"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 31 de julho de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.
Então
Tema do 18º Domingo do Tempo Comum - Ano C
A liturgia deste domingo questiona-nos acerca da atitude que assumimos face aos bens deste mundo. Sugere que eles não podem ser os deuses que dirigem a nossa vida; e convida-nos a descobrir e a amar esses outros bens que dão verdadeiro sentido à nossa existência e que nos garantem a vida em plenitude.
No Evangelho, através da “parábola do rico insensato”, Jesus denuncia a falência de uma vida voltada apenas para os bens materiais: o homem que assim procede é um “louco”, que esqueceu aquilo que, verdadeiramente, dá sentido à existência.
Na primeira leitura, temos uma reflexão do “qohélet” sobre o sem sentido de uma vida voltada para o acumular bens… Embora a reflexão do “qohélet” não vá mais além, ela constitui um patamar para partirmos à descoberta de Deus e dos seus valores e para encontramos aí o sentido último da nossa existência.
A segunda leitura convida-nos à identificação com Cristo: isso significa deixarmos os “deuses” que nos escravizam e renascermos continuamente, até que em nós se manifeste o Homem Novo, que é “imagem de Deus”.
EVANGELHOLc 12,13-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
alguém, do meio da multidão, disse a Jesus:
«Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo».
Jesus respondeu-lhe:
«Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?»
Depois disse aos presentes:
«Vede bem, guardai-vos de toda a avareza:
a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola:
«O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo:
‘Que hei-de fazer,
pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim:
Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores,
onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo:
Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos.
Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe:
‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma.
O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si,
em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».
AMBIENTE
Continuamos a percorrer o “caminho de Jerusalém” e a escutar as lições que preparam os discípulos para serem as testemunhas do Reino. A catequese, que Jesus hoje apresenta, é sobre a atitude face aos bens.
A reflexão é despoletada por uma questão relacionada com partilhas… Um homem queixa-se a Jesus porque o irmão não quer repartir com ele a herança. Segundo as tradições judaicas, o filho primogénito de uma família de dois irmãos recebia dois terços das possessões paternas (cf. Dt 21,17. É possível que só fossem repartidos os bens móveis e que, para guardar intacto o património da família, a casa e as terras fossem atribuídas ao primogénito). O homem que interpela Jesus é, provavelmente, o irmão mais novo, que ainda não tinha recebido nada. Era frequente, no tempo de Jesus, que os “doutores da lei” assumissem o papel de juízes em casos similares… Como é que Jesus Se vai situar face a esta questão?
MENSAGEM
Jesus escusa-Se, delicadamente, a envolver-Se em questões de direito familiar e a tomar posição por um irmão contra outro (“amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?” – vers. 14). O que estava em causa na questão era a cobiça, a luta pelos bens, o apego excessivo ao dinheiro (talvez por parte dos dois irmãos em causa). A conclusão que Jesus tira (vers. 15) explica porque é que Ele não aceita meter-Se na questão: o dinheiro não é a fonte da verdadeira vida. A cobiça dos bens (o desejo insaciável de ter) é idolatria: não conduz à vida plena, não responde às aspirações mais profundas do homem, não conduz a um autêntico amadurecimento da pessoa. A lógica do “Reino” não é a lógica de quem vive para os bens materiais; quem quiser viver na dinâmica do Reino deverá ter isto presente.
A parábola que Jesus vai apresentar na sequência (vers. 16-21) ilustra a atitude do homem voltado para os bens perecíveis, mas que se esquece do essencial – aquilo que dá a vida em plenitude. Apresenta-nos um homem previdente, responsável, trabalhador (que até podíamos admirar e louvar); mas que, de forma egoísta e obsessiva, vive apenas para os bens que lhe asseguram tranquilidade e bem-estar material (e nisso, já não o podemos louvar e admirar). Esse homem representa, aqui, todos aqueles cuja vida é apenas um acumular sempre mais, esquecendo tudo o resto – inclusive Deus, a família e os outros; representa todos aqueles que vivem uma relação de “circuito fechado” com os bens materiais, que fizeram deles o seu deus pessoal e que esqueceram que não é aí que está o sentido mais fundamental da existência.
A referência à acção de Deus, que põe repentinamente um ponto final nesta existência egoísta e sem significado, não deve ser muito sublinhada: ela serve, apenas, para mostrar que uma vida vivida desse jeito não tem sentido e que quem vive para acumular mais e mais bens é, aos olhos de Deus, um “insensato”.
O que é que Jesus pretende, ao contar esta história? Convidar os seus discípulos a despojar-se de todos os bens? Ensinar aos seus seguidores que não devem preocupar-se com o futuro? Propor aos que aderem ao Reino uma existência de miséria, sem o necessário para uma vida minimamente digna e humana? Não. O que Jesus pretende é dizer-nos que não podemos viver na escravatura do dinheiro e dos bens materiais, como se eles fossem a coisa mais importante da nossa vida. A preocupação excessiva com os bens, a busca obsessiva dos bens, constitui uma experiência de egoísmo, de fechamento, de desumanização, que centra o homem em si próprio e o impede de estar disponível e de ter espaço na sua vida para os valores verdadeiramente importantes – os valores do Reino. Quando o coração está cheio de cobiça, de avareza, de egoísmo, quando a vida se torna um combate obsessivo pelo “ter”, quando o verdadeiro motor da vida é a ânsia de acumular, o homem torna-se insensível aos outros e a Deus; é capaz de explorar, de escravizar o irmão, de cometer injustiças, a fim de liar a sua conta bancária. Torna-se orgulhoso e auto-suficiente, incapaz de amar, de partilhar, de se preocupar com os outros… Fica, então, à margem do Reino.
Atenção: esta parábola não se destina apenas àqueles que têm muitos bens; mas destina-se a todos aqueles que (tendo muito ou pouco) vivem obcecados com os bens, orientam a sua vida no sentido do “ter” e fazem dos bens materiais os deuses que condicionam a sua vida e o seu agir.
ACTUALIZAÇÃO
Para a reflexão, ter em conta os seguintes elementos:
• A Palavra de Deus que aqui nos é servida questiona fortemente alguns dos fundamentos sobre os quais a nossa sociedade se constrói. O capitalismo selvagem que, por amor do lucro, escraviza e obriga a trabalhar até à exaustão (e por salários miseráveis) homens, mulheres e crianças, continua vivo em tantos cantos do nosso planeta… Podemos, tranquilamente, comprar e consumir produtos que são fruto da escravidão de tantos irmãos nossos? Devemos consentir, com a nossa indiferença e passividade, em aumentar os lucros imoderados desses empresários/sanguessugas que vivem do sangue dos outros?
• Entre nós, o capitalismo assume um “rosto” mais humano nas teses do liberalismo económico; mas continua a impor a filosofia do lucro, a escravatura do trabalhador, a prioridade dos critérios de planificação, de eficiência, de produção em relação às pessoas. Podemos consentir que o mundo se construa desta forma? Podemos consentir que as leis laborais favoreçam a escravidão do trabalhador? Que podemos fazer? Nós cristãos – nós Igreja – não temos uma palavra a dizer e uma posição a tomar face a isto?
• Qualquer trabalhador – muitos de nós, provavelmente – passa a vida numa escravatura do trabalho e dos bens, que não deixa tempo nem disponibilidade para as coisas importantes – Deus, a família, os irmãos que nos rodeiam. Muitas vezes, o mercado de trabalho não nos dá outra hipótese (se não produzimos de acordo com a planificação da empresa, outro ocupará, rapidamente, o nosso lugar); outras vezes, essa escravatura do trabalho resulta de uma opção consciente… Quantas pessoas escolhem prescindir dos filhos, para poder dedicar-se a uma carreira de êxito profissional que as torne milionárias antes dos quarenta anos… Quantas pessoas esquecem as suas responsabilidades familiares, porque é mais importante assegurar o dinheiro suficiente para as férias na Tailândia ou na República Dominicana… Quantas pessoas renunciam à sua dignidade e aos seus direitos, para aumentar a conta bancária… Tornamo-nos, assim, mais felizes e mais humanos? É aí que está o verdadeiro sentido da vida?
• O que Jesus denuncia aqui não é a riqueza, mas a deificação da riqueza. Até alguém que fez “voto de pobreza” pode deixar-se tentar pelo apelo dos bens e colocar neles o seu interesse fundamental… A todos Jesus recomenda: “cuidado com os falsos deuses; não deixem que o acessório vos distraia do fundamental”.
BILHETE DE EVANGELHO.
Ninguém pode decidir no lugar de outro. O próprio Jesus respeita a liberdade do homem, mas veio propor-lhe balizas para marcar o caminho sobre o qual tem escolhas a fazer. Põe-no de sobreaviso em relação às riquezas materiais que podem paralisar ou cegar. De facto, aquele que tem as mãos crispadas sobre os seus bens está impedido de partilhar, de fazer um gesto para com aquele que tem necessidade. E depois, o seu horizonte está fechado por todas as suas riquezas que o impedem de ver o irmão, e de se ver a si próprio na luz de Deus. Quando nos deixamos olhar por Deus, permitimos-Lhe olhar para onde estão as nossas verdadeiras riquezas; a oração ajuda-nos, então, a reconhecê-las para as desenvolver.
À ESCUTA DA PALAVRA.
Eis Jesus confrontado com um assunto de herança. Mas declara-Se incompetente para julgar o caso, pois não é juiz, nem notário, nem advogado. Mas é uma boa ocasião para Ele, pois conhece bem o coração de Deus e o coração dos homens! Sabe que o coração do homem anda muitas vezes bem longe do coração de Deus, que o porta-moedas é parte sensível do homem, enquanto Deus não tem nada disso! Aproveita a ocasião para dar atenção ao sentido sobre as riquezas humanas. Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo, é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida do homem não depende das suas riquezas. Hoje, o que diria Jesus aos grandes poderosos do mundo, “ricos de podre”, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Pode dizer-se que se trata de política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos serem testemunhas pela própria vida, pelo próprio exemplo! E lutar contra este estado de coisas!
PALAVRA PARA O CAMINHO…
O melhor celeiro? O melhor banco? Onde acumulamos as nossas riquezas? E quais são estas riquezas? À luz da parábola de Jesus, eis-nos convidados a fazer o ponto da situação sobre as nossas prioridades na vida – e a rectificar, talvez, o nosso uso dos bens da terra. A vida de uma pessoa e o seu valor real não se medem pelas suas riquezas. Estamos verdadeiramente conscientes e persuadidos disso?
e/ou nos vídeos AQUI AQUI.

Construir outros celeiros
«Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?». A conduta deste homem é tanto mais ridícula quanto o castigo eterno será rigoroso. Com efeito, que projetos abriga no seu espírito este homem que em breve vai partir deste mundo? «Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores». Eu dir-lhe-ia de bom grado: fazes bem, demolindo os celeiros da injustiça e destruindo com as tuas próprias mãos o que construíste de maneira desonesta. Deita por terra as reservas desse trigo que nunca saciou ninguém e arrasa os silos que guardam a tua avareza. Arranca-lhes os tetos, derruba-lhes as paredes e expõe à luz do sol esse trigo cheio de mofo libertando da sua prisão as riquezas que permaneciam cativas. [...]
«Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores». E, uma vez que tenhas voltado a atafulhá-los, o que farás? Demoli-los-ás para construíres outros ainda maiores? Haverá maior insensatez do que atormentar-se sem fim, construindo obstinadamente para depois demolir? Se quiseres, os teus celeiros podem ser casas para os pobres: acumula tesouros no Céu, pois a traça e a ferrugem não corroem o que neles for armazenado e os ladrões não os arrombam nem furtam (cf Mt 6,20).
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja, Homilia 6, sobre as riquezas

sábado, 30 de julho de 2022

(in)PRENSA semanal (23-07-2022 a 29-07-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.



Rússia ataca porto essencial para exportação de cereais. Kiev acusa Putin de “cuspir na cara” da ONU
Médicos judeus documentaram secretamente os efeitos da fome imposta pelos nazis
Recuperação e incerteza
O BCE e o combate à inflação
Salvar a democracia nos EUA
Apoio à Rússia pode custar liderança a Xi Jinping, diz autora de “A mais breve História da China”
Ouro. Pedro Pichardo campeão do mundo do triplo salto
Kroupa: a teoria da relatividade geral de Einstein está errada
China ameaça EUA com resposta militar perante possível visita de Pelosi a Taiwan
Pedro Abrunhosa recebeu apoio “pessoal e institucional” de António Costa (e quer adido russo expulso)
Bill Gates doou 6 mil milhões de dólares. Continua a ser o quinto mais rico do mundo
Macau não é Hong Kong
Aqui chegados…
Moedas “fugiu” de reunião quando se ia falar sobre o aeroporto
Morreu Lovelock, o “profeta do desastre
Imagens da visita de "penitência" do Papa Francisco ao Canadá
Quem é a mulher a quem o Papa beijou a mão? É Alma Desjarlais - e Francisco quis muito pedir-lhe perdão
Putin poderá ter contribuído para a queda de Draghi em Itália
Abusos. “É do interesse da Igreja que todas as situações sejam apuradas”
Mãe perde bebé após fazer mais de 100 quilómetros devido a urgência fechada
Porta-aviões dos EUA entra no mar da China Meridional em fase de tensão devido a Taiwan
O mundo era “mais seguro na Guerra Fria”. Rússia colocou agentes na Ucrânia antes da invasão
“Cada quilowatt-hora conta”. Alemanha impõe duches frios e desliga as fontes
Carros eléctricos são uma “ruína” – para quem conduz e para o planeta

segunda-feira, 25 de julho de 2022

COMEMORAÇÃO/EFEMERIDE: Dia dos AVÓS

- Quando o avô perguntou ao neto: “Você já olhou de verdade para as suas mãos? AQUI.

- Ouçam os avós e respeitem as raízes familiares, pede o Papa Francisco AQUI.

- Avós que cuidam de seus netos deixam marcas em suas almas AQUI.

- Oração dos avós e dos idosos AQUI.

- Os avós, pontos de referência essenciais para as crianças AQUI.

​“Kit Pastoral” para ajudar a celebrar o Dia dos Avós e dos Idosos AQUI.

- AVÓS E IDOSOS DEVEM SER ARTÍFICES DA REVOLUÇÃO DA TERNURA AQUI.

- Dia dos Avós 2022. É preciso “dar ouvidos à sabedoria dos anos”, diz o Papa AQUI e AQUI.

- Os seus corpos repousam em paz e o seu nome vive através das gerações AQUI.

domingo, 24 de julho de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 17º Domingo do Tempo Comum - Ano C
O tema fundamental que a liturgia nos convida a reflectir, neste domingo, é o tema da oração. Ao colocar diante dos nossos olhos os exemplos de Abraão e de Jesus, a Palavra de Deus mostra-nos a importância da oração e ensina-nos a atitude que os crentes devem assumir no seu diálogo com Deus.
A primeira leitura sugere que a verdadeira oração é um diálogo “face a face”, no qual o homem – com humildade, reverência, respeito, mas também com ousadia e confiança – apresenta a Deus as suas inquietações, as suas dúvidas, os seus anseios e tenta perceber os projectos de Deus para o mundo e para os homens.
O Evangelho senta-nos no banco da “escola de oração” de Jesus. Ensina que a oração do crente deve ser um diálogo confiante de uma criança com o seu “papá”. Com Jesus, o crente é convidado a descobrir em Deus “o Pai” e a dialogar frequentemente com Ele acerca desse mundo novo que o Pai/Deus quer oferecer aos homens.
A segunda leitura, sem aludir directamente ao tema da oração, convida a fazer de Cristo a referência fundamental (neste contexto de reflexão sobre a oração, podemos dizer que Cristo tem de ser a referência e o modelo do crente que reza: quer na frequência com que se dirige ao Pai, quer na forma como dialoga com o Pai).
EVANGELHOLc 11,1-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Estava Jesus em oração em certo lugar.
Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos:
«Senhor, ensina-nos a orar,
como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus:
«Quando orardes, dizei:
‘Pai,
santificado seja o vosso nome;
venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados,
porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende;
e não nos deixeis cair em tentação’».
Disse-lhes ainda:
«Se algum de vós tiver um amigo,
poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer:
‘Amigo, empresta-me três pães,
porque chegou de viagem um dos meus amigos
e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro:
‘Não me incomodes;
a porta está fechada,
eu e os meus filhos estamos deitados
e não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo:
Se ele não se levantar por ser amigo,
ao menos, por causa da sua insistência,
levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo:
Pedi e dar-se-vos-á;
procurai e encontrareis;
batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe;
quem procura encontra
e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe,
em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus,
sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais o Pai do Céu
dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
AMBIENTE
Continuamos, ainda, nesse “caminho de Jerusalém” – quer dizer, a percorrer esse caminho espiritual que prepara os discípulos para se assumirem, plenamente, como testemunhas do Reino. A catequese que, neste contexto, Jesus apresenta aos discípulos é, hoje, sobre a forma de dialogar com Deus.
Lucas é o evangelista da oração de Jesus. Ele refere a oração de Jesus no Baptismo (cf. Lc 3,21), antes da eleição dos Doze (cf. Lc 6,12), antes do primeiro anúncio da paixão (cf. Lc 9,18), no contexto da transfiguração (cf. Lc 9,28-29), após o regresso dos discípulos da missão (cf. Lc 10,21), na última ceia (cf. Lc 22,32), no Getsemani (cf. Lc 22,40-46), na cruz (cf. Lc 23,34.46). Em geral, a oração é o espaço de encontro de Jesus com o Pai, o momento do discernimento do projecto do Pai.
O texto que hoje nos é proposto apresenta-nos Jesus a orar ao Pai e a ensinar aos discípulos como orar ao Pai. Não se trata tanto de ensinar uma fórmula fixa, que os discípulos devem repetir de memória, mas mais de propor um “modelo”. De resto, o “Pai nosso” conservado por Lucas é um tanto diferente do “Pai nosso” conservado por Mateus (cf. Mt 6,9-13) – o que pode explicar-se por tradições litúrgicas distintas. A versão de Mateus condiz com um meio judeo-cristão, enquanto que a de Lucas – mais breve e com menos embelezamentos litúrgicos – está mais próxima (provavelmente) da oração original. Nenhuma destas versões pretende, na realidade, reproduzir literalmente as palavras de Jesus, mas mostrar às comunidades cristãs qual a atitude que se deve assumir no diálogo com Deus.
MENSAGEM
Como é que os discípulos devem, então, rezar? Lucas refere-se a dois aspectos que devem ser considerados no diálogo com Deus. O primeiro diz respeito à “forma”: deve ser um diálogo de um filho com o Pai; o segundo diz respeito ao “assunto”: o diálogo incidirá na realização do plano do Pai, no advento do mundo novo.
Tratar Deus como “Pai” não é novidade nenhuma. No Antigo Testamento, Deus é “como um pai” que manifesta amor e solicitude pelo seu Povo (cf. Os 11,1-9). No entanto, na boca de Jesus, a palavra “Pai” referida a Deus não é usada em sentido simbólico, mas em sentido real: para Jesus, Deus não é “como um pai”, mas é “o Pai”.
A própria linguagem com que Jesus Se dirige a Deus mostra isto: a expressão “Pai” usada por Jesus traduz o original aramaico “abba” (cf. Mc 14,36), tomada da maneira comum e familiar como as crianças chamavam o seu “papá”. Ao referir-se a Deus desta forma, Jesus manifesta a intimidade, o amor, a comunhão de vida, que o ligam a Deus.
No entanto, o aspecto mais surpreendente reside no facto de Jesus ter aconselhado os seus discípulos a tratarem a Deus da mesma forma, admitindo-os à comunhão que existe entre Ele e Deus. Porque é que os discípulos podem chamar “Pai” a Deus? Porque, ao identificarem-se com Jesus e ao acolherem as propostas de Jesus, eles estabelecem uma relação íntima com Deus (a mesma relação de comunhão, de intimidade, de familiaridade que unem Jesus e o Pai). Tornam-se, portanto, “filhos de Deus”.
Sentir-se “filho” desse Deus que é “Pai” significa outra coisa: implica reconhecer a fraternidade que nos liga a uma imensa família de irmãos. Dizer a Deus “Pai” implica sair do individualismo que aliena, superar as divisões e destruir as barreiras que impedem de amar e de ser solidários com os irmãos, filhos do mesmo “Pai”.
Desta forma, Cristo convida os discípulos a assumirem, na sua relação e no seu diálogo com Deus, a mesma atitude de Jesus: a atitude de uma criança que, com simplicidade, se entrega confiadamente nas mãos do pai, acolhe naturalmente a sua ternura e o seu amor e aceita a proposta de intimidade e de comunhão que essa relação pai/filho implica; convida, também, os discípulos a assumirem-se como irmãos e a formarem uma verdadeira família, unida à volta do amor e do cuidado do “Pai”.
Definida a “atitude”, falta definir o “assunto” ou o “tema” da oração. Na perspectiva de Jesus, o diálogo do crente com Deus deve, sobretudo, abordar o tema do advento do Reino, do nascimento desse mundo novo que Deus nos quer oferecer. A referência à “santificação do nome” expressa o desejo de que Deus se manifeste como salvador aos olhos de todos os povos e o reconhecimento por parte dos homens, da justiça e da bondade do projecto de Deus para o mundo; a referência à “vinda do Reino” expressa o desejo de que esse mundo novo que Jesus veio propor se torne uma realidade definitivamente presente na vida dos homens; a referência ao “pão de cada dia” expressa o desejo de que Deus não cesse de nos alimentar com a sua vida (na forma do pão material e na forma do pão espiritual); a referência ao “perdão dos pecados” pede que a misericórdia de Deus não cesse de derramar-se sobre as nossas infidelidades e que, a partir de nós, ela atinja também os outros irmãos que falharam; a referência à “tentação” pede que Deus não nos deixe seduzir pelo apelo das felicidades ilusórias, mas que nos ajude a caminhar ao encontro da felicidade duradoura, da vida plena…
Duas parábolas finais completam o quadro. O acento da primeira (vers. 5-8) não deve ser posto tanto na insistência do “amigo importuno”, mas mais na acção do amigo que satisfaz o pedido; o que Jesus pretende dizer é: se os homens são capazes de escutar o apelo de um amigo importuno, ainda mais Deus atenderá gratuitamente aqueles que se Lhe dirigem. A segunda parábola (vers. 9-13) convida à confiança em Deus: Ele conhece-nos bem e sabe do que necessitamos; em todas as circunstâncias Ele derramará sobre nós o Espírito, que nos permitirá enfrentar todas as situações da vida com a força de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar, na reflexão, os seguintes desenvolvimentos:
¨ O Evangelho de Lucas sublinha o espaço significativo que Jesus dava, na sua vida, ao diálogo com o Pai – nomeadamente, antes de certos momentos determinantes, nos quais se tornava particularmente importante o cumprimento do projecto do Pai. Na minha vida, encontro espaço para esse diálogo com o Pai? Na oração, procuro “sentir o pulso” de Deus a propósito dos acontecimentos com que me deparo, de forma a conhecer o seu projecto para mim, para a Igreja e para o mundo?
¨ A forma como Jesus Se dirige a Deus mostra a existência de uma relação de intimidade, de amor, de confiança, de comunhão entre Ele e o Pai (de tal forma que Jesus chama a Deus “papá”); e Ele convida os seus discípulos a assumirem uma atitude semelhante quando se dirigem a Deus… É essa a atitude que eu assumo na minha relação com Deus? Ele é o “papá” a quem amo, a quem confio, a quem recorro, com quem partilho a vida, ou é o Deus distante, inacessível, indiferente?
¨ A minha oração é uma oração egoísta, de “pedinchice” ou é, antes de mais, um encontro, um diálogo, no qual me esforço para escutar Deus, por estar em comunhão com Ele, por perceber os seus projectos e acolhê-los?
¨ A minha oração é uma “negociata” entre dois parceiros comerciais (“dou-te isto, se me deres aquilo”) ou é um encontro com um amigo de quem preciso, a quem amo e com quem partilho as preocupações, os sonhos e as esperanças?
BILHETE DE EVANGELHO.
Nós não pedimos a mesma coisa a um pai, a um filho, a um amigo, a um vizinho, ao chefe da empresa. A oração dirige-se a Deus que chamamos “Pai” (“Abba” em arameu, palavra cuja melhor tradução seria “Paizinho querido”). Não se trata de pedir qualquer coisa sem mais ao nosso Pai. Jesus indica-nos os objectos do nosso pedido. Primeiro, que Deus seja reconhecido como Deus e que o seu projecto de amor sobre o mundo seja posto em acção. Em seguida, pedimos-lhe aquilo que é vital para nós: o alimento para viver, o perdão para amar, a liberdade para permanecer de pé. Eis os pedidos essenciais. Então, não hesitemos em insistir de todos os modos: se Lhe pedimos isso, Ele não pode ficar surdo.
À ESCUTA DA PALAVRA.
O “Pai Nosso” é a única oração que Jesus ensinou aos seus discípulos. É também a própria oração de Jesus. “Senhor, ensina-nos a orar”. Como ensinar os outros a rezar, se nós próprios não rezamos? Jesus foi buscar à sua experiência a oração que deu aos seus discípulos. Assim, dizemos palavras que o próprio Jesus diz connosco. A sua oração e a nossa oração são uma única e mesma súplica. Jesus está sempre vivo para interceder em nosso favor. Cada dia, Jesus reza connosco a seu Pai e nosso Pai. Hoje, coloca-se o acento numa oração de louvor e acção de graças. A oração de pedido não é tão valorizada. Porém, a oração que Jesus ensina aos seus discípulos é, antes de mais, uma oração de pedido. O verbo “pedir” aparece seis vezes na passagem de hoje (ver no Evangelho). A experiência parece dizer que os nossos pedidos não são atendidos. Mas Jesus dá-nos uma chave de leitura: é o Espírito Santo que o Pai nos quer dar, o Amor infinito. Trata-se, portanto, de pedir, antes de mais, que este Amor infinito nos modele cada vez mais profundamente, para que aprendamos a ver como Deus nos vê, a amar como Ele nos ama. Ora, entrar numa aventura de amor exige paciência, e também renúncia a nós mesmos para nos abrirmos cada vez mais ao outro. Na realidade, aí está todo o sentido da nossa vida. Nós somos muitas vezes impacientes, ficamos no imediato, na superfície das coisas. Deus olha o coração, vai além das aparências, numa confiança total. Caminho exigente, este que nos conduzirá para além de nós próprios, até à Casa do Nosso Pai.
PALAVRA PARA O CAMINHO…
Como se fosse a primeira vez… Como os discípulos, coloquemo-nos sem cessar na escola de Jesus para rezar. Reaprender d’Ele o sentido e a força das palavras que Ele nos deixou. Redizê-las, saboreá-las e deixar que elas nos transformem… Nesta semana, procuremos rezá-las como se fizéssemos uma primeira descoberta recebendo-as da própria boca de Jesus. Rezar o Pai Nosso como se fosse a primeira vez…
e/ou nos vídeos AQUI AQUI.

«Batei à porta e abrir-se-vos-á»
Nosso Senhor fez-me uma revelação sobre a oração, e vi que ela assenta em duas condições: a retidão e uma confiança firme. Muitas vezes, a nossa confiança não é total. Não temos a certeza de que Deus nos escuta, pois achamos que somos indignos e além disso não sentimos nada. Muitas vezes, sentimo-nos tão secos e estéreis depois de rezarmos como nos sentíamos antes. A nossa fraqueza vem desta consciência de sermos tontos que eu própria já experimentei. Nosso Senhor apresentou-me tudo isso de repente ao espírito e disse-me: «Eu sou a origem da tua súplica. Sou Eu que quero dar-te esse dom e faço com que tu o queiras: incito-te a pedir e tu pedes; como é possível, pois, que não obtenhas o que pedes?».
Deste modo, Nosso Senhor deu-me grande conforto. […] Quando me disse: «e tu pedes», mostrou-me a satisfação que Lhe dão as nossas súplicas e a recompensa infinita que nos dará pela nossa oração. Quando declarou: «como é possível que não obtenhas o que me pedes?», é como se fosse uma impossibilidade não recebermos a graça e a misericórdia quando a pedimos. Com efeito, Nosso Senhor já encomendou para nós eternamente tudo aquilo que nos leva a pedir. Por aqui podemos ver que a causa da bondade que Ele tem por nós não é a nossa súplica […]: «Eu sou a origem da tua súplica». […]
A oração é um ato deliberado, verdadeiro e perseverante da nossa alma, que se une e se liga à vontade de Nosso Senhor por obra suave e secreta do Espírito Santo. Parece-me que Nosso Senhor recebe pessoalmente a nossa oração e, tomando-a com grande reconhecimento e alegria, leva-a para o Céu e deposita-a num tesouro onde ela jamais perecerá. Ela aí fica, em face de Deus e de todos os santos, continuamente recebida, a ajudar-nos continuamente nas nossas necessidades. E, quando entrarmos na bem-aventurança, ser-nos-á devolvida, contribuindo para a nossa alegria, com um agradecimento infinito e glorioso de Deus.
Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa, Revelações do amor divino, cap. 41

sábado, 23 de julho de 2022

(in)PRENSA semanal (16-07-2022 a 22-07-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.



Tio em França, homem do lixo, dois prémios raros: Laura Gonçalves em entrevista
Desespero na Ucrânia por causa da demissão de Boris
Fogos florestais enlouquecem os canais de TV em Portugal
Finanças perdoaram dívida de mais de um milhão de euros e ignoraram ordem do diretor-geral
Paradigma da covid mudou: com a nova subvariante, não interessa se a pessoa já esteve infectada
“Temos que ter capacidade de atuar quando as pessoas mais precisam de nós”
Putin apela à superação das "dificuldades colossais" na tecnologia devido a sanções
Efeitos perversos do dinheiro
Venezuela exige pagamento antecipado para entregar petróleo à Europa - e deixa um desafio a Portugal
"Aqui há petróleo para 100 anos", mas a Venezuela só vende se o dinheiro não ficar bloqueado como no Novo Banco. Que comparação é esta?
Refugiados ucranianos com VIH, hepatite ou tuberculose vão ser acompanhados nas idas às consultas hospitalares
China ameaça tomar “medidas fortes e determinadas” se Pelosi visitar Taiwan
“Já não se trata apenas de Donetsk e Luhansk”. Rússia quer ficar com o Sul da Ucrânia
Chechénia pronta para destruir o Ocidente, enquanto a CIA diz que Putin está “demasiado saudável”

segunda-feira, 18 de julho de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 16º Domingo do Tempo Comum - Ano C
As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir o tema da hospitalidade e do acolhimento. Sugerem, sobretudo, que a existência cristã é o acolhimento de Deus e das suas propostas; e que a acção (ainda que em favor dos irmãos) tem de partir de um verdadeiro encontro com Jesus e da escuta da Palavra de Jesus. É isso que permite encontrar o sentido da nossa acção e da nossa missão.
A primeira leitura propõe-nos a figura patriarcal de Abraão. Nessa figura apresenta-se o modelo do homem que está atento a quem passa, que partilha tudo o que tem com o irmão que se atravessa no seu caminho e que encontra no hóspede que entra na sua tenda a figura do próprio Deus. Sugere-se, em consequência, que Deus não pode deixar de recompensar quem assim procede.
No Evangelho, apresenta-se um outro quadro de hospitalidade e de acolhimento de Deus. Mas sugere-se que, para o cristão, acolher Deus na sua casa não é tanto embarcar num activismo desenfreado, mas sentar-se aos pés de Jesus, escutar as propostas que, n'Ele, o Pai nos faz e acolher a sua Palavra.
A segunda leitura apresenta-nos a figura de um apóstolo (Paulo), para quem Cristo, as suas palavras e as suas propostas são a referência fundamental, o universo à volta do qual se constrói toda a vida. Para Paulo, o que é necessário é "acolher Cristo" e construir toda a vida à volta dos seus valores. É isso que é preponderante na experiência cristã.
EVANGELHO - Lc 10,38-42
Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus entrou em certa povoação
e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria,
que, sentada aos pés de Jesus,
ouvia a sua palavra.
Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço.
Interveio então e disse:
«Senhor, não Te importas
que minha irmã me deixe sozinha a servir?
Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe:
«Marta, Marta,
andas inquieta e preocupada com muitas coisas,
quando uma só é necessária.
Maria escolheu a melhor parte,
que não lhe será tirada».
AMBIENTE
Este episódio situa-nos numa aldeia não identificada, em casa de duas irmãs (Marta e Maria). Estas duas irmãs são, provavelmente, as mesmas Marta e Maria, irmãs de Lázaro, referidas em Jo 11,1-40 e Jo 12,1-3. Se assim for, a acção passa-se em Betânia, uma pequena aldeia situada na encosta oriental do Monte das Oliveiras, a cerca de 3 quilómetros de Jerusalém. Continuamos, de qualquer forma, a percorrer esse "caminho de Jerusalém", durante o qual Jesus vai revelando aos seus discípulos os projectos do Pai e os vai preparando para o testemunho do Reino.
MENSAGEM
Estamos no contexto de um banquete. Não se diz se havia muitos ou poucos convidados; o que se diz é que uma das irmãs (Marta) andava atarefada "com muito serviço" (vers. 40), enquanto a outra (Maria) "sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua Palavra" (vers. 39). Marta, naturalmente, não se conformou com a situação e queixou-se a Jesus pela indiferença da irmã. A resposta de Jesus (vers. 41-42) constitui o centro do relato e dá-nos o sentido da catequese que, com este episódio, Lucas nos quer apresentar: a Palavra de Jesus deve estar acima de qualquer outro interesse.
Há, neste texto, um pormenor que é preciso pôr em relevo. Diz respeito à "posição" de Maria: "sentada aos pés de Jesus". É a posição típica de um discípulo diante do seu mestre (cf. Lc 8,35; Act 22,3). É uma situação surpreendente, num contexto sociológico em que as mulheres tinham um estatuto de subalternidade e viam limitados alguns dos seus direitos religiosos e sociais; por isso, nenhum "rabbi" da época se dignava aceitar uma mulher no grupo dos discípulos que se sentavam aos seus pés para escutar as suas lições. Lucas (que, na sua obra, procura dizer que Jesus veio libertar e salvar os que eram oprimidos e escravizados, nomeadamente as mulheres) mostra, neste episódio, que Jesus não faz qualquer discriminação: o facto decisivo para ser seu discípulo é estar disposto a escutar a sua Palavra.
Muitas vezes, este episódio foi lido à luz da oposição entre acção e contemplação; no entanto, não é bem isso que aqui está em causa... Lucas não está, nesta catequese, a explicar que a vida contemplativa é superior à vida activa; está é a dizer que a escuta da Palavra de Jesus é o mais importante para a vida do crente, pois é o ponto de partida da caminhada da fé. Isto não significa que o "fazer coisas", que o "servir os irmãos" não seja importante; mas significa que tudo deve partir da escuta da Palavra, pois é a escuta da Palavra que nos projecta para os outros e nos faz perceber o que Deus espera de nós.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão e actualização, ter em conta as seguintes linhas:
• O nosso tempo vive-se a uma velocidade estonteante... Para ganhar uns minutos, arriscamos a vida porque "tempo é dinheiro" e perder um segundo é ficar para trás ou deixar acumular trabalho que depois não conseguimos "digerir". Mudamos de fila no trânsito da manhã vezes incontáveis para ganhar uns metros, passamos semáforos vermelhos, comemos de pé ao lado de pessoas para quem nem olhamos, chegamos a casa derreados, enervados, vencidos pelo cansaço e pelo stress, sem tempo e sem vontade de brincar com os filhos ou de lhes ler uma história e dormimos algumas horas com a consciência de que amanhã tudo vai ser igual... Claro que estas são as exigências da vida moderna; mas, como é possível, neste ritmo, guardar tempo para as coisas essenciais? Como é possível encontrar espaço para nos sentarmos aos pés de Jesus e escutarmos o que Ele tem para nos propor?
• Nas nossas comunidades cristãs e religiosas, encontramos pessoas que fazem muitas coisas, que se dão completamente à missão e ao serviço dos irmãos, que não param um instante... É óptimo que exista esta capacidade de doação, de entrega, de serviço; mas não nos podemos esquecer que o activismo desenfreado nos aliena, nos massacra e asfixia. É preciso encontrar tempo para escutar Jesus, para acolher e "ruminar" a Palavra, para nos encontrarmos com Deus e connosco próprios, para perceber os desafios que Deus nos lança. Sem isso, facilmente perdemos o sentido das coisas e o sentido da missão que nos é proposta; sem isso, facilmente passamos a agir por nossa conta, passando ao lado do que Deus quer de nós.
• Esta época do ano - tempo de férias, de evasão, de descanso - é um tempo privilegiado para invertermos a marcha alienante que nos massacra. Que este tempo não seja mais uma corrida desenfreada para lugar nenhum, mas um tempo de reencontro connosco, com a nossa família, com os nossos amigos, com Deus e com as nossas prioridades. A oração e a escuta da Palavra podem ajudar-nos a recentrar a nossa vida e a redescobrir o sentido da nossa existência.
• Qual é a nossa perspectiva da hospitalidade e do acolhimento? Esta leitura sugere que o verdadeiro acolhimento não se limita a abrir a porta, a sentar a pessoa no sofá, a ligar a televisão para que ela se entretenha sozinha, e a correr para a cozinha para lhe preparar um banquete opíparo; mas o verdadeiro acolhimento passa por dar atenção àquele que veio ao nosso encontro, escutá-lo, partilhar com ele, a fazê-lo sentir o quanto nos preocupamos com aquilo que ele sente...
• A atitude de Jesus - que, contra os costumes da época, aceita Maria como discípula - faz-nos, mais uma vez, pensar nas discriminações que, na Igreja e fora dela, existem, nomeadamente em relação às mulheres. Fará algum sentido qualquer tipo de discriminação, à luz das atitudes que Jesus sempre tomou?
BILHETE DE EVANGELHO.
O que apreciamos numa refeição entre amigos não é, antes de mais, que o molho esteja bom ou que a toalha esteja bem posta, mas a qualidade da partilha, a escuta de cada um, a sinceridade dos sentimentos. Marta, recebendo Jesus, parece pensar apenas no que pode fazer para bem O acolher. Não arrisca, desse modo, esquecer o seu hóspede com tudo o que Ele é e tudo o que tem para dizer? Muitas vezes, opôs-se a acção à contemplação. Marta é activa, mas não reserva o tempo para escutar. Maria escuta para poder pôr em prática a Palavra de Deus proferida por Jesus: nisso é uma verdadeira discípula. Quando agimos, não esqueçamos o essencial: o crescimento do nosso ser e o respeito do ser dos outros.
À ESCUTA DA PALAVRA.
Esta página de Evangelho serviu, muitas vezes, para distinguir a vida activa, simbolizada por Marta, e a vida contemplativa, simbolizada por Maria. Jesus rebaixaria a primeira para ressaltar a segunda... Mas esta distinção não estava, certamente, nem no espírito de Jesus nem de São Lucas! Como compreender a resposta de Jesus: "Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada"? Uma primeira coisa a dizer é que Jesus não despreza o trabalho de Marta. Ele apreciou a refeição que ela tão bem preparou. Mas Ele quer chamar a atenção para uma "hierarquia de valores": "O homem não vive só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus". O pão para o corpo é indispensável, a Palavra de Deus é ainda mais vital para aquele que quer encontrar o verdadeiro sentido da sua vida. As grandes testemunhas do amor concreto, ao longo da história da Igreja, compreenderam bem que a fecundidade da sua acção decorria, antes de mais, da intimidade que tinham com o Senhor. A autenticidade da nossa contemplação verifica-se pela qualidade do nosso empenho na construção de relações fraternas, para amar como Deus nos ama. Colocar-nos na escuta da Palavra de Deus, bem longe de nos fazer sair do mundo real, reenvia-nos à nossa vida quotidiana. É à luz de Jesus que poderemos colocar-nos a escutar verdadeiramente os outros, a acolhê-los como Ele nos acolhe. Em todos os seus encontros, Jesus manifesta total disponibilidade para cada um, como se a pessoa encontrada fosse única no mundo. Ele quer dar-Se a Si próprio, porque o seu Pai Se dá primeiro a Ele. Assim, reservar tempo para escutar a Palavra, para nos retirarmos no segredo do nosso coração e para rezar, não é perder tempo. É enraizar a nossa acção no único "terreno" capaz de a vivificar verdadeiramente, para que ela dê fruto na vida eterna. Não é preciso opor Marta e Maria, mas uni-las, vivificar o serviço de uma pela escuta atenta da outra. O tempo do verão é propício para nos convidar a viver a esta luz...
PALAVRA PARA O CAMINHO...
O acolhimento de Maria ou o de Maria? Qual será o nosso acolhimento nesta semana, para aqueles que vamos encontrar e que são Cristo no nosso caminho? Deixarmo-nos absorver, como Marta, por tudo aquilo que vamos fazer para eles? Ou antes, ao jeito de Maria, procurar partilhar um tempo gratuito com eles, sentarmo-nos, parar um pouco para os escutar?...


e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Perdoai-nos as nossas ofensas»
«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» Reparemos, irmãs, que não disse «como perdoaremos», para nos dar a entender que quem […] já pôs a sua vontade na de Deus, isto já deve ter feito. […] Assim, quem deveras tiver dito ao Senhor esta palavra: «seja feita a vossa vontade», tudo isto há-de ter feito, ao menos com a determinação.
Vede aqui como os santos se alegravam com as injúrias e perseguições, porque assim tinham alguma coisa a apresentar ao Senhor quando Lhe pediam. Que fará uma tão pobre como eu, que tão pouco tenha tido a perdoar, e tanto que se lhe perdoe? Coisa é esta, irmãs, para olharmos muito a ela: uma coisa tão grave e de tanta importância como é o perdoar-nos Nosso Senhor as nossas culpas […] com coisa tão pequena, como é o nós perdoarmos. E ainda destas pequenezes tenho tão pouco a oferecer, que a troco de nada me haveis de perdoar, Senhor! Aqui tem lugar a vossa misericórdia. Bendito sejais Vós, por me sofrerdes, a mim, tão pobre! […]
Não façam caso dumas coisitas a que chamam agravos, [que] parece que fazemos como as crianças, casas de palhinhas, com esses pontos de honra! […] Chegaremos até a pensar que temos feito muito se perdoarmos uma coisita destas, que nem era agravo, nem injúria, nem nada; e tal como quem tem feito alguma coisa, viremos pedir ao Senhor que nos perdoe, pois temos perdoado! Dai-nos, meu Deus, a entender que não nos entendemos, e que estamos com as mãos vazias, e perdoai-nos Vós por vossa misericórdia!
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja, O Caminho de Perfeição, cap. 36, 1-6 (Paço d'Arcos, Edições Carmelo, 2000).