"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sábado, 30 de junho de 2018

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.


Tribunal do Vaticano condena sacerdote acusado de pedofilia a cinco anos de prisão
Tsipras respira de alívio (apesar da gravata) após “histórico” acordo sobre dívida
Costa trava alívio dos combustíveis (e PSD ainda pode chumbar proposta)
Imigração nos EUA. Mãe volta a abraçar o filho depois de um mês separados
China e UE avisam que guerra comercial pode provocar recessão global
Quo Vadis, Europa?
Os mais terríveis ditadores genocidas têm um incompreensível lado fofinho
Que fazer com a islamização da Europa?
Quintino Aires furioso com Salvador Sobral: "Palhaço com cara de rato"
Tolentino Mendonça nomeado para o Arquivo Secreto do Vaticano
Papa chama padre Tolentino Mendonça ao Vaticano e eleva-o a arcebispo
Casa Pia. Carlos Cruz vence recurso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
Manuela Ferreira Leite no Parlamento: "Não é possível pagar a dívida"
ColômbiaGuerra às plantações de cocaína vai usar drones
D. José Tolentino Mendonça assume intenção de “servir a Igreja na Cultura
Porto recebe “Faith’s Night Out”
Habitação. Voltar para casa dos pais depois dos 30 anos
Miguel Sousa Tavares: “Sem uma solução europeia, acho que a Europa vai implodir”
Nova fuga de informação revela mais segredos financeiros de Lionel Messi, da família Cartier e do Presidente da Argentina
O Japão já ganhou o Mundial (pelo menos no que toca a dar o exemplo)
O Brexit é irreversível (e já tem data e hora marcadas)
“Professores furiosos? Não me parece tanto assim”, diz Centeno
PJ faz 70 buscas no PS e PSD por suspeitas de corrupção
A lição de História que Marcelo deu a Trump
Uma imagem surpreendente, um cerrar de dentes e um dedo em riste: fotogaleria do dia em que Marcelo se reuniu com Trump
Migrações. António Vitorino na corrida por um dos trabalhos mais difíceis do mundo
António Vitorino eleito diretor-geral da OIM por aclamação
O país suspenso em 90 minutos mais descontos "A febre de sábado à noite"
Encontro “caloroso” com Trump (e Marcelo vence no aperto de mão)
Alunos reprovados poderão impugnar notas dadas por serviços mínimos
Netanyahu usa Ronaldo para apelar a uma “revolução” no Irão
Há um super-vulcão a formar-se por baixo dos EUA (com consequências imprevisíveis)
Oitavos já estão definidos. Simule o caminho de cada selecção até à final do mundial
Portugal em risco
Plano europeu para as migrações. Centros para resgatados e plataformas de desembarque
Pentecostes contra os tribalistas de Babel
Cardinalato foi “carícia de Nossa Senhora”, disse o Papa a D. António Marto
Novo cardeal exorta Portugal a “prestar mais atenção aos mais esquecidos”
Avenças fictícias alimentavam "saco azul" de autarcas do PSD
Uma só árvore “mágica” produz mais de 40 variedades de fruta
Há um asteróide 9 vezes maior do que Portugal a caminho da Terra
Bancos obrigados a refletirem taxa negativa nos créditos à habitação
Ecumenismo e proselitismo
'Apertão' de Marcelo a Trump não passou despercebido 'lá fora'

quinta-feira, 28 de junho de 2018

LIVRO&LEITURA: Construir o Homem e o Mundo

"Este livro de Michel Quoist tornou-se um de meus livros de cabeceira. Posso dizer que ele "moldou" a minha formação espiritual e humana em muitos pontos". Para saber mais clicar AQUI e AQUI.

terça-feira, 26 de junho de 2018

ATENÇÃO/REFLEXÃO/MEDITAÇÃO: Pensamentos

* «Sem sacrifício não se faz nada de belo e de grande na vida.» - Lamnais

* «Toda a água dos rios jamais conseguirá lavar a mão de um homicida» - Ésquilo.

* «Julgo que não sou capaz de odiar. Através de uma longa disciplina baseada na oração, há muitos anos que procurei amar a todos» - M. Gandhi 

* «Busquemos mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa» - João XXIII

* « O optimista vê uma luz talvez onde ela não existe. Mas porque é que o pessimista corre imediatamente a apaga-la?» - M. Saint-Pierre

* « Uma criança que nasce é a opinião de Deus de que o mundo deve continuar.» - C. Sandburg

* « A Bíblia é a carta de navegação de cada pessoa e dos povos. Indica de onde vem, quem se é e para onde vai.» - G. La Pira

* «Quando calunias os outros, és um ladrão porque lhe roubas a serenidade e a paz.» - C. Cantú




domingo, 24 de junho de 2018

PALAVRA de DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!






Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética" AQUI

2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial" AQUI

3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro" AQUI
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7. Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8. Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.

Então:


Nascimento de São João Baptista - Solenidade
Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.80.
Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho.
Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela.
Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas a mãe interveio e disse: «Não, Ele vai chamar-se João».
Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome».
Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse.
O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.
Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.
Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos.
Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.
O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel.


«Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30)
Com razão pode João Batista dizer de Nosso Senhor: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30), porque ainda hoje tem lugar o que essa afirmação nos diz; com efeito, os dias começam a crescer quando nasce o nosso Salvador, e a diminuir quando João nasce […], ou seja, o dia fica mais comprido logo que nos nasce o Salvador, e mais pequeno quando nasce o último dos profetas, pois está escrito: «A Lei e os Profetas subsistiram até João» (Lc 16,16). Era pois inevitável que a observância da Lei mergulhasse nas trevas no momento em que começasse a brilhar a graça do Evangelho, e que às profecias do Antigo Testamento se sucedesse a glória do Novo. […]
Diz ainda o evangelista a propósito do Senhor Jesus Cristo que Ele «era a Luz verdadeira que […] a todo o homem ilumina» (Jo 1,9). […] Foi no momento em que a duração da noite ultrapassava a do dia que, de repente, a vinda do Senhor projetou todo o seu esplendor; e se o seu nascimento afastou dos homens as trevas do pecado, a sua vinda pôs fim à noite e trouxe-lhes a luz do dia claro. […]
De João, o Senhor diz que é uma lâmpada: «João era uma lâmpada ardente e luminosa» (Jo 5,35). Ora, a luz da lâmpada empalidece quando começam a brilhar os primeiros raios do sol; a sua chama perde força, vencida pelo esplendor duma luz muito mais radiosa, e qual será o homem sensato que quererá servir-se duma lâmpada em sol aberto? […] Da mesma maneira, quem estará disposto a receber o batismo de arrependimento de João (Mc 1,4), quando o de Jesus lhe traz a salvação?

 

sábado, 23 de junho de 2018

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.


Portugal invade Times Square com onda gigante
Europa: tirar aos pobres para dar aos ricos?
Novos cardeais para um novo papa
EUA alertam para perigo de atentados terroristas em Portugal
https://zap.aeiou.pt/eua-alertam-perigo-atentados-portugal-206404
Professores são uma “bomba relógio” que preocupa Marcelo
A Antártida perdeu um bilião de toneladas de gelo entre 2012 e 2017
e
Banca, futebol e construção civil. O trio da nossa desgraça
Infantilização, o (novo) ópio do povo /
Papa compara alguns abortos a um eugenismo de "luvas brancas"
Alegres dias de praia
Assentar os pés na terra
Igreja ao ataque na defesa dos refugiados
Freira à baliza e cardeal à defesa. Só lhes falta um ponta-de-lança
Há menos migrantes a atravessar o Mediterrâneo
Marcelo orgulhoso de ser Presidente
Conflito Governo/Professores: “Costa está nitidamente a esticar a corda”
O preço da demagogia
Cardeal O’Malley elogia educação católica contra “cultura das celebridades”
Por detrás do Nautilus
Centenas de crianças separadas dos pais imigrantes em celas no Texas. E até Melania detesta
Cadilhe defende indemnização à Caixa para evitar fecho de balcões
Miguel Cadilhe desafia PSD a deixar de “assobiar para o lado” na causa do interior
Migrantes do Aquarius deram “lição de civismo” na chegada a Valência
Ó Evaristo, tens cá Visto?
Ser religioso aumenta a esperança média de vida
"Tem dez minutos para se despedir dos seus filhos"
"Quero ir com a minha tia", o desespero das crianças afastadas dos pais nos EUA
Melania Trump quebra o silêncio e critica a política de separar as famílias imigrantes na fronteira
Melania Trump "não gosta" de ver famílias separadas na fronteira
Estados Unidos vão abandonar o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas
e
Bloomberg: Portugal melhor que Itália graças às reformas e ao BCE
Merkel – e a UE – em dificuldades
Os órfãos de Trump
Governo tem “fotos chocantes” tiradas na Queima das Fitas do Porto
Praga de percevejos no Porto e em Lisboa é uma bomba-relógio
Novo estudo explica o que matou Bobby Kennedy
Tarefas urgentes para antifascistas
Civilização e barbárie
O eixo franco-alemão na UE funciona
Portugal é "um país de recuo" das redes jihadistas
Imigração: contra a crueldade, política.
A semente do mal
O próximo presidente do Sporting vai precisar de 60 milhões
Ministro da Educação faltou a debate no Parlamento para ir ver a Selecção na Rússia
Espanha vai acabar com portagens nas autoestradas
Alemanha impediu atentado com uma “bomba biológica”
A fraca subida dos salários
Rebeldia
Simpósio Internacional procura novas formas de dizer “Fátima"
Papa quer igrejas unidas na evangelização

terça-feira, 19 de junho de 2018

segunda-feira, 18 de junho de 2018

MÚSICA: "The Moon"

Filmado no belo Rancho Kualoa em Oah'u, Hawai'i, este vídeo Live Outside apresenta Taimane a tocar a sua composição original, "The Moon", ao lado de Windy Weather (violino) e Jasmine "Jazzy" Skurtu (guitarra). "Nascer e crescer no Havaí, é difícil não me inspirar na natureza que me rodeia", afirma Taimane. “Essa música veio ter comigo numa noite quando estava deitada no quintal com o meu cachorro,  a olhar para a lua e a imaginar o que ela estaria a sentir. Fiz o meu melhor para personificar a sua essência, quem ela é, e a música surgiu ”.
Com um clique AQUI, deixe que esta canção encantadora o(a) leve à lua e mais além com um coração cheio de paz.

domingo, 17 de junho de 2018

PALAVRA de DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética" AQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial" AQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro" AQUI
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7. Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8. Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.

Então:
Tema do 11º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 11º Domingo do Tempo Comum convida-nos a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança. Deus, fiel ao seu plano de salvação, continua, hoje como sempre, a conduzir a história humana para uma meta de vida plena e de felicidade sem fim.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel assegura ao Povo de Deus, exilado na Babilónia, que Deus não esqueceu a Aliança, nem as promessas que fez no passado. Apesar das vicissitudes, dos desastres e das crises que as voltas da história comportam, Israel deve continuar a confiar nesse Deus que é fiel e que não desistirá nunca de oferecer ao seu Povo um futuro de tranquilidade, de justiça e de paz sem fim.
O Evangelho apresenta uma catequese sobre o Reino de Deus – essa realidade nova que Jesus veio anunciar e propor. Trata-se de um projecto que, avaliado à luz da lógica humana, pode parecer condenado ao fracasso; mas ele encerra em si o dinamismo de Deus e acabará por chegar a todo o mundo e a todos os corações. Sem alarde, sem pressa, sem publicidade, a semente lançada por Jesus fará com que esta realidade velha que conhecemos vá, aos poucos, dando lugar ao novo céu e à nova terra que Deus quer oferecer a todos.
A segunda leitura recorda-nos que a vida nesta terra, marcada pela finitude e pela transitoriedade, deve ser vivida como uma peregrinação ao encontro de Deus, da vida definitiva. O cristão deve estar consciente de que o Reino de Deus (de que fala o Evangelho de hoje), embora já presente na nossa actual caminhada pela história, só atingirá a sua plena maturação no final dos tempos, quando todos os homens e mulheres se sentarem à mesa de Deus e receberem de Deus a vida que não acaba. É para aí que devemos tender, é essa a visão que deve animar a nossa caminhada.
EVANGELHOMc 4, 26-34
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«O reino de Deus é como um homem
que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia,
enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga,
por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo mete a foice,
porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda:
«A que havemos de comparar o reino de Deus?
Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra,
é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer,
e torna-se a maior de todas as plantas da horta,
estendendo de tal forma os seus ramos
que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus
com muitas parábolas como estas,
conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas;
mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.

AMBIENTE
Na primeira parte do Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 1,14-8,30), Jesus é apresentado como o Messias que proclama o Reino de Deus. Marcos procura aí demonstrar como Jesus, com palavras e gestos, anuncia um mundo novo (o “Reino de Deus”), livre do egoísmo, da opressão, da injustiça e de tudo o que escraviza os homens e os impede de ter acesso à vida verdadeira.
Estamos na Galileia, nos primeiros tempos do anúncio do Reino. Uma grande multidão segue Jesus, a fim de escutar os seus ensinamentos (cf. Mc 3,7.20.32; 4,1). Para fazer chegar a todos a sua proposta, Jesus precisará de utilizar uma linguagem acessível, viva, questionadora, concreta, desafiadora, evocadora, pedagógica, que pudesse semear no coração dos ouvintes a consciência dessa nova e revolucionária realidade que Ele queria propor. É neste contexto que nos aparecem as “parábolas”.
As “parábolas” são uma linguagem habitual na literatura dos povos do Médio Oriente: o génio oriental gosta mais de falar e instruir através de imagens, de comparações, de alegorias, do que através de um discurso mais lógico, mais frio, mais racional. De resto, a linguagem parabólica tem várias vantagens em relação a um discurso mais racional e expositivo. Que vantagens?
Em primeiro lugar, é uma excelente arma de controvérsia. A linguagem figurada permite levar o interlocutor a admitir certos pontos que, de outro modo, nunca mereceriam a sua concordância. A parábola é, pois, um bom instrumento de diálogo, sobretudo em contextos polémicos (como era, quase sempre, o contexto em que Jesus pregava).
Em segundo lugar, a imagem ou comparação que caracteriza a linguagem parabólica é muito mais rica em força de comunicação e em poder de evocação, do que a simples exposição teórica. Talvez seja uma linguagem mais vaga e imprecisa, do ponto de vista racional; mas é mais profunda, mais carregada de sentido, mais evocadora e, por isso, “mexe” mais com os ouvintes.
Em terceiro lugar, porque a linguagem parabólica – muito mais do que outro tipo de linguagem – espicaça a curiosidade e incita à busca. Na sua simplicidade, torna-se um verdadeiro método pedagógico, que leva as pessoas a pensar por si, a medir os prós e os contras, a tirar conclusões, a interiorizar soluções e a integrá-las na própria vida. É uma linguagem que, mais do que injectar nas pessoas soluções feitas, as leva a reflectir e a tirar daí as devidas consequências. Trata-se, pois, de linguagem altamente subversiva: ensina o povo a pensar, a ser crítico, a descobrir onde está a verdade. Ora, isso é altamente incómodo para os defensores do mundo velho e da ordem estabelecida.
Uma linguagem tão sugestiva não podia ser ignorada por Jesus no seu anúncio do “Reino de Deus”. É neste contexto que devemos entender as duas parábolas que o Evangelho deste domingo nos apresenta.

MENSAGEM
A primeira parábola (vers. 26-29) é a do grão que germina e cresce por si só. A parábola refere a intervenção do agricultor apenas no acto de semear e no acto de ceifar. Cala, de propósito, qualquer menção às demais acções do agricultor: arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a impedem de crescer… Ao narrador interessa apenas que, entre a sementeira e a colheita, a semente vá crescendo e amadurecendo, sem que o homem intervenha para impedir ou acelerar o processo. A questão essencial não é o que o agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente. O resultado final não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. Desta forma, o narrador ensina que o Reino de Deus (a semente) é uma iniciativa divina: é Deus quem actua no silêncio da noite, no tumulto do dia ou na turbulência da história para que o Reino aconteça; e nenhum obstáculo poderá frustrar o seu plano. Provavelmente, a parábola é dirigida contra todas as posturas que pretendiam forçar a vinda do Reino – a dos zelotas que queriam instaurar o Reino através da violência das armas, a dos fariseus que pretendiam forçar o aparecimento do Reino com a obediência a uma disciplina legal, a dos apocalípticos que faziam cálculos precisos sobre a data da irrupção do Reino. Não adianta forçar o tempo ou os resultados: é Deus que dirige a marcha da história e que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu tempo e o seu projecto. Desta forma, a parábola convida à serenidade e à confiança nesse Deus que não dorme nem se demite e que não deixará de realizar, a seu tempo e de acordo com a sua lógica, o seu plano para os homens e para o mundo.
A segunda parábola (vers. 30-32) é a do grão de mostarda. O narrador pretende, fundamentalmente, pôr em relevo o contraste entre a pequenez da semente (a semente da mostarda negra tem um diâmetro aproximado de 1,6 milímetros e era a semente mais pequena, no entendimento popular palestino; a tradição judaica celebrava com provérbios a sua pequenez) e a grandeza da árvore (nas margens do lago da Galileia alcançava uma altura de 2 a 4 metros). A comparação serve para dizer que a semente do Reino lançada pelo anúncio de Jesus pode parecer uma realidade pequena e insignificante, mas está destinada a atingir todos os cantos do mundo, encarnando em cada pessoa, em cada povo, em cada sociedade, em cada cultura. O Reino de Deus, ainda que tenha inícios modestos ou que se apresente com sinais de debilidade e pequenez aos olhos do mundo, tem uma força irresistível, pois encerra em si o dinamismo de Deus. Além disso, a parábola retoma um tema que já havíamos encontrado na primeira leitura: Deus serve-Se de algo que é pequeno e insignificante aos olhos do mundo para concretizar os seus projectos de salvação e de graça em favor dos homens.
A parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. Nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que actua na história e que oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena.

ACTUALIZAÇÃO
¨ Antes de mais, o Evangelho deste domingo garante-nos que Deus tem em marcha um projecto destinado a oferecer aos homens a vida e a salvação. Pode parecer que a nossa história caminha entregue ao acaso ou aos caprichos dos líderes; pode parecer que a história humana entrou em derrapagem e que, no final do caminho, nos espera o abismo; mas é Deus que conduz a história, que lhe imprime o seu dinamismo, que está presente em todos os passos do nosso caminho. Deus caminha connosco e, garantidamente, leva-nos pela mão ao encontro de um final feliz. Num tempo histórico como o nosso, marcado por “sombras”, por crises e por graves inquietações, este é um dos testemunhos mais importantes que podemos, como crentes, oferecer aos nossos irmãos escravizados pelo desespero e pelo medo.
¨ O projecto de salvação que Deus tem para a humanidade revela-se no anúncio do Reino, feito por Jesus de Nazaré. Nas suas palavras, nos seus gestos, Jesus propôs um caminho novo, uma nova realidade; lançou a semente da transformação dos corações, das mentes e das vontades, de forma a que a vida dos homens e das sociedades se construa de acordo com os esquemas de Deus. Essa semente não foi lançada em vão: está entre nós e cresce por acção de Deus. Resta-nos acolher essa semente e deixar que Deus realize a sua acção. Resta-nos também, como discípulos de Jesus, continuar a lançar essa semente do Reino, a fim de que ela encontre lugar no coração de cada homem e de cada mulher.
¨ Os que, continuando a missão de Jesus, anunciam a Palavra (que lançam a semente) não devem preocupar-se com a forma como ela cresce e se desenvolve. Devem, apenas, confiar na eficácia da Palavra anunciada, conformar-se com o tempo e o ritmo de Deus, confiar na acção de Deus e no dinamismo intrínseco da Palavra semeada. Isso equivale a respeitar o crescimento de cada pessoa, o seu processo de maturação, a sua busca de caminhos de vida e de plenitude. Não nos compete exigir que os outros caminhem ao nosso ritmo, que pensem como nós, que passem pelas mesmas experiências e exigências que para nós são válidas. Há que respeitar a consciência e o ritmo de caminhada de cada homem ou mulher – como Deus sempre faz.
¨ A referência à pequenez da semente (segunda parábola) convida-nos – como já o havia feito a primeira leitura deste domingo – a rever os nossos critérios de actuação e a nossa forma de olhar o mundo e os nossos irmãos. Por vezes, é naquilo que é pequeno, débil e aparentemente insignificante que Deus Se revela. Deus está nos pequenos, nos humildes, nos pobres, nos que renunciaram a esquemas de triunfalismo e de ostentação; e é deles que Deus Se serve para transformar o mundo. Atitudes de arrogância, de ambição desmedida, de poder a qualquer custo, não são sinais do Reino. Sempre que nos deixamos levar por tentações de grandeza, de orgulho, de prepotência, de vaidade, estamos a frustrar o projecto de Deus, a impedir que o Reino de Deus se torne realidade no mundo e nas nossas vidas.


FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2057



A semente lançada à terra dá muito fruto (Jo 12, 24)
O Senhor comparou-Se a Si mesmo a um grão de mostarda. Sendo o Deus da glória e da majestade eterna, tornou-Se muito pequeno, porque quis nascer de uma virgem com um corpo de criança pequena. Foi lançado à terra quando o seu corpo foi posto no túmulo; mas, depois de Se ter elevado de entre os mortos pela sua gloriosa ressurreição, cresceu até Se tornar uma árvore em cujos ramos habitam as aves do céu.
Esta árvore significa a Igreja, que a morte de Cristo ressuscitou para a glória. Os seus ramos devem ser entendidos como sendo os apóstolos porque, tal como os ramos são o ornamento natural da árvore, assim os apóstolos são o ornamento da Igreja de Cristo, pela beleza da graça que receberam. E sabemos que nestes ramos habitam as aves do céu. Alegoricamente, as aves do céu designam-nos a nós, que, tendo vindo à Igreja de Cristo, descansamos nos ensinamentos dos apóstolos como as aves nos ramos.
São Cromácio de Aquileia (?-407)bispo
Sermão 30, 2