"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 27 de maio de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

LEITURA IAct 2,1-11
Quando chegou o dia de Pentecostes,
os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu,
um rumor semelhante a forte rajada de vento,
que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo,
que se iam dividindo,
e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar outras línguas,
conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos,
procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se
e ficou muito admirada,
pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam:
«Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós
falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia,
do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília,
do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene,
colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos,
cretenses e árabes,
ouvimo-los proclamar nas nossas línguas
as maravilhas de Deus».

AMBIENTE
Já vimos, no comentário aos textos dos domingos anteriores, que o livro dos “Actos” não pretende ser uma reportagem jornalística de acontecimentos históricos, mas sim ajudar os cristãos – desiludidos porque o “Reino” não chega – a redescobrir o seu papel e a tomar consciência do compromisso que assumiram, no dia do seu Baptismo. No que diz respeito ao texto que nos é proposto e que descreve os acontecimentos do dia do Pentecostes, não existem dúvidas de que é uma construção artificial, criada por Lucas com uma clara intenção teológica. Para apresentar a sua catequese, Lucas recorre às imagens, aos símbolos, à linguagem poética das metáforas. Resta-nos descodificar os símbolos para chegarmos à interpelação essencial que a catequese primitiva, pela palavra de Lucas, nos deixa. Uma interpretação literal deste relato seria, portanto, uma boa forma de passarmos ao lado do essencial da mensagem; far-nos-ia reparar na roupagem exterior, no folclore, e ignorar o fundamental. Ora, o interesse fundamental do autor é apresentar a Igreja como a comunidade que nasce de Jesus, que é assistida pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projecto libertador do Pai.
MENSAGEM
Antes de mais, Lucas coloca a experiência do Espírito no dia de Pentecostes. O Pentecostes era uma festa judaica, celebrada cinquenta dias após a Páscoa. Originariamente, era uma festa agrícola, na qual se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo; mas, no séc. I, tornou-se a festa histórica que celebrava a aliança, o dom da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus. Ao situar neste dia o dom do Espírito, Lucas sugere que o Espírito é a lei da nova aliança (pois é Ele que, no tempo da Igreja, dinamiza a vida dos crentes) e que, por Ele, se constitui a nova comunidade do Povo de Deus – a comunidade messiânica, que viverá da lei inscrita, pelo Espírito, no coração de cada discípulo (cf. Ez 36,26-28).
Vem depois a narrativa da manifestação do Espírito (Act 2,2-4). O Espírito é apresentado como “a força de Deus”, através de dois símbolos: o vento de tempestade e o fogo. São os símbolos da revelação de Deus no Sinai, quando Deus deu ao Povo a Lei e constituiu Israel como Povo de Deus (cf. Ex 19,16.18; Dt 4,36). Estes símbolos evocam a força irresistível de Deus, que vem ao encontro do homem, comunica com o homem e que, dando ao homem o Espírito, constitui a comunidade de Deus.
O Espírito (força de Deus) é apresentado em forma de língua de fogo. A língua não é somente a expressão da identidade cultural de um grupo humano, mas é também a maneira de comunicar, de estabelecer laços duradouros entre as pessoas, de criar comunidade. “Falar outras línguas” é criar relações, é a possibilidade de superar o gueto, o egoísmo, a divisão, o racismo, a marginalização… Aqui, temos o reverso de Babel (cf. Gn 11,1-9): lá, os homens escolheram o orgulho, a ambição desmedida que conduziu à separação e ao desentendimento; aqui, regressa-se à unidade, à relação, à construção de uma comunidade capaz do diálogo, do entendimento, da comunicação. É o surgimento de uma humanidade unida, não pela força, mas pela partilha da mesma experiência interior, fonte de liberdade, de comunhão, de amor. A comunidade messiânica é a comunidade onde a acção de Deus (pelo Espírito) modifica profundamente as relações humanas, levando à partilha, à relação, ao amor. É neste enquadramento que devemos entender os efeitos da manifestação do Espírito (cf. Act 2,5-13): todos “os ouviam proclamar na sua própria língua as maravilhas de Deus”. O elenco dos povos convocados e unidos pelo Espírito atinge representantes de todo o mundo antigo, desde a Mesopotâmia, passando por Canaan, pela Ásia Menor, pelo norte de África, até Roma: a todos deve chegar a proposta libertadora de Jesus, que faz de todos os povos uma comunidade de amor e de partilha. A comunidade de Jesus é assim capacitada pelo Espírito para criar a nova humanidade, a anti-Babel. A possibilidade de ouvir na própria língua “as maravilhas de Deus” outra coisa não é do que a comunicação do Evangelho, que irá gerar uma comunidade universal. Sem deixarem a sua cultura, as suas diferenças, todos os povos escutarão a proposta de Jesus e terão a possibilidade de integrar a comunidade da salvação, onde se fala a mesma língua e onde todos poderão experimentar esse amor e essa comunhão que tornam povos tão diferentes, irmãos. O essencial passa a ser a experiência do amor que, no respeito pela liberdade e pelas diferenças, deve unir todas as nações da terra. O Pentecostes dos “Actos” é, podemos dizê-lo, a página programática da Igreja e anuncia aquilo que será o resultado da acção das “testemunhas” de Jesus: a humanidade nova, a anti-Babel, nascida da acção do Espírito, onde todos serão capazes de comunicar e de se relacionar como irmãos, porque o Espírito reside no coração de todos como lei suprema, como fonte de amor e de liberdade.

ACTUALIZAÇÃO
Para a reflexão, considerar as seguintes indicações:
* Temos, neste texto, os elementos essenciais que definem a Igreja: uma comunidade de irmãos reunidos por causa de Jesus, animada pelo Espírito do Senhor ressuscitado e que testemunha na história o projecto libertador de Jesus. Desse testemunho resulta a comunidade universal da salvação, que vive no amor e na partilha, apesar das diferenças culturais e étnicas. A Igreja de que fazemos parte é uma comunidade de irmãos que se amam, apesar das diferenças? Está reunida por causa de Jesus e à volta de Jesus? Tem consciência de que o Espírito está presente e que a anima? Testemunha, de forma efectiva e coerente, a proposta libertadora que Jesus deixou?
* Nunca será demais realçar o papel do Espírito na tomada de consciência da identidade e da missão da Igreja… Antes do Pentecostes, tínhamos apenas um grupo fechado dentro de quatro paredes, incapaz de superar o medo e de arriscar, sem a iniciativa nem a coragem do testemunho; depois do Pentecostes, temos uma comunidade unida, que ultrapassa as suas limitações humanas e se assume como comunidade de amor e de liberdade. Temos consciência de que é o Espírito que nos renova, que nos orienta e que nos anima? Damos suficiente espaço à acção do Espírito, em nós e nas nossas comunidades?
* Para se tornar cristão, ninguém deve ser espoliado da própria cultura: nem os africanos, nem os europeus, nem os sul-americanos, nem os negros, nem os brancos; mas todos são convidados, com as suas diferenças, a acolher esse projecto libertador de Deus, que faz os homens deixarem de viver de costas voltadas, para viverem no amor. A Igreja de que fazemos parte é esse espaço de liberdade e de fraternidade? Nela todos encontram lugar e são acolhidos com amor e com respeito – mesmo os de outras raças, mesmo aqueles de quem não gostamos, mesmo aqueles que não fazem parte do nosso círculo, mesmo aqueles que a sociedade marginaliza e afasta?

FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=360

sábado, 26 de maio de 2012

(in)PRENSA: a minha selecção

1. Suíço detido é suspeito de forjar assinatura de Feteira
http://expresso.sapo.pt/suico-detido-e-suspeito-de-forjar-assinatura-de-feteira=f727131
2. E agora sr. ministro, vamos ter eletricidade mais barata?
http://expresso.sapo.pt/e-agora-sr-ministro-vamos-ter-eletricidade-mais-barata=f726948
3. O exemplo timorense
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=63195
4. Um patinho chamado Miguel Relvas
http://expresso.sapo.pt/um-patinho-chamado-miguel-relvas=f727594
5. Miguel Relvas: obviamente, demita-se  
- http://expresso.sapo.pt/miguel-relvas-obviamente-demita-se=f727557
- http://expresso.sapo.pt//rebelo-de-sousa-defende-demissao-de-miguel-relvas=f727452
6. A Europa anda a brincar com o fogo
 http://expresso.sapo.pt/a-europa-anda-a-brincar-com-o-fogo=f727766
7. "Há uma entronização do medo que está a ser registada com angústia"
http://expresso.sapo.pt/ha-uma-entronizacao-do-medo-que-esta-a-ser-registada-com-angustia=f727533
8. Portugal consegue evitar uma corrida aos depósitos?
http://expresso.sapo.pt/portugal-consegue-evitar-uma-corrida-aos-depositos=f727454
9. Deutsche Bank propõe que a Grécia adote o "geuro"
http://expresso.sapo.pt/deutsche-bank-propoe-que-a-grecia-adote-o-geuro=f727819
10. Krugman considera inevitável saída da Grécia do euro
- http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/krugman-grecia-tvi24-der-spiegel-paul-krugman/1349611-4058.html
- http://expresso.sapo.pt/krugmann-considera-inevitavel-saida-da-grecia-do-euro=f727322
11. Portugal cobra impostos acima da média europeia
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-cobra-impostos-acima-da-media-europeia_144966.html
12. Oposição diz que previsões da OCDE provam que política do Governo está errada
http://www.publico.pt/Economia/oposicao-diz-que-previsoes-da-ocde-provam-que-politica-do-governo-esta-errada-1547163?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoPolitica+%28Publico.pt+-+Pol%C3%ADtica%29
13. A estratégia Tio Patinhas
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=558325&pn=1
14. Infografia: O que pode ajudar Portugal
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=558179
15. Conselho de Finanças Públicas quer previsões independentes
 http://expresso.sapo.pt/conselho-de-financas-publicas-quer-previsoes-independentes=f727554
16. Análise para deteção do cancro da próstata divide especialistas
http://expresso.sapo.pt/analise-para-detecao-do-cancro-da-prostata-divide-especialistas=f727801
17. Os segredos da teia que lava milhões
http://visao.sapo.pt/os-segredos-da-teia-que-lava-milhoes=f666229
18. Despesa com pessoal do Estado caiu 5%
      Défice do Estado e Segurança Social atingiu 1.900 milhões
      Despesa com subsídio de desemprego cresceu 150 milhões
      Receita fiscal caiu 3% nos primeiros quatro meses
- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2543922
- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2543879&seccao=Dinheiro%20Vivo
- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2543777
- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2543685
19. Execução orçamental é preocupante
http://expresso.sapo.pt/execucao-orcamental-e-preocupante=f728286
20. O Tal Canals
Que a operação "Monte Branco" revela que há um submundo no alto dos arranha-céus. Que gente que condena os que "vivem acima das suas possibilidades" tem menos honra, ética e vergonha que um rato. Que enquanto um país inteiro se derrete na incineradora dos impostos, dos salários, das pensões, do desemprego, da austeridade, há dinheiro sacado e expatriado. Que os mesmos que cofiam bigodes por causa dos restaurantes que não pagam IVA e das casas subdeclaradas são os que tiram dinheiro daqui para fora, com um bom génio da finança, advogado ou padrinho. É limpinho.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=558877&pn=1
21. OCDE & austeridade
22. Rendimentos decrescentes
23. "Fartar vilanagem"  
24. PPP: Paulo Morais critica submissão do Estado
25. RUI ZINK: Conformistas & rebeldes

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" (LAVOISIER, A. Laurent)

A máquina produzida em vários tamanhos, para usos industriais e em casa, pode facilmente transformar um quilo de resíduos de plástico em um litro de combustível, utilizando cerca de 1 kW · h de eletricidade, mas sem emitir CO2 no processo. A máquina usa um controle de temperatura do aquecedor elétrico ao invés de chamas, processamento de qualquer coisa, de polietileno ou poliestireno para polipropileno (números 2-4). Comentário: 1 kg de plástico produz um litro de combustível, que custa 1,50 euros. Este processo utiliza apenas cerca de 1 kW · h de energia elétrica, que custa menos de 20 centimos!

Verdade?
Os petrodólares deixam?
«Deixa-me rir» - cantará Jorge Palma!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

CORRUPÇÃO & PORTUGAL: amigos para sempre?

Tudo leva a crer que sim, infelizmente. Vejamos como e porquê com os testemunhos corajosos - daquela coragem da boa - de dois dos mais destacados e sem "papas na língua", porque conhecedores:
O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro, no programa «Opinião Pública» da SIC Notícias, explica como em Portugal, as leis são feitas exactamente para não ser possível apanhar as pessoas em situação de corrupção...


Mas não só ele, também Paulo Morais, vice-presidente da ONG, Associação Internacional para a Transparência e Integridade e ex-vice-presidente da C. M. Porto, no programa da TVI "Olhos nos Olhos"...


Ora vejamos mais factos respigados, soprados e divulgados por mais alguém de boa memória. Sim porque «contra factos não há argumentos»:

A JUSTIÇA PORTUGUESA ESTÁ DE PARABÉNS !!!!!!!!!
Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.
· Desde a morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia,
· Ao desaparecimento de Madeleine McCann
· Ao caso Casa Pia
. À saída do processo de Paulo Pedroso, sem sequer chegar a julgamento.
· Do caso Portucale - com a ABSOLVIÇÃO de todos os arguidos ???!!! Só mesmo num País terceiro-mundista e corrupto até à medula...
· Da compra dos Submarinos - em Portugal, afinal, não há corrupção, pelo que se prevê sejam todos ABSOLVIDOS?
· Às escutas ao primeiro-ministro
. Ao caso Freeport - em Portugal só uns pequenos nabos tentam corromper alguém? pelo que, tambémb aqui serão uns gatos-pingados a ser julgados?
. Ao curso tirado a um domingo
. Às casas que "projectou" na Guarda
. Caso TVI
. Caso Figo - Tagus Park
. À Falência da Empresa de que Sócrates era sócio com Armando Vara.
. À licenciatura de Armando Vara e ascenção meteórica até vice-presidente da CGD e Millennium
· Do caso da Universidade Independente
· Ao caso da Universidade Moderna
· Do Futebol Clube do Porto
· Ao Apito Dourado (Azulado?)
· Da corrupção dos árbitros
· À corrupção dos autarcas
· De Fátima Felgueiras - Grande Povo este? vota-se esmagadoramente nos vigaristas. Afinal, estes autarcas são o espelho desta nação!!!
· A Isaltino Morais
· Da Braga Parques
· Ao grande empresário Bibi
· Das queixas tardias de Catalina Pestana
· Às de João Cravinho
· Dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida. Os incompetentes e irresponsáveis, na política, são invariavelmente promovidos para altos cargos, pagos a peso de ouro e com reconhecimento internacional?
. Do processo Costa Freire / Zézé Beleza (quem não se lembra ?)
· Do miúdo electrocutado no semáforo
· Do outro afogado num parque aquático
· Das crianças assassinadas na Madeira
· Do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico
· Do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal
· A miúda desaparecida em Figueira
· As famosas fotografias de Teresa Costa Macedo. Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos.
· Os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran
· Os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal com o inefável Mário Soares.
· O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
· E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência
O caso BPN e os inefáveis Dias Loureiro, Oliveira e Costa, etc etc.
Pois é... a justiça portuguesa está de Parabéns!
Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados:
MULTADO POR GUIAR BURRA EMBRIAGADO
O agricultor que há uma semana foi apanhado a conduzir embriagado uma carroça puxada por um burra, na EN 17, em Celorico da Beira, foi condenado, em processo sumário, a pagar 450 euros demulta, pena que pode ser substituída por trabalho comunitário, (pois este sr. trabalha e não vive com qualquer subsidio do governo). Foi-lhe ainda aplicada, como pena acessória, a inibição de conduzir qualquer veículo motorizado por um período de sete meses. A pena exclui a proibição de o arguido guiar a carroça puxada pela burra, o meio de transporte que mais utiliza, pese embora ter licença, segundo o próprio, para conduzir tractores e motociclos.
Até que enfim.... e em tempo recorde: 8 dias depois, julgado e condenado !!!!!!!!!!!!!!
YEAAAAAAAAH!...
Agora sim... sinto-me muito mais seguro !!!
Ridículo não é verdade? Pois é! Razão têm Tiago Guerreiro e Paulo Morais.

terça-feira, 22 de maio de 2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

BARBÁRIE ainda e sempre

Enquanto isto...

... ali bem perto...



E agora?
Agora, leia-se o texto logo abaixo, "PALAVRA de DOMINGO", nomeadamente a sua parte final e ...

domingo, 20 de maio de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

LEITURA 1- Act 1,1-11
No meu primeiro livro, ó Teófilo,
narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo,
as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, aparecendo-lhes durante quarenta dias
e falando-lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, «da Qual- disse Ele - Me ouvistes falar.
Na verdade, João baptizou com água;
vós, porém, sereis baptizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias».
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?» Ele respondeu-lhes:
«Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade;
mas recebereis a força do Espírito Santo,
que descerá sobre vós,
e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria
e até aos confins da terra».
Dito isto, elevou-Se à vista deles
e uma nuvem escondeu-O a seus olhos.
E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus se afastava, apresentaram-se-Ihes dois homens vestidos de branco,
que disseram:
«Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
AMBIENTE
O livro dos "Actos dos apóstolos" dirige-se a comunidades que vivem num certo contexto de crise. Estamos na década de 80, cerca de cinquenta anos após a morte de Jesus. Passou já a fase da expectativa pela vinda iminente do Cristo glorioso para instaurar o "Reino" e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho. O quadro geral é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. Quando vai concretizar-se, de forma plena e inequívoca, o projecto salvador de Deus?
É neste ambiente que podemos inserir o texto que hoje nos é proposto como primeira leitura. Nele, o catequista Lucas avisa que o projecto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou (após a ida de Jesus para junto do Pai) para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do "Reino" é uma tarefa que não está terminada, mas que é preciso concretizar na história, e exige o empenho contínuo de todos os crentes. Os cristãos são convidados a redescobrir o seu papel, no sentido de testemunhar o projecto de Deus, na fidelidade ao "caminho" que Jesus percorreu.
MENSAGEM
O nosso texto começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os "Actos" com o 3° Evangelho - quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua acção no mundo (tema central do 3° Evangelho). Neste prólogo são também apresentados os protagonistas do livro - o Espírito Santo e os apóstolos, vinculados com Jesus.
Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos "quarenta dias" que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos "a respeito do Reino de Deus" (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentados no próprio dia de Páscoa - cf. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.
As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar "até aos confins do mundo". Temos resumida aqui a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito. O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.
Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o "repórter", mas sim o "teólogo" a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.
Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, simultaneamente esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos ainda os discípulos a olhar para o céu (vers. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projecto de libertação do homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus, o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.
O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o "caminho" de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projecto de salvação no meio do mundo.
ACTUALIZAÇÃO
+ A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos, antes de mais, que uma vida vivida na fidelidade aos projectos do Pai é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo "caminho" de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.
+ A ascensão de Jesus recorda-nos, sobretudo, que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projecto libertador no meio dos homens nossos irmãos. É essa a atitude que tem marcado a caminhada histórica da Igreja? Ela tem sido fiel à missão que Jesus, ao deixar este mundo, lhe confiou?
+ O nosso testemunho tem transformado e libertado a realidade que nos rodeia? Qual o real impacto desse testemunho na nossa família, no local onde desenvolvemos a nossa actividade profissional, na nossa comunidade cristã ou religiosa?
+ É relativamente frequente ouvirmos dizer que os seguidores de Jesus gostam mais de olhar para o céu do que se comprometerem na transformação da terra. Estamos, efectivamente, atentos aos problemas e às angústias dos homens, ou vivemos de olhos postos no céu, num espiritualismo alienado? Sentimo-nos questionados pelas inquietações, pelas misérias, pelos sofrimentos, pelos sonhos, pelas esperanças que enchem o coração dos que nos rodeiam? Sentimo-nos solidários com todos os homens, particularmente com aqueles que sofrem?

sábado, 19 de maio de 2012

(in)PRENSA: minha selecção

1. Família quer recordar Aristides de Sousa Mendes
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2514157&page=-1
Finalmente! BEM-HAJAM!!!

2. Na vanguarda do servilismo  
http://expresso.sapo.pt/na-vanguarda-do-servilismo=f724944

3. Tais pais tais futuros pais
http://expresso.sapo.pt/tais-pais-tais-futuros-pais=f724954

4. Contra a austeridade votar, votar
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=62221

6. Mudar de Vida
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2515657&seccao=Jo%E3o C%E9sar das Neves&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=-1

7. Vítor Pereira em peregrinação a Fátima
http://rr.sapo.pt/bolabranca_detalhe.aspx?fid=46&did=62326

8. Cadilhe considera baixo valor de venda do BPN
http://expresso.sapo.pt/cadilhe-considera-baixo-valor-de-venda-do-bpn=f726266

9. Cadilhe associa nacionalização a travão nas denúncias
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2519604

10. Europa tem de motivar o crescimento
http://expresso.sapo.pt/europa-tem-de-motivar-o-crescimento=f726339

11. Um rapazola a quem calhou ser primeiro-ministro
http://expresso.sapo.pt/um-rapazola-a-quem-calhou-ser-primeiro-ministro=f725666

12. Os sermões de Pedro e a realidade  
http://expresso.sapo.pt//os-sermoes-de-pedro-e-a-realidade=f725878

13. Adam Smith queimaria esta malta
http://expresso.sapo.pt/adam-smith-queimaria-esta-malta=f725792

14. FMI admite "saída ordenada" da Grécia da zona euro
http://expresso.sapo.pt/fmi-admite-saida-ordenada-da-grecia-da-zona-euro=f726268

15. Krugman: Grécia pode sair do Euro no próximo mês
http://expresso.sapo.pt/krugman-grecia-pode-sair-do-euro-no-proximo-mes=f725848

16. Onde estão os investimentos prometidos pelos chineses da EDP?
http://expresso.sapo.pt/onde-estao-os-investimentos-prometidos-pelos-chineses-da-edp=f725810

17. Tiago e André já não se tratam
http://expresso.sapo.pt/tiago-e-andre-ja-nao-se-tratam=f725877

18. "Vivemos anos de uma gestão desastrosa e danosa"
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=62378

19. Delfins + João Pedro Pais = dois meses de prisão
http://expresso.sapo.pt/delfins--joao-pedro-pais--dois-meses-de-prisao=f726259

20. A aceleração do tempo e a sua falta
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2529374&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=-1

21. Regresso aos mercados mais difícil se a Grécia cair
http://expresso.sapo.pt/regresso-aos-mercados-mais-dificil-se-a-grecia-cair=f726635

22. O tempo do medo
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=557269&pn=1

23. Até domingo
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=557535&pn=1





quarta-feira, 16 de maio de 2012

terça-feira, 15 de maio de 2012

EI MUNDO

Vinde e vêde este pedaço, Douro & Trás-os-Montes, do reino de PORTUGAL

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A outra "Santíssima Trindade"

ANSELMO BORGES
por ANSELMO BORGES, in Diário de Notícias, 12 de Maio de 2012

Salvo excelentes excepções, como Frei Bento Domingues, os teólogos em Portugal não se pronunciam sobre a crise económico-financeira. Não é o caso dos teólogos em Espanha. Alguns exemplos.
1. J. I. González Faus, da Faculdade de Teologia da Catalunha, faz uma crítica acérrima à presente situação. Voltando ao documentário célebre Inside Job, num artigo ácido que intitula "Agencias de rating o de raping?", denuncia os Bancos de investimento que vendiam activos tóxicos, sabendo-o. Lá estavam os peritos da Moody's e Standard and Poors, dizendo: "são AAA (fiabilidade máxima)." Deste modo, as três agências (Moody's, S & P e Fitch) ganharam milhões. Elas poderiam ter terminado a festa, dizendo: vamos ajustar os critérios. Mas não; pelo contrário, deram triplo A a Madoff, dias antes da sua queda. Meses antes da derrocada de Lehman Bro- thers, o próprio FMI declarou que estava "em boa situação financeira e os riscos parecem baixos".
Por isso, na arbitragem das agências, ao contrário do que deveria suceder, "é preciso partir do pressuposto da sua parcialidade e desonestidade, a não ser que se prove o contrário". O problema é que vivemos num sistema montado sobre a agressão do capital insaciável. "Se o Banco me emprestar dinheiro e eu o não devolver, tem direito a ficar com o que é meu e a continuar a exigir-me mais. Os que colocaram o seu dinheiro numa Caixa ou num Banco, se estes o não devolverem, não têm direito a nada." Cita o Papa João Paulo II: "A Igreja ensina a prioridade do trabalho frente ao capital: o trabalho sempre é uma causa eficiente primária enquanto o capital é só um instrumento." Mas comenta: "Isto só está em vigor a partir de uma ideia de Deus que nem os bispos partilham." E acrescenta: "Visto de Wall Street, o trabalhador é apenas uma ferramenta. E as ferramentas não têm dignidade."
A quem lhe atira que é um ignorante ou analfabeto económico responde: "Tive uma irmã gémea que morreu de cancro por culpa de uma clara falha médica. Quando lhe foi comunicado o diagnóstico fatal, limitou-se a dizer: 'Eu não saberei de medicina, mas quando digo que algo me dói é porque dói; mas ao médico não doía'. Receio que aos nossos médicos económicos lhes não dói."
2. José M. Castillo, da Universidade de Granada, pergunta: "Quem são os mercados?" O que se sabe é que, uma vez que o que interessa é o lucro, as pessoas investem somas fabulosas no capital financeiro e, neste momento, "ninguém sabe até onde chega a montanha imensa de dinheiro que os mercados manejam". O que é facto é que o movimento de capitais financeiros se move pelo mundo sem qualquer controlo, e um indivíduo, a partir de casa, com o seu computador, pode transtornar e afundar a estabilidade económica e as poupanças de milhões de pessoas.
Que fazer? Afinal, "a corrupção maior e mais perigosa não é a desta ou daquela pessoa, deste ou daquele político, desta ou daquela empresa. A corrupção mais grave é a corrupção do sistema económico em que estamos metidos", que enriquece mais os ricos e empobrece mais os pobres. Quem manda no mundo não são os políticos, mas a economia e a finança. "É urgente que nós todos pressionemos, cada um como puder e sempre com a mais transparente honradez, os que gerem o poder económico e político, para que regulem e controlem os mercados, aumente a produtividade e, em todo o caso, que o que se produz não beneficie tanto uns poucos à custa da ruína dos outros."
3. Xabier Pikaza, da Universidade de Salamanca, reflecte sobre a nova Trindade, frente à Trindade cristã. "A Trindade cristã era formada por Deus Pai, o Filho Jesus Cristo (que éramos todos os seres humanos) e o Espírito Santo (que era a comunhão ou amor entre Deus e os seres humanos, entre todos os seres humanos). Mas agora surgiu uma Trindade diferente, formada por Deus-Capital (que não é Pai, mas monstro que tudo devora), pelo Filho-Empresa, que não redime, mas produz bens de consumo ao serviço dos privilegiados do sistema, e pelo Espírito Santo-Mercado, que não é comunhão de amor, mas forma de domínio de uns sobre os outros."

domingo, 13 de maio de 2012

Morreu Bernardo Sassetti e...

... hoje, domingo, 13 de Maio...
...Funeral de Bernardo Sassetti "em privado"
http://expresso.sapo.pt/funeral-de-bernardo-sassetti-em-privado=f725525
Ministério Público instaurou inquérito à morte de Sassetti







http://economico.sapo.pt/noticias/podem-piratear-os-meus-discos-a-vontade_144391.html

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

EVANGELHOJo 15,9-17
Naquele tempo,
Disse Jesus aos seus discípulos:
«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor,
Assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai
e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas,
para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento:
que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor
do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas chamo-vos amigos,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes;
fui eu que vos escolhi e destinei,
para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça.
E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
AMBIENTE
O Evangelho deste domingo situa-nos, outra vez, em Jerusalém, numa noite de Quinta-feira do mês de Nisan do ano trinta. A festa da Páscoa está muito próxima e a cidade está cheia de forasteiros. Jesus também está na cidade com o seu grupo de discípulos.
Há já alguns dias que as autoridades judaicas tinham decidido eliminar Jesus (cf. Jo 11,45-57). A morte na cruz é agora mais do que uma probabilidade: é o cenário imediato; e Jesus está plenamente consciente disso. Os discípulos também já perceberam que estão num momento decisivo e que, nas próximas horas, Jesus lhes vai ser tirado. Estão apreensivos e com medo. Será que a aventura com Jesus chegou ao fim?
É neste contexto que podemos situar a última ceia de Jesus com os discípulos. Trata-se de uma “ceia de despedida” e tudo o que aí é dito por Jesus soa a “testamento final”… Jesus sabe que vai partir para o Pai e que os discípulos ficarão no mundo, continuando e testemunhando o projecto do “Reino”. Nesse momento de despedida, as palavras de Jesus recordam aos discípulos o essencial da mensagem e apresentam-lhes as grandes coordenadas desse projecto que eles devem continuar a concretizar no mundo.
No texto que nos é proposto, Jesus procura apontar à sua comunidade (de ontem, mas também de hoje e de sempre) o verdadeiro “caminho do discípulo” – o caminho da união a Jesus e ao Pai. Na perícopa anterior (cf. Jo 15,1-8), Jesus tinha usado, para tratar este tema, a imagem dos ramos (discípulos) que hão-de dar fruto (missão) pela sua união com a videira (Jesus), plantada pelo agricultor (Deus); agora, Jesus fala dos discípulos como “os amigos” que Ele escolheu para colaborarem com Ele na missão.
MENSAGEM
Neste discurso de despedida de Jesus aos discípulos, João propõe-nos uma catequese onde são apresentadas as principais coordenadas desse “caminho” que os discípulos devem percorrer, após a partida de Jesus deste mundo. João refere-se, de forma especial, à relação de Jesus com os discípulos e à missão que os discípulos serão chamados a desempenhar no mundo.
1. A relação do Pai com Jesus é o modelo da relação de Jesus com os discípulos. O Pai amou Jesus e demonstrou-Lhe sempre o seu amor; e Jesus correspondeu ao amor do Pai, cumprindo os seus mandamentos… Da mesma forma, Jesus amou os discípulos e demonstrou-lhes sempre o seu amor; e os discípulos devem corresponder ao amor de Jesus, cumprindo os seus mandamentos (vers. 9-10).
2. Quais são esses mandamentos do Pai que Jesus procurou cumprir com total fidelidade e obediência? João refere-se aqui, evidentemente, ao cumprimento do projecto de salvação que Deus tinha para os homens e que confiou a Jesus. Jesus, com absoluta fidelidade, cumpriu os “mandamentos” do Pai e apresentou aos homens uma proposta de salvação… Libertou os homens da opressão da Lei, lutou contra as estruturas que escravizavam os homens e os mantinham prisioneiros das trevas; ensinou os homens a viver no amor – no amor que se faz serviço, doação, entrega até às últimas consequências. Apresentou-lhes, dessa forma, um caminho de liberdade e de vida plena. Da acção de Jesus nasceu o Homem Novo, livre do egoísmo e do pecado, capaz de estabelecer novas relações com os outros homens e com Deus.
Os discípulos são o fruto da obra de Jesus. Eles formam uma comunidade de homens livres, que acolheram e assimilaram a proposta salvadora que o Pai lhes apresentou em Jesus. Eles nasceram do amor do Pai, amor que se fez presente na acção, nos gestos, nas palavras de Jesus.
3. Agora os discípulos, nascidos da acção de Jesus, estão vinculados a Jesus. Devem, portanto, cumprir os “mandamentos” de Jesus como Jesus cumpriu os “mandamentos” do Pai. Eles devem, como Jesus, ser testemunhas da salvação de Deus e levar a libertação aos irmãos. Essa proposta que Jesus faz aos discípulos é uma proposta que conduz à vida, à realização plena, à alegria (vers. 11).
4. A proposta de salvação que Jesus faz aos homens e da qual nascerá o Homem Novo resume-se no amor (“é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” – vers. 12). Jesus amou totalmente, até às últimas consequências, até ao dom da vida (vers. 13). Como Jesus, através do amor, manifestou aos homens a salvação de Deus, assim também devem fazer os discípulos. Eles devem amar-se uns aos outros com um amor que é serviço simples e humilde, doação total, entrega radical. Desse amor nasce a comunidade do Reino, a comunidade do mundo novo, que testemunha, através do amor, a salvação de Deus. Deus faz-Se presente no mundo e age para libertar os homens através desse amor desinteressado, gratuito, total, que tem a marca de Jesus e que os discípulos são chamados a testemunhar.
5. Como é a relação entre Jesus e esta comunidade de Homens Novos que aprenderam com Jesus a viver no amor e que são as testemunhas no mundo da salvação de Deus?
Esta comunidade de homens novos, que ama sem medida e que aceita fazer da própria vida um dom total aos irmãos, é a comunidade dos “amigos” de Jesus (vers. 14). A relação que Jesus tem com os membros dessa comunidade não é uma relação de “senhor” e de “servos”, mas uma relação de “amigos”, pois o amor colocou Jesus e os discípulos ao mesmo nível. Jesus continua a ser o centro do grupo, mas não se põe acima do grupo.
Estes “amigos” colaboram todos numa tarefa comum. Têm todos a mesma missão (testemunhar, através do amor, a salvação de Deus) e são todos responsáveis para que a missão se concretize. Os discípulos não são servos a soldo de um senhor, mas amigos que, voluntariamente e cheios de alegria e entusiasmo, colaboram na tarefa.
Entre esses “amigos”, há total comunicação e confiança (o “servo” não conhece os planos do “senhor”; mas o “amigo” partilha com o outro “amigo” os seus planos e projectos). Aos seus “amigos”, Jesus comunicou-lhes o projecto de salvação que o Pai tinha para os homens e também a forma de realizar esse projecto (através do amor, da entrega, do dom da vida). Jesus revela Deus aos “amigos”, não através de enunciados sobre o ser de Deus, mas mostrando, com a sua pessoa e a sua actividade, que o Pai é amor sem limites e trabalha em favor do homem.
6. Os discípulos (os “amigos”) são os eleitos de Jesus, aqueles que Ele escolheu, chamou e enviou ao mundo a dar fruto (vers. 16a). Tal não significa que Jesus chame uns e rejeite outros; significa que a iniciativa não é dos discípulos e que a sua aproximação à comunidade do Reino é apenas uma resposta ao desafio que Jesus apresenta.
O objectivo desse chamamento é a missão (“escolhi-vos e destinei-vos para que vades e deis fruto” – vers. 16b). Jesus não quer constituir uma comunidade fechada, isolada, voltada para si própria, mas uma comunidade que vá ao encontro do mundo, que continue a sua obra, que testemunhe o amor, que leve a todos os homens o projecto libertador e salvador de Deus. O resultado da acção dos discípulos de Jesus será o nascimento do Homem Novo – isto é, de homens adultos, livres, responsáveis, animados pelo Espírito, que reproduzem os gestos de amor de Jesus no meio do mundo. Dessa forma, concretizar-se-á o projecto salvador de Deus. Esse “fruto” deve permanecer – quer dizer, deve tornar-se uma realidade efectivamente presente no mundo, capaz de transformar o mundo e a vida dos homens. Quanto mais forte for a intensidade do vínculo que une os discípulos a Jesus, mais frutos nascerão da acção dos discípulos.
Nessa acção, os discípulos não estarão sozinhos. O amor do Pai e a união com Jesus sustentarão os discípulos que, no meio do mundo, se empenham em realizar o projecto de salvar o homem (16c).
7. O nosso texto termina com uma nova referência ao mandamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros” (vers. 17). O amor partilhado é a condição para estar vinculado a Jesus e para dar fruto. Se este mandamento se cumpre, Jesus estará sempre presente ao lado dos seus discípulos; e, essa presença impulsionará a comunidade e sustentá-la-á na sua actividade em favor do homem.
ACTUALIZAÇÃO
• As palavras de Jesus aos discípulos na “ceia de despedida” deixam claro, antes de mais, que os discípulos não estão sozinhos e perdidos no mundo, mas que o próprio Jesus estará sempre com eles, oferecendo-lhes em cada instante a sua vida. Este é o primeiro grande ensinamento do nosso texto: a comunidade de Jesus continuará, ao longo da sua marcha pela história, a receber vida de Jesus e a ser acompanhada por Jesus. Nos momentos de crise, de desilusão, de frustração, de perseguição, não podemos esquecer que Jesus continua ao nosso lado, dando-nos coragem e esperança, lutando connosco para vencer as forças da opressão e da morte.
• Os discípulos são os “amigos” de Jesus. Jesus escolheu-os, chamou-os, partilhou com eles o conhecimento e o projecto do Pai, associou-os à sua missão; estabeleceu com eles uma relação de confiança, de proximidade, de intimidade, de comunhão. Este tipo de relação que Jesus quis estabelecer com os discípulos não exclui, no entanto, que Ele continue a ser o centro e a referência, à volta da qual se constrói a comunidade dos discípulos. Jesus é, de facto, o centro à volta do qual se articula a vida das nossas comunidades? Que lugar é que Ele ocupa na nossa vida? Como é que no dia a dia desenvolvemos e aprofundamos o nosso encontro e a nossa comunhão com Ele?
• Fazer parte da comunidade dos “amigos” de Jesus não é ficar “a olhar para o céu”, contemplando e admirando Jesus; mas é aceitar o convite que Jesus faz no sentido de colaborar na missão que o Pai Lhe confiou e que consiste em testemunhar no mundo o projecto salvador de Deus para os homens. Compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, mostrar em gestos concretos que Deus ama cada homem e cada mulher – e de forma especial os pobres, os marginalizados, os débeis, os pequenos, os oprimidos; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, eliminar o sofrimento, o egoísmo, a miséria, a injustiça, tudo o que oprime e escraviza os irmãos e desfeia o mundo; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, sermos arautos da justiça, da paz, da reconciliação, do amor; compete-nos a nós, “amigos” de Jesus, denunciarmos os pseudo-valores que oprimem e escravizam os homens… Nós, os “amigos” de Jesus, temos de ser testemunhas desse mundo novo que Deus quer oferecer aos homens e que Jesus anunciou na sua pessoa, nas suas palavras e nos seus gestos. Estamos, de facto, disponíveis para colaborar com Jesus nessa missão?
• Sobretudo, os “amigos” de Jesus devem amar como Ele amou. Jesus cumpriu os “mandamentos” do Pai – isto é, o projecto de Deus para salvar e libertar os homens – fazendo da sua vida um dom total de amor, sem limites nem condições; a cruz é a expressão máxima dessa vida vivida exclusivamente para os outros. É esse o caminho que Jesus propõe aos seus discípulos (“é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”). É aqui que reside a “identidade” dos discípulos de Jesus… Os cristãos são aqueles que testemunham diante do mundo, com palavras e com gestos, que o mundo novo que Deus quer oferecer aos homens, se constrói através do amor. O que é que condiciona a nossa vida, as nossas opções, as nossas tomadas de posição: o amor, ou o egoísmo? As nossas comunidades são, realmente, cartazes vivos que anunciam o amor, ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses, de realização de projectos egoístas?

sábado, 12 de maio de 2012

(in)PRENSA: minha selecção

1. ACP apresenta queixa contra antigos governantes do PS
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=61064

2. Governo Sócrates mandou pagar 38 milhões pelo TGV no último dia
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=48657

3. Antigo deputado do PS defende que José Sócrates deve ser investigado
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=61792

4. Portugueses vão pagar 21 mil milhões de euros nos processos do BPN e das PPP
http://noticias.sapo.pt/economia/artigo/portugueses-forcados-a-pagar-21-_3654.html

5. Prodi quer eixo para refrear a Alemanha
http://expresso.sapo.pt//prodi-quer-eixo-para-refrear-a-alemanha=f723939

6. Hollande rejeita travões da Alemanha
http://expresso.sapo.pt/hollande-rejeita-travoes-da-alemanha=f724308

7. Hollande recebe apoio de personalidades da UE para planos de crescimento
http://noticias.sapo.pt/economia/artigo/hollande-recebe-apoio-de-persona_3639.html

8. Isabel dos Santos torna-se na maior acionista da Zon (a propósito ver "post" colocado em 25/Abril último)
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2506095&seccao=Dinheiro%20Vivo

9. Isabel dos Santos duplica posição no BPI e já detém 19,3%
http://economia.publico.pt/Noticia/isabel-dos-santos-duplica-posicao-no-bpi-e-ja-detem-193-1545095

10. Grécia a caminho da bancarrota?
http://expresso.sapo.pt/grecia-a-caminho-da-bancarrota=f724662

11. Gaspar não garante reposição de subsídios
http://expresso.sapo.pt/gaspar-nao-garante-reposicao-de-subsidios=f724660
A máscara deste senhor e do seu patrão, caiu. Que mais piruetas irão fazer aos seus discusos?
12. Cravinho acusa Governo de retirar subsídios para sempre
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=62020

13. Agência funerária assina protocolo com clube da Luz
http://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2012/05/10/ag_ncia_funer_ria_assina_protoco.html

14. O tabu da saída do euro
http://expresso.sapo.pt//o-tabu-da-saida-do-euro=f723389

15. Justiça é vulnerável à corrupção
http://expresso.sapo.pt/justica-e-vulneravel-a-corrupcao=f723670#ixzz1u1ToHcci

16. A democracia é uma chatice
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=556285
17. Uma imensa margem

18. Morreu Bernardo Sassetti
http://expresso.sapo.pt/morreu-bernardo-sassetti=f725284

 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

LIVRO & LEITURA

José Mattoso http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mattoso publicou recentemente o livro “Levantar o Céu – Os Labirintos da Sabedoria”, recolha de textos de intervenção cívica e espiritual da sua autoria, http://www.fnac.pt/Levantar-o-Ceu-Jose-Mattoso/a563704.
O especialista em estudos medievais nasceu em Leiria no ano de 1933, doutorou-se na universidade belga de Lovaina, foi docente da Faculdade de Letras de Lisboa nos anos 70 e desde então, até à década de 90, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, de que foi vice-reitor.
Em 2011 foi um dos convidados da Jornada da Pastoral da Cultura, onde apresentou a conferência “Sabedoria e Fraternidade”.
O novo volume, editado pela “Temas e Debates / Círculo de Leitores”, foi pretexto para duas entrevistas ao “Público” e ao “Jornal de Letras”, conduzidas por António Marujo e Maria Leonor Nunes, esta por correio eletrónico, de que publicamos alguns excertos.
«Ignorada pela alta finança, ofendida pelos políticos, agredida pela maioria da comunicação social, ameaçada pela cegueira da violência, desejada e praticada por muitos pobres, fracos e oprimidos, ameaçada pelos senhores da técnica, cultivada pelos místicos e contemplativos, esperança dos verdadeiros crentes de todas as religiões, aliada dos que respeitam a Natureza, sustentada pelos que buscam a beleza e a arte – a sabedoria está um pouco por toda a parte. Mas ninguém a vê.»
«A sabedoria vive no labirinto do mundo contemporâneo justamente por se esconder sob muitas formas. É ignorada por muitos que julgam possuí-la. Acredita na eficácia dos pequenos passos. Confia mais na qualidade do que na quantidade. Confere o dom de superar a contradição (o céu e a terra, o bom e o mau, o forte e o fraco, o pequeno e o grande). Sabe esperar a sua vez. Permanece e multiplica-se de forma incompreensível.»
«Apesar da sua fraqueza [a sabedoria] é o antídoto mais poderoso contra a angústia que nos causa um mundo à beira do colapso. É ela que nos ensina o que é importante e o que é secundário.»
«A ameaça do colapso da nossa civilização é real. O espectro do desemprego ou o da paralisação universal causada pela escassez da energia e da água, por exemplo, espalha por toda a parte o medo do futuro. Todos perguntamos como iremos atravessar a “crise”. Revoltamo-nos, com razão, por os seus responsáveis serem os menos afetados, e termos nós de a pagar. Mas é preciso defender a Vida. Lutar contra a morte. A sabedoria ensina-nos a sobreviver, a procurar a alegria e a verdade com os meios que temos, e não pede nada por isso.»
«Um dos mais graves problemas do mundo contemporâneo é a crise dos valores. É uma das consequências da perda de noção de “sagrado”. Sem o seu apoio é impossível justificar o respeito por valores intangíveis. Abre-se a Porta ao arbitrário, à irresponsabilidade, à espiral da Laranja Mecânica. A noção de “sagrado” é de natureza religiosa. mas nada impede que seja recuperada por uma civilização secularizada.»
«A minha proposta de “levantar o céu” tem subjacente a ideia de que é preciso temperar ou equilibrar o materialismo contemporâneo por meio de uma espiritualidade que pode envolver todas as manifestações da vida humana. A metáfora do caminho labiríntico que é preciso percorrer para encontrar a sabedoria do entender e do agir alude, de facto, à atual ambiguidade e reversibilidade de toda a linguagem, de toda a obra humana e de todas as ações, e à necessidade de superar as suas contradições. Tanto um conceito como o outro aludem a uma conciliação dos opostos que a civilização ocidental esqueceu, mas está bem viva na sabedoria oriental.»
«Podemos ter uma atitude política, tentar intervir na realidade. Mas, se não formos conduzidos pela fé, o realismo leva-nos a desistir. O cristão tem possibilidade de se livrar dessa fatalidade na sua relação com o céu. Na metáfora que utilizo, levantar o céu, é trazer a terra ao encontro do céu.
Aí, não estamos sós. Temos a intervenção de Deus, temos a fé na redenção, no perdão dos pecados, no valor do sofrimento, na abnegação, na bondade... Temos também a fé na cultura, na inspiração extraordinária dos grandes artistas, que alcançam níveis fantásticos de captação da bondade, da beleza do mundo. E temos a renovação constante da vida: se há um incêndio numa mata, vemos daí a pouco aparecerem as flores, as ervas. A vida não desiste de se reproduzir, de envolver a realidade.»
«Quando falo em levantar o céu, é todo o universo, são realidades espirituais, a arte, mesmo a que não tem nada que ver com a religião, porque representa uma forma de melhorar o ser. O ser é sempre parcialmente realizado. Ao falar na beleza, não se pressupõe que ela não possa conter também alguma coisa de fealdade. Os antagonismos, fundamento do pensamento ocidental, em que se baseia a visão da realidade, são muitas vezes parciais.»
«[Creio que é possível a coexistência da sabedoria, razão e fé,] contanto que a razão não prevaleça sobre a sabedoria e a fé. Mas a razão é fundamental. A formulação teológica do século XII, de São Tomás de Aquino e da teologia escolástica, é a demonstração mais categórica da capacidade de conciliar a fé com a razão. Isso representa um progresso enorme na compreensão da mensagem evangélica. Portanto, não há uma oposição inconciliável. O pietismo, uma devoção sentimental que é por vezes a expressão de um culto popular, precisa da reflexão racional para se tornar aceitável.
Em Portugal, não se cultivou suficientemente a teologia, na sua expressão plena. Não há uma tradição de estudos teológicos suficientemente válidos do ponto de vista racional, para poder responder a um anticlericalismo primário e cego que existiu em Portugal no século XIX e grande parte do século XX.»
«A bondade pode ser praticada numa conceção laical, laicista mesmo. Não precisa de ter nenhum sobrenatural por trás. Mas o cristão tem essa propensão, se a cultivar. E tem o exemplo de Jesus Cristo que leva isso a um extremo que o homem, só por si, não alcança.»
«A realidade do ser humano implica o bem e o mal, como se conciliam, como entram em relação um com o outro... Os livros que têm aparecido a negar a existência de Deus dizem que, se Deus existisse, teria que intervir para que a maldade humana não prevalecesse. A oposição inconciliável entre o bem e o mal leva a negar a existência de Deus.
Qualquer pessoa que considere as coisas em termos de justiça e verifique o que se passa no mundo ou a crueldade no Holocausto, diz: como é que Deus permite isto, como é que estes homens fazem isto e quem sofre são as vítimas?
Para mim também é difícil aceitar esta realidade. Talvez seja numa visão de totalidade, em que o bem não pode existir sem o mal, que se pode aceitar e encontrar uma relação com o ser do homem. O ser implica também o ser mau.»
«Para o homem de fé, é preciso aprofundar esta noção da sabedoria, que se baseia numa experiência vivida e na meditação da palavra como fundadora da própria realidade, de autenticidade dos conceitos e dos valores.»
«Que estratégia a Igreja deveria seguir, para não perder o lugar que chegou a alcançar? Penso que é sobretudo na vivência do Evangelho, na autenticidade da vida cristã. Não de uma forma pietista, mas de forma autêntica, vivencial e esclarecida. Há uma grande quantidade de questões que resultam da ignorância teológica pura e simples.»
«Os cartuxos só admitem vocações até aos 40 anos, já tenho o dobro, não sei se tenho capacidades de viver sozinho. Mas pelo menos queria, com a liberdade pessoal suficiente e sem imposição de tempo, dedicar-me à oração. Mais do que isso: dedicar-me a descobrir o valor da palavra, o autêntico significado da palavra, no sentido de linguagem, de expressão da realidade, no sentido de logos. Encontrar-me na meditação da palavra como expressão do mundo, da existência, da história, e descobrir-lhe um sentido.»

António Marujo, Maria Leonor Nunes
In Público / Jornal de Letras
08.05.12




http://www.snpcultura.org/jose_mattoso_sabedoria_e_fraternidade.html

quinta-feira, 10 de maio de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL

Sobre a notícia das dificuldades da Segurança Social e que levou o Governo a suspender as Reformas antecipadas, respondi ontem a um Amigo de seguinte forma:
A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974. As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%). O Estado nunca lá pôs 1 centavo. Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu. Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"! Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores). Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos. Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres(1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido), em 1997, hoje chamado RSI. E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados. Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar estas necessidades. Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos. Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram. Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou!
Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Prof's Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".
Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.
Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões €. De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.
Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje.
Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE. Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS? Claro que não!...
Outra questão se pode colocar ainda. Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?
Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões €!... Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...
Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.
A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...
Para finalizar e quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.

terça-feira, 8 de maio de 2012

UMA GOTA DE ÁGUA

" (...) jamais esqueça que são essas mesmas pequenas e frágeis gotas d’ água que, com insistência e perseverança conseguem esculpir a mais sólida rocha (...)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A jogada do Pingo Doce

O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas horas em capitalização de produtos armazenados.
De onde saiu o dinheiro: algum do bolso, mas grande parte saiu das contas bancárias por intermédio de cartões. Logo, os bancos vão acusar a saída de tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, no principio do mês, em que os bancos contam com esse dinheiro nas contas, para se organizarem com ele.
Mas, ainda ganham algum porque alguns compraram a crédito.
Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a 5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada. O povo deu-lhe boa parte do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se à rasca porque com arroz não se paga a electricidade.
O resto, 75% da quantia aparentemente “oferecida”, distribuiu-se assim:
1 - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) devem estar a chegar ao fim do prazo de validade. Teriam de ser amortizados como perdas e lançados ao lixo.
Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência, logo considerado como ganho e sujeito a impostos. Assim poupam-se impostos, despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o povinho acartou o lixo futuro.
2 – Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida com lucro, apesar do "desconto".
3 –  O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria lucro  por motivos de estratégia empresarial a saber:
    3.1 - Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para dois meses, não vai às compras nesse mesmo tempo.
    3.2 - Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia “benfeitora”.
    3.3 - Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos produtores (que estão à rasca e muitos são espanhóis) para repor os novos stocks em grande quantidade.
4 – Transpor já  para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo do país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda. Não vá o diabo tecê-las e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J. Martins a passar a empresa para a Holanda.
5 – Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso despedir alguns funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de higiene" pago ao metro quadrado.
6 – Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade. A comunicação social trabalhou para eles.
Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000 Euros, para o resto não há medidas jurídicas. Verdadeiramente isto são “Peanuts” em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal. A ASAE irá só apresentar serviço.
E o governo o que faz? Até agora calou-se. Se calhar sabia da manobra….......

FONTE: Augusto Flor, em comentário enviado à Revista Rubra.

Artigos relacionados
- http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2470616&seccao=Jo%E3o
- http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2486020&seccao=Paulo

domingo, 6 de maio de 2012

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

LEITURA II1 Jo 3,18-24
Meus filhos,
não amemos com palavras e com a língua,
mas com obras e em verdade.
Deste modo saberemos que somos da verdade
e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus;
porque, se o nosso coração nos acusar,
Deus é maior que o nosso coração
e conhece todas as coisas.
Caríssimos, se o coração não nos acusa,
tenhamos confiança diante de Deus
e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos,
porque cumprimos os seus mandamentos
e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento:
acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo,
e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou.
Quem observa os seus mandamentos
permanece em Deus e Deus nele.
E sabemos que permanece em nós
pelo Espírito que nos concedeu.

AMBIENTE
Já vimos, nos domingos anteriores, que a Primeira Carta de João é um escrito polémico surgido nas Igrejas joânicas da Ásia Menor, destinado a intervir na controvérsia levantada por certas seitas heréticas pré-gnósticas a propósito de pontos fundamentais da teologia cristã (nomeadamente, a propósito da encarnação de Cristo e de alguns elementos essenciais da moral cristã). Nesse contexto, o autor da Carta procura fornecer aos cristãos (algo confusos diante das proposições heréticas) uma espécie de síntese da vida cristã autêntica.
Uma questão essencial abordada na Primeira Carta de João é a questão do amor ao próximo. Os hereges pré-gnósticos, cujas doutrinas este escrito denuncia, afirmavam que o essencial da fé residia na vida de comunhão com Deus; mas, ocupados a olhar para o céu, negligenciavam o amor ao próximo (cf. 1 Jo 2,9). A sua experiência religiosa era uma experiência voltada para o céu, mas alienada das realidades do mundo. Ora, de acordo com o autor da Primeira Carta de João, o amor ao próximo é uma exigência central da experiência cristã. A essência de Deus é amor; e ninguém pode dizer que está em comunhão com Ele se não se deixou contagiar e embeber pelo amor. Jesus demonstrou isso mesmo ao amar os homens até ao extremo de dar a vida por eles, na cruz; e exigiu que os seus discípulos O seguissem no caminho do amor e do dom da vida aos irmãos (cf. 1 Jo 3,16). Em última análise, é o amor aos irmãos que decide o acesso à vida: só quem ama alcança a vida verdadeira e eterna (cf. 1 Jo 3,13-15). A realização plena do homem depende da sua capacidade de amar os irmãos.

MENSAGEM
No versículo que antecede o texto que nos é hoje proposto como segunda leitura (um versículo que a liturgia deste domingo não apresenta), o autor da Carta coloca aos crentes uma questão muito concreta: “se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele?” (1 Jo 3,17). E, logo de seguida, o nosso “catequista” conclui (e é aqui que começa o nosso texto): o amor aos irmãos não é algo que se manifesta em declarações solenes de boas intenções, mas em gestos concretos de partilha e de serviço. É com atitudes concretas em favor dos irmãos que se revela a autenticidade da vivência cristã e se dá testemunho do projecto salvador de Deus (vers. 18).
Quando, efectivamente, deixamos que o amor conduza a nossa vida, podemos estar seguros de que estamos no caminho da verdade; quando temos o coração aberto ao amor, ao serviço e à partilha, podemos estar tranquilos porque estamos em comunhão com Deus. Na verdade, a nossa consciência pode acusar-nos dos erros passados e reprovar algumas das nossas opções; mas, se amarmos, sabemos que estamos perto de Deus, pois Deus é amor (vers. 19). O amor autêntico liberta-nos de todas as dúvidas e inquietações, pois dá-nos a certeza de que estamos no caminho de Deus; e se Deus “é maior do que o nosso coração e conhece tudo” (vers. 20), nada temos a recear. Viver no amor é viver em Deus e estar entregue à bondade e à misericórdia de Deus.
Com a consciência em paz, e sabendo que Deus nos aceita e nos ama (porque nós aceitamos o amor e vivemos no amor), podemos dirigir-Lhe a nossa oração com a certeza de que Ele nos escuta. Deus atende a oração daquele que cumpre os seus mandamentos (vers. 21-22).
Os dois versículos finais apenas recapitulam e resumem tudo o que atrás ficou dito… A exigência fundamental do caminho cristão é “acreditar em Jesus” e amar os irmãos (vers. 23). “Acreditar” deve ser aqui entendido no sentido de aderir à sua proposta e segui-l’O; ora, seguir Jesus é fazer da vida um dom total de amor aos irmãos. “Acreditar em Jesus” e cumprir o mandamento do amor são a mesma e única questão.
Quem guarda os mandamentos (especialmente o mandamento do amor, que tudo resume) vive em comunhão com Deus e já possui algo da natureza divina (o Espírito). É o Espírito de Deus que dá ao crente a possibilidade de produzir obras de amor (vers. 24).

ACTUALIZAÇÃO
• Na perspectiva do autor do texto que nos é hoje proposto como segunda leitura, ser cristão é “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. Jesus “passou pelo mundo fazendo o bem” (Act 10,38), testemunhou o amor de Deus aos pobres e excluídos, foi ao encontro dos pecadores e sentou-Se à mesa com eles (cf. Lc 5,29-30; 19,5-7), lavou os pés aos discípulos (cf. Jo 13,1-17), assegurou a todos que “o Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida” (Mt 20,28), deixou-Se matar para nos ensinar o amor total, morreu na cruz pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos (cf. Lc 23,34)… Quem adere a Jesus e à sua proposta de vida, não pode escolher um outro caminho; o caminho do cristão só pode ser o caminho do amor total, do dom da própria vida, do serviço simples e humilde aos irmãos ao jeito de Jesus. O amor aos irmãos é o distintivo dos seguidores de Jesus.
• O autor da Carta observa ainda que
o amor não se vive com “conversa fiada”, mas com acções concretas em favor dos irmãos. Não chega condenar a guerra, mas é preciso ser construtor da paz; não chega fazer discursos sobre justiça social, mas é preciso realizar gestos autênticos de partilha; não chega assinar petições para defender os direitos dos explorados, mas é preciso lutar objectivamente contra as leis e sistemas que geram exploração; não chega fazer discursos contra as leis que restringem a imigração, mas é preciso acolher os irmãos estrangeiros que vêm ao nosso encontro à procura de uma vida melhor; não chega dizer mal de toda a gente que trabalha na nossa paróquia, mas é preciso um empenho sério na construção de uma comunidade cristã que dê cada vez mais testemunho do amor de Jesus…• Às vezes sentimo-nos frágeis e pecadores e, apesar do nosso esforço e da nossa vontade em acertar, sentimo-nos indignos e longe de Deus. Como é que sabemos se estamos no caminho certo? Qual é o critério para avaliarmos a força da nossa relação e da nossa proximidade com Deus? A vida de uma árvore vê-se pelos frutos… Se realizamos obras de amor, se os nossos gestos de bondade e de solidariedade transmitem alegria e esperança, se a nossa acção torna o mundo um pouco melhor, é porque estamos em comunhão com Deus e a vida de Deus circula em nós. Se a vida de Deus está em nós, ela manifesta-se, inevitavelmente, nos nossos gestos.• Muitas vezes somos testemunhas de espantosos gestos proféticos realizados por pessoas que fizeram opções religiosas diferentes das nossas ou até por parte de pessoas que assumem uma aparente atitude de indiferença face a DeusNo entanto, não tenhamos dúvidas: onde há amor, aí está Deus. O Espírito de Deus está presente até fora das fronteiras da Igreja e actua no coração de todos os homens de boa vontade. De resto, certos testemunhos de amor e de solidariedade que vemos surgir nos mais variados quadrantes constituem uma poderosa interpelação aos crentes, convidando-os a uma maior fidelidade a Jesus e ao seu projecto.
• O encontro com Jesus ressuscitado no “caminho de Damasco” constituiu, para Paulo, um momento decisivo. A partir desse encontro, Paulo tornou-se o arauto entusiasta e imparável do projecto libertador de Jesus. A perseguição dos judeus, a oposição das autoridades, a indiferença dos não crentes, a incompreensão dos irmãos na fé, os perigos dos caminhos, as incomodidades das viagens, não conseguiram desencorajá-lo e desarmar o seu testemunho. O exemplo de Paulo recorda-nos que ser cristão é dar testemunho de Jesus e do Evangelho. A experiência que fazemos de Jesus e do seu projecto libertador não pode ser calada ou guardada apenas para nós; mas tem de se tornar um anúncio libertador que, através de nós, chega a todos os nossos irmãos.
.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=358