"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























terça-feira, 30 de novembro de 2021

Para temperar a agressividade, (re)educar para a empatia

Na vida adulta, aquilo que estimula a agressividade é sempre a perceção (certa ou incorreta) de alguém ter violado o nosso território físico ou psíquico: alguém, portanto, que nos «falta ao respeito» ou que «ultrapassou o limite»; a reação agressiva serve-nos para «pôr o outro no seu lugar»: tudo modos de dizer que indicam bem como ao centro está precisamente o tema da proteção daquilo que sentimos nosso, a partir da imagem que cada um tem de si. Mas porque é que hoje a taxa de agressividade social é tão elevada? Porque é que as modalidades de relacionamento se tornaram tão agressivas a todos os níveis? Para saber mais clicar AQUI.

ATENÇÃO/REFLEXÃO/MEDITAÇÃO: Aprender da sabedoria das árvores

No inverno não imaginamos o amolecer do ramo; o seu amaciamento pela linfa que torna a encher os pequenos canais é uma surpresa e um espanto antigo. As coisas mais belas não são para procurar, mas para esperar. Como a primavera. E despontam as folhas, e tu não podes fazer nada; ou talvez sim: contemplar e proteger. Para saber mais clicar AQUI.

CINEMA&FILME: “Pathos Ethos Logos”

«Estamos em 2021. 2021 D. C. Continuamos a referir-nos a um marco, a um acontecimento histórico que veio irremediavelmente dividir o tempo entre um antes e um depois. Um relâmpago, uma clivagem, um corte epistemológico que veio dar um novo sentido à capacidade de intervenção do homem na história. Tendemos a esquecer essa evidência, “Pathos Ethos Logos” é uma tentativa de recentrar a nossa atenção. Cristo é a presença que atravessa todo o filme.» Para saber mais clicar AQUI.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O ódio contra a igreja enquanto sistema de conhecimento

 AQUI por Henrique Raposo e AQUI por Thomas Woods.



ESPIRITUALIDADE: O que é essencial na fé cristã?

«É falso até ao absurdo ver numa “crença” o sinal distintivo do cristão: apenas uma prática cristã, uma vida como a vive aquele que morreu na cruz, apenas isto é cristão… Ainda hoje uma vida assim é possível, para certos homens é até necessária: o autêntico e originário cristianismo será possível em todos os tempos… Não uma crença, mas antes um fazer, sobretudo um não-fazer-muitas-coisas, um ser diferente». Estas lúcidas palavras de Friedrich Nietzsche em “O anticristo”, um pensador que seguramente não foi macio em relação ao cristianismo, constituem um bom ponto de partida para nos interrogarmos sobre o que é essencial à fé cristã, isto é, sobre a singularidade do cristianismo. para ler mais clicar AQUI.

CINEMA&FILME: “Get Back”, por Peter Jackson. Seis horas sobre os Beatles que ainda não conhecíamos

 

Série documental de seis horas, assinado pelo realizador neozelandês Peter Jackson (de "O Senhor dos Anéis"), mostra uma banda feliz à beira do fim. Meio século depois, está à vista de todos. Para saber mais clicar AQUI.

domingo, 28 de novembro de 2021

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 1º Domingo do Tempo do Advento - Ano C
Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor.
Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do Messias.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projecto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
EVANGELHOLc 21,25-28.34-36
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas
e, na terra, angústia entre as nações,
aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor,
na expectativa do que vai suceder ao universo,
pois as forças celestes serão abaladas.
Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem,
com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer,
erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.
Tende cuidado convosco,
não suceda que os vossos corações se tornem pesados
pela intemperança, a embriaguês e as preocupações da vida,
e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha,
pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo,
para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer
e comparecer diante do Filho do homem».
AMBIENTE
Estamos já nos últimos dias da vida terrena de Jesus, após a sua entrada triunfal em Jerusalém. Jesus está a completar a catequese dos discípulos e, nesse contexto, anuncia-lhes tempos difíceis de perseguição e de martírio. Avisa-os, também, de que a própria cidade de Jerusalém será, proximamente, sitiada e destruída (cf. Lc 21,20-24). Ora, é neste contexto e nesta sequência que aparece o texto do Evangelho de hoje.
MENSAGEM
O vector fundamental à volta do qual se estrutura o Evangelho de hoje está na referência à vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória” (Lc 21,27) e no convite a cobrar ânimo e a levantar a cabeça porque “a libertação está próxima” (Lc 21,28). A palavra “libertação” (“apolytrôsis” – “resgate de um cativo”) é uma palavra característica da teologia paulina (1 Cor 1,30; cf. Rom 3,24; 8,23; Col 1,14…), onde é usada para definir o resultado da acção redentora de Jesus em favor dos homens. O projecto de salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo, do pecado, da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza os homens e os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.
A mensagem proposta aos discípulos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento, pela perseguição (cf. Lc 21,12-19); no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa (de ontem, de hoje, de amanhã), cessará a escravidão insuportável que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas.
Os “sinais” catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Jahwéh vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim (cf. Is 13,10; 34,4). O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.
Há, ainda, um convite à vigilância (cf. Lc 21,34-36): é necessário manter uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas e as cadeias escravizantes não impeçam os discípulos de reconhecer e de acolher o Senhor que vem.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão acerca do Evangelho de hoje pode tocar, entre outros, os seguintes pontos:
• A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pelo destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projecto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.
• No entanto, a salvação/libertação que há-de transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-l’O nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.
GESTO PARA O INÍCIO DO ADVENTO.
Com o 1º Domingo do Advento, começa o ano litúrgico. Para os cristãos, é esta a altura propícia para se desejar um bom ano. O 1º Domingo do Advento é o momento oportuno para apresentar o desenrolar de um ciclo litúrgico no seu conjunto. Descobrir este caminho de oração, comum aos católicos do mundo inteiro, permite falar também da importância da prática regular. É tempo para tomar boas resoluções para o novo ano, o ano litúrgico. Pode-se marcar o início do Advento com uma procissão de entrada mais solenizada, escolhendo um cântico bem adaptado, ou com um acto penitencial mais desenvolvido. Isto para além dos símbolos tradicionais do Advento que podem ser valorizados…
COROA DO ADVENTO.
Entre os símbolos tradicionais, temos a “coroa do Advento”, com as quatro velas. Colocadas numa coroa ou de outra maneira, elas significam a progressão para o Natal. Muitas vezes, acende-se a vela ao longo da celebração. Este gesto ganha importância se for bem realizado. Pode ser durante o cântico inicial, no final da procissão, por uma criança ou um jovem, por um padre ou qualquer outro “actor” da liturgia. Pode também ser efectuado pelo próprio presidente da celebração, depois da saudação litúrgica. Tomar-se-á sempre o tempo de um belo gesto, que pode ser acompanhado por um breve refrão a apelar à vinda do Senhor… É importante cuidar da beleza dos objectos (velas, suporte, coroa), de tamanho adaptado ao edifício e dispostos de maneira coerente no espaço próprio.
BILHETE DE EVANGELHO.
O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes esmagam-nos e acabamos por baixar os braços.
“Erguei-vos!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar os que se mantêm de pé, prontos a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro melhor. O medo faz baixar a cabeça; vive-se então no momento presente, com medo dos golpes que será necessário ainda suportar.
“Levantai a cabeça!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que olham no horizonte Aquele que vem para nos salvar. A fadiga acaba por adormecer, sem dúvida porque não se espera mais nada e não se quer mais lutar.
“Tende cuidado convosco e vigiai!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que permanecem atentos aos sinais que Deus não cessa de manifestar. A falta de confiança destrói a relação, sem se saber do que falar.
“Orai em todo o tempo”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo com Deus. A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos activos que manifestam o que faz a grandeza do homem.
À ESCUTA DA PALAVRA.
Leitura do Livro de Jeremias: “Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá”. Palavra do Senhor!
Leitura do Evangelho: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo”. Palavra do Senhor!
Na mesma celebração, proclama-se como Palavra do Senhor duas afirmações tão afastadas uma da outra! Como resolver esta contradição? Primeiro, sendo realistas. O universo conhece transformações constantes, tremores de terra, erupções vulcânicas, tsunamis, meteoritos… A sol e as estrelas, um dia, apagar-se-ão. No fundo, Jesus, com os conhecimentos e a mentalidade da sua época, chama a nossa atenção para essa realidade: o nosso mundo, um dia, acabará. Não somente o “nosso” mundo, mas primeiro o “meu” próprio mundo, no dia da minha morte. Jesus convida-nos a não esquecer o fim de todas as coisas. Diz-nos: “Vigiai”. Vigiai para que não vos instaleis neste tempo como se ele fosse durar sempre! Mas aí, no coração da nossa condição mortal, Deus diz-nos uma palavra que não passará. Esta Palavra é o próprio Jesus.
Começamos hoje um novo ciclo litúrgico. Mas não é um ciclo fechado sobre si mesmo. Cada ano que passa aproxima-nos do nosso fim terrestre, mas é-nos dado também como o tempo durante o qual Jesus vem visitar-nos, dar-nos a sua presença de Ressuscitado. Segundo a bela palavra de Jeremias, oferece-nos a nós como “um rebento de justiça”, como a “promessa de felicidade” que se realizará em plenitude no fim dos tempos. Desde agora, está em acção no segredo dos corações, como o poder da vida que, secretamente, constrói um novo ser no seio materno. “Vigiai e orai em todo o tempo”, a fim de estardes de pé no Dia da sua Vinda na plenitude da Luz.
PALAVRAS PARA O CAMINHO…
Na segunda leitura, Paulo lança-nos um forte apelo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos”. Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina…
Uma palavra de amor para cada dia… Porque Jesus nos pede para “orar em todo o tempo”, porque não experimentar agradar a Deus, nosso Pai, dizendo-lhe mais especialmente o nosso amor filial em cada dia deste tempo do Advento? Bastam alguns minutos, mas pode-se também de modo mais prolongado cuidar deste tempo privilegiado.
FONTE: https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=3647
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI

Se não levantares a cabeça, não verás o arco-íris
Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, e sobre a Terra angústia de povos em ânsia por aquilo que terá de acontecer. O Evangelho não antecipa o fim do mundo, narra o segredo do mundo: toma-nos pela mão e leva-nos para fora de portas, a olhar para o alto, a sentir o cosmo pulsar à nossa volta; chama-nos a abrir as janelas de casa para fazer entrar os grandes ventos da história, a sentirmo-nos parte viva de uma imensa vida. Que padece, que sofre, mas que nasce. Para ler mais clicar AQUI.

«Erguei-vos e levantai a cabeça»
Meus filhos, peço-vos que vos mantenhais santos e seguros no mais íntimo da vossa alma. Não cometais ações que conduzam à perda e à ruína da vossa alma. Sim, temamos este Deus que Se dispôs a revelar os arcanos das trevas, a tornar manifestos os desígnios dos corações (cf 1Cor 4,5) e a retribuir a cada um, não só de acordo com os seus atos (cf Mt 16,27), mas também pelas suas palavras e os seus pensamentos. [...]
Estejamos despertos, rejeitando a preguiça e a inércia sonolenta. Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a noite está a findar e já começou a nascer o dia da restauração futura (cf Rom 13,12)! Tenhamos cautela, para que a morte não venha sem estarmos preparados, trazendo-nos um mal eterno e sem remédio. [...] Ergamo-nos uma vez e outra, e procuremos fazer tudo o que agrada a Deus, suportando com valentia as coisas presentes e rejubilando com aquelas em que esperamos (cf Rom 12,12; Heb 11,1). [...] Estou certo de que seremos salvos e dançaremos sem fim nos Céus, na alegria daqueles que agradaram a Cristo desde o começo do mundo. [...]
Afastai a ganga da inércia, sede alegres, com humor equânime; que a vossa alma esteja em paz e o vosso coração leve; ajudai-vos uns aos outros; expulsai preocupações e inquietações. [...] Que necessidade tendes de vos preocupar e agitar com tudo? Aconselho-vos a escolher a melhor parte (cf Lc 10,41-42), ouvindo as nossas humildes palavras (cf Lc 10,39), meus filhos, para que sejais salvos no Senhor, exultando no temor [...] de Cristo Jesus Nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder, com o Pai e o Espírito Santo, agora e para sempre, ámen. 
São Teodoro Estudita (759-826), monge de Constantinopla, Catequese 46

sábado, 27 de novembro de 2021

inPRENSA semanal (20 a 26-11-2021): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.



Líder do PAN ocultou ao Tribunal Constitucional imobiliária criada em 2020. Deputada pode perder mandato
Ministério Público faz megaoperação de buscas ao FC Porto e empresários
Protestos contra as medidas de contenção da pandemia voltam a agitar a Europa
Famílias vendem crianças para sobreviver no Afeganistão. “Não tínhamos mais nada a oferecer”
Há uma relação comprovada entre o aumento dos suicídios e a humidade, aponta a ciência
Covid-19: as vacinas de 2.ª geração não vão ser “mágicas” - mas vão tentar travar a transmissão, ser mais práticas e à prova de variantes
O sempre adiado caminho de ferro
Ramos-Horta denuncia extrema pobreza infantil e subnutrição em Timor
Não vacinados estão a impulsionar pandemia e a aumentar "hesitação vacinal", diz comissária
Rendeiro só regressa a Portugal se for ilibado ou com indulto presidencial (e vai pedir indemnização de 30 milhões)
Rendeiro mente "com todas as palavras". Advogado que representou ex-banqueiro nega ter concebido plano de fuga
Procura-se técnico superior para Islamabad. Ministério de Santos Silva oferece 212 euros de salário
Vacina portuguesa está à distância de €5 milhões (mas o Estado não se chega à frente)
Marcelo condecora Mário de Carvalho com Grã-Cruz da Ordem do Infante
Se o SNS abandonar os desfavorecidos, "o problema é o Ministério da Saúde"
Afinal, a distância de 2 metros é eficaz ou varia?
A esquecida tragédia de Cabo Delgado
Defesa planetária. Lançado o “dardo” que vai desviar um asteroide da rota
Covid-19. O que se passa no Algarve? Será do calor, do MotoGP, do golfe, dos ajuntamentos? Ninguém sabe ao certo, mas fica um conselho
Já se sabe onde e quando o risco de ser infetado com covid-19 é maior
Situação “explosiva”. Já há enfermeiros e médicos a recusarem responsabilidades por falta de condições no SNS
Luz verde da EMA não será suficiente para começar a vacinar crianças
Buscas a Sp. Braga, Vit. Guimarães e Gestifute. Há suspeitas de fraude de 200 milhões
O problema é a saída de 400 médicos do SNS (e não a covid)
Urban Sequoia: a rede de arranha-céus capaz de absorver 1.000 toneladas de carbono por ano da atmosfera
“Imperdoável ofensa”. Marta Temido afirma que é preciso contratar médicos mais resilientes para o SNS
"Mal-entendimento". Temido diz ter sido mal interpretada quando falou de resiliência dos médicos
Nova polémica nas Forças Armadas. Investigadas caçadas ilegais com generais e empresários
Mudanças profundas e difíceis
Abel Ferreira quis abandonar o futebol. Hoje está a um passo de fazer história na Libertadores
Deus não é Príamo
B.1.1.529. O que se sabe da variante que está a deixar as autoridades mundiais em alerta
Há novas regras para quem viajar a partir de 1 de dezembro — contrárias às indicações de Bruxelas e com oposição das companhias
“Indignação” na RTP1. Sexta às 9 suspenso (com investigações a meio) após saída de Sandra Felgueiras
As vacinas estão a causar uma guerra cultural na Europa. A que se deve esta contestação
Deco tentou comprar a SAD do Vitória de Guimarães por duas vezes. Negócio com FC Porto sob suspeita

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

LIVRO&LEITURA: "Arte e Igreja em Portugal. Histórias e protagonistas de diálogos recentes"

«À maior sensibilização do clero para a arte moderna, os artistas responderam positivamente, dando origem a um importante conjunto de obras modernas, marcadas por expressões muito diversas, nos mais variados suportes e materiais. Algumas lograram alcançar um lugar entre as mais belas obras da história da Arte Moderna e da Arte da Igreja, de todos os tempos.». Para saber mais clicar AQUI.

domingo, 21 de novembro de 2021

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
TEMA do XXXIV Domingo Comum, Solenidade de Cristo, Rei do Universo - Ano B 
No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. A Palavra de Deus que nos é proposta neste último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus.
A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueza, a ambição, a violência, a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de um "filho de homem" que vai aparecer "sobre as nuvens", Deus vai devolver à história a sua dimensão de "humanidade", possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos verão nesse "filho de homem" vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.
Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor
do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o "príncipe dos reis da terra", Aquele que há-de vir "por entre as nuvens" cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de "filho de homem" de que falava a primeira leitura.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, Jesus a assumir a sua condição de rei diante de Pontius Pilatus. A cena revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão "real" de Jesus é dar "testemunho da verdade"; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.
EVANGELHO - Jo 18,33b-37
Naquele tempo,
disse Pilatos a Jesus:
«Tu és o Rei dos judeus?» Jesus respondeu-lhe:
«É por ti que o dizes,
ou foram outros que to disseram de Mim?» Disseram-Lhe Pilatos:
«Porventura eu sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?»
Jesus respondeu:
«O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam
para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui».
Disse-Lhe Pilatos:
«Então, Tu és Rei?» Jesus respondeu-lhe:
«É como dizes: sou Rei.
Para isso nasci e vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
AMBIENTE
O Evangelho da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, apresenta-nos uma cena do processo de Jesus diante de Pontius Pilatus, o governador romano da Judeia. Para trás havia já ficado o frente a frente de Jesus com os líderes judaicos, nomeadamente com Anás (sogro de Caifás, o sumo-sacerdote; Anás, apesar de ter deixado o cargo de sumo-sacerdote, continuava a ser um personagem muito influente e foi ele, provavelmente, quem liderou o processo contra Jesus - cf. Jo 18,12-14.19-24).
Pontius Pilatus, o interlocutor romano de Jesus, governou a Judeia e a Samaria entre os anos 26 e 36. As informações de Flávio Josefo e de Fílon apresentam-no como um governante duro e violento, obstinado e áspero, culpado de ordenar execuções de opositores sem um processo legal. As queixas de excessiva crueldade apresentadas contra ele pelos samaritanos no ano 35 levaram Vitélio, o legado romano na Síria, a tomar posição e a enviá-lo a Roma para se explicar diante do imperador. Pontius Pilatus foi deposto do seu cargo de governador da Judeia logo a seguir.
Curiosamente, o autor do Quarto Evangelho descreve Pontius Pilatus como um homem fraco, indeciso e volúvel, uma espécie de marioneta habilmente manobrada pelos líderes judaicos. Esta apresentação - que contradiz os dados deixados pelos historiadores da época - não deve ter grandes bases históricas: deve ser, apenas, uma tentativa de livrar os romanos de qualquer culpa no processo de Jesus. Na época em que o autor do Quarto Evangelho escreve (por volta do ano 100), não era conveniente para os cristãos acusar Roma, afirmando a sua responsabilidade no processo que levou Jesus à morte. Assim, os escritores cristãos da época preferiram branquear o papel do poder imperial e, por outro lado, fazer recair sobre as autoridades judaicas toda a culpa pela condenação de Jesus.
MENSAGEM
O interrogatório de Jesus começa com uma pergunta directa, posta por Pontius Pilatus (vers. 33b): «Tu és o Rei dos judeus?» Este início de interrogatório revela qual era a acusação apresentada pelas autoridades judaicas contra Jesus: Ele tinha pretensões messiânicas; pretendia restaurar o reino ideal de David e libertar Israel dos opressores. Esta linha de acusação vê em Jesus um agitador político empenhado em mudar o mundo pela força, que fundamenta as suas pretensões e a sua acção no poder das armas e na autoridade dos exércitos. Esta acusação tem fundamento? Jesus aceita-a?
A resposta de Jesus situa as coisas na perspectiva correcta. Ele assume-se como o messias que Israel esperava e confirma, claramente, a sua qualidade de rei; no entanto, descarta qualquer parecença com esses reis que Pontius Pilatus conhece (vers. 36). Os reis deste mundo apoiam-se na força das armas e impõem aos outros homens o seu domínio e a sua autoridade; a sua realeza baseia-se na prepotência e na ambição e gera opressão, injustiça e sofrimento… Jesus, em contrapartida, é um prisioneiro indefeso, traído pelos amigos, ridicularizado pelos líderes judaicos, abandonado pelo povo; não se impõe pela força, mas veio ao encontro dos homens para os servir; não cultiva os próprios interesses, mas obedece em tudo à vontade de Deus, seu Pai; não está interessado em afirmar o seu poder, mas em amar os homens até ao dom da própria vida… A sua realeza é de uma outra ordem, da ordem de Deus. É uma realeza que toca os corações e que, em vez de produzir opressão e morte, produz vida e liberdade. Jesus é rei e messias, mas não vai impor a ninguém o seu reinado; vai apenas propor aos homens um mundo novo, assente numa lógica de amor, de doação, de entrega, de serviço. A declaração de Jesus causa estranheza a Pontius Pilatus. Ele não consegue entender que um rei renuncie ao poder e à força e fundamente a sua realeza no amor e na doação da própria vida. A expressão posta na boca de Pontius Pilatus «então, Tu és Rei» (vers. 37a) parece uma "deixa" de alguém para quem as declarações do seu interlocutor não são claras e que conserva a porta aberta a ulteriores explicações… Na sequência, Jesus confirma a sua realeza e define o sentido e o conteúdo do seu reinado. A realeza de que Jesus Se considera investido por Deus consiste em «dar testemunho da verdade» (vers. 37b). Para o autor do Quarto Evangelho, a "verdade" é a realidade de Deus. Essa "verdade" manifesta-se nos gestos de Jesus, nas suas palavras, nas suas atitudes e, de forma especial, no seu amor vivido até ao extremo do dom da vida. A "verdade" (isto é, a realidade de Deus) é o amor incondicional e sem medida que Deus derrama sobre o homem, a fim de o fazer chegar à vida verdadeira e definitiva. Essa "verdade" opõe-se à "mentira", que é o egoísmo, o pecado, a opressão, a injustiça, tudo aquilo que desfeia a vida do homem e o impede de alcançar a vida plena. A "realeza" de Jesus concretiza-se, por um lado, na luta contra o egoísmo e o pecado que escravizam o homem e que o impedem de ser livre e feliz; por outro lado, a realeza de Jesus consuma-se na proposição de uma vida feita amor e entrega a Deus e aos irmãos. Esta meta não se alcança através de uma lógica de poder e de força (que só multiplicam as cadeia de mentira, de injustiça, de violência); mas alcança-se através do amor, da partilha, do serviço simples e humilde em favor dos irmãos. É esse "reino" que Jesus veio propor; é a esse "reino" que Ele preside.
A proposta de Jesus provoca uma resposta livre do homem. Quem escuta a voz de Jesus adere ao seu projecto e se compromete a segui-l’O, renuncia ao egoísmo e ao pecado e faz da sua vida um dom de amor a Deus e aos irmãos (vers. 37c). Passa, então, a integrar a comunidade do "Reino de Deus".
ACTUALIZAÇÃO
♦ As declarações de Jesus diante de Pontius Pilatus não deixam lugar a dúvidas: Ele é "rei" e recebeu de Deus, como diz a primeira leitura, "o poder, a honra e a realeza" sobre todos os povos da terra. Ao celebrarmos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, somos convidados, antes de mais, a descobrir e interiorizar esta realidade: Jesus, o nosso rei, é princípio e fim da história humana, está presente em cada passo da caminhada dos homens e conduz a humanidade ao encontro da verdadeira vida. Os inícios do séc. XXI estão marcados por uma profunda crise de liderança a nível mundial. Os grandes líderes das nações são, frequentemente, homens com uma visão muito limitada do mundo, que não se preocupam com o bem da humanidade e que conduzem as suas políticas de acordo com lógicas de ambição pessoal ou de interesses particulares. Sentimo-nos, por vezes, perdidos e impotentes, arrastados para um beco sem saída por líderes medíocres, prepotentes e incapazes… Esta constatação não deve, no entanto, lançar-nos no desânimo: nós sabemos que Cristo é o nosso rei, que Ele preside à história e que, apesar das falhas dos homens, continua a caminhar connosco e a apontar-nos os caminhos da salvação e da vida.
♦ No entanto, a realeza de Jesus não tem nada a ver com a lógica de realeza a que o mundo está habituado. Jesus, o nosso rei, apresenta-Se aos homens sem qualquer ambição de poder ou de riqueza, sem o apoio dos grupos de pressão que fazem os valores e a moda, sem qualquer compromisso com as multinacionais da exploração e do lucro. Diante dos homens, Ele apresenta-se só, indefeso, prisioneiro, armado apenas com a força do amor e da verdade. Não impõe nada; só propõe aos homens que acolham no seu coração uma lógica de amor, de serviço, de obediência a Deus e aos seus projectos, de dom da vida, de solidariedade com os pobres e marginalizados, de perdão e tolerância. É com estas "armas" que Ele vai combater o egoísmo, a auto-suficiência, a injustiça, a exploração, tudo o que gera sofrimento e morte. É uma lógica desconcertante e incompreensível, à luz dos critérios que o mundo avaliza e enaltece. A lógica de Jesus fará sentido? O mundo novo, de vida e de felicidade plena para todos os homens nascerá de uma lógica de força e de imposição, ou de uma lógica de amor, de serviço e de dom da vida?
♦ Nós, os que aderimos a Jesus e optámos por integrar a comunidade do Reino de Deus, temos de dar testemunho da lógica de Jesus. Mesmo contra a corrente, a nossa vida, as nossas opções, a forma de nos relacionarmos com aqueles com quem todos os dias nos cruzamos, devem ser marcados por uma contínua atitude de serviço humilde, de dom gratuito, de respeito, de partilha, de amor. Como Jesus, também nós temos a missão de lutar - não com a força do ódio e das armas, mas com a força do amor - contra todas as formas de exploração, de injustiça, de alienação e de morte… O reconhecimento da realeza de Cristo convida-nos a colaborar na construção de um mundo novo, do Reino de Deus.
♦ A forma simples e despretensiosa como Jesus, o nosso Rei, Se apresenta, convida-nos a repensar certas atitudes, certas formas de organização e certas estruturas que criamos… A comunidade de Jesus (a Igreja) não pode estruturar-se e organizar-se com os mesmos critérios dos reinos da terra… Deve interessar-se mais por dar um testemunho de amor e de solidariedade para com os pobres e marginalizados do que em controlar as autoridades políticas e os chefes das nações; deve preocupar-se mais com o serviço simples e humilde aos homens do que com os títulos, as honras, os privilégios; deve apostar mais na partilha e no dom da vida do que na posse de bens materiais ou na eficiência das estruturas. Se a Igreja não testemunhar, no meio dos homens, essa lógica de realeza que Jesus apresentou diante de Pontius Pilatus, está a ser gravemente infiel à sua missão.
BILHETE DE EVANGELHO.
Dois homens presentes para um processo: Pilatos e Jesus. O primeiro tem uma autoridade que vem dos homens, tem um poder sobre eles, é ele, em último grau, que decide sobre a vida de Jesus, libertação ou condenação à morte. Mas Pilatos exerce o seu poder sob o medo, a verdade mete-lhe medo. Face a este homem, Jesus apresenta-Se com a fraqueza de um condenado, a sua única força é o testemunho que presta à verdade. Jesus desarma Pilatos que pergunta: «que é a Verdade?». Este rei sem exército, com uma coroa de espinhos na cabeça, revestido de um manto vermelho, só pede uma coisa: que se escute a sua voz a fim de se pertencer como Ele à verdade. O drama que se desenrola no palácio de Pilatos é o drama da humanidade que procura onde está a verdade. Por vezes, ela vira-se para os poderosos deste mundo, que não sabem que só um pôde dizer «Eu sou a Verdade!» e que só a verdade nos pode tornar livres.
À ESCUTA DA PALAVRA.
«Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade». E que é a verdade? - pergunta Pilatos. E nós também… Tantas formas de ver a verdade, mesmo nas religiões… Cada um procura fabricar a sua pequena verdade pessoal… Porém, a verdade só se pode encontrar em Jesus. Ele veio para olhar os homens à luz do olhar de seu Pai, para testemunhar esse olhar. Jesus pôde dizer "Eu sou a Verdade", porque seu Pai encarregou-O de chegar a cada ser humano na última profundidade do ser. Só o olhar do Pai pode dizer a última verdade de cada ser. Este olhar só pode ser amor infinito. Eis porque Jesus não pode condenar ninguém, nem sequer Pilatos, nem os seus carrascos. Cristo Rei do universo? Sim, sob a condição de não se esquecer que o seu Reino não é somente o amor da verdade. É primeiramente a Verdade do Amor.
PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Balanço anual... Acabar um ano é também dar graças por tudo aquilo que pudemos viver. Individualmente, em família e em comunidade, fazer o balanço do ano que passou… Recordar alguns momentos concretos do ano litúrgico que marcaram o dinamismo do crescimento da fé, a nível pessoal e comunitário…
e/ou nos vídeos AQUI AQUI

«O meu reino não é deste mundo»
Sois Rei, Deus meu, para sempre [...]. Quando se diz no credo que vosso reino não terá fim, isto dá-me quase sempre particular consolação. Louvo-Vos, Senhor, e bendigo-Vos para sempre; enfim, o vosso reino durará para sempre! Nunca permit
ais, Senhor, que se tenha por bom que quem for falar convosco o faça só com a boca. [...] Não nos devemos aproximar para falar a um príncipe com o mesmo descuido que a um lavrador ou a uma pobre como nós, pois como quer que seja que nos falem, está bem.
E assim, já que, por humildade deste Rei, se eu por grosseira não Lhe sei falar, Ele nem por isso deixa de me ouvir nem de me chegar a Si, nem me lançam fora os seus guardas; porque bem sabem os anjos que ali estão a índole do seu Rei, que gosta mais desta rudeza dum pastorzinho humilde, pois vê que se mais soubera mais diria, que dos mui sábios e letrados, por elegantes arrazoados que façam, se não vão acompanhados de humildade, não é razão que, por Ele ser bom, sejamos nós descomedidas. Sequer ao menos para Lhe agradecer o que Ele sofre da vizinhança, consentindo uma como eu ao pé de Si, é bem que procuremos conhecer a sua limpeza e quem é. É verdade que, logo em chegando, se conhece, não como a senhores de cá, que em nos dizendo quem foi seu pai e os contos que tem, nada mais há a saber. [...]
Sim, aproximai-vos pensando e entendendo, ao chegar, com quem ides falar ou com quem estais falando. Em mil vidas das nossas, não acabaremos de entender como merece ser tratado este Senhor, diante de quem tremem os anjos. Em tudo manda, tudo pode; seu querer é operar. Pois razão será, filhas, que procuremos deleitar-nos nestas grandezas que tem o nosso Esposo e entendamos com quem estamos casadas e que vida havemos de ter.
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja, Caminho de Perfeição, 22, Edições Carmelo, 2000

sábado, 20 de novembro de 2021

inPRENSA semanal (13 a 19-11-2021): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.



“Máfia” dos Comandos começou com uma mulher e chega a padre evangélico. Costa “irritado” com Cravinho
Temido admite novo confinamento. “Os cenários têm de estar todos em aberto”
Michael Burry diz que Musk apenas queria livrar-se das ações da Tesla
“Há um risco sério de instabilidade e ingovernabilidade no pós-eleições”
Programa do Governo levou 44 pessoas por mês a mudar do litoral para o interior
Gustavo Tato Borges. Ou temos "um pouco mais de controlo" ou podemos não ter Natal
Agricultura 4.0. Nova gama de bioestimulantes chega a Portugal em 2022
MEDICA 2021. “Portugal quer estar na linha da frente” em prol de uma saúde 5.0
Onde está a transição justa?
Assinado o Pacto Climático de Glasgow. Carvão escapa a parágrafo mortal
Papel do Papa no combate à pobreza “tem sido muito importante”, diz Carvalho da Silva
Afeganistão: “Opiniões públicas americana e europeia foram deliberadamente mal informadas”, diz major-general Carlos Branco
Reduzir o consumo de carne bovina e aumentar a produção de hortícolas e cereais: a receita para melhorar o ambiente e a saúde
Não há civilização ecológica sem energia nuclear
Julgamento pode estar prestes a desmascarar a identidade de Satoshi Nakamoto, o pai da bitcoin
Dietas veganas e vegetarianas podem poupar “pequena fortuna” por ano
Um novo teste pode detectar a demência ainda assintomática em cinco minutos — mas nem tudo são boas notícias
Se Costa e Rio têm solução para um impasse a quem interessou esta crise?
Monumentos iluminados a vermelho para lembrar cristãos perseguidos
Diocese de Tete inicia processo de beatificação de dois Jesuítas
Marcelo condecora postumamente Saramago com o grande-colar da Ordem de Camões
A China de Xi Jinping
O malthusianismo climático
Líder do PAN passou empresa de mirtilos à sogra (que 3 segundos depois a passou para o filho)
“Isto não é ficção científica”. Drones da Skydio voam sozinhos e podem vir a “aterrar” em Portugal
Arouca oferece fóssil com 465 milhões de anos à UNESCO
"Carro do Ano 2022". Veja a lista de candidatos a suceder ao Seat Leon
Fernando Santos: "Se não cumprir objetivo, saio
Gonçalo M. Tavares recebe prémio literário em França
Número 2 militar dos EUA teme ataque nuclear e diz que míssil supersónico chinês “deu a volta ao mundo”
“Não comemos satélites”. Indonésia lança-se ao Espaço e abre guerra entre clã indígena e Musk
Há uma combinação explosiva no horizonte, de estagnação com inflação elevada, avisa Charles Goodhart, o decano dos economistas britânicos
DGS anuncia dose de reforço para todos os que receberam vacina da Janssen
A má sina dos baixos salários
Lisboa recebe o primeiro café que forma e emprega pessoas com trissomia 21 e autismo
Jesuítas abrem Serviço de Escuta a vítimas de abuso sexual
O'Malley pede investigações "honestas e independentes" aos casos de abusos
O sonho elétrico da Noruega teve consequências. Agora, não tem carros a gasolina para tributar