"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

ESPIRITUALIDADE: Oração é «decorativa» quando não recolhe alegrias e dores da humanidade, afirma papa

«Quem reza nunca deixa o mundo atrás das costas. Se a oração não recolhe as alegrias e as dores, as esperanças e as angústias da humanidade, torna-se uma atividade “decorativa”» e «intimista»: foi com estas palavras que o papa iniciou hoje a catequese da audiência geral. A meditação de Francisco acentuou que a autêntica oração cristã tem de levar o mundo consigo: «Todos precisamos de interioridade, de nos retirarmos num espaço e num tempo dedicados à nossa relação com Deus. Mas isto não quer dizer evasão da realidade». «Na oração, Deus toma-nos, abençoa-nos, e depois parte-nos e dá-nos para a fome de todos.» Para saber mais clicar AQUI.

domingo, 27 de dezembro de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema da Festa da Sagrada Família- ANO B
A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares… Como a família de Jesus – diz-nos a liturgia deste dia – as nossas famílias devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às necessidades dos irmãos.
O Evangelho põe-nos diante da Sagrada Família de Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. A cena mostra uma família que escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a Deus a vida dos seus membros. Nas figuras de Ana e Simeão, Lucas propõe-nos também o exemplo de dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora de Deus no meio dos homens.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser “Homem Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
EVANGELHOLucas 2,22-40
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor:
«Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor»,
e para oferecerem em sacrifício
um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão,
homem justo e piedoso,
que esperava a consolação de Israel;
e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria
antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino
para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços
e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra,
deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados
com o que d’Ele se dizia.
Simeão abençoou-os
e disse a Maria, sua Mãe:
«Este Menino foi estabelecido
para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição;
– e uma espada trespassará a tua alma –
assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Havia também uma profetiza,
Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela
e viúva até aos oitenta e quatro.
Não se afastava do templo,
servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião,
começou também a louvar a Deus
e a falar acerca do Menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor,
voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia
e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria.
E a graça de Deus estava com Ele.
AMBIENTE
O interesse fundamental dos primeiros cristãos não se centrou na infância de Jesus, mas na sua mensagem e proposta; por isso, conservaram especialmente as recordações sobre a vida pública e a paixão do Senhor.
Só num estádio posterior houve uma certa curiosidade acerca dos primeiros anos da vida de Jesus. Coligiram-se, então, escassas informações históricas sobre a infância de Jesus e amassou-se esse material com reflexões e com a catequese que a comunidade fazia acerca de Jesus. O chamado “Evangelho da Infância” (de que faz parte o texto que nos é hoje proposto) assenta nessa base; parte de algumas indicações históricas e desenvolve uma reflexão teológica para explicar quem é Jesus. Nesta secção do Evangelho, Lucas está muito mais interessado em dizer quem é Jesus, do que em fazer uma reportagem histórica sobre a sua infância.
Lucas propõe-nos, hoje, o quadro da apresentação de Jesus no Templo. Segundo a Lei de Moisés, todos os primogénitos (tanto dos homens como dos animais) pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh (cf. Ex 13,1-2. 11-16). O costume de oferecer aos deuses os primogénitos é um costume cananeu que, no entanto, Israel transformou no que dizia respeito aos primogénitos dos homens… Estes não deviam ser oferecidos em sacrifício, mas resgatados por um animal, imolado ao Senhor.
De acordo com Lev 12,2-8, quarenta dias após o nascimento de uma criança, esta devia ser apresentada no Templo, onde a mãe oferecia um ritual de purificação. Nessa cerimónia, devia ser oferecido um cordeiro de um ano (para as famílias mais abastadas) ou então duas pombas ou duas rolas (para as famílias de menores recursos). É neste contexto que o Evangelho de hoje nos situa.
MENSAGEM
A cena da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém apresenta uma catequese bem amadurecida e bem reflectida, que procura dizer quem é Jesus e qual a sua missão no mundo.
Antes de mais, o autor sublinha repetidamente a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor (vers. 22.23.24), como se quisesse deixar claro que Jesus, desde o início da sua caminhada entre os homens, viveu na escrupulosa fidelidade aos mandamentos e aos projectos do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí – pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projecto do Pai.
No Templo, duas personagens acolhem Jesus: Simeão e Ana. Eles representam esse Israel fiel que espera ansiosamente a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo.
De Simeão diz-se que era um homem “justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel” (vers. 25). As palavras e os gestos de Simeão são particularmente sugestivos… Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus que oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel” (vers. 28-32). Jesus é, assim, reconhecido pelo Israel fiel como esse Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou – não só ao seu povo, mas a todos os povos da terra. Aqui desponta um tema muito querido a Lucas: o da universalidade da salvação de Deus… Deus não tem já um Povo eleito, mas a sua salvação é para todos os povos, independentemente da sua raça, da sua cultura, das suas fronteiras, dos seus esquemas religiosos. As palavras que Simeão dirige a Maria (“este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma” – vers. 34-35) aludem, provavelmente, à divisão que a proposta de Jesus provocará em Israel e ao resultado dessa divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”), que se manteve fiel a Jahwéh (não se voltou a casar, após a morte do marido – vers. 37), que espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém” (vers. 38). A palavra utilizada por Lucas para falar de libertação é a palavra grega “lustrosis” (“resgate”), utilizada no Êxodo para falar da libertação da escravidão do Egipto (cf. Ex 13,13-15; 34,20; Nm 18,15-16). Jesus é, assim, apresentado por Lucas como o Messias libertador, que vai conduzir o seu Povo do domínio da escravidão para o domínio da liberdade. A apresentação no Templo de um primogénito celebrava precisamente a libertação do Egipto e a passagem da escravidão para a liberdade (cf. Ex 13, 11-16).
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade (vers. 40).
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objectivo de Jesus é cumprir integralmente o projecto do Pai… E esse projecto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode fazer-se a partir das seguintes questões:
• Neste episódio do “Evangelho da Infância”, Lucas apresenta-nos uma família – a Sagrada Família – que vive atenta aos apelos de Deus e que se empenha em cumprir cuidadosamente os preceitos do Senhor. Por quatro vezes (vers. 22.23.24.27), Lucas refere, a propósito da família de Jesus, o cumprimento da Lei de Moisés, da Lei do Senhor ou da Palavra do Senhor – o que sugere a importância que a Palavra de Deus assume na vida da família de Nazaré. Trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus. Maria e José perceberam provavelmente que uma família que escuta a Palavra de Deus e que procura responder aos desafios postos por essa Palavra é uma família feliz, que encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer e que se constrói sobre a rocha firme dos valores eternos. Que importância é que a Palavra de Deus assume na vida das nossas famílias? Procuramos que cada membro das nossas famílias cresça numa progressiva sensibilidade à Palavra de Deus e aos desafios de Deus? Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus?
• Segundo a Lei judaica, todo o primogénito devia ser consagrado e dedicado ao Senhor. Também Jesus é apresentado no Templo e consagrado ao Senhor. Nas nossas famílias cristãs há normalmente uma legítima preocupação com o proporcionar a cada criança condições óptimas de vida, de educação, de acesso à instrução e aos cuidados essenciais… Haverá sempre uma preocupação semelhante no que diz respeito à formação para a fé e em proporcionar aos filhos uma verdadeira educação para a vida cristã e para os valores de Jesus Cristo? Os pais cristãos preocupam-se sempre em proporcionar aos seus filhos um exemplo de coerência com os compromissos assumidos no dia do Baptismo? Preocupam-se em ser os primeiros catequistas dos próprios filhos, transmitindo-lhes os valores do Evangelho? Preocupam-se em acompanhar e em potenciar a formação e a caminhada catequética dos próprios filhos, em inseri-los numa comunidade de fé, em integrá-los na família de Jesus, em consagrá-los ao serviço de Deus?
• Simeão e Ana, os dois anciãos que acolhem Jesus no Templo de Jerusalém, não são pessoas desiludidas da vida, que vivem voltadas para o passado sonhando com um tempo ideal que já não volta; mas são pessoas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os anciãos – quer pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, quer pelo tempo de que normalmente dispõem – podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus, intérpretes dos sinais de Deus, profetas credíveis que obrigam o mundo a confrontar-se com os desafios de Deus. É preciso que não vivam voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, transformados em “estátuas de sal”, mas que vivam de olhos postos no futuro, de espírito aberto e livre, pondo a sua sabedoria e experiência ao serviço da comunidade humana e cristã, ensinando os mais jovens a distinguir entre o que é eterno e importante e o que é passageiro e acessório.
PALAVRA DE VIDA.
Rosto de Deus, de Cristo e da Igreja… Filhos da Aliança, do Deus da promessa e da fidelidade, José e Maria acreditam, apresentam o seu Filho ao Senhor: mistério de glória e de dor, na profecia do velho Simeão; acreditam que só na fé total e forte podem reconhecer a luz do mundo. Com Simeão, a Igreja anuncia Cristo àqueles que lhe são próximos. Com Ana, a profetisa, a Igreja anuncia a libertação aos que esperam, àqueles que estão longe; ela desperta neles o desejo de conhecer Cristo. É neste desejo que a nossa fé ganha raiz…
PARA A SEMANA QUE SE SEGUE
Nas palavras de envio ou de despedida da celebração, retomar as palavras do velho Simeão: “Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos…” Iluminadas pela Palavra de Deus e alimentadas pelo seu Pão, as famílias humanas são convidadas a retomar o caminho do quotidiano
e /ou no vídeo AQUI.

A oração do Papa Francisco à Sagrada Família
Em sua exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, o Papa Francisco faz referências à Sagrada Família de Nazaré como exemplo para as famílias de hoje e termina este documento com uma oração especial dedicada a Jesus, Maria e José. Para saber mais clicar AQUI

Domingo da Sagrada Família
Deus está no meio de nós! Ele porta o Messias, o Redentor, o Salvador de Israel e de todos os povos! A esperança se cumpriu e ele, Simeão, pode partir em paz! Para saber mais, clicar AQUI.

«Voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré» 
Podeis rezar à Sagrada Família pela vossa família:
Pai Nosso, que estás nos Céus e que nos deste um modelo de vida na Sagrada Família de Nazaré,
ajuda-nos, Pai Santíssimo, a fazer da nossa família uma nova Nazaré, onde reinem a alegria e a paz.
Que ela seja profundamente contemplativa, intensamente eucarística e vibrante de alegria.
Ajuda-nos a permanecer unidos na felicidade e nas dores, graças à oração em família.
Ensina-nos a reconhecer Jesus em cada membro da nossa família,
em particular nos que sofrem.
Que o coração eucarístico de Jesus torne o nosso coração manso e humilde como o dele (Mt 11,29).
Ajuda-nos a corresponder santamente à nossa vocação familiar.
Que sejamos capazes de nos amar uns aos outros como Deus ama cada um de nós,
cada dia mais,
e de perdoar os pecados uns aos outros como tu nos perdoas os nossos pecados.
Ajuda-nos, Pai amantíssimo,
a tomar o que nos dás e a dar o que nos tomas com um grande sorriso.
Coração Imaculado de Maria, causa da nossa alegria, roga por nós.
Santos anjos da guarda, sede sempre a nossa companhia,
guiando-nos e protegendo-nos.
Ámen.

Santa Teresa de Calcutá (1910-1997)
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Um Caminho Simples
 

sábado, 26 de dezembro de 2020

inPRENSA semanal (18 a 25-12-2020): a minha selecção!

 Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.    




Vacinação dos grupos prioritários vai arrastar-se até abril. Agendamentos serão feitos por SMS
Segredos dos EUA podem ter sido expostos em ataque informático
Putin nega envolvimento da Rússia no envenenamento de Navalny. “Teríamos terminado o trabalho”
Biden pondera punir Rússia por suspeita de ciberataque. Trump culpa a China, mas país diz que acusação é “uma farsa”
O que já sabemos e o que falta saber sobre a estirpe que está a preocupar a Europa
Cancelar voos com o Reino Unido? Nova estirpe já está noutros países europeus
Desporto e dinheiro
Da crise no SEF ao "travão de mão" na passagem de ano
O que devemos aprender com o surto de peste bubónica no Porto do século XIX?
De onde vem a criatividade? A resposta pode estar “escondida” nas cartas de Beethoven
Biden deverá escolher a nativa Deb Haaland para secretária do Interior
Os movimentos contra as vacinas
Padre Cruz como o Papa Francisco. "Canonização andará depressa”
Papa propõe “bússola” para a paz com base na “gramática” do cuidado
Priberam. Palavras mais pesquisadas ilustram ano marcado pela Covid-19
Convento de Assis concede «Lâmpada da Paz de S. Francisco» a António Guterres
Se tiver dúvidas sobre as medidas de contenção, o Pandemia Clara diz-lhe todas as restrições por dia e concelho
"Aldeia" social em Águeda permite a idosos viverem com autonomia
Galp pode instalar refinaria de lítio para suecos em Matosinhos
“Confiança científica”. BioNTech capaz de fornecer nova vacina em 6 semanas em caso de mutação do vírus
Navalny enganou agente russo para saber detalhes sobre envenenamento. Químico estava na sua roupa interior
O opositor de Putin tem agora um canal YouTube em que garante ter montado uma armadilha a um agente dos serviços secretos da Rússia, levando-o a admitir o plano para o matar
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

NATAL

- 9 dados sobre o significado e o valor do presépio no Natal de acordo com o Papa Francisco AQUI.

- Costumes católicos do Natal: uma arca de tesouros espirituais, culturais e até gastronómicos AQUI.

Nicolau o velho de barbas brancas que leva presentes às crianças no mês de dezembro AQUI.

- Não há Natal sem pobres AQUI.

- Fatos interessantes e curiosos sobre o Natal AQUI.

- Concerto "A new Christmas time" AQUI.

- O Natal de A a Z AQUI.

Meditar no presépio com os cinco sentidos: (1) Jesus dado como alimento AQUI; (2) A luz AQUI(3) A música dos anjos AQUI; (4) O odor do estábulo AQUI; (5) A pele AQUI.

- A tua Estrela brilhará sobre nós AQUI.

- O absoluto da luz AQUI.

- Deixemos que o Natal seja verdadeiramente Natal (ao menos por um instante) AQUI.

- Um menino nos nasceu - o verdadeiro significado do Natal AQUI.

- Neste Natal não se esqueça do Principal: Jesus! AQUI.

- Jesus: sua vida e sua história AQUI.

- Não somos nós a preparar o presépio para Deus nascer, é Ele que nos prepara para nascermos AQUI.

- Homilia do Papa na Noite de Natal de 2020: na íntegra AQUI.

- Papa pede Natal «mais puro, autêntico e verdadeiro», com «menos consumismo» AQUI.




domingo, 20 de dezembro de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 4º Domingo do Advento - Ano B
A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projecto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projecto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a "promessa" de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A "promessa" de Deus irá concretizar-se num "filho" de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.
A segunda leitura chama a esse projecto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o "mistério"; e, sobretudo, garante que esse projecto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projecto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer "sim" ao projecto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l'O ao mundo.
EVANGELHO - Lc 1,26-38
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo;
bendita és tu entre as mulheres».
Ela ficou perturbada com estas palavras
e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?»
O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então:
«Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
AMBIENTE
O texto que nos é hoje proposto pertence ao "Evangelho da Infância" na versão de Lucas. De acordo com os biblistas actuais, os textos do "Evangelho da Infância" pertencem a um género literário especial, chamado homologese. Este género não pretende ser um relato jornalístico e histórico de acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a proclamar certas realidades salvíficas (que Jesus é o Messias, que Ele vem de Deus, que Ele é o "Deus connosco"). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do texto sagrado usada pelos rabbis judeus da época de Jesus). A homologese utiliza e mistura tipologias (factos e pessoas do Antigo Testamento que encontram a sua correspondência em factos e pessoas do Novo Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. O Evangelho que nos é hoje proposto deve ser entendido a esta luz: não interessa, pois, estar aqui à procura de factos históricos; interessa, sobretudo, perceber o que é que a catequese cristã primitiva nos ensina, através destas narrações, sobre Jesus.
A cena situa-nos numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada pelos judeus uma terra longínqua e estranha, em permanente contacto com as populações pagãs e onde se praticava uma religião heterodoxa, influenciada pelos costumes e pelas tradições pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que "da Galileia não pode vir nada de bom". Quanto a Nazaré, era uma aldeia pobre e ignorada, nunca nomeada na história religiosa judaica e, portanto (de acordo com a mentalidade judaica), completamente à margem dos caminhos de Deus e da salvação.
Maria, a jovem de Nazaré que está no centro deste episódio, era "uma virgem desposada com um homem chamado José". O casamento hebraico considerava o compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se prometiam um ao outro (os "esponsais"); só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo (as cerimónias do matrimónio propriamente dito)... Entre os "esponsais" e o rito do matrimónio, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo uma penalidade. Durante os "esponsais", os noivos não viviam em comum; mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um carácter estável, de tal forma que, se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da "prometida" como uma ofensa semelhante à infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27)... E a união entre os dois "prometidos" só podia dissolver-se com a fórmula jurídica do divórcio. José e Maria estavam, portanto, na situação de "prometidos": ainda não tinham celebrado o matrimónio, mas já tinham celebrado os "esponsais".
MENSAGEM
Depois da apresentação do "ambiente" do quadro, Lucas apresenta o diálogo entre Maria e o anjo.
A conversa começa com a saudação do anjo. Na boca deste, são colocados termos e expressões com ressonância vétero-testamentária, ligados a contextos de eleição, de vocação e de missão. Assim, o termo "ave" (em grego, "kaire") com que o anjo se dirige a Maria é mais do que uma saudação: é o eco dos anúncios de salvação à "filha de Sião" - uma figura fraca e delicada que personifica o Povo de Israel, em cuja fraqueza se apresenta e representa essa salvação oferecida por Deus e que Israel deve testemunhar diante dos outros povos (cf. 2 Re 19,21-28; Is 1,8;12,6; Jer 4,31; Sof 3,14-17). A expressão "cheia de graça" significa que Maria é objecto da predilecção e do amor de Deus. A outra expressão, "o Senhor está contigo", é uma expressão que aparece com frequência ligada aos relatos de vocação no Antigo Testamento (cf. Ex 3,12 - vocação de Moisés; Jz 6,12 - vocação de Gedeão; Jer 1,8.19 - vocação de Jeremias) e que serve para assegurar ao "chamado" a assistência de Deus na missão que lhe é pedida. Estamos, portanto, diante do "relato de vocação" de Maria: a visita do anjo destina-se a apresentar à jovem de Nazaré uma proposta de Deus. Essa proposta vai exigir uma resposta clara de Maria.
Qual é, então, o papel proposto a Maria no projecto de Deus?
A Maria, Deus propõe que aceite ser a mãe de um "filho" especial... Desse "filho" diz-se, em primeiro lugar, que Ele se chamará "Jesus". O nome significa "Deus salva". Além disso, esse "filho" é apresentado pelo anjo como o "Filho do Altíssimo", que herdará "o trono de seu pai David" e cujo reinado "não terá fim". As palavras do anjo levam-nos a 2 Sm 7 e à promessa feita por Deus ao rei David através das palavras do profeta Natã. Esse "filho" é descrito nos mesmos termos em que a teologia de Israel descrevia o "Messias" libertador. O que é proposto a Maria é, pois, que ela aceite ser a mãe desse "Messias" que Israel esperava, o libertador enviado por Deus ao seu Povo para lhe oferecer a vida e a salvação definitivas.
Como é que Maria responde ao projecto de Deus?
A resposta de Maria começa com uma objecção... A objecção faz sempre parte dos relatos de vocação do Antigo Testamento (cf. Ex 3,11;6,30; Is 6,5; Jer 1,6). É uma reacção natural de um "chamado", assustado com a perspectiva do compromisso com algo que o ultrapassa; mas é, sobretudo, uma forma de mostrar a grandeza e o poder de Deus que, apesar da fragilidade e das limitações dos "chamados", faz deles instrumentos da sua salvação no meio dos homens e do mundo.
Diante da "objecção", o anjo garante a Maria que o Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Este Espírito é o mesmo que foi derramado sobre os juizes (Oteniel - cf. Jz 3,10; Gedeão - cf. Jz 6,34; Jefté - cf. Jz 11,29; Sansão - cf. Jz 14,6), sobre os reis (Saul - cf. 1 Sm 11,6; David - cf. 1 Sm 16,13), sobre os profetas (cf. Maria, a profetisa irmã de Aarão - cf. Ex 15,20; os anciãos de Israel - cf. Nm 11,25-26; Ezequiel - cf. Ez 2,1; 3,12; o Trito-Isaías - cf. Is 61,1), a fim de que eles pudessem ser uma presença eficaz da salvação de Deus no meio do mundo. A "sombra" ou "nuvem" leva-nos também à "coluna de nuvem" (cf. Ex 13,21) que acompanhava a caminhada do Povo de Deus em marcha pelo deserto, indicando o caminho para a Terra Prometida da liberdade e da vida nova. A questão é a seguinte: apesar da fragilidade de Maria, Deus vai, através dela, fazer-se presente no mundo para oferecer a salvação a todos os homens.
O relato termina com a resposta final de Maria: "eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra". Afirmar-se como "serva" significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica - pois, no Antigo Testamento, ser "servo do Senhor" é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que Ele reservou para o seu serviço e que Ele enviou ao mundo com uma missão (essa designação aparece, por exemplo, no Deutero-Isaías - cf. Is 42,1;49,3;50,10;52,13;53,2.11 - em referência à figura enigmática do "servo de Jahwéh"). Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projecto de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
Para a reflexão e partilha, considerar os seguintes elementos:
• Também o Evangelho deste domingo (na linha das outras duas leituras) afirma, de forma clara e insofismável, que Deus ama os homens e tem um projecto de vida plena para lhes oferecer. Como é que esse Deus cheio de amor pelos seus filhos intervém na história humana e concretiza, dia a dia, essa oferta de salvação? A história de Maria de Nazaré (bem como a de tantos outros "chamados") responde, de forma clara, a esta questão: é através de homens e mulheres atentos aos projectos de Deus e de coração disponível para o serviço dos irmãos, que Deus actua no mundo, que Ele manifesta aos homens o seu amor, que Ele convida cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena. Já pensámos que é através dos nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus Se torna presente no mundo e transforma o mundo?
Neste domingo que precede o Natal de Jesus, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um "sim" incondicional aos projectos de Deus. É preciso que, através dos nossos "sins" de cada instante, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer aos nossos irmãos - particularmente aos pobres, aos humildes, aos infelizes, aos marginalizados - a salvação e a vida de Deus.
• Outra questão é a dos instrumentos de que Deus se serve para realizar os seus planos... Maria era uma jovem mulher de uma aldeia obscura dessa "Galileia dos pagãos" de onde não podia "vir nada de bom". Não consta que tivesse uma significativa preparação intelectual, extraordinários conhecimentos teológicos, ou amigos poderosos nos círculos de poder e de influência da Palestina de então... Apesar disso, foi escolhida por Deus para desempenhar um papel primordial na etapa mais significativa na história da salvação. A história vocacional de Maria deixa claro que, na perspectiva de Deus, não são o poder, a riqueza, a importância ou a visibilidade social que determinam a capacidade para levar a cabo uma missão. Deus age através de homens e mulheres, independentemente das suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem e testemunham as propostas de Deus.
Diante dos apelos de Deus ao compromisso, qual deve ser a resposta do homem? É aí que somos colocados diante do exemplo de Maria... Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um "sim" total e incondicional. Naturalmente, ela tinha o seu programa de vida e os seus projectos pessoais; mas, diante do apelo de Deus, esses projectos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus e um acolhimento radical dos caminhos de Deus. O testemunho de Maria é um testemunho questionante, que nos interpela fortemente... Que atitude assumimos diante dos projectos de Deus: acolhemo-los sem reservas, com amor e disponibilidade, numa atitude de entrega total a Deus, ou assumimos uma atitude egoísta de defesa intransigente dos nossos projectos pessoais e dos nossos interesses egoístas?
É possível alguém entregar-se tão cegamente a Deus, sem reservas, sem medir os prós e os contras? Como é que se chega a esta confiança incondicional em Deus e nos seus projectos? Naturalmente, não se chega a esta confiança cega em Deus e nos seus planos sem uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi, certamente, uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi, certamente, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n'Ele. No meio da agitação de todos os dias, encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que Ele me dá dia a dia?
PALAVRA DE VIDA.
Maria, humilde jovem de Nazaré, fervorosa crente judia, esperava a realização da promessa de Deus. Ela entra em diálogo com Deus, é a sua Anunciação. Deus, como sempre, toma a iniciativa: Ele vem, de improviso, ao encontro daquela que encheu de graças e com a qual Ele já está. Maria está perturbada porque Deus surpreende sempre. Deus tranquiliza-a, lembrando-lhe que é Ele que toma a iniciativa. Ele quer associar uma das suas criaturas ao seu projecto de salvação: o filho chamar-se-á "Jesus", "Deus salva". Maria interroga antes de dar a sua resposta: "Como será isso?" Ela procura esclarecer a sua fé. Deus responde-lhe, assegurando-lhe a sua presença pelo seu Espírito, e Ele dá-lhe um sinal, porque sabe que as suas criaturas precisam de sinais para crer: a sua prima conceberá na sua velhice. E Ele recorda-lhe que nada Lhe é impossível. Maria dá a sua resposta: a Palavra de Deus é segura, ela pode ter confiança. E esta Palavra torna-se carne na sua carne.
PARA A SEMANA QUE SE SEGUE...
Tomar uma decisão que comprometa... Maria ajuda-nos a dar o salto da fé, ela é o nosso modelo, mas ao mesmo tempo é nossa Mãe: podemos, pois, ter confiança e encontrar junto dela todo o reconforto de que precisamos! A alguns dias do Natal, com Maria, procuremos tomar uma decisão que comprometa a nossa fé, de encontrar um ritmo mais regular para a oração, de prever uma paragem espiritual (tempo de retiro, por breve que seja...) antes do Natal para fazer o ponto da situação da nossa vida com o Senhor.

e/ou no vídeo AQUI.

«O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim» 
 «O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria». O que é dito da casa de David não diz respeito apenas a José, mas também a Maria. Porque a Lei prescrevia que um homem se casasse com uma mulher da sua tribo e da sua estirpe, segundo o testemunho do apóstolo Paulo, que escreve a Timóteo: «Lembra-te de Jesus Cristo, saído da estirpe de David, e ressuscitado dos mortos, segundo o meu Evangelho» (2Tim 2,8). [...]
«Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David». O trono de David significa aqui o poder sobre o povo de Israel, que David governou, no seu tempo, com um zelo pleno de fé. [...] A este povo, que David dirigiu com o seu poder temporal, vai Cristo conduzir por meio de uma graça espiritual para o reino eterno. [...] 
 «Reinará eternamente sobre a casa de Jacob». A casa de Jacob designa a Igreja universal, que, pela fé e o testemunho rendido a Cristo, se une ao destino dos patriarcas, quer dos que tiram a sua origem carnal da sua cepa, quer dos que, nascidos pela carne de outra nação, são reunidos em Cristo, pelo batismo no Espírito. É sobre esta casa de Jacob que Ele reinará eternamente: «e o seu reinado não terá fim». Sim, Ele reina sobre ela na vida presente, quando governa o coração dos eleitos, onde habita, pela fé e o amor que Lhe têm; e governa-os com a sua contínua proteção, para lhes fazer chegar os dons da recompensa celeste. Ele reinará no futuro, quando, uma vez terminado o estado de exílio temporal, os introduzir na pátria celeste, onde se regozijarão na sua presença visível, que continuamente lhes lembrará que nada mais têm de fazer do que cantar os seus louvores.
São Beda
o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
Homilias para o Advento, nº 3; CCL 122, 14-17 (a partir da trad.Delhougne, Les Pères commentent, p. 170)
 
O Infinito vem ao sangue, o Imenso torna-se mínimo, a Luz aninha-se na obscuridade
Na abertura do Evangelho do quarto e último domingo do Advento, um elenco de nomes enche a página. Sete, precisamente o número da totalidade, porque o que está para acontecer envolverá toda a História, a profundidade do Céu e todo o fervilhar perene da vida. Alegria é a primeira palavra. Evangelho no Evangelho! E logo depois o porquê: Maria, és cheia de graça. Estás repleta de Céu, não porque respondeste “sim” a Deus, mas porque Deus, primeiro, disse “sim” a ti. E diz “sim” a qualquer um de nós, antes de cada resposta nossa. Para que a graça seja graça, e não mérito ou cálculo. Deus não se merece, acolhe-se.  Para saber mais clicar AQUI.