"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sexta-feira, 31 de julho de 2020

LIVRO&LEITURA: “O que é amar um país. O poder da esperança”

“O que é amar um país. O poder da esperança” é o novo livro do cardeal José Tolentino Mendonça, que a editora Quetzal vai disponibilizar a partir de 14 de agosto, «O tempo atual representa também uma oportunidade para nos reencontrarmos. Confinados a um isolamento, compreendemos talvez melhor o que significa ser - e ser de forma radical - uma comunidade», lê-se na nota de apresentação do volume. Para saber mais clicar AQUI.

terça-feira, 28 de julho de 2020

LIVRO&LEITURA: “Quebrados”

É uma poderosíssima voz do dissenso a de Don Winslow, escritor norte-americano que, com naturalidade e sem medo de se inimistar do público, faz do seu objetivo talento um caminho para escutar um canto outro. Confirma-o o recente “Quebrados” (480 páginas, 19,90€, ed. HarperCollins), que recolhe seis romances breves. Atormentados, cativantes, sofridos, emocionantes não só pela capacidade de Winslow de construir e narrar a ação, mas sobretudo pela arte de colocar em cena a ferocidade e a poesia da alma humana. E a sua força de dizer «não». Para saber mais clicar AQUI.

domingo, 26 de julho de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 17º Domingo do Tempo Comum - Ano A
A liturgia deste domingo convida-nos a reflectir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é o protótipo do hom.em "sábio", que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efémeros.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse "tesouro" supremo que é o Reino.
segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas
EVANGELHO Mt 13,44-52
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus às multidões:
"O reino dos Céus é semelhante
a um tesouro escondido num campo.
O homem que o encontrou tornou a escondê-lo
e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía
e comprou aquele campo.
O reino dos Céus é semelhante
a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor,
foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola.
O reino dos Céus é semelhante
a uma rede que, lançada ao mar,
apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia
e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos
e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo:
os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente.
Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?"
Eles responderam-Lhe: "Entendemos".
Disse-lhes então Jesus:
"Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus
é semelhante a um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas".
AMBIENTE
Concluímos, neste domingo, a leitura do capítulo dedicado às "parábolas do Reino" (cf. Mt 13). Nele, recorrendo a imagens e comparações simples, sugestivas e questionantes ("parábolas"), Jesus apresenta esse mundo novo de liberdade e de vida nova que Ele veio propor aos homens e ao qual Ele chamava Reino de Deus.
Concretamente, o nosso texto apresenta-nos três parábolas que são exclusivas de Mateus (nenhuma delas aparece nos outros três evangelhos considerados canónicos. No entanto, as três aparecem num texto não canónico - o Evangelho de Tomé - embora aí apresentem notáveis variantes em relação à versão mateana): a parábola do tesouro, a parábola da pérola e a parábola da rede e dos peixes.
Para enquadrarmos melhor a mensagem aqui proposta por Mateus, devemos ter em conta a realidade da comunidade a quem o Evangelho se destina... Estamos no final do primeiro século (anos oitenta). Passaram-se mais de trinta anos após a morte de Jesus. O entusiasmo inicial deu lugar à monotonia, à falta de empenho, a uma vivência "morna", pouco exigente e pouco comprometida. No horizonte próximo das comunidades cristãs perfilam-se tempos difíceis de perseguição e de hostilidade e os cristãos parecem pouco preparados para enfrentar as dificuldades. Mateus sente que é preciso renovar o compromisso cristão e chamar a atenção dos crentes para o Reino, para as suas exigências e para os seus valores. As parábolas do Reino que hoje nos são propostas devem ser lidas neste contexto.
MENSAGEM
O texto do Evangelho deste domingo pode ser dividido em três partes. Em cada uma delas, há aspectos e questões que convém pôr em relevo e ter em conta.
Na primeira parte, temos duas parábolas - a parábola do tesouro escondido no campo e a parábola da pérola preciosa (vers. 44-46). Ambas desenvolvem o mesmo tema e apresentam ensinamentos semelhantes.
A questão principal abordada nesta primeira parte é a da descoberta do valor e da importância do Reino. Quer a parábola do tesouro escondido, quer a parábola da pérola preciosa, sugerem que o Reino proposto por Jesus (esse mundo de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação que Jesus veio anunciar e oferecer) é um "tesouro" precioso, que os seguidores de Jesus devem abraçar, antes de qualquer outro valor ou proposta. Os cristãos são, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo: o Reino. Ora, quando alguém encontra um "tesouro" como esse, deve elegê-lo como a riqueza mais preciosa, o fim último da própria existência, o valor fundamental pelo qual se renuncia a tudo o resto e pelo qual se está disposto a pagar qualquer preço. Provavelmente, Mateus está a sugerir a esses cristãos a quem o seu Evangelho se destina (adormecidos numa fé morna, inconsequente, pouco exigente) que é preciso redescobrir e optar decisivamente por esse valor mais alto, que deve dar sentido às suas vidas - o Reino. O cristão é confrontado, a par e passo, com muitos valores e opções; mas deve aperceber-se de que o Reino é o valor mais importante.
Na segunda parte, Mateus apresenta o Reino na imagem de uma rede que, lançada ao mar, apanha diversos tipos de peixes (vers. 47-50). Na versão apresentada por Mateus, a parábola apresenta um ensinamento semelhante ao da parábola do trigo e do joio (sobre a qual meditamos no passado domingo): o Reino não é um condomínio fechado, onde só há gente escolhida e santa, mas é uma realidade onde o mal e o bem crescem simultaneamente. Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador; por isso, dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e para fazer as suas escolhas (no Evangelho de Tomé, a versão é diferente: conta a história de um pescador "sábio" que pesca vários peixes, mas fica só com o maior e lança os outros ao mar. Aí, portanto, a parábola da rede e dos peixes apresenta uma mensagem que vai na linha das parábolas do tesouro descoberto no campo e da pérola preciosa. Alguns autores pensam que a versão apresentada no Evangelho de Tomé constitui a versão primitiva da parábola da rede e dos peixes).
A referência que Mateus faz (mais uma vez) ao juízo final é uma forma de exortar os irmãos da sua comunidade no sentido de escolherem decididamente o Reino e porem em prática as propostas de Jesus.
Na terceira parte do Evangelho que nos é proposto, Mateus apresenta um breve diálogo entre Jesus e os discípulos (vers. 51-52).
Neste diálogo temos uma espécie de conclusão de todo o capítulo. Mateus sugere que o verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que "compreende". Ora, "compreender", na teologia mateana, significa "prestar atenção" e comprometer-se com o ensinamento proposto. Os cristãos são, pois, convidados a descobrir a realidade do Reino, a entender as suas exigências, a comprometerem-se com os seus valores. A referência ao "escriba" que "tira do seu tesouro coisas novas e velhas" pode referir-se aos judeus, conhecedores profundos do Antigo Testamento (o "velho"), convidados agora a reflectirem essas velhas promessas à luz das propostas de Jesus (o "novo"). É nessa dialéctica sempre exigente e questionante que o verdadeiro discípulo encontra o caminho para o Reino; e, depois de encontrar esse caminho, deve comprometer-se com ele de forma decisiva, exigente, empenhada.
ACTUALIZAÇÃO
Ter em conta, na reflexão, os seguintes elementos:
• A primeira e mais importante questão abordada neste texto é a das nossas prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como prioridade, como objectivo mais importante, como valor fundamental, o Reino. O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objectivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objectivo fundamental, porque o Reino é serviço. O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade. O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a auto-suficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade... O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
•A decisão pelo Reino, uma vez tomada, não admite meias tintas, tibiezas, hesitações, jogos duplos. Escolher o Reino não é agradar a Deus e ao diabo, pactuar com realidades que mutuamente se excluem; mas é optar radicalmente por Deus e pelos valores do Evangelho. A minha opção pelo Reino é uma opção radical, sincera, que não pactua com desvios, com compromissos a "meio gás", com hipocrisias e incoerências?
Porque é que os cristãos apresentam, tantas vezes, um ar amargurado, sofredor, desolado? Quando a tristeza nos tolda a vista e nos impede de sorrir, quando apresentamos semblantes carrancudos e preocupados, quando deixamos transparecer em gestos e em palavras a agitação e o desassossego, quando olhamos para o mundo com os óculos do pessimismo e do desespero, quando só nos deixamos impressionar pelo mal que acontece à nossa volta, já teremos descoberto esse valor fundamental - o Reino - que é paz, esperança, serenidade, alegria, harmonia?
• Mais uma vez o Evangelho convida-nos a admirar (e a absorver) os métodos de Deus, que não tem pressa nenhuma em condenar e destruir, mas dá tempo ao homem - todo o tempo do mundo - para amadurecer as suas opções e fazer as suas opções. Sabemos respeitar, com esta tolerância e liberdade, o ritmo de crescimento e de amadurecimento dos irmãos que nos rodeiam?
PALAVRA PARA O CAMINHO.
"Pede o que quiseres..." Se a mesma questão nos fosse posta hoje, qual seria a nossa resposta? Por que tesouro estamos dispostos a sacrificar tudo? "Um coração que escute e saiba discernir o essencial do acessório!" A oração de Salomão poderia inspirar a nossa oração ao longo da semana...
FONTE: https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2968 

e/ou no vídeo AQUI.

«Foi vender tudo quanto possuía» 
Nosso Senhor Jesus Cristo insistiu muitas vezes no seguinte: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). […] E noutro passo: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá o dinheiro aos pobres»; e acrescenta : «depois, vem e segue-Me» (Mt 19,21).
 Para aquele que sabe compreender, a parábola do negociante quer dizer a mesma coisa: «O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola». A pérola preciosa designa indubitavelmente o Reino dos Céus, e o Senhor mostra-nos que nos é impossível obtê-lo se não abandonarmos tudo o que possuímos: riqueza, glória, nobreza de nascimento e tudo aquilo que tantos outros buscam avidamente.
O Senhor declarou ainda que é impossível ocuparmo-nos convenientemente do que fazemos quando o nosso espírito é solicitado por coisas diversas: «Ninguém pode servir a dois senhores», disse (Mt 6,24). Por isso, o tesouro que está no Céu é o único a que podemos ligar o coração: «Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6,20). […] Em suma, trata-se de transportarmos o nosso coração para a vida do Céu, de maneira que possamos dizer: «A cidade a que pertencemos está nos Céus» (Fil 3,20). Trata-se, sobretudo, de nos tornarmos semelhantes a Cristo, «que, sendo rico, Se fez pobre» por nós (2Cor 8,9). 
 São Basílio (c. 330-379)
monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja

Regras Monásticas, Regras Maiores, § 8

EFEMÉRIDE/COMEMORAÇÃO/RECORDAÇÃO: Dia dos Avós

“Os avós são as raízes do futuro. E, como raízes, não podem nem devem ser cortados e deixados nas margens da sociedade e da sua família, a bem da saúde desta sociedade e da sua família, que tantas vezes corta essas raízes da vida”, alerta a Associação Famílias. Para saber mais clicar AQUI.

O Papa Francisco recordou numa catequese em 2015 o papel dos avós na família e na sociedade. Disse que a ancianidade é uma etapa especial, de novos reptos, também a nível espiritual. Também sublinhou que para os netos são muito importantes os seus conselhos mas, sobretudo, o seu testemunho. Para saber mais clicar AQUI.

«Sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso», alertam bispos» Para saber mais clicar AQUI.

sábado, 25 de julho de 2020

inPRENSA semanal (18 a 24-07-2020): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.


Carlos Tavares sabia da crise no GES antes do aumento de capital
Na hora da verdade da Europa, o tom foi “azedo” e a culpa é do “travão” da Holanda
Elon Musk alerta sobre o segundo maior perigo para a humanidade 
Banir os sacos de plástico pode ser problemático (e há três razões que o explicam)
Na Alemanha, há um carro elétrico que é praticamente grátis
Que fazer com o ex-rei que envergonha o país?
Rio arrasa contratação de Cristina pela TVI: “Percebe-se agora o apoio de €15 milhões do Governo”. E pergunta se o PS vai ajudar o Benfica
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Conselho Europeu. Áustria "muito satisfeita" após madrugada de negociações
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Bolsas sobem com esperança em acordo no Conselho Europeu. Petróleo desce pela terceira sessão
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Investigação revela que Rússia interferiu nos referendos do Brexit e da independência da Escócia
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Falhou estratégia de desconfinamento. É preciso revê-la agora. Daqui a seis semanas, será tarde
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Greta vence prémio da Gulbenkian e doa um milhão de euros para o combate às alterações climáticas
e
Houve uma queda acentuada no acesso aos cuidados de saúde na pandemia
Grande Lisboa. Escolas das 19 freguesias em calamidade devem retomar ensino presencial
A "democracia" de Trump
A máscara fazia dele "fraco". Agora, Trump diz que usá-la é gesto "patriótico" contra "vírus chinês"
Covid-19: Vacina experimental da Universidade de Oxford produz resposta imunitária
Ataques terroristas em Moçambique. "O mundo não tem ideia do que está a acontecer", alerta bispo de Pemba
Ministério da Saúde alvo de ataque informático
“É um passo histórico”. Cimeira de 5 dias acaba com acordo, Portugal recebe 45 mil milhões
142 páginas de acrescentos e alertas. As 21 propostas do plano de Costa Silva
Estratégia 2020/2030. Costa Silva propõe TGV, novo aeroporto e “Estado de qualidade”
“Inédita”, “muito violenta”, “cascata”. Plano Costa Silva apresentado com alertas sérios sobre a crise (e sem o PCP na sala)
EXPLICADOR: Está pronto. O que diz o plano de recuperação da economia portuguesa?
Sem casos e com a economia em apuros, Coreia do Norte junta-se a corrida à vacina para a covid-19
EUA. Democratas suspeitam de ingerência estrangeira para influenciar presidenciais
Líderes fecham acordo "histórico" para recuperar Europa com 1,82 biliões de euros
Marcelo saúda "histórico resultado" que considera excelente para Portugal
Primeiro-ministro austríaco "satisfeito" com acordo agradece a países "frugais"
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Merkel: Acordo revela "Europa unida" quando se exigiam "respostas extraordinárias"
Líder da Comissão Europeia considera acordo "oportunidade única para modernizar Europa"
De onde vêm os 6,4 mil milhões de fundos europeus que Portugal tem para gastar por ano até 2029?
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OMS antecipa 10 milhões de casos na próxima semana e faz avisos à Europa
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80 votações, 41 leis a votos: maratona na AR incluiu uma polémica (e uma mão cheia de dúvidas)
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“Assisti ao circo da ida de Vieira ao Brasil: fretar um avião por €100 mil foi uma jogada mediática e eleitoral, um carnaval”
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E se a nossa economia fosse um aluno? "Com o governo de José Sócrates veio a boémia"
E se Portugal fosse um paciente? "Temos como doenças crónicas o amiguismo e cunha, que degeneram em corrupção"
Para onde vamos fugir com a Nação neste estado?
Bolsonaro infetado com coronavírus passeia de moto e fala com funcionários sem máscara
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Não foi sífilis. Doença semelhante ao coronavírus matou o pintor italiano Rafael
Níveis de ferro no sangue são essenciais para vida mais longa e saudável
Diminuição de viagens à escala mundial fez uma vítima inesperada

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ATENÇÃO/REFLEXÃO/MEDITAÇÃO: «A viagem mais longa é a viagem interior»

Conhecer-se a si mesmo comporta um necessário passo preliminar: aderir à realidade, conhecer a sua relação com a história, os outros, o mundo, porque é assim que cada um de nós existe e está envolvido. Muitos caminhos espirituais e psicológicos são estéreis, quando não desumanizadores, porque carecem de adesão à realidade. É extremamente perigoso iniciar o caminho interior sem sentir-se no meio dos outros, necessitado dos outros, e nunca sem os outros! Quantas derivas existem da parte de pessoas que se isolam, que deixaram de escutar, que vivem só das suas certezas e descobertas…Para saber mais clicar AQUI.

terça-feira, 21 de julho de 2020

FILME&CINEMA: “Da 5 bloods – Irmãos de armas”

Um manifesto contra o racismo. Não se pode interpretar diferentemente “Da 5 bloods”, o último filme de Spike Lee. Nada de novo, portanto? Só em parte, porque se é verdade que o realizador afroamericano fez da denúncia e da batalha pelos direitos civis uma imagem de marca do seu cinema, também é certo que nesta obra há algo de diverso em relação ao passado, também em relação ao anterior “BlacKKKlansman”, cinematograficamente mais conseguido. “Da 5 bloods” quer escavar mais fundo no coração de treva da América. Para saber mais clicar AQUI.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

MÚSICA: Mozart e Mambo: uma deliciosa mistura

Rondo alla Mambo, que combina a música de W.A.Mozart e Mambo Cubano, foi destaque neste flashmob nas ruas de Havana, Cuba e foi o grande final do projeto Mozart y Mambo. Inspirado por W.A. Mozart e escrito por Joshua Davis e Yuniet Lombida Prieto, é apresentado por Sarah Willis e pela Havana Lyceum Orchestra. Aprecie AQUI.

domingo, 19 de julho de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 16º Domingo do Tempo Comum - Ano A
A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do "Reino"; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa "lógica" de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.
A primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força e omnipotência, é indulgente e misericordioso para com os homens - mesmo quando eles praticam o mal. Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem "humanos", isto é, a terem um coração tão misericordioso e tão indulgente como o coração de Deus.
O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do "Reino de Deus". Esse "Reino" não é um clube exclusivo de "bons" e de "santos": nele todos os homens - bons e maus - encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo - dom de Deus - vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.
EVANGELHO - Mt 13,24-43
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
Jesus disse às multidões mais esta parábola:
"O reino dos Céus pode comparar
-se a um homem
que semeou boa semente no seu campo.
Enquanto todos dormiam, veio o inimigo,
semeou joio no meio do trigo e foi-se embora.
Quando o trigo cresceu e deu fruto,
apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram dizer-lhe:
'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo?
Donde vem então o joio?
Ele respondeu-lhes: 'Foi um inimigo que fez isso'.
Disseram-lhe os servos:
'Queres que vamos arrancar o joio?'
'Não! - disse ele –
não suceda que, ao arrancardes o joio,
arranqueis também o trigo.
Deixai-os crescer ambos até à ceifa
e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros:
Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar;
e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro'".
Jesus disse-lhes outra parábola:
"O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda
que um homem tomou e semeou no seu campo.
Sendo a menor de todas as sementes,
depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças
e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos".
Disse-lhes outra parábola:
"O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento
que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha,
até ficar tudo levedado".
Tudo isto disse Jesus em parábolas,
e sem parábolas nada lhes dizia,
a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta,
que disse: "Abrirei a minha boca em parábolas,
proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo".
Jesus deixou então as multidões e foi para casa.
Os discípulos aproximaram-se d'Ele e disseram-Lhe:
"Explica-nos a parábola do joio no campo".
Jesus respondeu:
"Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem
e o campo é o mundo.
A boa semente são os filhos do reino,
o joio são os filhos do Maligno
e o inimigo que o semeou é o Demónio.
A ceifa é o fim do mundo
e os ceifeiros são os Anjos.
Como o joio é apanhado e queimado no fogo,
assim será no fim do mundo:
o Filho do homem enviará os seus Anjos,
que tirarão do seu reino todos os escandalosos
e todos os que praticam a iniquidade,
e hão-de lançá-los na fornalha ardente;
aí haverá choro e ranger de dentes.
Então, os justos brilharão como o sol
no reino do seu Pai.
Quem tem ouvidos, oiça".
AMBIENTE
Continuamos em contacto com as "parábolas do Reino". O Evangelho deste domingo apresenta-nos mais um bloco de três imagens ou comparações ("parábolas") que pretendem revelar aos discípulos e às multidões que rodeiam Jesus, a realidade do "Reino".
Já vimos, no passado domingo, porque é que Jesus pregava por "parábolas": porque a linguagem parabólica é uma linguagem rica, expressiva, questionante; porque a "parábola" é uma excelente arma de controvérsia, muito útil em contextos polémicos; porque a "parábola" faz as pessoas pensar e incita-as à procura da verdade. Por tudo isto, as "parábolas" são uma linguagem privilegiada para apresentar o Reino, para incitar as pessoas a descobrir o Reino e para as levar a aderir ao Reino.
Das três parábolas que nos são hoje propostas, duas (o grão de mostarda e o fermento) procedem da tradição sinóptica; a outra (a parábola do trigo e do joio) só aparece em Mateus (além de aparecer também numa antiga colecção de "ditos" de Jesus, conhecida como "Evangelho de Tomé").
Também desta vez percebe-se - tanto nas parábolas, como nas explicações que as acompanham - a preocupação "pastoral" de Mateus: ele não é um jornalista a transcrever o que Jesus disse; mas é um "pastor" que procura exortar, animar, ensinar e fortalecer a fé dessa comunidade cristã a que o Evangelho se dirige.
MENSAGEM
A primeira parábola que nos é proposta é a parábola do trigo e do joio (vers. 24-30). Trata-se de um quadro da vida quotidiana: há um "senhor" que semeia boa semente no seu campo, um "inimigo" que semeia o joio (nome de uma erva gramínea que nasce entre o trigo e o danifica) e "servos" dedicados, preocupados com o futuro da colheita. Tudo parece normal; o anormal é a reacção do "senhor" à "crise": dá ordens para que deixem crescer trigo e joio lado a lado e que só na altura da ceifa seja feita a selecção do bom e do mal, do que é para queimar e do que é para guardar nos celeiros.
A parábola deve ser entendida no contexto do ministério de Jesus. Ele conviveu com os pecadores, com os marginais, com os que levavam vidas moralmente condenáveis. Sentou-se à mesa com gente desclassificada, deixou-se tocar por pecadoras públicas, convidou um publicano a integrar o seu grupo de discípulos... Com esse comportamento "escandaloso", Ele quis dizer a todos esses que a religião oficial excluía, que Deus os amava e que os convidava a fazer parte da sua família, a integrar a comunidade da salvação, a serem membros de pleno direito da comunidade do "Reino".
Os fariseus consideravam inaceitável a atitude de Jesus. Para eles, quem não cumpria a Lei tinha de ser excluído do Povo santo de Deus e não tinha o direito de fazer parte do "campo" de Deus. A "lógica" dos fariseus condiz com a "lógica" de Deus?
Nesta parábola, Jesus pretende dar-nos uma lição sobre a "lógica" de Deus. Sugere que a "lógica" de Deus não é uma "lógica" de destruição, de segregação, de exclusão, mas é uma "lógica" de amor, de misericórdia, de tolerância. O Deus de Jesus Cristo é um Deus paciente e misericordioso, lento para a ira e rico de misericórdia, que dá sempre ao homem todas as oportunidades para refazer a existência e para integrar plenamente a comunidade do "Reino". Ele tem um plano de salvação e de graça que oferece gratuitamente a todos os homens, bons e maus; depois, no tempo oportuno, ver-se-á quem são os maus e quem são os bons. De resto, não é muito fácil separar o bom e o mau, porque as duas realidades coexistem em todos os "campos", em todos os corações.
O "senhor" da parábola é esse Deus paciente, que dá ao homem todas as oportunidades, que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva.
Os "servos" com excesso de zelo são os crentes (que trabalham no campo do "senhor") rígidos e intolerantes, incapazes de olhar o mundo e o coração dos homens com a bondade, a serenidade e a paciência de Deus.
O "campo" é o mundo e a história, onde coexistem o trigo (os sinais de esperança, de vida, de amor que tornam este mundo mais belo e mais feliz) e o joio (os sinais de morte, responsáveis pelo sofrimento, pela opressão, pela escravidão). É também o coração de cada homem e de cada mulher, capaz de opções de vida e capazes de opções de morte.
Jesus garante: os métodos de Deus não passam pelo castigo imediato, pela intolerância face às opções dos homens, pela incompreensão dos erros dos seus filhos; os métodos de Deus passam por deixar os homens crescer em liberdade, integrando a comunidade dos filhos de Deus.
Nos vers. 36-43, temos a aplicação que Mateus faz da parábola do trigo e do joio à vida da sua comunidade. Nesta "explicação", o eixo central da parábola original passa a ser outro. A problema já não é se na "lógica" de Deus o trigo e o joio podem crescer juntos, mas é a questão do "juízo" que espera bons e maus: Mateus insiste que, no "dia da colheita" (imagem que, nos profetas, se identifica com o dia do "juízo de Deus" sobre os homens e o mundo), os bons receberão a recompensa e os maus receberão o castigo.
Estamos nos finais do séc. I (década de 80). Já passou o entusiasmo dos primeiros anos; a vida das comunidades cristãs é marcada pela monotonia, pela falta de entusiasmo e empenho, pela mediocridade, pelo laxismo. Os cristãos aburguesaram-se e nem sempre vivem de forma empenhada e comprometida a sua fé. Como despertar de novo nos crentes o entusiasmo inicial?
Mateus vai usar os métodos dos pregadores do seu tempo... Recorrendo à linguagem e aos símbolos da apocalíptica, Mateus lembra aos cristãos da sua comunidade o juízo futuro de Deus. Os símbolos utilizados (o joio queimado no fogo, a fornalha ardente, o choro e o ranger de dentes) destinam-se a impressionar os crentes, a obrigá-los a inflectir os seus esquemas de vida e a voltar à fidelidade ao Evangelho. Portanto, não temos aqui uma descrição de como será o "fim do mundo"; o que temos aqui é um convite urgente e emocionado à conversão, ao aprofundamento do compromisso com Jesus e com o Evangelho.
O Evangelho deste domingo propõe-nos ainda duas outras parábolas: a parábola do grão de mostarda (vers. 31-32) e a parábola do fermento (vers. 33). São duas parábolas muito semelhantes, quer quanto ao conteúdo, quer quanto à forma.
Numa e noutra, o quadro é o mesmo: sublinha-se a desproporção entre o início e o resultado final. O grão de mostarda é uma semente muito pequena, que no entanto pode dar origem a um arbusto de razoáveis dimensões; o fermento apresenta um aspecto perfeitamente insignificante, mas tem a capacidade de fermentar uma grande quantidade de massa. Estas duas comparações servem para apresentar o dinamismo do "Reino". O "Reino" anunciado por Jesus compara-se ao grão de mostarda e ao fermento: parece algo insignificante, que tem inícios muito modestos e humildes, mas contém potencialidades para encher o mundo, para o transformar e renovar. Trata-se de um dinamismo de vida nova que começa como uma pequena semente lançada à terra numa província obscura e insignificante do império romano, mas que vai lançar as suas raízes, invadir história dos homens e potenciar o aparecimento de um mundo novo.
Com estas parábolas, Jesus responde às objecções daqueles que não acreditavam que da mensagem de um carpinteiro de Nazaré, pudesse surgir uma proposta de vida, capaz de fermentar o mundo e a história. Ele garante-nos que o "Reino" é uma realidade irreversível, que veio para ficar e para transformar o mundo. Escutar estas parábolas é receber uma injecção de ânimo e de esperança, capaz de levar a um compromisso mais sério e mais exigente com o "Reino".
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:
• O Evangelho deste domingo garante-nos, antes de mais, que o "Reino" é uma realidade irreversível, que está em processo de crescimento no mundo. É verdade que é difícil perceber essa semente a crescer ou esse fermento a levedar a massa, quando vemos multiplicarem-se as violências, as injustiças, as prepotências, as escravidões... É difícil acreditar que o "Reino" está em processo de construção, quando o materialismo, a futilidade, o comodismo, a procura da facilidade, o efémero sobressaem, de forma tão marcada, na vida de grande parte dos homens e das mulheres do nosso tempo... A Palavra de Deus convida-nos, contudo, a não perder a confiança e a esperança. Apesar das aparências, o dinamismo do "Reino" está presente, minando positivamente a história e a vida dos homens.
• Na verdade, falar do "Reino" não significa falarmos de um "condomínio fechado", ao qual só tem acesso um grupo privilegiado constituído pelos "bons", pelos "puros", pelos perfeitos", e de onde está ausente o mal, o egoísmo e o pecado... Falar do "Reino" é falar de uma realidade em processo de construção, onde cada homem e cada mulher têm o direito de crescer ao seu ritmo, de fazer as suas escolhas, de acolher ou não o dom de Deus, até à opção final e definitiva. É falarmos de uma realidade onde o amor de Deus, vivo e actuante, vai introduzindo no coração do homem um dinamismo de conversão, de transformação, de renascimento, de vida nova.
• Neste Evangelho temos também uma lição muito sugestiva sobre a atitude de Deus face ao mal e aos que fazem o mal. Na parábola do trigo e do joio, Jesus garante-nos que os esquemas de Deus não prevêem a destruição do pecador, a segregação dos maus, a exclusão dos culpados. O Deus de Jesus Cristo é um Deus de amor e de misericórdia, sem pressa para castigar, que dá ao homem "todo o tempo do mundo" para crescer, para descobrir o dom de Deus e para fazer as suas escolhas. Não percamos nunca de vista a "paciência" de Deus para com os pecadores: talvez evitemos ter de carregar sentimentos de culpa que oprimem e amarguram a nossa breve caminhada nesta terra.
• A "paciência de Deus" com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O "senhor" da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos "servos" que pretendem "cortar o mal pela raiz" e arrancar o mal (correndo o risco de serem injustos, de se enganarem e de meterem mal e bem no mesmo saco). Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro... A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorrectos) com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
• Convém termos sempre presente o seguinte: não há o mal quimicamente puro de um lado e o bem quimicamente puro do outro... Mal e bem misturam-se no mundo, na vida e no coração de cada um de nós. Dividir as nações em boas (as que têm uma política que serve os nossos interesses) e más (as que têm uma política que lesa os nossos interesses), os grupos sociais em bons (os que defendem valores com os quais concordamos) e maus (os que defendem valores que não são os nossos), os indivíduos em bons (os amigos, aqueles que nos apoiam e que estão sempre de acordo connosco) e maus (aqueles que nos fazem frente, que nos dizem verdades que são difíceis de escutar, que não concordam connosco)... é uma atitude simplista, que nos leva frequentemente a assumir atitudes injustas, que geram exclusão, marginalização, sofrimento e morte. Mais uma vez: saibamos olhar para o mundo, para os grupos, para as pessoas sem preconceitos, com a mesma bondade, compreensão e tolerância que Deus manifesta face a cada homem e a cada mulher, independentemente das suas escolhas e do seu ritmo de caminhada.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Sem alternativa! O bom grão semeado no nosso campo era promessa de uma boa ceifa. Mas eis que o joio veio poluir a seara. Que tipo de compromissos aceitamos na nossa vida? Deus é paciente! Mas se temos ouvidos, é urgente escutar o seu apelo à conversão. É urgente escolher o nosso campo: o do Senhor ou o do Maligno. Não há alternativa!



«Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai» 
«Quando o que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade» (1Cor 15,54), o amor será perfeito, o júbilo será perfeito, um louvor sem fim, um amor sem ameaças. [...] E neste mundo? Não experimentaremos nenhuma alegria? [...] Seguramente que sim; neste mundo, experimentaremos, na esperança da vida futura, uma alegria da qual seremos plenamente saciados no Céu.
Mas é preciso que o trigo suporte muitas coisas no meio do joio. Os grãos são lançados à palha e o lírio cresce no meio dos espinhos. Com efeito, que foi dito à Igreja? «Tal como um lírio entre os cardos, assim é a minha amada entre as donzelas» (Ct 2,2). «Entre as donzelas», diz o texto, e não entre os estrangeiros. Ó Senhor, que consolações dás Tu? Que conforto? Ou melhor, que temor? Chamas espinhos às tuas próprias donzelas? São espinhos, responde Ele, pela sua conduta, mas são donzelas pelos meus sacramentos. [...] 
Mas onde deverá o cristão refugiar-se para não gemer entre falsos irmãos? Para onde irá ele? Fugirá para o deserto? As ocasiões de queda segui-lo-ão. Distanciar-se-á para não ter de suportar os seus semelhantes? E se ninguém tivesse querido suportá-lo antes da sua conversão? Se, por conseguinte, a pretexto do seu progresso interior, não quer suportar ninguém, isso prova que tal progresso não é real. Escutai bem estas palavras: «Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportai-vos uns aos outros no amor, procurando manter a unidade do Espírito, pelo vínculo da paz» (Ef 4,2-3). Não há em ti nada que os outros tenham de suportar?
Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, Sl 99, 8-9