perdão de metade da dívida
Ter cancro no sangue e esperar mais de um ano por consulta
Os media que nos aspiram para a morte
Crianças também podem ganhar carros no sorteio de facturas
Cada 10 euros dá direito a um cupão na “Factura da Sorte”
Estado condenado a pagar 2,7 milhões a comerciantes do Porto
Praxes: humilhação e impunidade
A carta emocionada que Tordo filho escreveu a (e sobre) Tordo pai
Empresa de Tordo encaixou mais de 200 mil euros vindos do Estado
O grau zero da ignomínia
Papa recebe documentário "made in" Portugal. “Uma história de vida humana de excepção”
Escola “entroikada”
Perguntas que eu gostaria de fazer a propósito do "milagre económico"
Cortes nos salários da Função Pública (afinal) serão para sempre
Fernando Tordo responde à notícia sensacionalista do jornal i
Fernando Tordo responde ao filho: "Não entristeças, João"
Nem o Papa Francisco

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

LEITURA: "A desumanização"

A Islândia, cenário do romance “A desumanização” (ed. Porto Editora), de Valter Hugo Mãe, entra na literatura do escritor através da música e da transcendência. «Parecia-me que se Deus, eventualmente, se quisesse pronunciar, a Islândia era o espaço reservado para isso. Se Deus pudesse ser um lugar na Terra, talvez fosse a Islândia. Inconscientemente fui guardando esta imagem», assinala. O romance fala de uma «interrogação existencial» através da história de uma menina que «conta o que fica depois da perda de uma irmã gémea», anota o presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, numa narrativa em que «a tristeza se debate com a força da vida». E porquê “A desumanização”?: «Nasce de alguma frustração minha ao perceber que os nossos traços humanos têm de ser disciplinados, em prol da resistência, da sobrevivência, como se precisássemos de ser menos gente para conseguirmos continuar a ser gente».
Ler mais em:

domingo, 16 de fevereiro de 2014

PALAVRA de DOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

EVANGELHOMt 5,17-37
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo:
Antes que passem o céu e a terra,
não passará da Lei a mais pequena letra
ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar assim aos homens,
será o menor no reino dos Céus.
Mas aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus.
Porque Eu vos digo:
Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus,
não entrareis no reino dos Céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’.
Eu, porém, digo-vos:
Todo aquele que se irar contra o seu irmão
será submetido a julgamento.
Quem chamar imbecil a seu irmão
será submetido ao Sinédrio,
e quem lhe chamar louco
será submetido à geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar
e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a tua oferta diante do altar,
vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão
e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário,
enquanto vais com ele a caminho,
não seja caso que te entregue ao juiz,
o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão.
Em verdade te digo:
Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo.
Ouvistes que foi dito:
‘Não cometerás adultério’.
Eu, porém, digo-vos:
Todo aquele que olhar para uma mulher desejando-a,
já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o teu olho é para ti ocasião de pecado,
arranca-o e lança-o para longe de ti,
pois é melhor perder-se um dos teus membros
do que todo o corpo ser lançado na geena.
E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado,
corta-a e lança-a para longe de ti,
porque é melhor que se perca um dos teus membros,
do que todo o corpo ser lançado na geena.
Também foi dito:
‘Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio’.
Eu, porém, digo-vos:
Todo aquele que repudiar sua mulher,
salvo em caso de união ilegal,
fá-la cometer adultério.
Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Não faltarás ao que tiveres jurado,
mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor’.
Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum:
nem pelo Céu, que é o trono de Deus;
nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés;
nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei.
Também não jures pela tua cabeça,
porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo.
A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’.
O que passa disto vem do Maligno».
AMBIENTE
Terminado o preâmbulo do “sermão da montanha” (que vimos nos dois anteriores domingos), entramos no corpo do discurso. Recordamos aquilo que dissemos nos domingos anteriores: o discurso de Jesus “no cimo de um monte” transporta-nos à montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a Lei; agora, é Jesus que, numa montanha, oferece ao novo Povo de Deus essa nova Lei que deve guiar todos os que estão interessados em aderir ao “Reino”. Neste discurso (o primeiro dos cinco grandes discursos que Mateus apresenta), o evangelista agrupa um conjunto de “ditos” de Jesus e oferece à comunidade cristã um novo código ético, a nova Lei, que deve guiar os discípulos de Jesus na sua marcha pela história.
Para entendermos o “pano de fundo” do texto que nos é hoje proposto, convém que nos situemos no ambiente das comunidades cristãs primitivas e, de forma especial, no ambiente da comunidade mateana: trata-se de uma comunidade com fortes raízes judaicas, na qual preponderam os cristãos que vêm do judaísmo… As questões que a comunidade põe, na década de oitenta (quando este Evangelho aparece), são: continuamos obrigados a cumprir a Lei de Moisés? Jesus não aboliu a Lei antiga? O que é que há de verdadeiramente novo na mensagem de Jesus?
MENSAGEM
Mateus tenta conciliar as tendências e as respostas dos vários grupos que, no contexto da sua comunidade cristã, eram dadas a estas questões.
Na primeira parte do Evangelho que hoje nos é proposto (vers. 17-19), Mateus sustenta que Cristo não veio abolir essa Lei que Deus ofereceu ao seu Povo no Sinai. A Lei de Deus conserva toda a validade e é eterna; no entanto, é preciso encará-la, não como um conjunto de prescrições legais e externas, que obrigam o homem a proceder desta ou daquela forma rígida, no contexto desta ou daquela situação particular, mas como a expressão concreta de uma adesão total a Deus (adesão que implica a totalidade do homem, e que está para além desta ou daquela situação concreta). Dito de outra forma: os fariseus (que eram a corrente dominante no judaísmo pós-destruição de Jerusalém) tinham caído na casuística da Lei e achavam que a salvação passava pelo cumprimento de certas normas concretas; mas Mateus achava que a proposta libertadora de Jesus ia mais além e passava por assumir uma atitude interior de compromisso total com Deus e com as suas propostas.
Na segunda parte do texto que nos é proposto (vers. 20-37), Mateus refere quatro exemplos concretos desta nova forma de entender a Lei (na realidade, são seis os exemplos que aparecem no conjunto do texto mateano; mas o Evangelho de hoje só apresenta quatro; os outros dois ficam para o próximo domingo).
O primeiro (vers. 21-26) refere-se às relações fraternas. A Lei de Moisés exige, simplesmente, o não matar (cf. Ex 20,13; Dt 5,17); mas, na perspectiva de Jesus (que não se resume ao cumprimento estrito da letra da Lei, mas exige uma nova atitude interior), o não matar implica o evitar causar qualquer tipo de dano ao irmão… Há muitas formas de destruir o irmão, de o eliminar, de lhe roubar a vida: as palavras que ofendem, as calúnias que destroem, os gestos de desprezo que excluem, os confrontos que põem fim à relação. Os discípulos do “Reino” não podem limitar-se a cumprir a letra da Lei; têm que assumir uma nova atitude, mais abrangente, que os leve a um respeito absoluto pela vida e pela dignidade do irmão. A propósito, Mateus aproveita para apresentar à sua comunidade uma catequese sobre a urgência da reconciliação (o cortar relações com o irmão, afastá-lo da relação, marginalizá-lo, não é uma forma de matar?). Na perspectiva de Mateus, a reconciliação com o irmão deve sobrepor-se ao próprio culto, pois é uma mentira a relação com Deus de alguém que não ama os irmãos.
O segundo (vers. 27-30) refere-se ao adultério. A Lei de Moisés exige o não cometer adultério (cf. Ex 20,14; Dt 5,18); mas, na perspectiva de Jesus, é preciso ir mais além do que a letra da Lei e atacar a raiz do problema – ou seja, o próprio coração do homem… É no coração do homem que nascem os desejos de apropriação indevida daquilo que não lhe pertence; portanto, é a esse nível que é preciso realizar uma “conversão”. A referência a arrancar o olho que é ocasião de pecado (o olho é, nesta cultura, o órgão que dá entrada aos desejos) ou a cortar a mão que é ocasião de pecado (a mão é, nesta cultura, o órgão da acção, através do qual se concretizam os desejos que nascem no coração) são expressões fortes (bem ao gosto da cultura semita mas que, no entanto, não temos de traduzir à letra) para dizer que é preciso actuar lá onde as acções más do homem têm origem e eliminar, na fonte, as raízes do mal.
O terceiro (vers. 31-32) refere-se ao divórcio. A Lei de Moisés permite ao homem repudiar a sua mulher (cf. Dt 24,1); mas, na perspectiva de Jesus, a Lei tem de ser corrigida: o divórcio não estava no plano original de Deus, quando criou o homem e a mulher e os chamou a amarem-se e a partilharem a vida.
O quarto (vers. 33-37) refere-se à questão do julgamento. A Lei de Moisés pede, apenas, a fidelidade aos compromissos selados com um juramento (cf. Lv 19,12; Nm 20,3; Dt 23,22-24); mas, na perspectiva de Jesus, a necessidade de jurar implica a existência de um clima de desconfiança que é incompatível com o “Reino”. Para os que estão inseridos na dinâmica do “Reino”, deve haver um tal clima de sinceridade e confiança que os simples “sim” e “não” bastam. Qualquer fórmula de juramento é supérflua e sinal de corrupção da dinâmica do “Reino”.
A questão essencial é, portanto, esta: para quem quer viver na dinâmica do “Reino”, não chega cumprir estrita e casuisticamente as regras da Lei; mas é preciso uma atitude interior inteiramente nova, um compromisso verdadeiro com Deus que envolva o homem todo e lhe transforme o coração.
ACTUALIZAÇÃO
• Os discípulos de Jesus são convidados a viver na dinâmica do “Reino”, isto é, a acolher com alegria e entusiasmo o projecto de salvação que Deus quis oferecer aos homens e a percorrer, sem desfalecer, num espírito de total adesão, o caminho que conduz à vida plena.
• Cumprir um conjunto de regras externas não assegura, automaticamente, a salvação, nem garante o acesso à vida eterna; mas, o acesso à vida em plenitude passa por uma adesão total (com a mente, com o coração, com a vida) às propostas de Deus. Os nossos comportamentos externos têm de resultar, não do medo ou do calculismo, mas de uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus e às suas propostas. É isso que se passa na minha vida? Os “mandamentos” são, para mim, princípios sagrados que eu tenho de cumprir, mecanicamente, sob pena de receber castigos (o maior dos quais será o “inferno”), ou são indicações que me ajudam a potenciar a minha relação com Deus e a não me desviar do caminho que conduz à vida? O cumprimento das leis (de Deus ou da Igreja) é, para mim, uma obrigação que resulta do medo, ou o resultado lógico da opção que eu fiz por Deus e pelo “Reino”?
• “Não matar”, é, segundo Jesus, evitar tudo aquilo que cause dano ao meu irmão. Tenho consciência de que posso “matar” com certas atitudes de egoísmo, de prepotência, de autoritarismo, de injustiça, de indiferença, de intolerância, de calúnia e má língua que magoam o outro, que destroem a sua dignidade, o seu bem estar, as suas relações, a sua paz? Tenho consciência que brincar com a dignidade do meu irmão, ofendê-lo, inventar caminhos tortuosos para o desacreditar ou desmoralizar é um crime contra o irmão? Tenho consciência que ignorar o sofrimento de alguém, ficar indiferente a quem necessita de um gesto de bondade, de misericórdia, de reconciliação, é assassinar a vida?
• Não podemos deixar, nunca, que as leis (mesmo que sejam leis muito “sagradas”) se transformem num absoluto ou que contribuam para escravizar o homem. As leis, os “mandamentos”, devem ser apenas “sinais” indicadores desse caminho que conduz à vida plena; mas o que é verdadeiramente importante, é o homem que caminha na história, com os seus defeitos e fracassos, em direcção à felicidade e à vida definitiva.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=686

Regressar ao coração
Ouviste o que foi dito, mas eu digo-vos… Jesus anuncia uma nova moral, mais exigente e comprometedora. Estas, que estão entre as páginas mais radicais do Evangelho, são também as mais humanas porque nelas reencontramos as raízes da vida boa. O discurso da montanha quer conduzir-nos às raízes, ao longo de uma dupla diretriz: a linha do coração e a linha da pessoa. O grande princípio de Jesus é o regresso ao coração, que é o laboratório onde se forma aquilo que pode matar e que toma a figura da palavra, do gesto. Por isso é necessário curar o coração para curar a vida. Foi dito: não matarás; mas eu digo-vos: todo aquele que se irar, todo aquele que alimenta dentro de si a raiva e o rancor, já é homicida. Jesus regressa à fonte primordial, ao que gera a morte ou a vida. E que S. João vai exprimir com uma afirmação enorme: «Quem não ama o seu irmão é homicida». Isto é, quem não ama, mata. Não amar alguém é tirar-lhe vida; não amar é um lento morrer. É um salto qualitativo aquele que Jesus propõe, a reviravolta fundamental: passar da lei à pessoa, do exterior ao interior, da religião do fazer à do ser.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/regressar_ao_coracao.html

sábado, 15 de fevereiro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selecção!

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Devemos mais. Crescemos menos. Então estamos melhor.
"Governo gosta de insistir no erro e mudar apenas o papel de embrulho"
"O ajustamento vai demorar 20 anos"
Veja os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo
http://expresso.sapo.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo=f680329#ixzz2slKYDP1U
Realizadora e argumentista de "Mulheres de Deus" vão encontrar-se com papa Francisco para lhe entregar novo documentário
Caso BPN já leva três anos de julgamento
"Federação está sem rei nem roque"
Sapatos portugueses calçam engenheiros McLaren, guarda real de Omã e mineiros mongóis
É malhar até morrer!!!
A Europa prometeu-nos o paraíso. Lembra-se?
Colocaram o meu sucessor numa posição que não desejo a ninguém
O cardeal Clemente
21 sem-abrigo com estudos superiores
Mais de 500 crimes por dia
"Empurrar com a barriga problema que nos vai cair em cima"
“Não se mudam as regras a meio do jogo”
Especialista avisa que casos BPN e BPP podem acontecer de novo
Violência escolar aumentou quase 22% em 2013
A corrupção em Portugal, à descarada, e mesmo assim votam
Porto eleito melhor destino europeu para 2014
O país hipócrita de João Rendeiro
Pacheco Pereira sobre Capucho. “Quase todas as pessoas envolvidas no BPN são do PSD e não perderam a militância"
Crianças decapitadas e mutiladas na República Centro-Africana
A força dos ídolos nos adolescentes
Palavras para o nosso tempo
Papa Francisco ofereceu "curso de preparação para o matrimónio" e deu conselhos «para sempre»
O Papa e o maldito sexo. 2

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EFEMÉRIDE/COMEMORAÇÃO: "Dia dos Namorados"

 "O matrimónio feliz"
O cônjuge ideal é aquele que em cada amanhecer alimenta o amor com um novo favo de mel; e que, antes de nascer o sol, se dirige ao jardim interior para cortar um cravo coberto de orvalho, e o oferece ao outro sem dizer palavra. O cônjuge ideal é aquele que sabe que o matrimónio é como um mar dilatado e que os dois são navegantes que todos os dias saem para o mar alto, à descoberta de novos mundos em águas desconhecidas. Um cônjuge que sabe que a realidade do outro não reside naquilo que ele revela, mas naquilo que não pode ser revelado.Um cônjuge que sabe e aceita que, para descobrir a verdade, são necessárias duas pessoas: uma para dizê-la e outra para escutá-la. Um cônjuge que sabe que, quando se voltam as costas ao sol (do outro cônjuge) só se veem sombras.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/o_matrimonio_feliz.html
e
http://www.snpcultura.org/entre_marido_e_mulher_Deus_no_meio.html
Dia dos Namorados: Sentimentos, olhares, afetos
«A verdade, a grande verdade é que os sentimentos interessam. Tornam-nos gente. Ensinam-nos a ser. Pedem de nós o que trazemos de único e de irrepetível. E preparam-nos para querer, para desejar receber o mesmo. Do outro. Da outra. Um comércio puro, gratuito. Tão diferente, tão distante dos rotineiros comércios.» O namoro um pouco por todo o mundo pelo olhar do fotógrafo Steve McCurry.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/dia_dos_namorados_sentimentos_olhares_afetos.html
São Valentim, mártir e protetor dos namorados
A festa do bispo e mártir Valentim liga-se aos antigos festejos gregos, itálicos e romanos que ocorriam a 15 de fevereiro em honra de deuses pagãos. Estas celebrações relacionavam-se com a purificação dos campos e os ritos de fecundidade. Tendo-se tornado demasiado licenciosas, foram proibidas pelo imperador Augusto e mais tarde suprimidas por Gelásio em 494. A Igreja cristianizou os ritos pagãos da fecundidade, antecipando-os para 14 de fevereiro e atribuiu ao mártir a capacidade de proteger os noivos e namorados que se destinavam ao matrimónio e às uniões com filhos. Uma das lendas associadas ao bispo diz que São Valentim oferecia rosas aos pares de noivos para lhes desejar uma união feliz.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/sao_valentim_martir_protetor_namorados.html
Abraçados podemos voar
O amor é sobretudo milagre da comunhão. Uma comunhão construída também com esforço, é claro, conquistada continuamente ao território muito defendido do egoísmo, traduzida em decisões quotidianas e vigilantes. Porém, não é propriamente de uma conquista que se trata, mas do arrebatamento comum pelo dom, do espanto inesgotável, de uma hospitalidade radical. «Se me tapares os olhos: ainda poderei ver-te. Se me tapares os ouvidos: ainda poderei ouvir-te. E mesmo sem pés poderei ir para ti. E mesmo sem boca poderei invocar-te». O fundamental é vislumbrado e servido em completa dádiva, acontece sem porquês, no âmbito de uma gratuidade infatigável, numa geografia sem condições nem reservas. O amor não se explica: implica-se. É uma voluntária hipoteca, um sigilo de sangue, entrelaçamento vital. Os enamorados conspiram com o milagre e, por isso, tornam-se, de forma tão íntima, cúmplices de Deus.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/abracados_podemos_voar.html
São estes os filmes mais românticos de sempre?
http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=3684885&seccao=Cinema&page=-1

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ESPIRITUALIDADE: Caminhos para Deus

1. Crença
Há tantos caminhos para Deus como pessoas na Terra. Pode acontecer que já tenha percorrido mais do que um ao longo da sua vida, ou até sentir que já andou por vários ao mesmo tempo. Para as pessoas deste caminho, a crença em Deus fez sempre parte das suas vidas. Nasceram em famílias religiosas ou foram introduzidas na religião desde cedo. Passam pela vida com mais ou menos confiança na sua crença em Deus. A fé foi sempre um elemento essencial das suas vidas. Rezam regularmente, vão a celebrações religiosas frequentemente e sentem-se à vontade a falar de Deus. As suas vidas, tal como todas as vidas, não estão isentas de sofrimento, mas a fé dá-lhes a capacidade de enquadrar a dor num contexto de sentido. Nenhum dos caminhos para Deus está livre de perigos. Uma das armadilhas de quem percorre a via da crença é a incapacidade de perceber as pessoas que viajam noutras estradas, a par de uma tentação para as julgar pelas suas dúvidas ou falta de crença.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/caminhos_para_Deus_crenca.html
2. Independência
Aqueles que trilham o caminho da independência tomaram a decisão consciente de se separar da religião organizada, mas continuam a acreditar em Deus. Talvez considerem que as celebrações e serviços oferecidos nas igrejas não fazem sentido, são ofensivos, maçadores, ou tudo isto ao mesmo tempo. Talvez tenham sido magoados. Talvez tenham sido insultados (ou abusados) por um padre, pastor, rabino, ministro ou imã. Ou então sentem-se ofendidos por certos dogmas da religião organizada. Ou pensam que os líderes religiosos são hipócritas. Um ponto forte das pessoas que percorrem este caminho é a sua saudável independência, que os torna aptos a ver as coisas de maneira nova e refrescante, algo que por vezes as suas antigas comunidades de fé necessitam desesperadamente. O principal perigo deste grupo, contudo, é um perfecionismo que rejeita qualquer tipo de religião organizada.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/caminhos_para_Deus_independencia.html
3. Descrença
Aqueles que percorrem o caminho da descrença não só pensam que a religião organizada não tem nenhum atrativo (mesmo que por vezes considerem que as suas celebrações e ritos são reconfortantes), como chegaram a uma conclusão intelectual de que Deus provavelmente não existe – ou que não existe, ou que não pode existir. Frequentemente procuram provas da existência de Deus, e ao não encontrá-las, ou ao depararem-se com o sofrimento intenso, rejeitam completamente a perspetiva crente. O principal benefício deste grupo é que os seus membros não assumem nenhum dos poucos estimulantes confortos da religião. Em alguns casos pensaram mais profundamente sobre Deus e a religião do que alguns crentes. E entre as pessoas mais altruístas que existem no mundo estão ateus ou agnósticos. Alguns dos mais incansáveis trabalhadores na ajuda humanitária que eu encontrei quando trabalhava com refugiados na África Oriental eram não crentes. O “santo secular” é real.
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http://www.snpcultura.org/caminhos_para_Deus_descrenca.html
4. Regresso
A cada ano este caminho fica mais preenchido. Tipicamente, as pessoas deste grupo começam a vida numa família religiosa mas distanciam-se da sua fé. Após uma infância em que foram encorajados (ou obrigados) a participar em celebrações litúrgicas, acabam por as considerar maçadoras, irrelevantes, ou ambas. A religião mantém-se distante, embora estranhamente apelativa. É então que algo reacende a sua curiosidade por Deus. Talvez tenham alcançado algum sucesso financeiro ou profissional e perguntem: «É só isto?». Ou depois da morte de um familiar, começam a questionar-se mais sobre a sua própria mortalidade. Ou os seus filhos fazem perguntas sobre Deus, despertando questões que tinham ficado adormecidas durante anos. «Quem é Deus, mamã?» E assim começa uma jornada experimental de regresso à fé, ainda que esta possa não ser a mesma que conheceram quando eram crianças. Talvez haja uma nova tradição que lhes fale mais claramente. Talvez voltem à sua religião original de uma forma diferente, e mais comprometida, do que quando eram novos.
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http://www.snpcultura.org/caminhos_para_Deus_regresso.html
 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

TEATRO: "Ilusão"

O Teatro da Cornucópia, em Lisboa, vai recorrer a projetos com «condições anormais de produção» para responder às «atuais condições de financiamento», começando a 20 de fevereiro com a estreia de “Ilusão”. O espetáculo para público adolescente e adulto, concebido a partir dos primeiros esboços dramáticos do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936), escritos entre os seus 21 e 24 anos, mas só publicados em 1994, é protagonizado com 59 atores não profissionais. Além do encenador Luís Miguel Cintra, que também participa como ator, a peça conta com «pessoas de todas as idades, desde uma jovem de 15 anos, passando por alunos de escolas de teatro e atores em grupos amadores, até uma espetadora amiga de 81 anos».
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/ilusao_teatro_cornucopia.html

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

CINEMA: "Filomena"

O filme, bem construído e gerido, contando já com uma enorme popularidade e um palmarés assinalável, de que se destaca o Prémio Signis (Associação Católica Mundial para a Comunicação) em Veneza, beneficia enormemente da interpretação de Judi Dench, que dá à protagonista a profunda dimensão dramática da sua história. Eis um filme que não se esgota nem no tema, nem na época, nem no contexto geográfico que aborda: além da questão concreta da maternidade fora do matrimónio, que desejavelmente fará refletir sobre a diversidade de contextos que a propiciam, a narrativa evoca a prioridade a dar aos filhos, a par do amor e da caridade. Philomena Lee encontrou-se na quarta-feira com o papa Francisco, a quem pediu ajuda na campanha, liderada por si, que procura voltar a juntar pais e filhos forçados a separarem-se, e apela ao governo da Irlanda que autorize o acesso a informações secretas sobre crianças tiradas aos familiares e entregues para adoção.
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domingo, 9 de fevereiro de 2014

PALAVRA de DOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

A Palavra de Deus deste 5º Domingo do Tempo Comum convida-nos a reflectir sobre o compromisso cristão. Aqueles que foram interpelados pelo desafio do “Reino” não podem remeter-se a uma vida cómoda e instalada, nem refugiar-se numa religião ritual e feita de gestos vazios; mas têm de viver de tal forma comprometidos com a transformação do mundo que se tornem uma luz que brilha na noite do mundo e que aponta no sentido desse mundo de plenitude que Deus prometeu aos homens – o mundo do “Reino”.
No Evangelho, Jesus exorta os seus discípulos a não se instalarem na mediocridade, no comodismo, no “deixa andar”; e pede-lhes que sejam o sal que dá sabor ao mundo e que testemunha a perenidade e a eternidade do projecto salvador de Deus; também os exorta a serem uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimento, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança.
A primeira leitura apresenta as condições necessárias para “ser luz”: é uma “luz” que ilumina o mundo, não quem cumpre ritos religiosos estéreis e vazios, mas quem se compromete verdadeiramente com a justiça, com a paz, com a partilha, com a fraternidade. A verdadeira religião não se fundamenta numa relação “platónica” com Deus, mas num compromisso concreto que leva o homem a ser um sinal vivo do amor de Deus no meio dos seus irmãos.
A segunda leitura avisa que ser “luz” não é colocar a sua esperança de salvação em esquemas humanos de sabedoria, mas é identificar-se com Cristo e interiorizar a “loucura da cruz” que é dom da vida. Pode-se esperar uma revelação da salvação no escândalo de um Deus que morre na cruz? Sim. É na fragilidade e na debilidade que Deus Se manifesta: o exemplo de Paulo – um homem frágil e pouco brilhante – demonstra-o.
EVANGELHOMt 5, 13-16
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Vós sois o sal da terra.
Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se?
Não serve para nada,
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire,
mas sobre o candelabro,
onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».

AMBIENTE
Continuamos no contexto do “sermão da montanha” (cf. Mt 5-7). Jesus está (na versão de Mateus) no cimo de um monte, a apresentar a nova Lei que deve reger a caminhada do novo Povo de Deus na história (já vimos, no passado domingo, que a indicação geográfica – no cimo de um monte – nos transporta à montanha do Sinai, onde Jahwéh Se revelou ao seu Povo e lhe deu a sua Lei; aqui Jesus é, portanto, apresentado como o Deus que, no cimo de um monte, dá ao seu Povo os “mandamentos” da nova aliança).
Mateus agrupa, neste primeiro discurso, um conjunto de “ditos” de Jesus (provavelmente, pronunciados em contextos e ocasiões diversas), destinados a proporcionar à comunidade concreta a que o Evangelho se destinava, um conjunto de ensinamentos básicos para a vida cristã.

MENSAGEM
O texto que nos é proposto reúne duas parábolas – a do sal e a da luz – destinadas a pôr em relevo o papel do novo Povo de Deus no mundo e a definir a missão daqueles que aceitam viver no espírito das bem-aventuranças. Depois de apresentar a nova Lei (“bem-aventuranças”), Jesus define a missão do novo Povo de Deus.
A primeira comparação é a do sal (vers. 13). O sal é, em primeiro lugar, o elemento que se mistura na comida e que dá sabor aos alimentos (cf. Jb 6,6). Também é um elemento que assegura a conservação dos alimentos e a sua incorruptibilidade. Simboliza, nesta linha, aquilo que é inalterável… No Antigo Testamento, o sal é usado para significar o valor durável de um contrato; nesse contexto, falar de uma “aliança de sal” (Nm 18,19) é falar de um compromisso permanente, perene (cf. 2 Cr 13,5).
Dizer que os discípulos são “o sal” significa, portanto, que os discípulos são chamados a trazer ao mundo essa “qualquer coisa mais” que o mundo não tem e que dá sabor à vida dos homens; significa também que da fidelidade dos discípulos ao programa enunciado por Jesus (as “bem-aventuranças”) depende a perenidade da aliança entre Deus e os homens e a permanência do projecto salvador e libertador de Deus no mundo e na história.
A referência à perda do sabor (“se o sal perder o sabor… já não serve para nada”) destina-se a alertar os discípulos para a necessidade de um compromisso efectivo com o testemunho do “Reino”: se os discípulos de Jesus recusarem ser sal e se demitirem das suas responsabilidades, o mundo guiar-se-á por critérios de egoísmo, de injustiça, de violência, de perversidade, e estará cada vez mais distante da realidade do “Reino” que Jesus veio propor. Nesse caso, a vida dos discípulos terá sido inútil.
A segunda comparação é a da luz (vers. 14-16). Para a explicar, Jesus utiliza duas imagens.
A primeira imagem (a da cidade situada sobre um monte) leva-nos a Is 60,1-3, onde se fala da “luz” de Deus que devia brilhar sobre Jerusalém e, a partir de lá, alumiar todos os povos. A interpretação judaica de Is 60,3 aplicava a frase a Israel: o Povo de Deus devia ser o reflexo da luz libertadora e salvadora de Jahwéh diante de todos os povos da terra. A segunda imagem (a da lâmpada colocada sobre o candelabro, a fim de alumiar todos os que estão em casa) repete e explicita a mensagem da primeira: os que aderem ao “Reino” devem ser uma luz que ilumina e desafia o mundo. É possível que haja ainda nestas imagens uma referência ao “Servo de Jahwéh” de Is 42,6 e 49,6, apresentado como a “luz das nações”.
De qualquer forma, a verdade é que, na perspectiva de Jesus, essa presença da “luz” de Deus para alumiar as nações dar-se-á, doravante, nos discípulos, isto é, naqueles que aceitaram o apelo do “Reino” e aderiram à nova Lei (as “bem-aventuranças”) proposta por Jesus. Eles são a “nova Jerusalém”, ou o novo “Servo de Jahwéh” de onde a proposta libertadora de Deus irradia e a partir de onde ela transforma e ilumina a vida de todos os homens.
Estas duas imagens não pretendem, contudo, dizer que os discípulos de Jesus devam dar nas vistas, mostrar-se, escolher lugares de visibilidade de onde as massas os admirem e os aplaudam. Mas pretende dizer que a missão das testemunhas do “Reino” deve levá-las a dar testemunho, a questionar o mundo, a ser uma interpelação profética, a ser um reflexo da luz de Deus; e que não devem esconder-se, demitir-se da sua missão, fugir às suas responsabilidades.
Essas “boas obras” que os discípulos devem praticar, e que serão um testemunho do “Reino” para os homens, são, provavelmente, aquelas que Mateus apresenta na segunda parte das “bem-aventuranças” (cf. Mt 5,7-11): a “misericórdia” (um coração capaz de compadecer-se, de amar, de perdoar, de se comover, de se deixar tocar pelos sofrimentos e angústias dos irmãos), a “pureza de coração” (a honestidade, a lealdade, a verdade, a verticalidade), a defesa intransigente da paz (a recusa da violência e da lei do mais forte a luta pela reconciliação) e da justiça. É desse labor dos discípulos que nascerá o mundo novo, o mundo do “Reino”.
A missão dos discípulos é, portanto, a de “dar sabor” ao mundo, garantir aos homens a perenidade da “aliança” e iluminar o mundo com a “luz” de Deus. Eles são as testemunhas dessa realidade nova que nasce da oferta da salvação e da vivência das “bem-aventuranças”. Neles tem de estar presente essa realidade nova, que Jesus chamava “Reino”.

ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode considerar os seguintes aspectos:
• Após dois mil anos de Evangelho, a nossa civilização “cristã” ainda age como se a salvação do mundo e dos homens estivesse no poder das armas, na estabilidade da economia, no desenvolvimento sustentado, no controle do buraco do ozono, no pleno emprego, na paz social, na eliminação do terrorismo, na defesa da floresta amazónica, nas declarações de boas intenções feitas pelos senhores do mundo nos grandes areópagos internacionais… Mas Paulo diz, muito simplesmente, que a salvação está na “loucura da cruz” e que a vida em plenitude está no amor que se dá completamente. Quem tem razão: os nossos teóricos, formados pelas grandes universidades internacionais, ou o judeu Paulo, formado na universidade de Jesus?
• A força e a “sabedoria de Deus” manifestam-se, tantas vezes, na fragilidade, na pequenez, na obscuridade, na pobreza (como o exemplo de Paulo o comprova). Sendo assim, não nos parecem ridículas e descabidas as nossas poses de importância, de autoridade, de protagonismo, de brilho intelectual?
• Aqueles que têm responsabilidade no anúncio do Evangelho devem recordar sempre que a eficácia da Palavra que anunciam não depende deles e que o êxito da missão não resulta das suas qualidades pessoais ou das técnicas sofisticadas postas ao serviço da evangelização: somos todos instrumentos humildes, através dos quais Deus concretiza o seu projecto de salvação para o mundo… Para além do nosso esforço, da nossa entrega, da nossa doação, das nossas técnicas, está o Espírito de Deus que potencia e torna eficaz a Palavra que anunciamos.
• A questão essencial que este trecho do Evangelho nos apresenta é esta: Deus propôs-nos um projecto de libertação e de salvação que conduzirá à inauguração de um mundo novo, de felicidade e de paz sem fim; e aqueles que aderiram a essa proposta têm de testemunhá-la diante do mundo e dos homens com palavras e com gestos concretos, a fim de que o “Reino” se torne uma realidade. Como é que me situo face a isto? Para mim, ser cristão é um compromisso sério, profético, exigente, que me obriga a testemunhar o “Reino”, mesmo em ambientes adversos, ou é um caminho “morno”, instalado, cómodo, de quem se sente em regra com Deus porque vai à missa ao domingo e cumpre alguns ritos que a Igreja sugere?
• Eu sou, dia a dia, o sal que dá o sabor, que traz uma mais valia de amor e de esperança à vida daqueles que caminham ao meu lado? Para aqueles com quem lido todos os dias, sou uma personagem insípida, incaracterística, instalada numa mediocridade cinzenta, ou sou uma nota de alegria, de entusiasmo, de optimismo, de esperança numa vida nova vivida ao jeito do Evangelho, ao jeito do “Reino”? No meio do egoísmo, do desespero, do sem sentido que caracteriza a vida de tantos dos meus irmãos, eu dou um testemunho de um mundo novo de amor e de esperança?
• Ser cristão é também ser uma luz acesa na noite do mundo, apontando os caminhos da vida, da liberdade, do amor, da fraternidade… Eu sou essa luz que aponta no sentido das coisas importantes, impedindo que a vida dos meus irmãos se gaste em frivolidades e bagatelas? Para os que vivem no sofrimento, na dúvida, no erro, para os que vivem de olhos no chão, eu sou a luz que aponta para o mais além e para a realidade libertadora do “Reino”?
• Atenção: eu não sou “a luz”, mas apenas um reflexo da “luz”… Quer dizer: as coisas bonitas que possam acontecer à minha volta não são o resultado do exercício das minhas brilhantes qualidades, mas o resultado da acção de Deus em mim. É Deus que é “a luz” e que, através da minha fragilidade, apresenta a sua proposta de libertação e de vida nova ao mundo. O discípulo não deve, pois, preocupar-se em atrair sobre si o olhar dos homens; mas deve preocupar-se em conduzir o olhar e o coração dos homens para Deus e para o “Reino”.
A questão essencial é esta: como é que podemos ser uma luz que acende a esperança no mundo e aponta no sentido de uma nova terra, mais cheia de paz, de esperança, de felicidade? Esta leitura responde: não é com liturgias solenes ou com ritos litúrgicos espampanantes, muitas vezes estéreis e vazios; mas é com uma vida onde o amor a Deus se traduz no amor ao irmão e se manifesta em gestos de partilha, de fraternidade, de libertação.
• Atenção: não se diz aqui que os momentos de oração e de encontro pessoal com Deus sejam supérfluos, inúteis, desnecessários; o que se diz aqui é que os ritos em si nada significam, se não correspondem a uma vivência interior que se traduz em gestos concretos de compromisso com Deus e com os seus valores. A multiplicidade de ritos, de orações solenes, de celebrações, por si só nada vale, se não tem a devida correspondência na vida de relação com os irmãos.
• Sinto o imperativo de ser uma “luz” que se acende na noite do mundo e que dá testemunho do amor e da misericórdia de Deus? A minha fé e a minha relação com Deus têm tradução na luta pela libertação dos meus irmãos? O meu compromisso de crente leva-me a estar atento à partilha com os pobres, os débeis, os desfavorecidos? A minha vivência religiosa traduz-se no ser profeta do amor e servidor da reconciliação?
 
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É incrível a consideração, a confiança que Jesus comunica, a esperança que repõe em nós. E encoraja-nos a tomar consciência disso: não fiques na superfície de ti mesmo, na porosidade da argila, mas procura em profundidade, no reduto secreto do coração, desce ao centro de ti próprio e lá encontrarás uma lâmpada acesa, uma mão cheia de sal. Vós que viveis segundo o Evangelho, sede luz no mundo. E sede-o não com a doutrina ou as palavras, mas com as obras: resplandeça a vossa luz nas vossas boas obras. Tu podes realizar obras de luz! E são as mansas, as puras, as justas e as pobres as obras alternativas às escolhas do mundo, a diferença evangélica oferecida à flor da vida. Quando segues o amor como única regra de vida, então és luz e sal para quem te encontra. Quando duas pessoas se amam, tornam-se luz na escuridão, lâmpada para os passos de muitos. Em qualquer lugar onde se quer o bem é espalhado o sal que dá o bom sabor à vida.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/ilumina_e_seras_iluminado.html

«É muito importante ir à missa ao domingo», sublinha papa Francisco, que explicou significado da Eucaristia
A Eucaristia «é um dom muito grande e por isso é muito importante ir à missa ao domingo», afirmou hoje o papa Francisco no Vaticano, durante a audiência geral semanal, em que prosseguiu a catequese sobre os sacramentos. «O que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a missa, já nos faz intuir o que estamos para viver. Ao centro do espaço destinado à celebração encontra-se o altar, que é uma mesa, coberta por uma toalha, e isto faz pensar num banquete», referiu o papa, citado pela Rádio Vaticano. A explicação da geografia eucarística e do seu significado prosseguiu com a cruz, colocada «sobre a mesa», indicando que sobre o altar é oferecido o «sacrifício de Cristo», o «alimento espiritual» que se recebe «sob os sinais do pão e do vinho».
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/muito_importante_ir_missa_domingo.html
 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selecção!

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
15.524 cegos
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É a cultura, estúpidos!
Fernando Tordo emigra para o Brasil no dia 18
O Papa e o maldito sexo. 1

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ESPIRITUALIDADE: Procura-se um deserto

É necessário, de quando em vez, fazermos uma paragem na vida. Paragem semelhante à daqueles que, andando pelo deserto, ficam algum tempo no oásis que encontram. Saem dali refeitos, enriquecidos e animados. Também nós sairemos enriquecidos dos momentos de deserto que criarmos. Depois disso, teremos melhores condições de enfrentar a vida de cada dia, com os seus problemas, desafios e solicitações. Sairemos de nossos desertos convictos de que nesses tempos que periodicamente nos concedemos, longe de nos isolarmos num egoísmo estéril, estaremos a criar melhores condições para estabelecer um encontro leal, profundo e sincero connosco mesmos, com os outros e com Deus.
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

EFEMÉRIDE/EVOCAÇÃO: S. João de Brito.

«Não é fácil imaginar hoje o que era o dia a dia de João de Brito; visitando o país tamil podemos ver as mesmas gentes e a mesma paisagem, assim como muitos dos monumentos que ele observou; deslocando-nos pela região podemos sentir a omnipresença do Hinduísmo, tal como João certamente a sentia; notamos também a continuação da lenta infiltração muçulmana, iniciada precisamente no final do século XVII. Mas o país modificou-se: os meios de comunicação desenvolveram-se e o estado de guerra permanente desapareceu; o Cristianismo levado pelos missionários não superou a religião local, mas a tolerância promoveu novos hábitos e novos tipos de convivência. Torna-se, pois, quase impossível recriar todo o antagonismo que rodeou a atividade evangelizadora de João.» A Igreja Católica assinala a 4 de fevereiro a memória do missionário mártir nascido em Portugal.
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FORMAÇÃO&EDUCAÇÃO: Virtudes

Temperança é palavra que está a sair do nosso vocabulário quotidiano. Do económico já saiu há muito tempo, para deixar espaço ao seu contrário. Usamo-la agora para o clima, para as escalas musicais, para as escalas musicais ou para o cravo de Bach, que são também coisas importantes, mas que não estão no centro da nossa vida civil nem do pacto social. Com a temperança está todo o léxico da ética das virtudes que tende a desaparecer da gramática da vida em comum; e as consequências políticas, civis e económicas deste eclipse estão já tristemente à vista de toda a gente. A nossa civilização (pelo menos a ocidental) corre o risco de deixar de compreender a mensagem de vida sã contida na ética das virtudes, e isso depende de diversos motivos, de dois especialmente. O primeiro é o desaparecimento do conceito de educação do caráter, a começar pela educação das nossas crianças.
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/temperanca_para_alem_escassez.html
Justiça
Para avaliar a justiça deste capitalismo não devemos confrontá-la com a do feudalismo, que era ainda menor, mas sim com a que poderíamos realizar se não tivéssemos traído a vocação social e civil da Europa para seguir as sirenes do consumismo e da finança especulativa. Este capitalismo, que continua a produzir rendimentos e privilégios para pouquíssimos e desemprego e marginalidade para tantíssimos, que publica leis que reforçam os privilégios e desfavorecem cada vez mais os fracos e os pobres – não podendo ter a justiça da sua parte, deve contentar-se com a eficiência, quando o consegue. Se quiséssemos superar este modelo de desenvolvimento e tomar decididamente o caminho da justiça, deveríamos ter uma coragem civil e uma força de pensamento pelo menos semelhante à daqueles que geraram o movimento cooperativo europeu que, nos alvores do capitalismo, tentou uma outra via para o mercado e para a empresa; e para tal punha em discussão os direitos de propriedade, a distribuição do rendimento (tema que já não se encontra nos tratados de economia), o poder, a igualdade de oportunidades entre os sujeitos económicos, sem negar a liberdade nem o mercado.
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http://www.snpcultura.org/justica_para_alem_da_iniquidade.html
Prudência
Quem no nosso tempo está em contacto com as muitas periferias morais e antropológicas do mundo, se não tocar e por vezes ultrapassar a fronteira da justiça traçada pelas leis da cidade, não poderá ser verdadeiramente justo. Quando certa noite bateu Alí à porta de um meu amigo pároco siciliano, se ele se tivesse prudentemente detido no limiar da justiça e não o tivesse acolhido na sua casa (pensando nas consequências penais que poderia ter e que depois veio a ter), não teria sido verdadeiramente virtuoso. Uma dinâmica paradoxal conhecida por quem trabalha em comunidades de recuperação, em prisões de menores, e por muitos que continuam a arriscar carreira, bens, volume de vendas, postos de trabalho, falência de empresas. Não é pedido a todos e a cada momento que vivam esta dimensão paradoxal da virtude. Mas se não respondermos quando o apelo soa, comprometeremos a qualidade ética e espiritual da nossa existência, porque não se trata de atos extraordinários de super-heróis, mas de ações de que todos somos potencialmente capazes.
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Fortaleza
É uma virtude a par das outras, mas, como e mais do que as outras virtudes cardeais, é também uma dimensão ou pré-condição para poder viver todas as outras virtudes quando se atua em contextos difíceis, e quando as condições difíceis se mantêm por muito tempo. É uma virtude que serve todas as outras, porque nos faz ir por diante quando falta reciprocidade. Por isso uma bela palavra que hoje recolhe muitos dos significados da fortaleza é resiliência, que diz também a capacidade de a pessoa não ceder, de se manter agarrada às paredes, de não escorregar nos diferentes declives da vida pessoal e civil. Por esta razão a fortaleza foi – e é – a salvação sobretudo dos pobres, que graças a ela conseguem muitas vezes resistir à injusta falta de recursos, direitos, liberdade, respeito. Fá-los resistir durante longas carestias, intermináveis ausências de maridos e filhos emigrados ou desaparecidos na guerra (existe uma relação especial entre a fortaleza e a mulher).
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Esperança
Existe um laço profundo entre a esperança e a expectativa. Dizem-no também as línguas portuguesa e espanhola, nas quais com uma única palavra se pode dizer ter esperança e aguardar algo ou alguém: esperar. Existe talvez algo desta esperança no misterioso final do Conde de Montecristo: «Toda a sabedoria humana repousa nestas duas palavras: aguardar e esperar». É a espera do esposo com as lâmpadas acesas da esperança. Esta esperança, como todo o verdadeiro e grande dom, chega sem pré-aviso e sem pedir licença, quando esgotámos os recursos naturais para esperar, e nos encontramos em condições em que não haveria já qualquer razoável razão para esperar, nem sequer no Paraíso. E no entanto chega; depois do anúncio de uma doença séria, de uma grave traição, depois de infinitas solidões, quando menos se espera aflora na alma algo delicado, uma brisa ligeira; e de novo é possível esperar, esperar e aguardar diversamente.
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http://www.snpcultura.org/esperanca_a_sala_dos_tesouros.html
A Fé
Há palavras que, sozinhas, conseguem exprimir totalidade. Justiça, beleza, verdade, possuem tal força, tal inteireza que não é necessário acrescentar-lhes adjetivos para as completar. Que mais dizer de uma pessoa verdadeira, de um homem justo, de uma vida bela? Uma dessas poucas palavras grandes e absolutas é: Fé. É possível viver, e por vezes bem, uma longa vida sem dinheiro ou bens, mas não se vive sem acreditar. Todos somos capazes de fé, porque no espaço interior de cada pessoa existe uma “janela” que dá para um “além”, uma frincha que ali permanece mesmo quando ao olharmos dentro de nós (já) não vemos nada e ainda que à frente dela tenhamos colocado um armário ou o televisor. E precisamente porque é uma palavra grande do humano, a fé é também palavra do económico.
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Ágape
É o agape que doa ao amor humano aquela dimensão de gratuidade que não é garantida pela philia, e muito menos pelo eros; e que, abrindo-as, cumpre (assim) todas as virtudes, que na sua ausência não passam de subtil egoísmo. A forma de amor do ágape é também uma grande força de ação e de mudança económica e civil. Todas as vezes que uma pessoa age para o bem, e encontra na ação mesma e dentro de si recursos para andar para diante mesmo sem reciprocidade, entra em ação o ágape. O ágape é o amor típico dos fundadores, os iniciadores de um movimento, de uma cooperativa, que não podem contar com a reciprocidade dos outros, e cuja ação exige fortaleza e perseverança em longos períodos de solidão. O ágape não condiciona a escolha de amar à resposta do outro mas, quando tal resposta falta, sofre porque o ágape é pleno na reciprocidade («dou-vos um mandamento novo: amai-vos!»); mas não fica incomodado a ponto de interromper o seu amor não amado.
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