"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 31 de janeiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 4º Domingo do Tempo Comum
O tema da liturgia deste domingo convida a reflectir sobre o “caminho do profeta”: caminho de sofrimento, de solidão, de risco, mas também caminho de paz e de esperança, porque é um caminho onde Deus está. A liturgia de hoje assegura ao “profeta” que a última palavra será sempre de Deus: “não temas, porque Eu estou contigo para te salvar”.
A primeira leitura apresenta a figura do profeta Jeremias. Escolhido, consagrado e constituído profeta por Jahwéh, Jeremias vai arrostar com todo o tipo de dificuldades; mas não desistirá de concretizar a sua missão e de tornar uma realidade viva no meio dos homens a Palavra de Deus.
O Evangelho apresenta-nos o profeta Jesus, desprezado pelos habitantes de Nazaré (eles esperavam um Messias espectacular e não entenderam a proposta profética de Jesus). O episódio anuncia a rejeição de Jesus pelos judeus e o anúncio da Boa Nova a todos os que estiverem dispostos a acolhê-la – sejam pagãos ou judeus.
A segunda leitura parece um tanto desenquadrada desta temática: fala do amor – o amor desinteressado e gratuito – apresentando-o como a essência da vida cristã. Pode, no entanto, ser entendido como um aviso ao “profeta” no sentido de se deixar guiar pelo amor e nunca pelo próprio interesse… Só assim a sua missão fará sentido.
EVANGELHOLc 4,21-30
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor
e se admiravam das palavras cheias de graça
que saíam da sua boca.
E perguntavam:
«Não é este o filho de José?»
Jesus disse-lhes:
«Por certo Me citareis o ditado:
‘Médico, cura-te a ti mesmo’.
Faz também aqui na tua terra
o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum».
E acrescentou:
«Em verdade vos digo:
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra.
Em verdade vos digo
que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias,
quando o céu se fechou durante três anos e seis meses
e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas,
mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu;
contudo, nenhum deles foi curado,
mas apenas o sírio Naamã».
Ao ouvirem estas palavras,
todos ficaram furiosos na sinagoga.
Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade
e levaram-n’O até ao cimo da colina
sobre a qual a cidade estava edificada,
a fim de O precipitarem dali abaixo.
Mas Jesus, passando pelo meio deles,
seguiu o seu caminho.

AMBIENTE
Estamos na sequência do episódio que a liturgia de domingo passado nos apresentou. Jesus foi a Nazaré, entrou na sinagoga, foi convidado a ler um trecho dos Profetas e a fazer o respectivo comentário… Leu uma citação de Is 61,1-2 e “actualizou-o”, aplicando o que o profeta dizia, a Si próprio e à sua missão: “cumpriu-se hoje mesmo este trecho da Escritura que acabais de ouvir”.
O Evangelho de hoje apresenta a reacção dos habitantes de Nazaré à acção e às palavras de Jesus.

MENSAGEM
O episódio da sinagoga de Nazaré é, já o dissemos atrás, um episódio “programático”: a Lucas não interessa descrever de forma coerente e lógica um episódio em concreto acontecido em Nazaré por altura de uma visita de Jesus, mas enunciar as linhas gerais do programa que o Messias vai cumprir – linhas que o resto do Evangelho vai revelar.
O programa de Jesus é, como vimos a semana passada (o texto de Is 61,1-2 e o comentário posterior de Jesus demonstram-no claramente), a apresentação de uma proposta de libertação aos pobres, marginalizados e oprimidos. No entanto, esse “caminho” não vai ser entendido e aceite pelo povo judeu (isto é, os “da sua terra”), que estão mais interessados num Messias milagreiro e espectacular. Os “seus” rejeitarão a proposta de Jesus e tentarão eliminá-l’O (anúncio da morte na cruz); mas a liberdade de Jesus vence os inimigos (alusão à ressurreição) e a evangelização segue o seu caminho (“passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”), até atingir os que estão verdadeiramente dispostos a acolher a salvação/libertação (alusão a Elias e Eliseu que se dirigiram aos pagãos porque o seu próprio povo não estava disponível para escutar a Palavra de Deus).
Neste texto programático – já o dissemos, também, a semana passada – Lucas anuncia o caminho da Igreja: a comunidade crente toma consciência de que, em continuidade com o caminho de Jesus, a sua missão é levar a Boa Nova aos pobres e marginalizados – como Elias fez com uma viúva de Sarepta ou como Eliseu fez com um leproso sírio. Se percorrer esse caminho, a Igreja viverá na fidelidade a Cristo.

ACTUALIZAÇÃO
A reflexão sobre este texto pode considerar as seguintes questões:
• “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra”. Os habitantes de Nazaré julgam conhecer Jesus, viram-n’O crescer, sabem identificar a sua família e os seus amigos mas, na realidade, não perceberam a profundidade do seu mistério. Trata-se de um conhecimento superficial, teórico, que não leva a uma verdadeira adesão à proposta de Jesus. Na realidade, é uma situação que pode não nos ser totalmente estranha: lidamos todos os dias com Jesus, somos capazes de falar algumas horas sobre Ele; mas a sua proposta tem impacto em nós e transforma a nossa existência?
• “Faz também aqui na terra o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum” – pedem os habitantes de Nazaré. Esta é a atitude de quem procura Jesus para ver o seu espectáculo ou para resolver os seus problemazinhos pessoais. Supõe a perspectiva de um Deus comerciante, de quem nos aproximamos para fazer negócio. Qual é o nosso Deus? O Deus de quem esperamos espectáculo em nosso favor, ou o Deus que em Jesus nos apresenta uma proposta séria de salvação que é preciso concretizar na vida do dia a dia?
• Como na primeira leitura, o Evangelho propõe-nos uma reflexão sobre o “caminho do profeta”: é um caminho onde se lida, permanentemente, com a incompreensão, com a solidão, com o risco… É, no entanto, um caminho que Deus nos chama a percorrer, na fidelidade à sua Palavra. Temos a coragem de seguir este caminho? As “bocas” dos outros, as críticas que magoam, a solidão e o abandono, alguma vez nos impediram de cumprir a missão que o nosso Deus nos confiou?
Fonte:
http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=447


sábado, 30 de janeiro de 2016

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
O pesadelo do teólogo
As dúvidas sobre 2016
Petróleo, jihadistas e Irão. Ufa! (Parte II)
Não deve fazer isto antes de se deitar
Era uma vez um Portugal republicano...
O que deve fazer o Presidente
Dois milhões de pobres a trabalhar três meses não ultrapassam Amorim
Portugal será 'campeão europeu' a pagar juros da dívida em 2016
Humanidade: 62 das imagens mais poderosas da História
"Mundo está numa bolha perigosa devido ao petróleo"
Resultados finais. Marcelo Presidente com 52% e 2,4 milhões de votos
Marcelo é rei, Costa nas suas sete quintas e PCP mais nervoso
Sete coisas que sei de Marcelo
Um balanço da presidência da Cavaco Silva que vale a pena ler
Era uma vez a troika. Costa já reverteu principais medidas
Orçamento otimista de Centeno: Receita ultrapassará (e bem) a despesa
Fitch avisa Costa: descida de rating está em jogo
Comissão Europeia arrasada por falhas na gestão dos resgates
O efeito Varoufakis?
A capitulação
Onde para a sã consciência de Bava?
Marcelo, o malandro: 10 histórias que o demonstram
Santander descobriu "situações" inesperadas no balanço do Banif
Como se faz um terrorista em quatro passos
Celebridades que nos fazem crer na humanidade
Eles são os mais ricos do mundo. A fortuna? Não queira imaginar
Bruxelas sem poder para mudar Orçamento
Há 1600 sem-abrigo no Porto e prevê-se aumento
A negociação
Governo tem até amanhã para convencer Bruxelas
Os outros já cortaram no papel higiénico
Relatório Mundial 2016: A ‘Política do Medo’ Ameaça Direitos
"Forbes" põe português no top dos mais influentes sub-30
Álvaro Siza está a construir uma torre de alto luxo em plena Manhattan, em Nova Iorque
New York Times: "Difícil é encontrar algo que não se goste no Porto"
Francisco e DiCaprio falaram sobre o tempo
Por que Costa estica a corda com a Comissão? Porque pode.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ATENÇÃO/REFLEXÃO/MEDITAÇÃO: Constrói-se a cidade de Deus, amando. Destrói-se a cidade de Deus não amando

Não somos os «cadáveres adiados», de Pessoa, somos pessoas que se recusam a viver como espiritualmente mortas, como habitantes do gueto ou do campo de concentração. Dizemos não ao ódio. Dizemos sim ao amor. Amamos até nos desfazermos na caridade de Deus. Não cedemos ao mal, seja ele qual for. Não deixamos que vitimizem inocentes, pelo menos antes de nos vitimizarem a nós. Morremos na cruz, mas não cedemos ao mal. Para ler mais clicar aqui.
 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

MÚSICA: Jordi Savall e a "Missa Salisburgensis, a 54 vozes", o «Everest» da polifonia

Ao definir simplesmente como espectacular o disco que Jordi Savall dedicou à “Missa Salisburgensis, a 54 vozes”, de Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704), corre-se o risco de reduzir e banalizar o notável valor histórico, científico e cultural do trabalho que o maestro catalão desenvolveu sobre uma das mais importantes obras do repertório sacro barroco.  Para ler mais clicar aqui.
 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

ESPIRITUALIDADE: para este Ano Santo da MISERICÓRDIA, uma grande&boa ajuda de...

 ... São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja (7ª Homilia sobre a conversão)
«A mim, que fui blasfemador e perseguidor […], foi-me dada misericórdia» (1Tim 1,13): a conversão de S. Paulo

É preciso que tenhamos sempre presente no nosso espírito que todos os homens são rodeados por imensas manifestações do amor de Deus. Se a justiça tivesse precedido a penitência, o universo teria sido aniquilado. Se Deus estivesse pronto para o castigo, a Igreja não teria conhecido o apóstolo Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a misericórdia de Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o lobo em cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a misericórdia de Deus que, comovida com o nosso destino, nos transforma a todos; é ela que nos converte.
Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o blasfemador de outrora falar de Deus com respeito, o infame de antigamente não abrir a boca a não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do Senhor. Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o particularmente para com os pecadores.
Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto de vista dos nossos hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade? Escutai: ao passo que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os pecadores não tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão, que nos oferece a conduta de Deus. […] É que assustar o pecador, sobretudo o pecador inveterado, seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero; e lisonjear o justo seria embotar o vigor da sua virtude, levando-o a afrouxar no seu zelo. Deus é infinitamente bom! O seu temor é a salvaguarda do justo, e a sua clemência faz mudar o pecador.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

CINEMA&DOCUMENTÁRIO: "Francisco de Buenos Aires"

«”Francisco de Buenos Aires: La revolución de la igualdad” conta o seu primeiro ano de papado, e apresenta algumas das medidas adotadas bem como a transformação operada num curto espaço de tempo. Com imagens e testemunhos inéditos, esta é a história de Francisco de Buenos Aires.». Para ler mais clicar aqui.

domingo, 24 de janeiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 3º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é, verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstracta, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.
Na primeira leitura, exemplifica-se como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.
No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.
A segunda leitura apresenta a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.
EVANGELHOLc 1,1-4;4,14-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Já que muitos empreenderam narrar os factos
que se realizaram entre nós,
como no-los transmitiram os que, desde o início,
foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
também eu resolvi,
depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens,
escrevê-las para ti, ilustre Teófilo,
para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado.
Naquele tempo,
Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito,
e a sua fama propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado.
Segundo o seu costume,
entrou na sinagoga a um sábado
e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías
e, ao abrir o livro,
encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu
para anunciar a boa nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se.
Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
AMBIENTE
O Evangelho de hoje é constituído por dois textos diferentes.
No primeiro (1,1-4), temos um prólogo literário onde Lucas, imitando o estilo dos escritores helénicos da altura, apresenta o seu trabalho: trata-se de uma investigação cuidada dos “factos que se realizaram entre nós”, a fim de que os crentes de língua grega (a quem o Evangelho de Lucas se dirige) verifiquem “a solidez da doutrina em que foram instruídos”. Estamos na década de 80 quando, desaparecidas já as “testemunhas oculares” de Cristo, o cristianismo começa a defrontar-se com uma série de heresias e de desvios doutrinais, que põem em causa a identidade cristã. Era, pois, necessário, recordar aos crentes as suas raízes e a solidez dessa doutrina recebida de Jesus, através do testemunho legítimo que é a tradição transmitida pelos apóstolos.
Na segunda parte (4,14-21), apresenta-se o início da pregação de Jesus, que Lucas coloca em Nazaré. O cenário de fundo é o do culto sinagogal, no sábado. O serviço litúrgico celebrado na sinagoga consistia em orações e leituras da Lei e dos Profetas, com o respectivo comentário. Os leitores eram membros instruídos da comunidade ou, como no caso de Jesus, visitantes conhecidos pelo seu saber na explicação da Palavra de Deus. O centro do relato está na proclamação de um texto do Trito-Isaías (cf. Is 61,1-2) que descreve como é que o Messias concretizará a sua missão.
MENSAGEM
A finalidade da obra de Lucas é, como dissemos, recordar aos crentes das comunidades de língua grega as suas raízes e a sua referência a Jesus. Neste texto em concreto, Lucas vai apresentar o programa que Jesus Se propõe realizar no meio dos homens, como uma proposta de libertação dirigida a todos os oprimidos.
O ponto de partida é a leitura do texto de Is 61,1-2. Esse texto apresenta o profeta anónimo que, em Jerusalém, consola os exilados, como um “ungido de Deus”, que possui o Espírito de Deus; a sua missão consiste em gritar a “boa notícia” de que a libertação chegou ao coração e à vida de todos os prisioneiros do sofrimento, da opressão, da injustiça, do desânimo, do medo. O que é mais significativo, no entanto, é a “actualização” que Jesus faz desta profecia: Ele apresenta-Se como o “profeta” que Deus ungiu com o seu Espírito, a fim de concretizar essa missão libertadora.
O projecto libertador de Deus em favor dos homens prisioneiros do egoísmo, da injustiça e do pecado começa, portanto, a cumprir-se na acção de Jesus (“cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” – vers. 21). Na sequência, Lucas vai descrever a actividade de Jesus na Galileia como o anúncio (em palavras e em gestos) de uma “boa notícia” dirigida preferencialmente aos pobres e marginalizados (aos leprosos, aos doentes, aos publicanos, às mulheres), anunciando-lhes que chegou o fim de todas as escravidões e o tempo novo da vida e da liberdade para todos.
Lucas anuncia também, neste texto programático, o caminho futuro da Igreja e as condições da sua fidelidade a Cristo. A comunidade crente toma consciência, através deste texto, de que a sua missão é a mesma de Cristo e consiste em levar a “boa notícia” da libertação aos mais pobres, débeis e marginalizados do mundo. Ungida pelo Espírito para levar a cabo esta missão, a Igreja cumpre o seguimento de Jesus.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, podem considerar-se os seguintes elementos:
• No Evangelho de Lucas e neste texto em particular, Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de que foi investido do Espírito de Deus e enviado para pôr cobro a tudo o que rouba a vida e a dignidade do homem. A nossa civilização, há vinte e um séculos que conhece Cristo e a essência da sua proposta. No entanto, o nosso mundo continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras. Porque é que a proposta libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma acção imediata (pensar na situação de tantos imigrantes de leste ou das ex-colónias; pensar na situação de tantos idosos, sem amor e sem cuidados, que sobrevivem com pensões de miséria; pensar nas crianças de rua e nos sem abrigo que dormem nos recantos das nossas cidades; pensar na situação de tantas famílias, destruídas pela droga e pelo álcool…)?
• A fidelidade ao “caminho” percorrido por Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus? Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer, em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?
• Repare-se, neste texto, como Jesus “actualiza” a Palavra de Deus proclamada e a torna um anúncio de libertação que toca de muito perto a vida dos homens. Os que proclamam a Palavra, que a explicam nas homilias, têm esta preocupação de a tornar uma realidade “tocante” e um anúncio verdadeiramente transformador e libertador, que atinge a vida daqueles que os escutam?

sábado, 23 de janeiro de 2016

POLÍTICA&PRESIDENCIAIS: eu, também, não abdico dos meus direitos ponto de afirmação

Depois da depressão provocada pelo (anti)ciclone, não dos Açores, mas do ex-candidato 2011, Fernando Nobre de tão má memória, logo para nunca mais - se fosse gato, diria «eu gato escaldado de água fria tenho medo» - fazer propaganda. Fiquei vacinado tipo «à primeira quem quer cai, à segunda cai quem quer». Apenas vou "debitar&debicar", aqui&acolá sobre momento&oportunidade tão importante como este - não podia deixar de o fazer, e logo eu, cidadão comprometido me confesso. Trata-se, está em causa, não uma qualquer coisa, mas uma coisa séria, a eleição de alguém VIP; ele é: i) o garante da Constituição Portuguesa; ii) O chefe supremo das Forças Armadas (não têm bomba atómica, mas o chefe, como é sabido, tem "uma" especial); iii) Alto representante da Nação. Que mais será necessário para o "dever fazer" cidadania, já que a propósito de outros assuntos/situações relativamente menores, o fiz? Assim:
Depois de um sisudo em Belém, "secalhário" era bom colocar lá um "pobrete", mas "alegrete" Jorge Sequeira. Mas "cadê" Jorge Sequeira que, por exemplo, quer ser um "provedor do cidadão", Paulo de Morais que, por exemplo, fala da obrigação do Estado ressarcir o povo do prejuízo que teve, dado que não tinha 900 milhões para construir a ponte, mas tem 1000 milhões para dar aos privados que a construíram, Henrique Neto que, por exemplo, denuncia a existência de uma Máfia Política Portuguesa, Vitorino Silva e Cândido Ferreira aqui ? E aqui? Que democracia é esta e onde está Portugal, o dito estado de direito em que os mass media, salvo honrosas&raras excepções, tratam uns, os da partidocracia, como filhos, outros, os verdadeiramente independentes, como enteados e outros ainda como "enteados dos enteados"? Ora aqui está porque não contam. Eis, aqui, a confirmação. Enfim, assim é fácil: com "batota e viciação" das regras do jogo de há muito, são "favas contadas". Não é, por isso, difícil prever quem será o novo, perdoe-se-me o nome, mas é tão saboroso, "pastel de Belém", o Professor Marcelo, presidente marca Feno de Portugal - é Carnaval, ninguém leva a mal. Lamento pelo self-made man Henrique Neto que, apesar das suas quase 80 "primaveras", continua, sem necessidade, o combate iniciado aos 14 anos de idade e que, de algum modo é confirmado aqui por um outro Henrique, o Raposo. Entretanto o vencedor "like", pelos vistos, vai para Paulo Morais que, como é sobejamente conhecido desde longa data, é o grande timoneiro e combatente anti corrupção. E porque «à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta», aí estão os comunicados, o financiamento e os donativos disponibilizados no seu site. Sobre o Drº Cândido Ferreira direi que tem de sobra o que falta a Vitorino Silva, o Tino de Rans, isto é, dinheiro. Este em relação àquele, tem de sobra a empatia, o que é manifestamente pouco. A ambos falta substância para um cargo como aquele a que se candidatam. A Drª Maria de Belém com os seus cargos ministeriais no governo do Srº Engº Guterres, não se deve considerar "virgem" de responsabilidades governativas no pântano a que chegou este país e a que Durão Barroso, Santana Lopes, Sócrates e Passos Coelho deram seguimento. Agora, com a "mal amanhada", esfarrapada e "injustificável justificação" do seu envolvimento no caso das subvenções vitalícias, "era uma vez" a sua imagem de "imaculada". Como é possível auto-designar-se como profundamente cristã? «Não bate a cara com a Careta»?! É preciso ter lata, não é senhora candidata Maria de Belém? Pois, pois «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço» - com este exemplo de católicos, oh Papa Francisco, missão impossível que o "encardido" agradece. Onde estão, Drª Maria de Belém, os valores e os princípios que diz ter e defender? A coerência não é um valor? Mais, sendo uma admiradora confessa do Papa Francisco e aqui tem mais um motivo para tal, não estarão as suas orelhas a arder com estas suas palavras? Ainda a propósito deste caso, o das pensões vitalícias, fui "convidado" a ler esta "Suspensão da decência" e logo me veio à memória aquela frase de Bertolt Brecht «do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.» - todos diferentes, todos iguais. Para quê, então, tanta gritaria agora, quando são eles mesmos, os pais da criança? Maldita hipocrisia!
Antes de terminar e porque eleições&promessas casam muito bem, vou deixar esta minha "colherada na sopa", com uma promessa. Trata-se de um oportuno e muito bem inspirado comentário. E como o prometido é devido aqui está ele. Parabéns Paulo!
Finalmente para, sábado, o "Dia da Reflexão", a véspera do "Dia D", o mais tardar:
1. Duas máximas bem conhecidas, a lembrar: i) «Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada» - Edmund Burke; ii) «Entre um governante que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade» - Victor Hugo;
2. Uma última vista de olhos sobre um muito leve "Quem é quem nas presidenciais" e outra sobre um mais preenchido "... Eis o BI dos candidatos".
3. Uma proposta de reflexão dirigida sobretudo aos políticos "profissionais", mas não só. Dito&Feito isto, subvensões vitalícias, mordomias, corrupções & demais companheiras para quê?

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Letra de médico
"Não temos margem para baixar fortemente os impostos"
Portugal tem quase 500 mil trabalhadores pobres
Caso Sócrates: Testemunha fala mas só se não for presa
Governo de Costa ignorou BCE e Banif custou mais mil milhões
Grandes investidores lesados unem-se contra Banco de Portugal
Petróleo abaixo dos 28 dólares com fim das sanções ao Irão
Quanto tem de cair o petróleo para a gasolina baixar de um euro?
Só teremos presidentes marca Feno de Portugal?
Os 85 mais ricos do mundo têm tanto como a metade mais pobre
Casa Manoel de Oliveira vendida a Isabel dos Santos
Uma fortuna sem passado
Os matraquilhos improvisados que se tornaram virais
Troika volta a Portugal. E traz lista com 18 exigências
Maria Luís recusou plano de Bruxelas para resgatar o Banif
Cozinhar para quem vai voar. Mais de 81 mil refeições por dia
Cavaco vai poder acumular salário e pensões. Já dará para "despesas"
As nuvens negras adensam-se sobre os desafios que a Alemanha enfrenta
1% da população global detém mesma riqueza dos 99% restantes, diz estudo
62 bilionários têm patrimônio igual ao de 3,6 bilhões mais pobres, diz ONG
A lista dos deputados que travaram o fim das subvenções vitalícias
Tribunal obriga Estado a devolver subvenções vitalícias a antigos políticos
Marisa Matias: Devolução de subvenções a ex-políticos é “vergonhosa”
Subvenções vitalícias: De onde vieram e para onde vão
Mais ricos não sentiram o "enorme aumento de impostos"
Onde estão os super-ricos a investir o seu dinheiro?
Estado Islâmico destruiu um dos monumentos cristãos mais antigos do Iraque
Papa oferece ajuda a sem-abrigo que deu à luz na rua
Animais que estavam a morrer à fome foram salvos e têm novo lar
Voltar a confiar
Realiza-se hoje cirurgia inédita em Portugal
Centralismo, de novo

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

REFLEXÃO/MEDITAÇÃO/ATENÇÃO: Entender a vida como altar de oferta para o bem dos outros é o único lugar que se deve desejar

Esse remédio indicado por Cristo, quando “tomado”, produz grande efeito. Está na contramão das lógicas aprendidas e praticadas “das facilidades”, que impedem os gestos de oferta. Fortalecer o entendimento de que todos devem ser servidores é solução única para dar novo caminho à sociedade contemporânea, para que a Igreja exerça de modo mais fecundo a sua dimensão missionária e para devolver paz interior, serenidade e qualificada cidadania. Para ler mais clique aqui.
 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

MÚSICA em memória de Glenn Frey (1948 - 2016)...

...hoje, 18 de Janeiro, falecido, foi o guitarrista dos Eagles&Hotel California, um dos casamentos icónicos perfeito, vindo dos "sixties" para a eternidade - «o bom casamento é um eterno noivado» (Theodor Korner).


 
E tanto é assim que depois dá nisto. Se o original é um desassombro, a cópia é um espanto. Duas obras maravilhosas e primeiras que são, autentica e genuinamente, um regalo para os olhos e um enCanto para os ouvidos.
E já que estamos numa de música dos sixties que dizer destes outros, também desses anos d'ouro para a música em geral e para o rock em particular?
Genialmente ESPECTACULARES!!!
Que rock dos tempos de hoje, se pode comparar àquele dos "sixties"? Os (in)suspeitos do costume que o digam e mostrem.
 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

CINEMA&FILME: "A queda de Wall Street"

O filme prende a respiração do espetador ao narrar um mecanismo perverso em que todos colocam em risco a vida dos aforradores: os protagonistas são analistas que desde 2005 intuem que o sistema não se conseguirá sustentar e, por isso agem de acordo com as suas previsões que apontam para o colapso, tornando-se riquíssimos com a queda. Para ler mais, clicar aqui.

domingo, 17 de janeiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 2º Domingo do Tempo Comum
A liturgia de hoje apresenta a imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus (o marido) estabeleceu com o seu Povo (a esposa). A questão fundamental é, portanto, a revelação do amor de Deus.
A primeira leitura define o amor de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e transforma a esposa, sejam quais forem as suas falhas passadas. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.
O Evangelho apresenta, no contexto de um casamento (cenário da “aliança”), um “sinal” que aponta para o essencial do “programa” de Jesus: apresentar aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade plenas.
A segunda leitura fala dos “carismas” – dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus. Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade. É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
EVANGELHOJo 2,1-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
realizou-se um casamento em Caná da Galileia
e estava lá a Mãe de Jesus.
Jesus e os seus discípulos
foram também convidados para o casamento.
A certa altura faltou o vinho.
Então a Mãe de Jesus disse-Lhe:
«Não têm vinho».
Jesus respondeu-Lhe:
«Mulher, que temos nós com isso?
Ainda não chegou a minha hora».
Sua Mãe disse aos serventes:
«Fazei tudo o que Ele vos disser».
Havia ali seis talhas de pedra,
destinadas à purificação dos judeus,
levando cada uma de duas a três medidas.
Disse-lhes Jesus:
«Enchei essas talhas de água».
Eles encheram-nas até acima.
Depois disse-lhes:
«Tirai agora e levai ao chefe de mesa».
E eles levaram.
Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho,
– ele não sabia de onde viera,
pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam –
chamou o noivo e disse-lhe:
«Toda a gente serve primeiro o vinho bom
e, depois de os convidados terem bebido bem,
serve o inferior.
Mas tu guardaste o vinho bom até agora».
Foi assim que, em Caná da Galileia,
Jesus deu início aos seus milagres.
Manifestou a sua glória
e os discípulos acreditaram n’Ele.
AMBIENTE
Este texto pertence à “secção introdutória” do Quarto Evangelho (que vai de 1,19 a 3,36). Nessa secção, o autor apresenta um conjunto de cenas (com contínuas entradas e saídas de personagens, como se estivéssemos no palco de um teatro), destinadas a apresentar Jesus e o seu programa.
O autor declara explicitamente (cf. Jo 2,11) que o episódio pertence à categoria dos “signos” (“semeiôn”): trata-se de acções simbólicas, de sinais indicadores, que nos convidam a procurar, para além do episódio concreto, uma realidade mais profunda para a qual aponta o facto narrado. O importante, aqui, não é que Jesus tenha transformado a água em vinho; mas é apresentar o programa de Jesus: trazer à relação entre Deus e o homem o vinho da alegria, do amor e da festa.
MENSAGEM
O episódio narrado é, pois, uma acção simbólica que aponta para algo mais importante do que o próprio fenómeno concreto descrito. Que realidade é essa?
O cenário de fundo é o de um casamento. Ora, o cenário das bodas ou do noivado é (como vimos na primeira leitura) um quadro onde se reflecte a relação de amor entre Jahwéh e o seu Povo. Dito de outra forma, estamos no contexto da “aliança” entre Israel e o seu Deus.
A essa “aliança” vem, em certa altura, a faltar o vinho. O “vinho”, elemento indispensável na “boda”, é símbolo do amor entre o esposo e a esposa (cf. Cant 1,2;4,10;7,10;8,2. Recordar, a propósito, como Isaías compara a “aliança” com uma vinha plantada pelo Senhor, que não produziu frutos – cf. Is 5,1-7), bem como da alegria e da festa (cf. Sir 40,20; Qoh 10,19). Constata-se, portanto, a realidade da antiga “aliança”: tornou-se uma relação seca, sem alegria, sem amor e sem festa, que já não potencia o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus. Esta realidade de uma “aliança” estéril e falida é representada pelas “seis talhas de pedra destinadas à purificação dos judeus”. O número seis evoca a imperfeição, o incompleto; a “pedra” evoca as tábuas de pedra da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o profeta Ezequiel (cf. Ez 36,26); a referência à “purificação” evoca os ritos e exigências da antiga Lei que revelavam um Deus susceptível, zeloso, impositivo, que guarda distâncias: ora, um Deus assim pode-se temer, mas não amar… As talhas estão “vazias”, porque todo este aparato era inútil e ineficaz: não servia para aproximar o homem de Deus, mas sim para o afastar desse Deus difícil e distante.
Detenhamo-nos, agora, nas personagens apresentadas. Temos, em primeiro lugar, a “mãe”: ela “estava lá”, como se pertencesse à boda; por outro lado, é ela que se apercebe do intolerável da situação (“não têm vinho”): representa o Israel fiel, que já se tinha apercebido da realidade e que esperava que o Messias pusesse cobro à situação.
Temos, depois, o “chefe de mesa”: representa os dirigentes judeus, instalados comodamente, que não se apercebem – ou não estão interessados em entender – que a antiga “aliança” caducou.
Os “serventes” são os que colaboram com o Messias, que estão dispostos a fazer tudo “o que Ele disser” (cf. Ex 19,8) para que a “aliança” seja revitalizada.
Temos, finalmente, Jesus: é a Ele que o Israel fiel (a “mulher”/mãe) se dirige no sentido de dar nova vida a essa “aliança” caduca; mas o Messias anuncia que é preciso deixar cair essa “aliança” onde falta o vinho do amor (“que temos nós com isso?”). A obra de Jesus não será preservar as instituições antigas, mas apresentar uma radical novidade… Isso acontecerá quando chegar a “Hora” (a “Hora” é, em João, o momento da morte na cruz, quando Jesus derramar sobre a humanidade essa lição do amor total de Deus).
O episódio das “bodas de Caná” anuncia, portanto, o programa de : trazer à relação entre Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa. Este programa – que Jesus vai cumprir paulatinamente ao longo de toda a sua vida – realizar-se-á em plenitude no momento da “Hora” – da doação total por amor.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão e actualização, considerar as seguintes questões:
• Quando a relação com Deus assenta num jogo intrincado de ritos externos, de regras e de obrigações que é preciso cumprir, a religião torna-se um pesadelo insuportável que tiraniza e oprime. Ora, Jesus veio revelar-nos Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar os seus filhos. É esse o “vinho” que Jesus veio trazer para alegrar a “aliança”: o “vinho” do amor de Deus, que produz alegria e que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos. A nossa “religião” é isto mesmo – o encontro com o Jesus que nos dá o vinho do amor?
• O que é que os nossos olhos e os nossos lábios revelam aos outros: a alegria que brota de um coração cheio de amor, ou o medo e a tristeza que brotam de uma religião de pesadelo, de leis e de medo?
• Com qual das personagens que participam da “boda” nos identificamos: com o chefe de mesa, comodamente instalado numa religião estéril, vazia e hipócrita, com a “mulher”/mãe que pede a Jesus que resolva a situação, ou com os “serventes” que vão fazer “tudo o que Ele disser” e colaborar com Jesus no estabelecimento da nova realidade?

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
O futuro da Igreja. 1
O futuro da Igreja (2)
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