"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 27 de novembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 1.º Domingo do Advento - Ano A
A liturgia deste domingo apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina, na indiferença; mas deve caminhar, sempre atento e vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura convida os homens - todos os homens, de todas as raças e nações - a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor. É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.
A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do "Reino".
EVANGELHO - Mt 24, 37-44
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Como aconteceu nos dias de Noé,
assim sucederá na vinda do Filho do homem.
Nos dias que precederam o dilúvio,
comiam e bebiam, casavam e davam em casamento,
até ao dia em que Noé entrou na arca;
e não deram por nada,
até que veio o dilúvio, que a todos levou.
Assim será também na vinda do Filho do homem.
Então, de dois que estiverem no campo,
um será tomado e outro deixado;
de duas mulheres que estiverem a moer com a mó,
uma será tomada e outra deixada.
Portanto, vigiai,
porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Compreendei isto:
se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão,
estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa.
Por isso, estai vós também preparados,
porque na hora em que menos pensais,
virá o Filho do homem.
AMBIENTE
Os capítulos 24 e 25 do Evangelho segundo Mateus apresentam o último grande discurso de Jesus antes da sua paixão e morte. Para compô-lo, Mateus reelaborou o chamado "discurso escatológico" de Marcos (cf. Mc 13), ampliando-o e mudando substancialmente o tema central: se no discurso transmitido por Marcos a questão principal é a dos sinais que precederão a destruição de Jerusalém e do Templo, no discurso reelaborado por Mateus a questão central é a da vinda do Filho do homem e das atitudes com que os discípulos devem preparar a dita vinda.
Esta mudança de perspetiva pode explicar-se a partir da situação em que vivia a comunidade de Mateus e com as suas necessidades. Estamos na década de 80. Passaram dez anos sobre a destruição de Jerusalém e ainda não aconteceu a segunda vinda de Jesus. Os crentes estão desanimados e desiludidos... O evangelista contempla com preocupação os sinais de abandono, de desleixo, de rotina, de esfriamento que começam a aparecer na comunidade e sente que é preciso renovar a esperança e levar os crentes a comprometer-se na história, construindo o "Reino". Nesta situação, Mateus descobre que as palavras de Jesus encerram um profundo ensinamento e compõe com elas uma exortação dirigida aos cristãos. Esta exortação fundamenta-se numa profunda convicção: a vinda do "Filho do homem" é um facto certo, ainda que não aconteça em breve; enquanto não chega o momento, é preciso preparar este grande acontecimento, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus.
A linguagem destes capítulos é estranha e enigmática... Trata-se, no entanto, de um género usado com alguma frequência por alguns grupos judeus e cristãos da época de Jesus. É a linguagem "apocalíptica", porque o seu objetivo é "revelar algo escondido" ("apocaliptô"). Em muitas ocasiões, esta revelação é dirigida a comunidades que vivem numa situação de sofrimento, de desespero, de perseguição; o objetivo é animá-las, dar-lhes esperança, mostrar-lhes que a vitória final será de Deus e dos que lhe forem fiéis.
MENSAGEM
Para Mateus, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia nem a hora (cf. Mt 24,36); aos crentes resta estar vigilantes, preparados e ativos... Para transmitir esta mensagem, Mateus usa três quadros...
O primeiro (vers. 37-39) é o quadro da humanidade na época de Noé: os homens viviam, então, numa alegre inconsciência, preocupados apenas em gozar a sua "vidinha" descomprometida; quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa e impreparados... Se o "gozar" a vida ao máximo for para o homem a prioridade fundamental, ele arrisca-se a passar ao lado do que é importante e a não cumprir o seu papel no mundo.
O segundo (vers. 40-41) coloca-nos diante de duas situações da vida quotidiana: o trabalho agrícola e a moagem do trigo... Os compromissos e trabalhos necessários à subsistência do homem também não podem ocupá-lo de tal forma que o levem a negligenciar o essencial: a preparação da vinda do Senhor.
O terceiro (vers. 43-44) coloca-nos frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e deixa que a sua casa seja saqueada pelo ladrão... Os crentes não podem, nunca, deixar-se adormecer, pois o seu adormecimento pode levá-los a perder a oportunidade de encontrar o Senhor que vem.
A questão fundamental é, portanto, esta: o crente ideal é aquele que está sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem. Não perde oportunidades, porque não se deixa distrair com os bens deste mundo, não vive obcecado com eles e não faz deles a sua prioridade fundamental... Mas, dia a dia, cumpre o papel que Deus lhe confiou, com empenho e com sentido de responsabilidade.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão deste texto pode partir dos seguintes dados:
- O que é que significa para nós "estar vigilantes", "estar atentos", "estar preparados" para acolher o Senhor? Significa ter a "alminha" na "graça de Deus" para que, se a morte chegar de repente, Deus não consiga encontrar em nós qualquer pecado não confessado e não tenha qualquer razão para nos mandar para o inferno? Significa, fundamentalmente, acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece continuamente... Se Ele vem ao meu encontro, me desafia a cumprir uma determinada missão e eu prefiro continuar a viver a minha "vidinha" fácil e sem compromisso, estou a perder uma oportunidade de dar sentido à minha vida; se Ele vem ao meu encontro, me convida a partilhar algo com os meus irmãos mais pobres e eu escolho a avareza e o egoísmo, estou a perder uma oportunidade de abrir o meu coração ao amor, à alegria, à felicidade...
 O Evangelho que nos é proposto apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de "acolher o Senhor que vem"... Fala da opção por "gozar a vida", sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios; quanta gente, ao domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade cristã... Fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais; quanta gente trabalha quinze horas por dia e esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor... Fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais; quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso, pois é o governo ou o Papa que têm que resolver a situação... E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?
- Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a recentrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do "Reino"... É essa a melhor forma - ou melhor, a única forma - de preparar a vinda do Senhor.
BILHETE DE EVANGELHO.
Aos homens sem armas, Deus promete a vitória da Paz. Um homem desarmado é um homem vulnerável... mas ele pode também desarmar os violentos que lhe fazem face. Jesus veio precisamente desarmar os homens. Apresenta-Se como "Príncipe da Paz". Proclama felizes os construtores de Paz, porque a Paz é uma obra: faz-se a Paz, infelizmente também se faz a guerra. Neste período da nossa história marcado pela violência, apresentemo-nos sem armas: apenas com a da reconciliação, dando um passo; a do diálogo, escutando e falando; a do respeito, olhando e ousando falar; a da solidariedade, estendendo a mão... Os desarmados não são pessoas que baixam os braços dizendo: "nunca se conseguirá!" A vitória é-lhes assegurada pelo próprio Deus: "Glória a Deus e paz na terra aos homens por Ele amados!"
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Vigiai! Para esperar o quê? Ou quem? Que esperamos concretamente? Vigiai! Como no tempo de Noé ou de Jesus, estamos absorvidos por tantos interesses! Vigiai! A vida é curta! Paulo indica-nos alguns meios muito práticos para ficar vigilantes e reorientar a nossa espera. Vigiai! Em tempo de Advento, em cada dia da semana que nos é dada para viver!
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem»
Na verdade, meus irmãos, é com o espírito exultante que devemos ir ao encontro de Cristo que vem. […] Que o nosso espírito se eleve, pois, num transporte de alegria, e avance ao encontro do seu Salvador. […] Penso, com efeito, que somos convidados em muitas passagens da Escritura a ir ao seu encontro, não apenas a propósito da sua segunda vinda, mas também a propósito da primeira. […]
Assim, pois, que o Senhor venha a nós mesmo antes da sua vinda; que, antes de aparecer ao mundo, venha visitar-nos pessoalmente, pois Ele mesmo disse: «Não vos deixarei órfãos, mas virei a vós» (Jo 14,18). Pois, no período entre a primeira e a segunda vinda, há uma vinda do Senhor que é frequente e familiar, segundo o mérito e o fervor de cada um, que nos forma segundo a primeira e nos prepara para a última. […] Pela sua vinda atual, Ele opera a reforma do nosso orgulho, para nos tornar semelhantes a essa humildade de que deu mostras na sua primeira vinda, e para «transformar o nosso corpo miserável à imagem do seu corpo glorioso» (Fil 3,21), que há de mostrar-nos quando vier. É por isso que temos de desejar com todas as forças e de pedir com fervor esta vinda familiar, que nos dá a graça da primeira vinda e nos promete a glória da última. […]
A primeira vinda foi humilde e escondida, a última será resplandecente e admirável. Aquela a que me refiro é escondida, mas é igualmente admirável. Digo que é escondida, não porque seja ignorada por aquele a quem acontece, mas porque advém em segredo nele. […]. Ela vem sem ser vista e afasta-se sem ser apercebida. A sua mera presença é luz para a alma e o espírito, uma luz que permite ver o invisível e conhecer o incognoscível. […] Esta vinda do Senhor põe a alma daquele que a contempla numa doce e feliz admiração. Então, do mais fundo do homem, brota este grito: «Senhor, quem pode comparar-se a Ti?» (Sl 34,10). Quem a conheceu sabe que assim é. Praza a Deus que aqueles que não a conheceram tenham desejo de a conhecer!
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense, 2.º Sermão para o Advento

sábado, 26 de novembro de 2022

(in)PRENSA semanal (19-11-2022 a 25-11-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.




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domingo, 20 de novembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
34º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Tema da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.
A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.
O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o "Reino"; no entanto, o "Reino" que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.
A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.
EVANGELHO - Lc 23,35-43
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
os chefes dos judeus zombavam de Jesus, dizendo:
«Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
Também os soldados troçavam d'Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
«Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima d'Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
«Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
«Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más acções.
Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou:
«Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza».
Jesus respondeu-lhe:
«Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
AMBIENTE
O Evangelho situa-nos "lugar do Crânio" (alusão provável à forma da rocha que dominava o lugar e que lembrava um crânio), diante de uma cruz. É o final da "caminhada" terrena de Jesus: estamos perante o último quadro de uma vida gasta ao serviço da construção do "Reino". As bases do "Reino" já estão lançadas e Jesus é apresentado como "o Rei" que preside a esse "Reino" que Ele veio propor aos homens. A cena apresenta-nos Jesus crucificado, dois "malfeitores" crucificados também, os chefes dos judeus que "zombavam de Jesus", os soldados que troçavam dos condenados e o povo silencioso, perplexo e expectante. Por cima da cruz de Jesus, havia uma inscrição: "o basileus tôn Ioudaiôn outos" ("este é o rei dos judeus").
MENSAGEM
O quadro que Lucas nos apresenta é, portanto, dominado pelo tema da realeza de Jesus... Como é que se define e apresenta essa realeza?
Presidindo à cena, dominando-a de alto a baixo, está a famosa inscrição que define Jesus como "rei dos judeus". É uma indicação que, face à situação em que Jesus Se encontra, parece irónica: Ele não está sentado num trono, mas pregado numa cruz; não aparece rodeado de súbditos fiéis que O incensam e adulam, mas dos chefes dos judeus que O insultam e dos soldados que O escarnecem; Ele não exerce autoridade de vida ou de morte sobre milhões de homens, mas está pregado numa cruz, indefeso, condenado a uma morte infamante... Não há aqui qualquer sinal que identifique Jesus com poder, com autoridade, com realeza terrena.
Contudo, a inscrição da cruz - irónica aos olhos dos homens - descreve com precisão a situação de Jesus, na perspectiva de Deus: Ele é o "rei" que preside, da cruz, a um "Reino" de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida. Neste quadro, explica-se a lógica desse "Reino de Deus" que Jesus veio propor aos homens.
O quadro é completado por uma cena bem significativa para entender o sentido da realeza de Jesus... Ao lado de Jesus estão dois "malfeitores", crucificados como Ele. Enquanto um O insulta (este representa aqueles que recusam a proposta do "Reino"), o outro pede: "Jesus, lembra-Te de mim quando vieres com a tua realeza". A resposta de Jesus a este pedido é: "hoje mesmo estarás comigo no paraíso". Jesus é o Rei que apresenta aos homens uma proposta de salvação e que, da cruz, oferece a vida. O "estar hoje no paraíso" não expressa um dado cronológico, mas indica que a salvação definitiva (o "Reino") começa a fazer-se realidade a partir da cruz. Na cruz manifesta-se plenamente a realeza de Jesus que é perdão, renovação do homem, vida plena; e essa realeza abarca todos os homens - mesmo os condenados - que acolhem a salvação.
Toda a vida de Jesus foi dominada pelo tema do "Reino". Ele começou o seu ministério anunciando que "o Reino chegou" (cf. Mc 1,15; Mt 4,17). As suas palavras e os seus gestos sempre mostraram que Ele tinha consciência de ter sido enviado pelo Pai para anunciar o "Reino" e para trazer aos homens uma era nova de felicidade e de paz. Os discípulos depressa perceberam que Jesus era o "Messias" (cf. Mc 8,29; Mt 16,16; Lc 9,20) - um título que O ligava às promessas proféticas e a esse reino ideal de David com que o Povo sonhava. Contudo, Jesus nunca assumiu com clareza o título de "Messias", a fim de evitar equívocos: numa Palestina em ebulição, o título de "Messias" tinha algo de ambíguo, por estar ligado a perspectivas nacionalistas e a sonhos de luta política contra o ocupante romano. Jesus não quis deitar mais lenha para a fogueira da esperança messiânica, pois o seu messianismo não passava por um trono, nem por esquemas de autoridade, de poder, de violência. Jesus é o Messias/rei, sim; mas é rei na lógica de Deus - isto é, veio para presidir a um "Reino" cuja lei é o serviço, o amor, o dom da vida. A afirmação da sua dignidade real passa pelo sofrimento, pela morte, pela entrega de Si próprio. O seu trono é a cruz, expressão máxima de uma vida feita amor e entrega. É neste sentido que o Evangelho de hoje nos convida a entender a realeza de Jesus.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:
• Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte, dominador que Se impõe aos homens do alto da sua omnipotência e que os assusta com gestos espectaculares; mas é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor. A cruz - ponto de chegada de uma vida gasta a construir o "Reino de Deus" - é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.
• À Igreja de Jesus ainda falta alguma coisa para interiorizar a lógica da realeza de Jesus. Depois dos exércitos para impor a cruz, das conversões forçadas e das fogueiras para combater as heresias, continuamos a manter estruturas que nos equiparam aos reinos deste mundo... A Igreja, corpo de Cristo e seu sinal no mundo, necessita que o seu Estado com território (ainda que simbólico) seja equiparado a outros Estados políticos? A Igreja, esposa de Cristo, necessita de servidores que se comportam como se fossem funcionários superiores do império? A Igreja, serva de Cristo e dos homens, necessita de estruturas que funcionam, muitas vezes, apenas segundo a lógica do mercado e da política? Que sentido é que tudo isto faz?
• Em termos pessoais, a Festa de Cristo Rei convida-nos, também, a repensar a nossa existência e os nossos valores. Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimentos? Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos? Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?
BILHETE DE EVANGELHO.
Na colina do Gólgota, os chefes zombam... os soldados troçam... um soldado injuria Jesus... Até ao fim Jesus encontrará a oposição e a incompreensão. A sua mensagem era perturbadora, o seu testemunho provocador, o seu rosto desfigurado, mesmo Deus parecia tê-l'O abandonado... É um malfeitor que reconhece no seu companheiro de infelicidade, também perto de morrer, o Rei de um outro Reino em que a única defesa é a do Amor. Então, vira-se para Jesus, de quem deve ter ouvido falar do seu Reino, e pede-Lhe somente para Se recordar dele quando vier inaugurar este Reino. Ora, a hora chegou, é hoje que estará com Ele no Paraíso. Aquele que foi malfeitor sobre a terra torna-se benfeitor no Reino, é isso a salvação. Isso passou-se na colina do Gólgota, numa certa sexta-feira da história...
À ESCUTA DA PALAVRA.
Na oração do Pai Nosso, Jesus faz-nos pedir, e reza connosco: "Não nos deixeis cair em tentação". De facto, Jesus foi submetido à tentação e resistiu. A este propósito, Lucas dá uma estranha precisão, dizendo que o diabo afastou-se de Jesus até ao momento fixado. Este momento é quando Jesus é pregado na cruz. No deserto, o diabo tinha dito: "Se és o Filho de Deus..." Agora Jesus ouve: "Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também". É a mesma tentação: se Jesus é verdadeiramente o Messias, o Filho de Deus, deve dispor de toda a omnipotência de Deus. Então, que utilize este mesmo poder para cumprir um último milagre e despegar-Se da cruz. Até os seus inimigos ficariam confundidos. Mas Jesus resistiu. É porque algo de sumamente importante está aqui em jogo. Trata-se, uma vez mais, do verdadeiro rosto de Deus que Jesus veio revelar. Não um Deus todo-poderoso à maneira dos homens, mas um Deus Pai que só pode fazer uma coisa: amar, amar os seus inimigos, ainda e sempre, mesmo quando eles O rejeitam e crucificam o seu Filho bem-amado. Ora, se esta tentação acompanhou Jesus até à cruz, não é de admirar que ela acompanhe sempre os seus discípulos, que a própria Igreja não lhe escape! Na cruz, Jesus, o Rei, exerce outro poder, outra realeza. Não utiliza um poder à maneira do mundo. O segundo malfeitor, que chamamos de "bom ladrão", só pede uma coisa a Jesus: que Se lembre dele no seu Reino. O que ele pede não é que o livre da morte iminente, a mesma de Jesus! É que, depois da morte, Jesus Se lembre dele. Simplesmente, diz: "Jesus, preciso de ti". É um grito de pobreza. Então Jesus diz-lhe: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso". E o assassino tornou-se o primeiro homem a entrar com Jesus no Reino do Pai. Aí está o verdadeiro, o único poder de Jesus.
PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA...
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo... Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: "Vamos com alegria para a casa do Senhor"...; "Deus Pai libertou-nos do poder das trevas... transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados"...; "Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza"... Procurar transformar as palavras de Deus em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida...
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Por cima dele havia um letreiro: "Este é o rei dos judeus"»
«Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». O ladrão não ousou fazer esta prece sem antes, pela confissão, se ter libertado do fardo dos seus pecados. Vê bem, cristão, a força da confissão: ele confessou os seus pecados e o paraíso abriu-se; confessou os seus pecados e ganhou confiança bastante para pedir o Reino dos Céus, depois dos roubos que tinha cometido. […]
Queres conhecer o Reino? Que vês aqui que se lhe assemelhe? Tens diante dos olhos os pregos e uma cruz, mas essa cruz, dizia Jesus, é o próprio sinal do Reino. E eu, ao vê-lo na cruz, proclamo-O Rei. Não é próprio de um rei morrer pelos seus súbditos? Ele próprio o disse: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas» (Jo 10,11). Isto é igualmente verdade para um bom rei: também ele dá a vida pelos seus súbditos. Proclamá-lo-ei portanto Rei por causa da dádiva que fez da sua vida: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». Compreendes agora que a cruz é o sinal do Reino?
Aqui tens outra prova: Cristo não deixou a sua cruz na Terra, ergueu-a e levou-a consigo para o Céu; sabemo-lo porque a terá junto de Si quando voltar pleno de glória. Para perceberes quanto esta cruz é digna de veneração, repara como Ele a tomou como título de glória […]. Quando o Filho do homem vier, «o sol escurecerá e a lua perderá o brilho»; reinará então uma claridade tão viva que os astros mais brilhantes se eclipsarão e «as estrelas cairão do céu. Aparecerá então no céu o sinal do Filho do homem» (Mt 24,29s). Vês a força do sinal da cruz? […] Quando um rei entra numa cidade, os soldados pegam nos estandartes, içam-nos aos ombros e marcham à sua frente para anunciar a chegada do monarca. De igual modo, legiões de anjos precederão a Cristo, quando Ele descer do Céu, trazendo aos ombros esse sinal anunciador da vinda do nosso Rei.
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja, Homilia sobre a cruz e o bom ladrão, 1, 3-4

sábado, 19 de novembro de 2022

(in)PRENSA semanal (12-11-2022 a 18-11-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.



Ucrânia reconquista Kherson. Um dia histórico, uma “humilhação para Putin”, um ponto de viragem
Super ricos pagaram para matar pessoas em Sarajevo
Os humanos são 8% vírus
Twitter engaiolado, Mastodon(te) na sala
A cimeira China-EUA
Trump aponta culpado da derrota dos Republicanos na luta pelo controlo do Senado
Zelensky denuncia "atrocidades" russas em Kherson e "mais de 400 crimes de guerra"
Papa. "Não demos ouvidos aos profetas da desgraça, nem aos falsos messias”
“Ameaça existencial” para a big tech. O Supremo dos EUA pode mudar a internet para sempre
Google terá de pagar cerca de 379 milhões a 40 estados dos EUA por violação de privacidade
37 anos depois da tragédia, partes do vaivém espacial Challenger foram encontradas
Teoria da relatividade geral de Einstein pode ter uma falha
Ministro reforça apelo à vacinação
Qatar, o Mundial da Vergonha
HA15: a possível solução para covid e cancro
Soldado russo executado à marretada pelo Grupo Wagner. Zelenskyy visitou Kherson esta manhã
Autarcas: "Caminho de Santiago é um eixo estratégico de desenvolvimento"
Perseguição aos cristãos agravou-se nos últimos dois anos
EUA. Partido Republicano garante maioria na Câmara dos Representantes
Quem e quanto? A resolução do Banif em quatro pontos e em milhões de euros
Chegou o mapa dos maiores poluidores do planeta (mais de 100 são em Portugal)
Crise económica em 2023?
O General Inverno pode ajudar as tropas ucranianas

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

MÚSICA: Há canções perfeitas? Assim de repente, lembramo-nos de 33

Fomos em busca da perfeição que pode existir nas canções. Sugerimos 33 em que as melodias, as palavras e as vozes ganharam a eternidade, nascidas ao longo de um século prodigioso que tanto mais legou à posteridade. Ei-las AQUI.


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

A caminho do centenário do . . .

 . . .  nascimento de José Saramago (1922 - 2022) a 16 de Novembro, estas nada más, bem pelo contrário, homenagens - cada qual a melhor -  que encontrei. AQUI , AQUI e AQUI - eu suspeito me confesso.

domingo, 13 de novembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 33º Domingo do Tempo Comum - Ano C
A liturgia deste domingo reflecte sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro (que deve ser o horizonte que os nossos olhos contemplam em cada dia da nossa caminhada neste mundo) faz nascer em nós a esperança; e da esperança brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento do Reino.
Na primeira leitura, um "mensageiro de Deus" anuncia a uma comunidade desanimada, céptica e apática que Jahwéh não abandonou o seu Povo. O Deus libertador vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse "sol da justiça" que traz a salvação.
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história é comprometer-se na transformação do mundo, de forma a que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse "caminho" será percorrido no meio de dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.
A segunda leitura reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino.
EVANGELHO - Lc 21,5-19
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas, 
Naquele tempo,
comentavam alguns que o templo estava ornado
com belas pedras e piedosas ofertas.
Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver,
não ficará pedra sobre pedra:
tudo será destruído».
Eles perguntaram-lhe:
«Mestre, quando sucederá isso?
Que sinal haverá de que está para acontecer?»
Jesus respondeu:
«Tende cuidado; não vos deixeis enganar,
pois muitos virão em meu nome
e dirão: "sou eu"; e ainda: "O tempo está próximo".
Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas,
não vos alarmeis:
é preciso que estas coisas aconteçam primeiro,
mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda:
«Há-de erguer-se povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos
e, em diversos lugares, fomes e epidemias.
Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu.
Mas antes de tudo isto,
deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos,
entregando-vos às sinagogas e às prisões,
conduzindo-vos à presença de reis e governadores,
por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações
que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria
a que nenhum dos vossos adversários
poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais,
irmãos, parentes e amigos.
Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.
AMBIENTE
Estamos em Jerusalém, nos últimos dias antes da paixão. Como acontece com os outros sinópticos (cf. Mt 24-25; Mc 13), também Lucas conclui a pregação de Jesus com um discurso escatológico onde se misturam referências à queda de Jerusalém e ao "fim dos tempos". Na versão lucana, Jesus está nos átrios do Templo com os discípulos (na versão de Mateus e de Marcos, Jesus está no monte das Oliveiras); é a contemplação das belas pedras do Templo, que leva Jesus a esta catequese escatológica.
MENSAGEM
O discurso escatológico que Lucas nos traz é uma apresentação teológica onde aparecem, em pano de fundo, três momentos da história da salvação: a destruição de Jerusalém, o tempo da missão da Igreja e a vinda do Filho do Homem (que porá fim ao "tempo da Igreja" e trará a plenitude do "Reino de Deus").
O texto começa com o anúncio da destruição de Jerusalém (vers. 5-6). Na perspectiva profética, Jerusalém é o lugar onde deve irromper a salvação de Deus (cf. Is 4,5-6; 54,12-17; 62; 65,18-25) e para onde convergirão todos os povos empenhados em ter acesso a essa salvação (cf. Is 2,2-3; 56,6-8; 60,3; 66,20-23). No entanto, Jerusalém recusou a oferta de salvação que Jesus veio trazer. A destruição da cidade e do Templo significa que Jerusalém deixou de ser o lugar exclusivo e definitivo da salvação. A Boa Nova de Jesus vai, portanto, deixar Jerusalém e partir ao encontro de todos os povos. Começa, assim, uma outra fase da história da salvação: começa o "tempo da Igreja" - o tempo em que a comunidade dos discípulos, caminhando na história, testemunhará a salvação a todos os povos da terra.
Vem, depois, uma reflexão sobre o "tempo da Igreja", que culminará com a segunda vinda de Jesus (vers. 7-19). Como será esse tempo? Como vivê-lo?
Em primeiro lugar, Lucas sugere que, após a destruição de Jerusalém, surgirão falsos messias e visionários que anunciarão o fim (o que é, aliás, vulgar em épocas de crise e de catástrofe). Lucas avisa: "não sigais atrás deles" (vers. 8); e esclarece: "não será logo o fim" (vers. 9). A destruição de Jerusalém no ano 70 pelas tropas de Tito deve ter parecido aos cristãos o prenúncio da segunda vinda de Jesus e alguns pregadores populares deviam alimentar essas ilusões... Mas Lucas (que escreve durante os anos 80) está apostado em eliminar essa febre escatológica que crescia em certos sectores cristãos: em lugar de viverem obcecados com o fim, os cristãos devem preocupar-se em viver uma vida cristã cada vez mais comprometida com a transformação "deste" mundo.
Em segundo lugar, Lucas diz aos cristãos o que acontecerá nesse "tempo de espera": paulatinamente, irá surgindo um mundo novo. Para dizer isto, Lucas recorre a imagens apocalípticas ("há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino" - vers. 10, cf. Is 19,2; 2 Cr 15,6; "haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fome e epidemias; haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu" - vers. 11), muito usadas pelos pregadores populares da época para falar da queda do mundo velho - o mundo do pecado, do egoísmo, da exploração - e do surgimento de um mundo novo... A questão é, portanto, esta: no tempo que medeia entre a queda de Jerusalém e a segunda vinda de Jesus, o "Reino de Deus" ir-se-á manifestando; o mundo velho desaparecerá e nascerá um mundo novo (recordemos que os discípulos não devem esperá-lo de braços cruzados, à espera que Deus faça tudo, mas devem empenhar-se na sua construção). É claro que a libertação plena e definitiva só acontecerá com a segunda vinda de Jesus.
Em terceiro lugar, Lucas põe os cristãos de sobreaviso para as dificuldades e perseguições que marcarão a caminhada histórica da Igreja pelo tempo fora, até à segunda vinda de Jesus. Lucas lembra-lhes, contudo, que não estarão sós, pois Deus estará sempre presente; será com a força de Deus que eles enfrentarão os adversários e que resistirão à tortura, à prisão e à morte; será com a ajuda de Deus que eles poderão, até, resistir à dor de ser atraiçoados pelos próprios familiares e amigos... Quando Lucas escreve este texto, tem bem presente a experiência de uma Igreja que caminha e luta na história para tornar realidade o "Reino" e que, nessa luta, conhece os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição e o martírio; as palavras de alento que ele aqui deixa - sobretudo a certeza de que Deus está presente e não abandona os seus filhos - devem ter constituído uma ajuda inestimável para esses cristãos a quem o Evangelho se destinava.
O discurso escatológico define, portanto, a missão da Igreja na história (até à segunda vinda de Jesus): dar testemunho da Boa Nova e construir o Reino. Os discípulos nada deverão temer: haverá dificuldades, mas eles terão sempre a ajuda e a força de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes desenvolvimentos:
• O que parece, aqui, fundamental, não é o discurso sobre o "fim do mundo", mas sim o discurso sobre o percurso que devemos percorrer, até chegarmos à plenitude da história humana... Trata-se de uma caminhada que não nos leva ao aniquilamento, à destruição absoluta, ao fracasso total, mas à vida nova, à vida plena; por isso, deve ser uma caminhada que devemos percorrer de cabeça levantada, cheios de alegria e de esperança.
É, sem dúvida, uma caminhada eivada de dificuldades, de lutas, onde o bem e o mal se confrontarão sem cessar; mas é um percurso onde o mundo novo irá surgindo - embora com avanços e recuos - e onde a semente do "Reino" irá germinando. Aos crentes pede-se que reconheçam os "sinais" do "Reino", que se alegrem porque o "Reino" está presente e que se esforcem, todos os dias, por tornar possível essa nova realidade. A nossa vida não pode ser um ficar de braços cruzados a olhar para o céu, mas um compromisso sério e empenhado, de forma a que floresça o mundo novo da justiça, do amor e da paz. Quais são os sinais de esperança que eu contemplo e que me fazem acreditar na chegada iminente do "Reino"? O que posso fazer, no dia a dia, para apressar a chegada do "Reino"?
• Nessa caminhada, os crentes sabem que não estão sós, mas que Deus vai com eles... É essa presença constante e amorosa de Deus que lhes permitirá enfrentar as forças da morte, apostadas em evitar que o mundo novo apareça; é essa força de Deus que permitirá aos discípulos de Jesus vencer o desânimo, a adversidade, o medo.
• Alguns sinais de desagregação do mundo velho, que todos os dias contemplamos, não devem assustar-nos: eles são, apenas, sinais de que estamos a nascer para algo novo e melhor. O perder certas referências pode assustar-nos e baralhar os nossos esquemas e certezas; mas todos sabemos que é impossível construir algo mais bonito, sem a destruição do que é velho e caduco.
BILHETE DE EVANGELHO.
Os homens têm sempre necessidade de se apoiar naquilo que é sólido. Compreende-se o olhar admirado dos discípulos contemplando o templo de Jerusalém. É então que Jesus escolhe o momento para lhes anunciar que tudo o que é terrestre é efémero e que virá um dia em que tudo de desmoronará para deixar chegar o Reino, que será eterno e nunca conhecerá a destruição. Mas, ao mesmo tempo, Jesus assegura-lhes: virá o momento em que eles deverão testemunhar no meio das perseguições, por causa do seu Nome. E para este testemunho ser-lhes-á dada a linguagem e a sabedoria à qual todos os adversários não poderão opor resistências nem contradições. E, depois, Aquele que está Vivo e que aparecerá no fim dos tempos como o grande vencedor sobre as forças do mal manterá vivos para sempre aqueles que souberem perseverar. Tal é a promessa de Jesus aos seus discípulos; e Jesus mantém sempre as suas promessas.
À ESCUTA DA PALAVRA.
O fim do mundo! Não podemos descobrir no nosso tempo todos estes sinais do fim do mundo tal como Jesus os dá? "Há-de erguer-se povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias". Diríamos hoje epidemias como a sida, a gripe das aves... Muitas coisas podem servir para manipular o medo e a angústia de muitas pessoas. Para mais, há toda uma panóplia de seitas. Mesmo no cristianismo vemos surgir regularmente aparições de várias espécies. O "regresso do religioso" toma muitas vezes a forma de uma procura de sinais milagrosos, de predições sobre tudo e sobre nada. Há mais magos, adivinhos, cartomantes, astrólogos e gurus de toda a espécie, do que padres. Quem nunca leu um horóscopo? E suma, o esoterismo está na moda. E, para tranquilizar a consciência, até nos apoiamos nas palavras de Jesus. Mas Jesus adverte-nos: "Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: 'sou eu'; e ainda: 'O tempo está próximo'. Não os sigais". Em São Mateus, precisa mesmo: "surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que produzirão grandes sinais e prodígios, a ponto de abusar, mesmo os eleitos". São Paulo diz mesmo que Satanás se disfarça em anjo de luz. Então, nós também, hoje, somos convidados a resistir a estas tentações de esoterismo. O nosso futuro não está inscrito nem nos astros, nem nas cartas, nem na marca do café, nem nas linhas da mão. O nosso futuro está em Jesus. Queremos sinais? Só temos um: a morte e a ressurreição de Jesus, que nos são dadas em cada Eucaristia e que são a prova última e definitiva do amor de Deus por nós. É verdade que este sinal só se pode reconhecer na fé e o próprio Jesus se questionou: "O Filho do Homem, quando vier, encontrará a fé sobre a terra?" Desde então, a nossa primeira preocupação deve ser vivificar a nossa fé, reencontrar uma intimidade com Jesus: "Jesus, eu creio, mas aumenta a minha fé!" Então, não teremos mais medo.
PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA...
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo... Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: «há-de vir o dia do Senhor... Nascerá o sol de justiça... trazendo a salvação..."; "trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem..."; "tereis ocasião de dar testemunho..."; "pela vossa perseverança salvareis as vossas almas...". Procurar transformar as palavras de Deus em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida...
PALAVRA VIVIDA AO LONGO DANO LITÚRGICO.
Termina mais um ano do ciclo litúrgico, com a Solenidade de Cristo Rei no próximo domingo. Durante a semana podemos meditar sobre o crescimento da nossa fé a partir do encontro dominical e quotidiano com a Palavra de Deus na Eucaristia. Transformou-nos? Fez-nos crescer? Ou ficámos na mesma, passivos e estagnados?
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Tereis ocasião de dar testemunho»
Dou sem cessar graças ao meu Deus, que me guardou fiel no dia da minha tentação, de modo que hoje possa oferecer confiadamente a minha alma em oblação como «sacrifício vivo» (Rom 12,1) a Cristo meu Senhor, que me protegeu de todas as angústias. Por isso digo: quem sou eu, Senhor? […] Donde me vem esta sabedoria (cf Mt 13,54), que não era minha, eu que nem o número dos meus dias conhecia e que ignorava a Deus? De onde me veio depois o tão grande e salutar dom de conhecer a Deus e de O amar, a ponto de deixar pátria e família […], e de vir para junto dos pagãos da Irlanda pregar o Evangelho, para sofrer insultos por parte dos incrédulos […], suportar muitas perseguições, «e até prisões» (2Tim 2,9), de forma a dar a minha liberdade pelo bem de outros?
Se for digno disso, estou pronto para dar a minha própria vida sem hesitação; escolho consagrar a minha vida até à morte, se o Senhor mo permitir. Porque sou grandemente devedor de Deus, que me atribuiu esta grande graça de fazer, por meu intermédio, renascer em Deus numerosos povos, conduzindo-os depois à plenitude da fé. Permitiu-me também ordenar por toda parte ministros para este povo recentemente chegado à fé, este povo que o Senhor adquiriu nos confins da Terra, como tinha sido prometido pelos seus profetas (cf Lc 1,70): «a ti virão os povos dos confins da Terra» (Is 49,6) e «estabeleci-te como luz das nações, para levares a salvação até aos confins da Terra» (At 13,47).
São Patrício (c. 385-c. 461), monge missionário, bispo, Confissão, 34-38; SC 249