"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 30 de dezembro de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem e entender e melhor vivê-la!

EVANGELHO Lc 2,41-52
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém,
pela festa da Páscoa.
Quando Ele fez doze anos,
subiram até lá, como era costume nessa festa.
Quando eles regressavam, passados os dias festivos,
o Menino Jesus ficou em Jerusalém,
sem que seus pais o soubessem.
Julgando que Ele vinha na caravana,
fizeram um dia de viagem
e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos.
Não O encontrando,
voltaram a Jerusalém, à sua procura.
Passados três dias,
encontraram-n’O no templo,
sentado no meio dos doutores,
a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
Todos aqueles que O ouviam
estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas.
Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados;
e sua Mãe disse-Lhe:
«Filho, porque procedeste assim connosco?
Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura».
Jesus respondeu-lhes:
«Porque Me procuráveis?
Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?»
Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse.
Jesus desceu então com eles para Nazaré
e era-lhes submisso.
Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração.
E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça,
diante de Deus e dos homens.
AMBIENTE
O Evangelho que nos é proposto é o final do “Evangelho da infância” de Lucas. Ora, já sabemos que a finalidade do “Evangelho da infância” não é fazer uma reportagem sobre os primeiros anos da vida de Jesus, mas sim fazer catequese sobre Jesus; nessa catequese, diz-se quem é Jesus e apresentam-se algumas coordenadas teológicas que vão, depois, ser desenvolvidas no resto do Evangelho.
A “catequese” de hoje situa-nos em Jerusalém. A Lei judaica pedia que os homens de Israel fossem três vezes por ano a Jerusalém, por alturas das três grandes festas de peregrinação (Páscoa, Pentecostes e Festa das Cabanas – cf. Ex 23,17-17). Ainda que os rabinos não considerassem obrigatória esta lei até aos treze, muitos pais levavam os filhos antes dessa idade. Jesus tem doze anos e, de acordo com o texto de Lucas, foi com Maria e José a Jerusalém celebrar a Páscoa.
É neste ambiente de Jerusalém e do Templo que Lucas situa as primeiras palavras pronunciadas por Jesus no Evangelho. Elas são, sem dúvida, o centro do nosso relato.
MENSAGEM
A chave deste episódio está, portanto, nas palavras pronunciadas por Jesus quando, finalmente, se encontra com Maria e José: “porque me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?”
O significado (a catequese) da resposta à pergunta de Maria é que Deus é o verdadeiro Pai de Jesus. Daqui deduz-se que as exigências de Deus são, para Jesus, a prioridade fundamental, que ultrapassa qualquer outra exigência. A sua missão – a missão que o Pai Lhe confia – vai obrigá-l’O a romper os laços com a própria família (cf. Mc 3,31-35).
É possível que haja ainda, aqui, uma referência à paixão/morte/ressurreição de Jesus: tanto o episódio de hoje, como os factos relativos à morte/ressurreição, são situados num contexto pascal; em ambas as situações Jesus é abandonado – aqui por Maria e José e, mais tarde, pelos discípulos – por pessoas que não compreendem que a sua prioridade é o projecto do Pai; em ambas as situações, Jesus é procurado (cf. Lc 24,5) e tem de explicar que a finalidade da sua vida é cumprir aquilo que o Pai tinha definido (cf. Lc 24,7.25-27.45-46). Lucas apresenta aqui a chave para entender toda a vida de Jesus: Ele veio ao mundo por mandato de Deus Pai e com um projecto de salvação/libertação. Àqueles que se perguntam porque deve o Messias percorrer determinado caminho, Lucas responde: porque é a vontade do Pai. Foi para cumprir a vontade do Pai que Jesus veio ao nosso encontro e entrou na nossa história.
Atente-se, ainda, em duas questões um tanto marginais, mas que podem servir também para a nossa reflexão e edificação: em primeiro lugar, reparemos no entusiasmo que Jesus tem pela Palavra de Deus e pelas questões que ela levanta; em segundo lugar, a “declaração de independência” de Jesus pode ajudar-nos a compreender que a família não é o lugar fechado, onde cada pessoa cresce em horizontes limitados e fechados, mas é o lugar onde nos abrimos ao mundo e aos outros, onde nos armamos para partir à conquista do mundo que nos rodeia.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão do Evangelho de hoje deve ter em conta as seguintes questões:
¨ Para Jesus, a prioridade fundamental a que tudo se subjuga (até a família) é o projecto de Deus, o plano que Deus tem para cada pessoa. Se os planos dos pais e os planos de Deus entram em choque, quais devem prevalecer?
¨ Anima-nos o mesmo entusiasmo de Jesus pela Palavra de Deus? Somos capazes de esquecer outros interesses legítimos para nos dedicarmos à escuta, à reflexão e à discussão da Palavra? Vemos nela um meio privilegiado de conhecer o projecto que Deus tem para nós?
¨ Maria e José não fizeram cenas diante da resposta “irreverente” de Jesus. Aceitaram que o jovem Jesus não lhes pertencia exclusivamente: Ele tinha a sua identidade e a sua missão próprias. É assim que nos situamos face àqueles com quem partilhamos a experiência familiar?
¨ A nossa família potencia o nosso crescimento, abrindo-nos horizontes e levando-nos ao encontro do mundo, ou fecha-nos num espaço cómodo mas limitado, onde nos mantemos eternamente dependentes?
 
 

sábado, 29 de dezembro de 2012

(in)PRENSA semanal: a minha selecção.

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA: a minha selecção" que aí virão.
 
Como é que Pingo Doce e Continente pagam impostos?
Apelo de Fernando Tordo - "um desempregado activo" - ao Presidente da RTP
http://expresso.sapo.pt/apelo-de-fernando-tordo-um-desempregado-activo-ao-presidente-da-rtp=f775338?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-22
Clientes do BPN deixam de pagar dívidas
http://expresso.sapo.pt/clientes-do-bpn-deixam-de-pagar-dividas=f775561
BPN, ainda o escândalo, ainda a impunidade
http://expresso.sapo.pt/bpn-ainda-o-escandalo-ainda-a-impunidade=f775744?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-24
Não é piada: roubou o BPN para gastar em meninas
http://expresso.sapo.pt//nao-e-piada-roubou-o-bpn-para-gastar-em-meninas=f775958?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-28
A vingança de um grupo de hackers pelas crianças que não têm prendas este Natal
http://www.publico.pt/politica/noticia/a-vinganca-de-um-grupo-de-hackers-pelas-criancas-que-nao-terao-prendas-este-natal-1578532?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoPolitica+%28Publico.pt+-+Pol%C3%ADtica%29#/0
Governantes "não estão à altura do momento"
http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?content_id=2963145
Em caso de dúvida, digam a verdade
http://expresso.sapo.pt//em-caso-de-duvida-digam-a-verdade=f775928?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-27
Bento XVI denunciou hoje o homem actual que recusa Deus e está cheio de si
http://www.ionline.pt/mundo/bento-xvi-denunciou-hoje-homem-actual-recusa-deus-esta-cheio-si
Igreja Católica é "tábua de salvação" para famílias no limiar da sobrevivência
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=90381
Observatório propõe que Estado compre contratos das ex-Scut
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=90394
Berardo diz-se perseguido! Grande lata!





terça-feira, 25 de dezembro de 2012

É NATAL!

MARIA teve um MENINO,

o Menino Jesus (nunca é demais recordar Fernando Pessoa e rever Maria Bethânia, bem pelo contrário, é demenos)

E se o seu nascimento fosse em 2010?

continuaria a ser o "Natal da dignidade humana"?
por ANSELMO BORGES in DN de 22 dezembro 2012 ( sublinhados, negritos, amarelados & tamanhos, da minha responsabilidade)

Numa troca célebre de cartas entre o cardeal Carlo M. Martini e o agnóstico Umberto Eco, publicadas com o título "In cosa crede chi non crede?", U. Eco escreve: Mesmo que Cristo fosse apenas o tema de um grande conto, "o facto de esse conto ter podido ser imaginado e querido por bípedes implumes, que só sabem que não sabem, seria miraculoso (miraculosamente misterioso)". O Homem teve, a dada altura, "a força, religiosa, moral e poética, de conceber o modelo do Cristo, do amor universal, do perdão aos inimigos, da vida oferecida em holocausto pela salvação dos outros. Se fosse um viajante proveniente de galáxias longínquas e me encontrasse com uma espécie que soube propor-se este modelo, admiraria, subjugado, tanta energia teogónica, e julgaria esta espécie miserável e infame, que cometeu tantos horrores, redimida pelo simples facto de ter conseguido desejar e crer que tudo isto é a Verdade."
Mas Jesus não é um simples conto ou um mito. Hoje, ninguém com honradez intelectual põe em dúvida a sua existência e há um acordo de base quanto a dados históricos fundamentais, como mostra Xabier Pikaza, na obra Quem Foi, Quem É Jesus Cristo?, que coordenei, e na qual especialistas de renome mundial tratam das perguntas essenciais sobre Jesus: uma biografia 'impossível' de Jesus, Jesus e a gnose, Jesus e Deus, Jesus e o dinheiro, Jesus e a política, Jesus e as mulheres, Jesus e as religiões, que quer dizer: "ressuscitar dos mortos"? Sintetizo X. Pikaza quanto ao consenso de base sobre "Jesus: quem foi, o que queria, que final?"
1. Jesus foi um profeta escatológico, que anunciou e actuou na perspectiva da acção iminente de Deus, que iria transformar a ordem social e política do mundo. 2. Foi um sábio, perito em humanidade, contando histórias iluminantes para a condução da vida, para lá da banalidade do mundo e em ordem ao seu entendimento e transformação. 3. Foi um taumaturgo e um carismático. Tinha "poderes" especiais, com grande capacidade de influência. Colocou-se do lado dos oprimidos, com "sinais" a seu favor, preocupando-se com a saúde das pessoas, a sua libertação e autonomia pessoal. 4. Foi homem de mesa comum. Estava interessado na comunicação viva e fraterna entre todos, como mostram os banquetes com pecadores e excluídos, ultrapassando as divisões entre puros e impuros. 5. Criticou uma forma de família baseada só na genealogia, para procurar uma forma nova de comunhão e inter-relação entre todos: num momento de grande desestruturação social, apresentou-se como impulsiona- dor de um movimento messiânico, aberto a todos e integrando os diversos estratos da sociedade, especialmente os marginalizados. 6. Foi um comprometido radical, de tal modo que a sua proposta não foi aceite por muitos "bons" judeus do seu tempo. Rompeu com normas sacras aceites pela maioria religiosa e abriu-se aos marginalizados sociais, num momento de grande crise económica, cultural, social e familiar. A sua proposta tornou-se perigosa, originando um conflito com os defensores da ordem religiosa e os representantes de Roma. 7. Foi um pretendente messiânico, executado em Jerusalém. Foi um profeta, um sábio, um carismático, mas não apenas isso. Ele subiu a Jerusalém pela Páscoa do ano 30 como portador do Reino de Deus, ainda que se discutam as características da sua pretensão. Foi rejeitado pelas autoridades sacerdotais de Jerusalém e condenado à morte por Pôncio Pilatos como "rei dos judeus". 8. Depois da sua morte, o seu movimento profético-messiânico manteve-se e transformou-se. Muitos continuaram a acreditar nele, confessando que ele está vivo em Deus. Reflectindo sobre o modo como viveu, como agiu e se comportou, sobre a sua experiência de Deus, que proclamou, com palavras e obras, como amor incondicional, tiveram a experiência avassaladora de que ele não morreu para o nada, mas para o interior da Vida plena de Deus. É o Vivente em Deus.
Afinal, o Natal verdadeiro é o Natal da dignidade humana. Como dizia o filósofo ateu Ernst Bloch, foi com Jesus que sabemos que nenhum ser humano pode ser tratado como "gado". Já Hegel tinha escrito também que por ele sabemos da dignidade divina do ser humano. Bom Natal! ( que assim seja para todos vós - são também os meus sinceros desejos!!! )

O Natal de Jesus? Afinal de contas o que celebramos hoje?

 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A INFELICIDADE não mora aqui certamente...

com estes, os ditos "selvagens" que precisam de ser "domesticados/civilizados/educados", né?... mas mora nesta nossa dita sociedade "civilizada" que, como é sabido e comprovado, é a civilização & sociedade da abundância: stress, angústia, invejas, antidepressivos, tristezas, obesidade, insegurança, desemprego, hipersístoles&diástoles, acidentes vasculares cerebrais, tricas&truques...
Se tiver de cá voltar numa eventual reencarnação - quero in(corpo)rar-me nesta comunidade tribal. Não sou esquisito. Esquisito por & para quê?


domingo, 23 de dezembro de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

EVANGELHO Lc 1,39-47
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
AMBIENTE
O texto que nos é proposto faz parte do chamado “Evangelho da Infância”. Os estudos actuais falam do “Evangelho da Infância” como um género literário especial, que se pode chamar “homologese”: é um género que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus (que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus connosco). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do Antigo Testamento usada pelos rabbis judeus na época em que foi escrito o Novo Testamento). A “homologese” utiliza, de preferência, tipologias: factos e pessoas do Antigo Testamento encontram a sua correspondência em factos e pessoas do Novo Testamento. Pelo meio, misturam-se elementos apocalípticos (aparições, anjos, sonhos), destinados a fazer avançar a narração e a explicitar as ideias teológicas e a catequese sobre Jesus. É esta mistura de elementos que podemos encontrar no Evangelho de hoje: mais do que uma informação “jornalística” sobre factos concretos, trata-se de uma catequese sobre Jesus, feita a partir de um conjunto de referências tiradas da mensagem e das promessas do Antigo Testamento.
MENSAGEM
A primeira referência vai para a indicação de que, à saudação de Maria, o menino (João Baptista) saltou de alegria no seio da mãe. Trata-se, evidentemente, de uma indicação teológica: para Lucas, Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens, e que tem uma mensagem de salvação/libertação que concretiza as promessas feitas por Deus aos antepassados; logo, a presença de Jesus provoca a alegria, o estremecimento gozoso de todos aqueles que esperam a concretização das promessas de Deus e que vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens. Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos; e isso provoca um estremecimento incontrolável de alegria, por parte de todos os que anseiam pela concretização das promessas de Deus.
Temos, depois, a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as mulheres”. Trata-se de palavras que aparecem no “cântico de Débora” (cf. Jz 5,24) para celebrar Jael, a mulher que, apesar da sua fragilidade, foi o instrumento de Deus para libertar o Povo das mãos de Sísera, o opressor. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação dos homens.
Finalmente, temos a resposta de Maria: “a minha alma enaltece o Senhor…”. A resposta de Maria retoma um salmo de acção de graças (cf. Sl 34,4), destinado a dar graças a Jahwéh porque protege os humildes e os salva, apesar da prepotência dos opressores. É um salmo de esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os pobres que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são vítimas da prepotência e da injustiça dos homens. Com Jesus, chegou esse tempo novo de libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão deste texto pode ter em conta os seguintes pontos:
• A presença de Jesus neste mundo é, claramente, a concretização das promessas de salvação e de libertação feitas por Deus ao seu Povo. Com Jesus, anuncia-se a eliminação da opressão, da injustiça, de tudo aquilo que rouba e que limita a vida e a felicidade dos homens. Jesus, ao “nascer” entre nós, tem por missão propor um mundo onde a justiça, os direitos humanos, a dignidade, a vida e a felicidade das pessoas são absolutamente respeitados. Dizer que Jesus, hoje, nasce no nosso mundo significa propor esta mensagem libertadora e salvadora.
• Nós, que somos no mundo o rosto vivo de Jesus, propomos esta boa notícia? Os pobres, os que sofrem, todos os que são vítimas de opressão e suspiram ansiosamente por um mundo novo encontram no nosso anúncio esta proposta? Esta mensagem libertadora é a nossa proposta fundamental, ou dispersamo-nos em propostas laterais (o dinheiro que a comunidade tem em caixa para construir novas igrejas, a apresentação dos novos paramentos, as “bocas” que atirámos aos nossos opositores na comunidade, as questões de organização), que dizem muito pouco acerca do essencial?
• O “estremecimento” de alegria de João Baptista no seio de Isabel é o sinal de que o mundo espera com ânsia uma proposta verdadeiramente libertadora. Nós, os cristãos, somos verdadeiramente o veículo desta mensagem?
• A proposta libertadora de Deus para os homens alcança o mundo através da fragilidade de uma mulher (recordar o contexto social de uma sociedade patriarcal, onde a mulher pertence à classe dos que não gozam de todos os direitos civis e religiosos) que aceita dizer “sim” a Deus. É necessário ter consciência de que é através dos nossos limites e da nossa fragilidade que Deus alcança os homens e propõe o seu projecto ao mundo.
• Maria, após ter conhecimento de que vai acolher Jesus no seu seio, parte ao encontro de Isabel e fica com ela, solidária com ela, até ao nascimento de João. Temos consciência de que acolher Jesus é estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro, partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades?

FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=439

sábado, 22 de dezembro de 2012

Ter um NATAL SOLIDÁRIO

Como?
Assim:

(in)PRENSA semanal: a (minha) selecção possível

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA: a minha selecção" que aí virão.

Nações Unidas propõem renegociação da dívida portuguesa
http://expresso.sapo.pt/nacoes-unidas-propoem-renegociacao-da-divida-portuguesa=f774147
RTP - o inacreditável está a acontecer?
http://expresso.sapo.pt//rtp-o-inacreditavel-esta-a-acontecer=f774304?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-16
Mas não devia.
http://expresso.sapo.pt//mas-nao-devia=f774213?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-16
"O Presidente não pode fugir a dizer o que pensa sobre o OE"
http://economico.sapo.pt/noticias/o-presidente-nao-pode-fugir-a-dizer-o-que-pensa-sobre-o-oe_158674.html
Arcebispo de Braga critica um Natal apenas de "hábitos e rotinas comerciais"
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=89398
Água privatizada é mais cara
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=89421
Encontro do CDS “mostrou que Governo vive em crise iminente”
http://economico.sapo.pt/noticias/encontro-do-cds-mostrou-que-governo-vive-em-crise-iminente_158609.html
Os cavalos também se abatem
http://expresso.sapo.pt//os-cavalos-tambem-se-abatem=f774428?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-18
Passos Coelho erra se vender agora a TAP
http://expresso.sapo.pt/passos-coelho-erra-se-vender-agora-a-tap=f774426
É o Relvas e o Relvas e o Relvas
http://expresso.sapo.pt/e-o-relvas-e-o-relvas-e-o-relvas=f774430
Soares "Ninguém sabe de quê Relvas é doutor mas que manda, manda"
http://www.noticiasaominuto.com/politica/29532/ningu%c3%a9m-sabe-de-que-relvas-%c3%a9-
Relvas transformará Portugal numa lixeira empresarial
http://expresso.sapo.pt//relvas-transformara-portugal-numa-lixeira-empresarial=f774494?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-19
Cavaco Silva: o homem errado no lugar errado  
http://expresso.sapo.pt/-cavaco-silva-o-homem-errado-no-lugar-errado=f774423
25 empresas dão trabalho a sem-abrigo em Portugal
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2952715
"Chegou a hora de voltar à indústria"
http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=2952075&dossier=O%20Norte%20faz%20bem
Uma mudança "histórica" na política monetária
http://expresso.sapo.pt/uma-mudanca-historica-na-politica-monetaria=f774512
Passo-a-rezar elege meditações de Bento XVI para o Natal
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=89524
Os negócios voam
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2956732&seccao=Andr%E9%20Macedo&page=-1
Já percebi! Gaspar estava a gozar
http://expresso.sapo.pt//ja-percebi-gaspar-estava-a-gozar=f774871?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-20
Isabel Jonet, a caridade e a solidariedade  
http://expresso.sapo.pt/isabel-jonet-a-caridade-e-a-solidariedade=f774919
Médicos: os únicos que levam Vitor Gaspar ao tapete
http://expresso.sapo.pt/medicos-os-unicos-que-levam-vitor-gaspar-ao-tapete=f774834
Entre a Google e Depardieu, os parvos somos nós  
http://expresso.sapo.pt/entre-a-google-e-depardieu-os-parvos-somos-nos=f774696
O Pai Natal recebe 43 cêntimos à hora?
http://expresso.sapo.pt//o-pai-natal-recebe-43-centimos-a-hora=f774815?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-20
A Europa estará louca?
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/3178311-europa-estara-louca
O ano da contestação
http://rr.sapo.pt/radiografia2012/
Incrivelmente é pouco
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2959102&seccao=Fernanda C%E2ncio&tag=Opini%E3o - Em Foco


 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

REFLEXÃO/MEDITAÇÃO: Natal, sociedade,...

Na nossa sociedade faz frio. E o Natal é luz e calor! A humanidade enregela sem o Espírito que é fogo. Contra o frio do egoísmo, o calor do amor. Contra o frio da ganância, o calor da generosidade. Contra o frio da indiferença, o fogo da solidariedade. Contra o frio da solidão, o fogo da proximidade. Contra o frio do desencanto, o fogo do ideal.

in " Não há soluções, Há caminhos"
P. Vasco Pinto Magalhães


 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Enquanto se constrói o presépio...

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/paisagens_para_rezar_enquanto_se_constroi_o_presepio.html

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ESPIRITUALIDADE: Adriano Moreira dá voz ao "passo-a-rezar" do Dia de Natal

«Foi dito por Malraux que o século XXI ou seria religioso ou não seria; e cada vez mais a inquietação, sobretudo, na Europa e depois no mundo, é maior no sentido de que não apenas a condição de vida mas o próprio risco da paz está a crescer; (e)chegou, penso, o momento em que lembrar a advertência de Malraux, aconselha a meditar sobre a importância da transcendência», afirmou o comentador após a gravação.

LEITURA: Livros para ler e oferecer

“A esperança que nasce da palavra”, “A Igreja e a sexualidade”, “A infância de Jesus”, “A pregação”, “A vida de oração”, “Abri as portas a Cristo”, “Antes de tudo o abraço”, “Aprender a acreditar”, “As 23 mulheres do Concílio”, “Caminhos de interioridade com S. Francisco de Assis”, “Celebrção do TemCredo, Domine”, “Crer, imagens de uma aventura”, “Deus dinheiro e consciência”, “Dominus Est”, “É Natal, Cristo nasceu”, “Eis o mistério da fé”, “Estação dEvangelho diário”, “Fé acreditada, fé rezada”, “Frei Bento Domingues e o incómodo da coerência”, “Identidades religiosas em Portugal”, “Lógicas de ação social no contexto católico”, “Mostrar Cristo ao mundo”, “Nenhum caminho será longo”, O Átrio dos Gentios”, “O Concílio Vaticano II – Uma história nunca escrita”, “O jejum”, “O mundo no coração da Igreja”, “Orações para todas as ocasiões”, “Os dez mandamentos”; “Padres e Doutores da Igreja”, “Pequeno catecismo para a família”, “Quem foi/quem é Jesus Cristo?”, “Rafael, o anjinho maestro”, “S. Francisco de Assis”, “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, “Vaticano II ao alcance de todos”, “Viver o Ano da Fé”, “Viver uma fé adulta”: perto de 40 livros para ler e oferecer neste Natal a partir da recolha de algumas das novidades publicadas nos últimos meses.

ADVENTO

Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d’Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um “obstáculo” a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade. Mas como devemos preparar-nos para abrir o coração ao Senhor que vem? A atitude espiritual da expectativa vigilante e orante permanece a característica fundamental do cristão neste tempo de Advento. Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor.
Ler mais em http://www.snpcultura.org/advento_2012.html#advento_2012_dia_13

domingo, 16 de dezembro de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

EVANGELHOLc 3,10-18
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
as multidões perguntavam a João Baptista:
«Que devemos fazer?»
Ele respondia-lhes:
«Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma;
e quem tiver mantimentos faça o mesmo».
Vieram também alguns publicanos para serem baptizados
e disseram:
«Mestre, que devemos fazer?»
João respondeu-lhes:
«Não exijais nada além do que vos foi prescrito».
Perguntavam-lhe também os soldados:
«E nós, que devemos fazer?»
Ele respondeu-lhes:
«Não pratiqueis violência com ninguém
nem denuncieis injustamente;
e contentai-vos com o vosso soldo».
Como o povo estava na expectativa
e todos pensavam em seus corações
se João não seria o Messias,
ele tomou a palavra e disse a todos:
«Eu baptizo-vos com água,
mas está a chegar quem é mais forte do que eu,
e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias.
Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo.
Tem na mão a pá para limpar a sua eira
e recolherá o trigo no seu celeiro;
a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga».
Assim, com estas e muitas outras exortações,
João anunciava ao povo a Boa Nova».
AMBIENTE
O Evangelho de hoje vem na sequência daquele que reflectimos no passado domingo: o profeta João Baptista indica, com pormenores concretos e a grupos concretos, como proceder para percorrer esse caminho de “metanoia” e preparar a “vinda do Senhor”.
MENSAGEM
A primeira parte do Evangelho de hoje (vers. 10-14) é uma secção própria de Lucas. Pôr as pessoas as perguntar “o que devemos fazer” é habitual em Lucas (cf. Act 2,37; 16,30; 22,10): sugere uma abertura à proposta de salvação que vem de Deus. João Baptista propõe, então, três atitudes concretas para quem quer fazer a experiência de conversão e de encontro com o Senhor que vem: ao povo em geral, João Baptista recomenda a sensibilidade às necessidades de quem nada tem e a partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se deixem convencer por esquemas de enriquecimento ilícito, que não despojem ilegalmente os mais pobres; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do seu poder contra fracos e indefesos… Repare-se como João Baptista põe em relevo os “crimes contra o irmão”: tudo aquilo que atenta contra a vida de um só homem é um crime contra Deus; quem o comete, está a fechar o seu coração e a sua vida à proposta libertadora que Cristo veio trazer.
Na segunda parte do Evangelho (vers. 15-18), João Baptista anuncia a chegada do baptismo no Espírito Santo, contraposto ao baptismo “na água” de João. O baptismo de João é, apenas, uma proposta de conversão; mas o baptismo de Jesus consiste em receber essa vida de Deus que actua no coração do homem, transforma o homem velho em homem novo, faz do homem egoísta e fechado em si um homem novo, capaz de partilhar a vida e amar como Jesus. Faz-se, aqui, referência a essa transformação que Cristo operará no coração de todos os que estão dispostos a acolher a sua proposta de libertação: começará, para eles, uma nova vida, uma vida purificada (fogo), uma vida de onde o pecado e o egoísmo foram eliminados, uma vida segundo Deus. Para Lucas, este anúncio do profeta João concretizar-se-á plenamente no dia de Pentecostes.
ACTUALIZAÇÃO
Elementos para a reflexão e actualização da Palavra:
• “E nós, que devemos fazer?” A expressão revela a atitude correcta de quem está aberto à interpelação do Evangelho. Sugere-se aqui a disponibilidade para questionar a própria vida, primeiro passo para uma efectiva tomada de consciência do que é necessário transformar.
• Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos: ninguém tem o direito de se apropriar deles em seu benefício exclusivo. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem, são obstáculos intransponíveis que impedem o Senhor de nascer no meio de nós. As nossas comunidades e nós próprios damos testemunho desta partilha que é sinal do Reino proposto por Jesus?
• Os publicanos eram aqueles que extorquiam dinheiro de modo duvidoso, despojando os mais pobres e enriquecendo de forma ilícita. Que dizer dos modernos esquemas imorais (às vezes lícitos, mas imorais) de enriquecimento rápido? Que dizer da corrupção, do branqueamento de dinheiro sujo, da fuga aos impostos, das taxas exageradas cobradas por certos serviços, das falcatruas? Será possível prejudicar conscientemente um irmão ou a comunidade inteira e acolher “o Senhor que vem”?
• “Não exerçais violência sobre ninguém”… E os actos de violência, que tantas vezes atingem inocentes e derramam sangue ou, ao menos, provocam sofrimento e injustiça? E os actos gratuitos de terrorismo, ainda que sejam mascarados de luta pela libertação? E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo, ou a exploração de imigrantes estrangeiros? E as prepotências que se cometem nos tribunais, nas repartições públicas, na própria casa e, tantas vezes, nas recepções das nossas igrejas? Neste quadro, é possível acolher Jesus?
• Ser cristão é ser baptizado no Espírito, quer dizer, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e a sua proposta. O que é que conduz a nossa caminhada e motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso egoísmo e comodismo?
• A alegria, constitutiva da experiência cristã, deve estar especialmente presente neste tempo de espera do Senhor. Não é uma alegria que resulta dos êxitos desportivos da nossa equipa, nem do nosso êxito profissional, nem do aumento da nossa conta bancária, mas é uma alegria pela presença iminente do Senhor nas nossas vidas, como proposta libertadora. É a certeza da presença libertadora do Senhor que a nossa alegria deve anunciar aos homens nossos irmãos.
• A bondade e a indulgência com que acolhemos os que nos rodeiam têm de ser, também, distintivos de quem espera o Senhor. Será possível que Deus nasça quando o caminho do nosso coração está fechado com cadeias de intolerância, de prepotência, de incompreensão?
• A espera do Senhor faz-se, também, num diálogo contínuo com Ele. Não é possível estar disponível para O acolher, quando estamos indiferentes e não partilhamos com Ele, a cada instante, as nossas alegrias e as nossas dificuldades, os nossos sonhos e as nossas esperanças. Não é possível acolher alguém com quem não comunicamos e de quem não nos sentimos próximos.
• Nunca é demais sublinhar a essência de Deus: o amor. Neste texto, o amor de Deus não só introduz na relação com o Povo um dinamismo de perdão; mas esse amor faz ainda mais: provoca a própria conversão do Povo. Esta consciência de que Deus nos ama, muito para além das nossas falhas e fraquezas, e que o seu amor nos transforma, nos torna menos egoístas e mais humanos, é uma das mais belas constatações que os crentes podem fazer.
O que renova o mundo e o transforma não é o medo, mas o amor. O medo provoca insegurança, pessimismo, angústia, sofrimento, bloqueamento; o amor é que faz crescer, é que cria dinamismos de superação, é que nos torna mais humanos, é que nos faz confiar, é que potencia o encontro e a comunhão… Devemos ter isto bem presente quando formos chamados a anunciar o Evangelho e a proclamar a proposta de salvação que o nosso Deus faz aos homens.
• Também é necessário sublinhar a constatação de que Deus não desiste de vir ao nosso encontro e de residir no meio de nós. Ele tem uma proposta de salvação que quer, a todo o custo, apresentar-nos. Não é uma constatação consoladora, frente às dificuldades, às angústias, às inseguranças que dia a dia preenchem a nossa existência?
• Finalmente, convém notar o apelo à alegria… A constatação de que Deus nos ama e que reside no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade para todos os que O acolhem não pode provocar senão uma imensa alegria no coração dos crentes. Damos sempre testemunho dessa alegria? Será que as nossas comunidades são espaços onde se nota a alegria pelo amor e pela presença de Deus?

FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=438

sábado, 15 de dezembro de 2012

(in)PRENSA semanal: a minha selecção

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA: a minha selecção" que aí virão.

O que a troika resgatou foi a banca europeia  
http://expresso.sapo.pt//o-que-a-itroikai-resgatou-foi-a-banca-europeia=f771912?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-09
Boaventura de Sousa Santos: "Hoje não há alternativa ao Estado Providência"
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/seguranca_social/detalhe/hoje_nao_ha_alternativa_ao_estado_providencia.html
Aquilo que nos vai safar já está a acontecer
http://expresso.sapo.pt//aquilo-que-nos-vai-safar-ja-esta-a-acontecer=f772937?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-12
Ó srª Procuradora, cale-se s.f.f.
http://expresso.sapo.pt/o-sr-procuradora-cale-se-sff=f773015
Catalina, a pedofilia e a cumplicidade
http://expresso.sapo.pt/catalina-a-pedofilia-e-a-cumplicidade=f773288
Médicos afirmam ter usado VIH para curar leucemia em menina
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=31&did=88693
A culpa morre sempre solteira
http://economico.sapo.pt/noticias/a-culpa-morre-sempre-solteira_158117.html
50 livros que toda a gente deve ler
http://expresso.sapo.pt/50-livros-que-toda-a-gente-deve-ler=f747892
Mais de 20 hospitais em risco de falência páram cirurgias e cortam nos medicamentos
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2071235048105831865#editor/target=post;postID=467938779498245397
Despesa pública tem efeito positivo em período de crise
http://expresso.sapo.pt/despesa-publica-tem-efeito-positivo-em-periodo-de-crise=f773325?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-13
O fim das indemnizações como as conhecemos
http://expresso.sapo.pt/o-fim-das-indemnizacoes-como-as-conhecemos=f773580?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-13
Os comentários de Miguel Sousa Tavares
http://sicnoticias.sapo.pt/programas/miguelsousatavares/2012/12/12/os-comentarios-de-miguel-sousa-tavares



Bode expiatório
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/paulo-morais/bode-expiatorio#

<

strong> 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Abertura Solene das Aulas 2012/2013 - Discurso do Reitor da UC

Mais um, não um qualquer, a quem os podres instituídos farão, infeliz & lamentavelmente, "ouvidos de mercador":
Discurso de João Gabriel Silva, Reitor da Universidade de Coimbra, durante a cerimónia de Abertura Solene das Aulas na UC.
Inteiramente de acordo. Trata-se de um discurso diferente do chorrilho de comentários /opiniões devastadoras e demagógicas que circulam com abundância nos média e nos “cafés” e noutros “corredores”. Discurso bem impregnado de:
-Emoção profunda
-Descrição simples e esclarecedora dos problemas
-Propostas políticas, sociais, económicas, financeiras e humanas.
Sem ponta de demagogia requer-se divulgação, reflexão, debate e aproveitamento. Não é todos os dias que podemos ouvir um discurso destes! Dos 40 minutos de duração do discurso, os primeiros quinze são absolutamente obrigatórios para o interesse de todo o país.
HAVERÁ ALGUÉM NOS PARTIDOS POLÍTICOS QUE SE ATREVA A DIZER QUE ESTE SENHOR NÃO PERCEBE NADA DISTO?
Uma lição de lucidez!
BRAVO MAGNÍFICO REITOR! "



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

quem conhece ESSES "DESCONHECIDOS" (21)...

...que merecem ser CONHECIDOS - vida&obra - e eu mais em conhecê-los e dar a conhecer?

A RTP-2 estreou em novembro, o documentário “Mulheres de Deus”, centrado na vida de quatro irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus: Laurinda (62), Paula (42), Sara (29) e Susana (29), duas gerações de mulheres que decidiram abraçar a vida religiosa. «O que pensam as irmãs do mundo que as rodeia? O que queriam ser quando eram crianças? Terão vivido uma infância comum? Como foi a entrada para a Congregação? Que sonhos tinham? Terão sido cumpridos? Como olham para os doentes mentais que personalizam o seu carisma? Como vivem a vida religiosa no séc. XXI e que histórias têm para nos contar?». «Eu já conhecia as irmãs e a forma como tratavam os seus doentes, e sempre achei que essa ação devia ser mostrada ao público, reconhecendo o trabalho enorme destas mulheres fantásticas», revelou a autora, Inês Leitão, em declarações ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. Apresentamos agora o documentário integral.
Ler mais em: http://www.snpcultura.org/as_mulheres_de_Deus.html

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MÚSICA: Dave Brubeck

... em "sotaque" jazzista...
...a propósito de uma morte esta 4ª feira - véspera do seu 92.º aniversário - de um senhor do jazz, o grande pianista e compositor norte-americano Dave Brubeck. Quem não conhece "Take Five"? Pois, « Lenda viva do jazz, tocou com Duke Ellington e Ella Fitzgerald, e nos anos 50 e 60 com The Dave Brubeck Quartet, alcançando enorme sucesso. A sua música “Take Five” tornou-se o single de jazz mais vendido de todos os tempos e genérico de vários programas de televisão.» Ei-los em 2009, portanto com 89 anos, no famoso "Montreal Jazz Festival 2009" com esta fabulosa versão do mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=7dmfS8WdK1I
Com esta outra, também magistral e mais novos - estava-se em 1997 - «o músico californiano tornou-se católico em 1980 de forma singular. O seu primeiro contacto com a missa foi a obra "To Hope! A Celebration", encomendada por Ed Murray, diretor do "Our Sunday Visitor", quando Brubeck não tinha aderido a qualquer confissão religiosa»

Em suma e em fundo, a MÚSICA!!!
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

CINEMA: Manoel de Oliveira 104 anos, PARABÉNS A VOCÊ!!!

O cineasta Manoel de Oliveira celebra hoje 104 anos. Recordamos alguns dos textos publicados no site da Pastoral da Cultura sobre o realizador que a Igreja Católica em Portugal distinguiu em 2007 com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes. Tinha então 99 anos. Em 2010 o papa Bento XVI foi ao seu encontro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa saudação tão cordial como simbólica.
Ler mais em:
http://pastoraldacultura.wordpress.com/2012/12/11/e-novo-parabens-manoel-de-oliveira/

POLÍTICA: Carta ao Primeiro Ministro de Portugal

"
Carta que Eugénio Lisboa escreveu a Passos Coelho. O signatário tem hoje 82 anos e, para além de todas as funções que desempenhou e enuncia no final, foi (*) um ensaísta e crítico literário notável. Peço a vossa atenção, porque fala em nome de todos nós. Trata-se de uma reflexão sobre a saúde da nossa pátria e penso que ninguém, de nenhum quadrante, poderá ficar-lhe indiferente.
(*) e continua activo, felizmente...( nota pessoal )
CARTA AO PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL

Exmo. Senhor Primeiro Ministro

Hesitei muito em dirigir-lhe estas palavras, que mais não dão do que uma pálida ideia da onda de indignação que varre o país, de norte a sul, e de leste a oeste. Além do mais, não é meu costume nem vocação escrever coisas de cariz político, mais me inclinando para o pelouro cultural. Mas há momentos em que, mesmo que não vamos nós ao encontro da política, vem ela, irresistivelmente, ao nosso encontro. E, então, não há que fugir-lhe.

Para ser inteiramente franco, escrevo-lhe, não tanto por acreditar que vá ter em V. Exa. qualquer efeito – todo o vosso comportamento, neste primeiro ano de governo, traindo, inescrupulosamente, todas as promessas feitas em campanha eleitoral, não convida à esperança numa reviravolta! – mas, antes, para ficar de bem com a minha consciência. Tenho 82 anos e pouco me restará de vida, o que significa que, a mim, já pouco mal poderá infligir V. Exa. e o algum que me inflija será sempre de curta duração. É aquilo a que costumo chamar “as vantagens do túmulo” ou, se preferir, a coragem que dá a proximidade do túmulo. Tanto o que me dê como o que me tire será sempre de curta duração. Não será, pois, de mim que falo, mesmo quando use, na frase, o “odioso eu”, a que aludia Pascal.

Mas tenho, como disse, 82 anos, e, portanto, uma alongada e bem vivida experiência da velhice – da minha e da dos meus amigos e familiares. A velhice é um pouco – ou é muito – a experiência de uma contínua e ininterrupta perda de poderes. “Desistir é a derradeira tragédia”, disse um escritor pouco conhecido. Desistir é aquilo que vão fazendo, sem cessar, os que envelhecem. Desistir, palavra horrível. Estamos no verão, no momento em que escrevo isto, e acorrem-me as palavras tremendas de um grande poeta inglês do século XX (Eliot): “Um velho, num mês de secura”... A velhice, encarquilhando-se, no meio da desolação e da secura. É para isto que servem os poetas: para encontrarem, em poucas palavras, a medalha eficaz e definitiva para uma situação, uma visão, uma emoção ou uma ideia.

A velhice, Senhor Primeiro Ministro, é, com as dores que arrasta – as físicas, as emotivas e as morais – um período bem difícil de atravessar. Já alguém a definiu como o departamento dos doentes externos do Purgatório. E uma grande contista da Nova Zelândia, que dava pelo nome de Katherine Mansfield, com a afinada sensibilidade e sabedoria da vida, de que V. Exa. e o seu governo parecem ter défice, observou, num dos contos singulares do seu belíssimo livro intitulado The Garden Party: “O velho Sr. Neave achava-se demasiado velho para a primavera.” Ser velho é também isto: acharmos que a primavera já não é para nós, que não temos direito a ela, que estamos a mais, dentro dela... Já foi nossa, já, de certo modo, nos definiu. Hoje, não. Hoje, sentimos que já não interessamos, que, até, incomodamos.

Todo o discurso político de V. Exas., os do governo, todas as vossas decisões apontam na mesma direcção: mandar-nos para o cimo da montanha, embrulhados em metade de uma velha manta, à espera de que o urso lendário (ou o frio) venha tomar conta de nós. Cortam-nos tudo, o conforto, o direito de nos sentirmos, não digo amados (seria muito), mas, de algum modo, utilizáveis: sempre temos umas pitadas de sabedoria caseira a propiciar aos mais estouvados e impulsivos da nova casta que nos assola. Mas não. Pessoas, como eu, estiveram, até depois dos 65 anos, sem gastar um tostão ao Estado, com a sua saúde ou com a falta dela. Sempre, no entanto, descontando uma fatia pesada do seu salário, para uma ADSE, que talvez nos fosse útil, num período de necessidade, que se foi desejando longínquo. Chegado, já sobre o tarde, o momento de alguma necessidade, tudo nos é retirado, sem uma atenção, pequena que fosse, ao contrato anteriormente firmado. É quando mais necessitamos, para lutar contra a doença, contra a dor e contra o isolamento gradativamente crescente, que nos constituímos em alvo favorito do tiroteio fiscal: subsídios (que não passavam de uma forma de disfarçar a incompetência salarial), comparticipações nos custos da saúde, actualizações salariais – tudo pela borda fora. Incluindo, também, esse papel embaraçoso que é a Constituição, particularmente odiada por estes novos fundibulários. O que é preciso é salvar os ricos, os bancos, que andaram a brincar à Dona Branca com o nosso dinheiro e as empresas de tubarões, que enriquecem sem arriscar um cabelo, em simbiose sinistra com um Estado que dá o que não é dele e paga o que diz não ter, para que eles enriqueçam mais, passando a fruir o que também não é deles, porque até é nosso.

Já alguém, aludindo à mesma falta de sensibilidade de que V. Exa. dá provas, em relação à velhice e aos seus poderes decrescentes e mal apoiados, sugeriu, com humor ferino, que se atirassem os velhos e os reformados para asilos desguarnecidos , situados, de preferência, em andares altos de prédios muito altos: de um 14º andar, explicava, a desolação que se comtempla até passa por paisagem. V. Exa. e os do seu governo exibem uma sensibilidade muito, mas mesmo muito, neste gosto. V. Exas. transformam a velhice num crime punível pela medida grande. As políticas radicais de V. Exa, e do seu robôtico Ministro das Finanças - sim, porque a Troika informou que as políticas são vossas e não deles... – têm levado a isto: a uma total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página.

Falei da velhice porque é o pelouro que, de momento, tenho mais à mão. Mas o sofrimento devastador, que o fundamentalismo ideológico de V. Exa. está desencadear pelo país fora, afecta muito mais do que a fatia dos velhos e reformados. Jovens sem emprego e sem futuro à vista, homens e mulheres de todas as idades e de todos os caminhos da vida – tudo é queimado no altar ideológico onde arde a chama de um dogma cego à fria realidade dos factos e dos resultados. Dizia Joan Ruddock não acreditar que radicalismo e bom senso fossem incompatíveis. V. Exa. e o seu governo provam que o são: não há forma de conviverem pacificamente. Nisto, estou muito de acordo com a sensatez do antigo ministro conservador inglês, Francis Pym, que teve a ousadia de avisar a Primeira Ministra Margaret Thatcher (uma expoente do extremismo neoliberal), nestes termos: “Extremismo e conservantismo são termos contraditórios”. Pym pagou, é claro, a factura: se a memória me não engana, foi o primeiro membro do primeiro governo de Thatcher a ser despedido, sem apelo nem agravo. A “conservadora” Margaret Thatcher – como o “conservador” Passos Coelho – quis misturar água com azeite, isto é, conservantismo e extremismo. Claro que não dá. Alguém observava que os americanos ficavam muito admirados quando se sabiam odiados. É possível que, no governo e no partido a que V. Exa. preside, a maior parte dos seus constituintes não se aperceba bem (ou, apercebendo-se, não compreenda), de que lavra, no país, um grande incêndio de ressentimento e ódio. Darei a V. Exa. – e com isto termino – uma pista para um bom entendimento do que se está a passar. Atribuíram-se ao Papa Gregório VII estas palavras: ”Eu amei a justiça e odiei a iniquidade: por isso, morro no exílio.” Uma grande parte da população portuguesa, hoje, sente-se exilada no seu próprio país, pelo delito de pedir mais justiça e mais equidade. Tanto uma como outra se fazem, cada dia, mais invisíveis. Há nisto, é claro, um perigo.

De V. Exa., atentamente,

Eugénio Lisboa

Ex-Director da Total, em Moçambique
Ex-Director da SONAP MOC
Ex-Administrador da SONAPMOC e da SONAREP
Ex-Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Londres
Prof. Catedrático Especial de Estudos Portugueses (Univ. Nottingham)
Ex-Presidente da Comissão Nacional da UNESCO
Prof. Catedrático Visitante da Univ. de Aveiro
Doutor Honoris Causa pela Univ. de Nottingham
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro
Medalha de Mérito Cultural (Câmara de Cascais)
Publicação: 17 de Setembro de 2012 17:19 por Azedo


A carta noutro blog:

domingo, 9 de dezembro de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

EVANGELHOLc 3,1-6
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério,
quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia,
Herodes tetrarca da Galileia,
seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide
e Lisânias tetrarca de Abilene,
no pontificado de Anás e Caifás,
foi dirigida a palavra de Deus
a João, filho de Zacarias, no deserto.
E ele percorreu toda a zona do rio Jordão,
pregando um baptismo de penitência
para a remissão dos pecados,
como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías:
«Uma voz clama no deserto:
‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Sejam alteados todos os vales
e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos
e aplanem-se as veredas escarpadas;
e toda a criatura verá a salvação de Deus’».
AMBIENTE
O texto de hoje segue-se imediatamente ao “evangelho da infância”, na versão lucana. Aqui começa, oficialmente, o Evangelho – isto é, o anúncio da Boa Nova de Jesus. Antes de começar a descrever a acção libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens, Lucas vai apresentar João Baptista, o profeta que veio preparar a chegada do Messias de Deus.
MENSAGEM
Lucas, como compete a alguém que “tudo investigou cuidadosamente desde a origem” (Lc 1,3), começa por situar o quadro de João Baptista num determinado enquadramento histórico. Nomeia 7 personagens (desde o imperador Tibério César, até ao sumo sacerdote Caifás), num esforço de situar no tempo os acontecimentos da salvação (estaremos aí pelos anos 27/28). Ele sugere, assim, que esta aventura do Deus que vem ao encontro dos homens para lhes apresentar um projecto de salvação e de felicidade não é uma lenda, perdida nas brumas do tempo e da memória dos homens… Mas é uma história concreta, com acontecimentos concretos, que podem ser ligados a um determinado momento histórico e a uma terra concreta.
Num segundo momento, Lucas apresenta a figura de João Baptista. Ele é “uma voz que grita no deserto” e que convida a preparar os caminhos do coração para que Jesus, o Messias de Deus, possa ir ao encontro de cada homem. Lucas começa por sugerir que a missão profética de João lhe é confiada por Deus: o chamamento de João é apresentado com as mesmas palavras do chamamento de Jeremias (cf. Jer 1,1, no texto grego), para marcar o carácter profético do seu anúncio. Depois, Lucas situa num espaço geográfico a actividade profética de João: ele prega em “toda a zona do rio Jordão” (Mateus e Marcos, situam-no no deserto)… Trata-se de uma região bastante povoada, sobretudo depois das construções de Herodes e de Arquelau: o anúncio profético de João destina-se aos homens, que são convidados a acolher o Messias que está para fazer a sua aparição no mundo. Finalmente, concretiza-se o âmbito da missão: João “proclama um baptismo de conversão (“baptisma metanoias”), para a remissão dos pecados”… A palavra “metanoias” sugere uma revolução total da mentalidade que leva a uma transformação total da forma de pensar e de agir… Para acolher o Messias que está para chegar, é necessário um processo de conversão que leve a um re-equacionar a vida, as prioridades, os valores; só nos corações verdadeiramente transformados, o Messias encontrará lugar.
O Evangelho de hoje conclui-se com uma citação tomada do Deutero-Isaías (cf. Is 40,3-5), onde serve para anunciar aos exilados na Babilónia a libertação e o regresso a casa, num novo e triunfal êxodo. Lucas sugere, desta forma, que está para chegar a libertação: é necessário, no entanto, que os destinatários do projecto libertador de Deus aceitem percorrer esse caminho, se deixem transformar e acolham “a salvação de Deus”.
ACTUALIZAÇÃO
Elementos para a reflexão e a actualização da Palavra:
• João é o profeta, cujo anúncio prepara o coração dos homens para acolher o Messias. A dimensão profética está sempre presente na comunidade dos baptizados. A todos nós, constituídos profetas pelo baptismo, Deus chama a dar testemunho de que o Senhor vem e a preparar os caminhos por meio dos quais Jesus há-de chegar ao coração do mundo e dos homens.
• Preparar o caminho do Senhor é convidar a uma conversão urgente, que elimine o egoísmo, que destrua os esquemas de injustiça e de opressão, que derrote as cadeias que mantêm os homens prisioneiros do pecado… Preparar o caminho do Senhor é um re-orientar a vida para Deus, de forma a que Deus e os seus valores passem a ocupar o primeiro lugar no nosso coração e nas nossas prioridades de vida.
• Esse processo de conversão é um verdadeiro êxodo, que nos transportará da terra da opressão para a terra nova da liberdade, da graça e da paz. Só quem aceita percorrer esse “caminho” experimentará a “salvação de Deus”.
• A preocupação de Lucas em situar concretamente, no espaço e no tempo, os acontecimentos da salvação chama a atenção aos profetas que anunciam a “vinda do Senhor”, no sentido de encarnar o seu anúncio no contexto cultural e político onde estão inseridos, a ir ao encontro do homem concreto, com a sua linguagem, os seus problemas concretos, as suas ânsias, os seus dramas, sonhos e esperanças. A linguagem com que o profeta anuncia a salvação não pode ser uma linguagem desencarnada, mas tem se ser uma linguagem viva, questionante, interpelativa.

FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=436

sábado, 8 de dezembro de 2012

Neste dia 8 de Dezembro, feriado nacional...

...

A mulher mais importante de Portugal?

por ANSELMO BORGES

Uma vez, numa entrevista na rádio, um jornalista atirou-me: "qual é a mulher mais importante de Portugal?" E eu, naquela perplexidade de quando somos apanhados de surpresa: "Penso que é Nossa Senhora, Maria, a mãe de Jesus."
À distância e mais reflectidamente, julgo que respondi bem, pois é mesmo isso: Maria, a mãe de Jesus, Nossa Senhora, é, muito provavelmente, a mulher mais importante de Portugal e, possivelmente, até a mais influente. Pergunto a mim próprio o que seria a Igreja em Portugal sem Fátima e mesmo o que seria o país sem a Nossa Senhora. Frei Bento Domingues foi quem melhor definiu Fátima: "o cais de todas as lágrimas dos portugueses."
Assim, lá está Fátima e milhões de peregrinos, as romarias em todas as cidades, vilas e aldeias, uma devoção enraizada, mesmo para lá da prática religiosa oficial. Talvez porque a Igreja é profundamente masculina - Deus é Pai, Filho e Espírito Santo; a hierarquia é masculina: papa, bispos, padres, diáconos - e porque os portugueses interiorizaram uma imagem tradicional severa do pai, Maria aparece como almofada e afago, sobretudo em tempos dramáticos de crise, de guerra, de becos sem saída. É a Mãe.
Tem mesmo direito a dois dias santos de guarda, com feriado nacional. Um deles celebra-se hoje: a Imaculada Conceição. Ninguém sabe ao certo o que é que a maioria dos portugueses, mesmo católicos praticantes, entende por isso, isto é, o que se celebra na Imaculada Conceição Alguns pensarão na virgindade de Maria. Mas, de facto, o que se celebra tem a ver com a doutrina do pecado original, segundo a qual todos os seres humanos nascem em pecado, por causa do pecado de Adão e Eva. Maria, porém, constituiria uma excepção, pois foi concebida sem pecado.
Ora, é preciso confessar que precisamente aqui se concentra um nó de confusões. O Evangelho desconhece essa doutrina, que provém fundamentalmente de Santo Agostinho: em Adão, todos pecaram. Mas como sustentá-la, no quadro da evolução, quando ninguém sabe quem foram os primeiros humanos, já que a tomada de consciência foi lenta e progressiva?
E quem acredita sinceramente que os seres humanos são gerados em pecado? Uma vez, uma senhora, numa conferência, atirou-me que sempre era verdade que sou herege, pois nego o pecado original. Perguntei-lhe, porque é mãe de duas filhas, se acreditava sinceramente que elas tinham sido geradas em pecado e se ela tinha andado ao todo 18 meses com o pecado dentro dela. E ela, fulminante: "Nem pensar!" Conclusão: quando a fé não é reflectida como razoável, assistimos à dissonância entre o que se diz crer e o que realmente se crê. Afinal, o que está no Génesis é, decisivamente, em linguagem simbólica, outra coisa: o significado da passagem da animalidade à humanidade: como seres humanos, temos consciência de sermos únicos e mortais - cada um é ele/ela e sabe de si como único e mortal.
Maria não é importante por ser mãe de Jesus, mas, como diz o Evangelho, por tê-lo acompanhado, mesmo quando não compreendia. Procurou entender e seguiu-o até à cruz. E tornou-se sua discípula, convertendo-se ao Deus que Jesus anunciou: o Deus-amor, que não nos abandona, nem mesmo na morte, que é próximo de todos, que quer a libertação de todos, a começar pelos mais fracos, humilhados e ofendidos - entre estes estão as mulheres
Como escreveu o biblista Xabier Pikaza, numa longa e densa investigação sobre o Evangelho, "Jesus não quis algo de especial para as mulheres. Quis, para elas, o mesmo que para os homens. Não procurou um lugar especial para elas, mas o mesmo lugar de todos, isto é, o dos 'filhos de Deus'". Depois, veio a traição: "Ao transformar-se em instituição de poder religioso e social, deixando de ser um movimento messiânico de libertação, a Igreja teve de aceitar as estruturas normais de poder, que tinha estado (e estava) nas mãos de homens. Logicamente, os homens justificaram depois essa situação (domínio patriarcal) com pseudo-argumentos religiosos, que vão contra o espírito de Jesus."

(in)PRENSA semanal: a minha selecção

Para quem, que por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA: a minha selecção" que aí virão.
 
 As contrapartidas dos submarinos e a infinita generosidade do governo
 http://expresso.sapo.pt/as-contrapartidas-dos-submarinos-e-a-infinita-generosidade-do-governo=f770436#ixzz2DuKysL3i
Da palhota ao "ouro" olímpico
http://www.economiafe.org/index.php/component/k2/item/74-darfar-da-palhota-ao-ouro-olímpico
Médicos rejeitam que os utentes paguem taxa extra pelos medicamentos
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=31&did=87552
Vice-presidente do Parlamento Europeu critica condições impostas a Portugal
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=87574
Advento: tempo de um olhar novo para os outros e para nós
http://rr.sapo.pt/sugestoes_detalhe.aspx?fid=61&did=87140
Ano da Fé: um ano de momentos especiais para viver com a sua rádio
http://rr.sapo.pt/sugestoes_detalhe.aspx?fid=61&did=80332
Portugal é bom aluno mas não ganha nada com isso
http://expresso.sapo.pt/portugal-e-bom-aluno-mas-nao-ganha-nada-com-isso=f771358
"Dinheiros públicos, vícios privados": reportagem da TVI sobre o Grupo GPS
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=st8QuOydVMs
Colégios privados GPS: uma história exemplar
http://expresso.sapo.pt/colegios-privados-gps-uma-historia-exemplar=f771463
"Se acabarmos com o Estado Social, passamos para 43% de pobres"
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=191&did=87780
Cuidado! A economia provoca surdez e alucinações
http://expresso.sapo.pt//cuidado-a-economia-provoca-surdez-e-alucinacoes=f771362?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2012-12-05
Cientista luso obtém bolsa de dois milhões de euros
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2927400
Educação e formação, motores do desenvolvimento
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=88060
Mendes acusa Gaspar de fazer dos portugueses "parvos"
http://economico.sapo.pt/noticias/mendes-acusa-gaspar-de-fazer-dos-portugueses-parvos_157989.html
O Presidente com medo
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2932471&seccao=Fernanda C%E2ncio&tag=Opini%E3o - Em Foco







 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CINEMA: "Amor": incómodo e imensamente belo

Três anos após conquistar uma vasta gama de prémios pelo seu “O Laço Branco”, profunda e perturbante meditação sobre a condição humana, Michael Haneke voltou a arrebatar a mente e o coração de júris, crítica e público com o seu mais recente filme: “Amor”. Magnificamente interpretado por Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, os dois atores que em tempos atraíram uma geração às salas de cinema pela sua sedutora vitalidade física e emocional, emprestam os mesmíssimos dons artísticos à encarnação de duas personagens no final das suas vidas. Incómodo e imensamente belo, eis um filme que trata, de modo igualmente notável e delicado, a questão do amor e da morte, em intimíssima relação e definindo claramente o que na nossa natureza prevalece.
Ler mais em: http://www.snpcultura.org/amor_incomodo_imensamente_belo.html

Sistema de saúde?!...

Uma lição de Democracia e de Educação Cívica!!!


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

SAÚDE: Prevenção natural da gripe A (H1N1)

O Dr. Vinay Goyal, diretor de um departamento de medicina nuclear, tiroídica e
cardíaca pede para se divulgar a mensagem abaixo para o maior número de pessoas possível, a fim de contribuir para minimizar o número de casos da Gripe A, causada pelo vírus H1N1.
Leia, por favor.
"As únicas vias de acesso para o vírus da gripe são as narinas, a boca e a garganta. Em relação a esta epidemia tão vastamente propagada, apesar de todas as precauções, é praticamente impossível não estar em contato com portadores do vírus que a promove. Contudo, alerto para o seguinte: o problema real não é tanto o contato com o vírus, mas a sua proliferação. Enquanto estamos em boa saúde e não apresentamos sintomas de infecção da gripe A (H1N1), há precauções a serem tomadas para evitar a proliferação do vírus, o agravamento dos sintomas e o
desenvolvimento das infecções secundárias. Infelizmente, estas precauções, relativamente simples, não são divulgadas suficientemente na maior parte das comunicações oficiais.
(porque será? Por ser barato demais e não haver lucros ?).

Eis algumas precauções:

1. Como mencionado na maior parte das publicidades, lave as mãos frequentemente.
2. Evite, na medida do possível, tocar no rosto com as mãos.

3. Duas vezes por dia, sobretudo quando esteve em contato com outras pessoas, ou quando chegar em casa, faça gargarejos com água morna contendo sal de cozinha.

Decorrem normalmente 2 a 3 dias entre o momento em que a garganta e as narinas são infectadas e o aparecimento dos sintomas. Os gargarejos feitos regularmente podem prevenir a proliferação do vírus. De certa maneira, os
gargarejos com água salgada têm o mesmo efeito, numa pessoa em estado saudável, que a vacina sobre uma pessoa infectada.
Não devemos subestimar este método preventivo simples, barato e eficaz.
Os vírus não suportam a água morna contendo sais.

4. Ao menos uma vez por dia, à noite, por exemplo, limpe as narinas com a água morna e sal. Assoe o nariz com vigor, e, em seguida, com um cotonete para ouvidos (ou um pouco de algodão) mergulhado numa solução de água morna com sal, passe nas duas narinas. Este é um outro método eficaz para diminuir a propagação do vírus.
O uso de recipientes nasais para limpeza das narinas, contendo água morna e sal de cozinha, é um excelente método para retirar as impurezas que albergam os vírus e bactérias; trata-se de um costume milenar, da India.


5. Reforçe o seu sistema imune comendo alimentos ricos em vitamina C.
Se a vitamina C for tomada sob a forma de pastilhas ou comprimidos, assegure-se de que contem Zinco, a fim de acelerar a absorção da vit. C.


6. Beba tanto quanto possível bebidas quentes (chás, café, infusões etc.).
As bebidas quentes limpam os vírus que podem se encontrar depositados na garganta e em seguida depositam-nos no estômago onde não podem sobreviver, devido o pH local ser ácido, o que evita a sua proliferação."