"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sábado, 30 de junho de 2012

(in)PRENSA: a minha selecção semanal

Mais austeridade para Portugal?
http://expresso.sapo.pt/mais-austeridade-para-portugal=f734701
Cavaquistão apresenta factura do betão ao senhor Aníbal 
http://expresso.sapo.pt/cavaquistao-apresenta-factura-do-betao-ao-senhor-anibal=f735172
O bluff alemão  
http://expresso.sapo.pt//o-ibluffi-alemao=f735240
Os tugas que atacam o Google
http://expresso.sapo.pt//os-tugas-que-atacam-o-google=f735149
Sim, é chato, mas há boas notícias sobre Portugal
http://expresso.sapo.pt//sim-e-chato-mas-ha-boas-noticias-sobre-portugal=f722402
Intransigência alemã choca com Espanha e Itália
http://expresso.sapo.pt/intransigencia-alema-choca-com-espanha-e-italia=f736058
Parabéns à Selecção de Futebol! (A questão está nos exageros, prioridades & endeusamentos)
Basta olhar para as audiências televisivas -- em Portugal e Espanha -- para perceber a incontornável força do futebol, que é na verdade uma das grandes invenções dos homens.
Futebol gera paixões e as paixões cegam. Por isso, relevados os méritos de Portugal neste Europeu, é tempo de voltar a colocar os pés bem assentes na terra.
Porque os êxitos ou semi-êxitos, em futebol, são momentos de catarse. Nada mais. Há pessoas com responsabilidades no País que deveriam resistir ao populismo e a uma certa tentação de cavalgar a euforia. Precisamos desses estados de alma? Claro que sim. Mas é preciso racionalizá-los.
Este Europeu realizou-se num momento difícil para a Europa. Realizou-se num momento muito difícil para Portugal. Não é uma questão de optimismo nem de pessimismo. É uma questão de emergência. Um País montado nas asas da Selecção chega a ser engraçado. O problema é quando se perde a noção das realidades.
Antes do futebol, a preocupação é por Portugal. Pelo desemprego. Pelo futuro que (não) se perspectiva para os nossos jovens. O futebol reúne as melhores condições possíveis. Com uma lógica inaceitável de despesismo. Tudo muito bem pago.
Orgulho, porquê?...
(Rui Santos, Relvado )
http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=68066
A troika faz mal às contas públicas
http://expresso.sapo.pt//a-itroikai-faz-mal-as-contas-publicas=f735814
E se a Alemanha estiver a preparar a saída do euro?...
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565293&pn=1
A inútil doutrina da verdade
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565395
Alto contraste
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565393
É tão fácil calar os alemães...
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565257&pn=1
Nem mais tempo, nem mais dinheiro = mais impostos
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565253&pn=1
Hora de decisões na Zona Euro
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=565247&pn=1
€uro&futuro
PPP's & canibalismo
Penalties& política
A lotaria dos penalties

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A BÁRBÁRIE ainda e sempre (exemplo 3)

Assassina-se, esconde-se, engana-se, deturpa-se, censura-se, impede-se, aliena-se, prejudica-se, compromete-se, corrompe-se, manipula-se, ...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Islândia triplicará seu crescimento em 2012, após a prisão de políticos e banqueiros

A Islândia conseguiu acabar com um governo corrupto e parasita. Prendeu os responsáveis pela crise financeira, mandando-os para a prisão.
Começou a redigir uma nova Constituição feita por eles e para eles. E hoje, graças à mobilização, será o país mais próspero de um ocidente submetido a uma tenaz crise de dívida.
É a cidadania islandesa, cuja revolta em 2008 foi silenciada na Europa por temor a que muitos percebessem. Mas conseguiram, graças à força de toda uma nação, o que começou sendo crise se converteu em oportunidade.
Uma oportunidade que os movimentos altermundistas observaram com atenção e o colocaram como modelo realista a seguir.
Consideramos que a história da Islândia é uma das melhores noticias dos tempos actuais.
Sobretudo depois de saber que segundo as previsões da Comissão Europeia, este país do norte atlântico, fechará 2011 com um crescimento de 2,1% e que em 2012, este crescimento será de 1,5%, uma cifra que supera o triplo dos países da zona euro.
A tendência ao crescimento aumentará inclusive em 2013, quando está previsto que alcance 2,7%. Os analistas asseveram que a economia islandesa segue mostrando sintomas de desequilíbrio. E que a incerteza segue presente nos mercados. Porém, voltou a gerar emprego e a dívida pública foi diminuindo de forma palpável.
Este pequeno país do periférico árctico recusou resgatar os bancos. Os deixou cair e aplicou a justiça sobre aqueles que tinham provocado certos descalabros e desmandes financeiros. Os matizes da história islandesa dos últimos anos são múltiplos. Apesar de transcender parte dos resultados que todo o movimento social conseguiu, pouco foi falado do esforço que este povo realizou. Do limite que alcançaram com a crise e das múltiplas batalhas que ainda estão por se resolver.
Porém, o que é digno de menção é a história que fala de um povo capaz de começar a escrever seu próprio futuro, sem ficar a mercê do que se decida em despachos distantes da realidade cidadã. E embora continuem existindo buracos para preencher e escuros por iluminar.
A revolta islandesa não causou outras vítimas que os políticos e os homens de finanças costumam divulgar. Não derramou nenhuma gota de sangue. Não houve a tão famosa "Primavera Árabe". Nem sequer teve rastro mediático, pois os meios passaram por cima na ponta dos pés. Mesmo assim, conseguiram seus objectivos de forma limpa e exemplar.
Hoje, seu caso bem pode ser o caminho ilustrativo dos indignados espanhóis, dos movimentos Occupy Wall Street e daqueles que exigirem justiça social e justiça económica em todo o mundo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Uma "Nação valente e imortal" e um "país indignado" com "Ovos & estatísticas"

Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.
Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.

António Lobo Antunes, in Visão abril 2012)

Ovos & estatísticas
Em países como Portugal, onde o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, as estatísticas trazem sempre boas notícias. Assim, os portugueses ficaram ontem a saber pelo INE que vivem num país onde o rendimento médio líquido (líquido!) das famílias é de 1984 euros por mês.
Muitos hão-de estar a matutar sobre quem lhes ficou com o que falta aos 1984 euros líquidos mensais que a sua família terá recebido entre Março de 2010 e Março de 2011, e esse é o lado bom das estatísticas: dão que pensar. É conhecido o dito segundo o qual, se alguém comeu dois ovos e outrem não comeu nenhum, para as estatísticas comeram ambos um. Infelizmente, a maioria dos portugueses apenas tem hoje para comer os ovos estatísticos de que se alimentam os discursos políticos, que passam quase sempre ao largo do facto de, por cada família a auferir, por exemplo, 19 840 euros mensais (já nem falo das que auferem 198 400), ter que haver dez outras a sobreviver com 198,4.
Os números do INE dão também uma ideia do que é a evasão fiscal entre nós: em 2009, enquanto os trabalhadores por conta de outrem ganharam em média 11 378 euros anuais, os profissionais liberais ganharam... 1593 (isto é, 132 miseráveis euros por mês). O meu coração sangra de comiseração: como é que os médicos, advogados, economistas, engenheiros, etc., que trabalham por conta própria conseguem pagar as rendas dos consultórios?
Este país indignado?

segunda-feira, 25 de junho de 2012

EUROmania futebolística até quando?

- VIVA A SELECÇÃO PORTUGUESA! Esta já é campeã e do mundo! Quem a conhece?... Pudera, se a comunicação social, na sua grande maioria, tão generosa para uma e tão avara & madrasta para outra, a enteada, tem holofotes de sentido único:
http://triplov.com/triplo2/2012/06/19/viva-a-seleccao-portuguesa/
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54585&op=all
- Coincidência ou não o Srº Ministro Gaspar não quererá também "cavalgar" esta onda gigante de euforia, de entusiasmo & de ... para mandar cá para fora, mais umas tantas medidades de austeridade e assim levar-nos à final? Aproveite que isto está a acabar. Depois, pode ser tarde, Srº Ministro, ou talvez não. «O povo é sereno»!
Portugal nas meias finais
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=67222   
- Oito factos sobre a selecção de futebol  por ALBERTO GONÇALVES, DN de 10-06-2012
Facto n.º 1: o sucesso da selecção determina o sucesso do país. Talvez, sobretudo se tomarmos em conta o caso da Grécia, que 2004 ganhou o campeonato europeu e desde então vem progredindo sem parança (a Espanha, que ganhou o "europeu" seguinte e um "mundial" de brinde, também não se saiu mal). O princípio é o de que as conquistas no futebol se repercutem no resto: se onze jogadores provarem que são os maiores dentro do campo, dez milhões de portugueses provam automaticamente que são os maiores fora dele e a sra. Merkel sofrerá um vexame sem nome. Muito bem. Mas a validade do pressuposto exige que levemos a sério o seu reverso, ou seja, que aceitemos as derrotas na bola enquanto um sinal inequívoco da nossa inferioridade geral. Uma eliminação humilhante no Europeu deverá levar o povo às ruas aos gritos de "Somos os menores!". Já um lugar honroso que não o de vencedor legitimará os berros de "Somos assim-assim!"
Facto n.º 2: os jogadores da selecção são um exemplo para os jovens. Sem dúvida. Qualquer sujeito que não estudou, confiou na habilidade para os pontapés, conseguiu um emprego raro e fartamente remunerado no Real Madrid ou no Chelsea, aplica os rendimentos em automóveis de luxo, é incapaz de produzir uma frase em português corrente e enfeita o físico com jóias, tatuagens e penteados belíssimos constitui o modelo que os pais conscienciosos devem impor à descendência. De resto, a alternativa passa pelas Novas Oportunidades ou, erradicadas estas, pelo Impulso Jovem, que também promete.
Facto n.º 3: a vitória no campeonato europeu dissipará o clima de tristeza que se vive em Portugal. Claro que sim, logo que admitamos andar tristes por falta de triunfos simbólicos no desporto internacional e não por excesso de desvarios materiais na vidinha quotidiana. Se os nossos problemas se resolvem mediante remates certeiros é sinal de que os nossos problemas não se prendem com o défice, a dívida, a austeridade, as falências e o desemprego, ao contrário do que vulgar e equivocamente se refere. A troika? Um bode expiatório. A solução? Investir no futebol, ganhar torneios (este ou os próximos), organizar torneios, construir mais meia dúzia de estádios e "infra-estruturas" sortidas, apelar à epopeia dos Descobrimentos. Não pode falhar.
Facto n.º 4: o futebol é o sector mais bem gerido do país. Então não é? Nem vale a pena falar nos clubes, os quais, ao contrário das empresas comuns (os supermercados, por exemplo), nunca se agridem com violência verbal ou física nem oscilam entre passivos monumentais, ordenados em atraso e a pura extinção. Fale-se na "equipa de todos nós", que costuma sair das competições com grande dignidade e que ajuda a balança comercial tanto quanto a exportação de microprocessadores.
Facto n.º 5: a celebração prévia das proezas da selecção é normal. Pois é. Em noventa e um anos de história, a selecção acumulou zero títulos. Se não se festejar antes, o que se festeja depois?
Facto nº 6: a cobertura noticiosa da selecção é a adequada. Até certo ponto. Ainda há uns pedacinhos da programação televisiva que não estão preenchidos com as notícias da selecção, os treinos da selecção, as conferências de imprensa da selecção, os "painéis" de comentário à selecção, o lado pitoresco do dia-a-dia da selecção, as polémicas da selecção, a euforia dos adeptos da selecção e os anúncios dos patrocinadores da selecção. Bem sei que o almoço da selecção na Fundação Champalimaud foi devidamente relatado, que a essencial recepção à selecção em Belém foi transmitida em directo e que um repórter orgulhoso informou a pátria de que a selecção sobrevoou a Alemanha para chegar à Polónia (a expectativa, pelos vistos, era de que sobrevoasse o Zaire). Mas continuo sem saber a cor favorita de Fábio Coentrão ou a morada da manicura de Ricardo Costa. Aliás, continuo sem saber quem é Ricardo Costa.
Facto n.º 7: as críticas à selecção são inconvenientes. Obviamente. A gravidade da hora pede união, espírito nacionalista, 11 por todos e todos por 11. Se a selecção sair enxovalhada do "europeu", com todas as consequências calamitosas para o nosso futuro daí decorrentes, a culpa será das más-línguas que abalaram a confiança dos rapazes. Se a selecção ganhar o "europeu", com todas as maravilhas daí resultantes, o mérito será dividido entre os patriotas que nunca duvidaram. Mas desconfio que o prémio monetário não.
Facto n.º 8: os portugueses acreditam na selecção. É inegável. Até eu, que não quero saber da selecção para nada, acredito nela na medida em que ela comprovadamente existe.
- Ronaldo trata o Presidente da República por você.... tá?


- O monumental erro de Cristiano
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=562583&pn=1
- A bandeira na varanda e o cocó no passeio
http://expresso.sapo.pt//a-bandeira-na-varanda-e-o-coco-no-passeio=f732506
- Já ganhamos
Continuamos a brincar com quem trabalha e a selecção tanto trabalha que antes dele - Euro - ter começado, já nos posicionamos em 1º lugar. Aliás como em várias outras situações, por exemplo, na quantidade de telemóveis por habitante, na quantidade de mães adolescentes & "so on"...
O Euro 2012 vai ter lugar na Ucrânia e na Polónia, sendo que a selecção comandada por Paulo Bento vai ficar hospedada num hotel polaco de Opalenica.Um diário espanhol quis perceber quanto é que as várias selecções em competição vão gastar com o alojamento, e o resultado acabou por ser surpreendente se tivermos em consideração as constantes medidas de austeridade que têm vindo a ser aplicadas em Portugal.
Assim, a selecção nacional vai gastar cerca de 33 mil euros por dia e ocupa o primeiro lugar da tabela. Já a selecção espanhola vai ser a que menos vai gastar em hotéis, 4.700 por dia. A Rússia é a segunda selecção a gastar mais com 30.400 euros diários.
Selecção e custo de hotel, por dia:
1. Portugal – Opalenica 33.174 euros
2. Rússia – Varsovia 30.400 euros
3. Polónia – Varsovia 24.000 euros
4. Irlanda – Sopot 23.000 euros
5. Alemanha – Gdansk 22.500 euros
6. Rep. Checa – Wroclaw 22.200 euros
7. Inglaterra – Cracóvia 19.000 euros
8. Holanda – Cracovia 16.200 euros
9. Italia – Wieliczka 10.500 euros
10. Croácia – Warka 8.300 euros
11. Dinamarca – Kolobrzeg 7.700 euros
12. Espanha – Gniewino 4.700 euros
Entretanto, em Portugal, o mesmo Estado que concede todo o tipo de benesses à FPF, roubou uma percentagem dos ordenados aos funcionários públicos e mais, roubou aos funcionários públicos (não confundir com os privilegiados da TAP, BdP, CGD e quejandas) e aos pensionistas os subsídios de férias e de Natal !!!!!!!!!!!
- A quem dá jeito, afinal, o futebol?
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=562683
- Simulador: Faça as suas apostas para o Euro2012
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=562185
- Selecção canta "Hino" 5 Para a Meia Noite


- 11 por todos e todos por 11" ou o anúncio mais idiota de sempre
http://expresso.sapo.pt/11-por-todos-e-todos-por-11-ou-o-anuncio-mais-idiota-de-sempre=f732997
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2627516&seccao=Alberto Gon%E7alves&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=-1
- Portugal 2004 2012

- Alguém cá em Portugal deu por isto? Ah pois a selecção não esteve lá. Para quê? Lembrar coisa tão triste?
Euro2012 & memória

- Unidos num objectivo comum

- A alegria do futebol
http://agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?tpl=&id=91316

domingo, 24 de junho de 2012

Quando estes insuspeitos senhores assim escrevem & falam é porque algo se...

"O que se busca é uma via"
Estou a revisitar os livros de André Malraux. Tenho de admitir, hoje, que a minha geração foi injusta e cáustica para o imenso escritor. O factor político determinou (sem explicar) o sentimento crítico. Tudo, agora, parece obsoleto. Aquela época foi fértil em contradições e a virulência saiu das baias morais e intelectuais para se transformar num ódio lamacento. As coisas talvez tivessem acalmado e os ajustes começaram. Tive grandes discussões com companheiros e camaradas meus. Líamos tudo e tudo contrariávamos. Possuo uma biblioteca imensa, porque aqueles tempos não permitiam atrasos. E tive a sorte de conviver com os maiores escritores, actores, artistas e cineastas portugueses da época. A idade da formação e do cimentar das convicções ética e ideológicas foi aí.
Os meus adversários na altura liam os mesmos livros que eu. O conceito de conhecimento não se coaduna com exclusões. Do comunista Aragon ao fascista Robert Brasilach, de Knut Hamsun a Ernst Junger, passando pelos grandes americanos, e, naturalmente, pela leitura da Bíblia, tudo passou pela minha curiosidade ardente. Sou um produto dessa gente toda. E de António Vieira, sempre folheado com mão diurna e mão nocturna. E mais do Camilo do que do Eça, devo dizê-lo.
A solidariedade e a fraternidade não estavam desempregadas. E o niilismo parecia estar removido para sempre. Não estava. O regresso do niilismo manifesta-se todos os dias e acentua os nossos pesares. Não importa se continuo na mesma luta; na mesma, não: em luta semelhante. Mas tenho pena de que as coisas estejam como estão. O abandono da grandeza de espírito, o esquecimento do grande monumento à humanidade e erguido pela humanidade, o desprezo pelas emoções e pela compaixão doem, e doem profundamente. Mas creio que nem tudo está perdido, apesar de assistir ao desespero dos mais novos e à negligência de muitos dos mais velhos.
"O mundo será religioso, ou não será", li em Malraux; e por isso tenho voltado a ele. O religioso como princípio de decência e estorvo ao niilismo, queria ele dizer. Recapitulando, afinal o que Dostoievski fez dizer ao mais velho dos irmão Karamazov: "Se Deus não existe tudo é permitido." Uma frase terrível no seu imperioso desígnio, que podemos aplicar, sem hesitações, à época e à inexistência de moral em que vivemos.
Ouvimos e lemos o que dizem e fazem os dirigentes europeus, e procedemos, instintivamente, a comparações. Depois, assistimos aos desaforos de miniaturas de gente, insultando e injuriando quase todos aqueles que abriram caminhos na História. Sei muito bem o que o Eclesiastes ensina: "Uma geração vem, uma geração vai…." Não se estuda, não se reflecte, não se abre uma pausa para meditar e ponderar. A exclusão e o apagamento reanimaram com esta nova ordem. Há dias, um preopinante, que escarmentei noutro local, caluniava o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, por este dizer em público o que a maioria das pessoas diz em privado: este governo é constituído por gente desavinda com a integridade e com a competência. Poucas semanas depois, o prelado foi punido, ele disse: "linchado" na reforma, por delito de opinião.
Não é estalinismo, este método persecutório: tem origem na semente fascista, caracterizada e cauterizada pelo bispo. E que está aí, a florescer sem obstáculo, e notoriamente apoiada e estimulada um pouco por todo o lado, Portugal incluído. Não se defende a democracia como um todo, toleram-na como um meio. Quando ouço alguns políticos soletrar a palavra, penso que a maldição bíblica devia cair-lhe em cima e a boca encher-se-lhe de…
Desprovidos de experiência, apoiados pelo entusiasmo que o dislate cavaquista. A teoria da amnésia histórica é velha. Retornou, há anos, com o dr. Cavaco, quando, sem consciência do que provocava, incitou os mais novos a recusar referências e a construir os seus próprios passos. O turbilhão que se seguiu é conhecido. Derivaram em fazer saneamentos e em afastar velhos profissionais de todas as artes e ofícios. Está por fazer a história desse período sombrio. Sustentado pelos grandes grupos económicos, o cavaquismo não tinha deus nem fé, somente a permissão para fazer tudo quanto lhe apetecesse.
Apesar de as sombras negras pairarem por grande parte da Europa, apesar de tudo aparentar estar perdido, recorro a Manuel Alegre, que nos diz em "Nada está escrito": "Não é possível tornar semelhantes / as coisas que são incompatíveis. / O que se busca é uma via / tudo o mais é indecifrável."
M.Alegre & valores espirituais
Mundo precisa de mais «sonho», «poesia» e «valores espirituais»
http://www.snpcultura.org/mundo_precisa_mais_sonho_poesia_valores_espirituais.html
Austeridade limita a esperança, diz Manuel Alegre
http://www.snpcultura.org/austeridade_limita_esperanca_diz_manuel_alegre.html
Concílio Vaticano II mudou atitude dos católicos
http://www.snpcultura.org/vaticano_ii_mudou_atitude_catolicos_face_sociedade.html
Quando Manuel Alegre estava preso e escreveu um poema ao papa
http://www.snpcultura.org/quando_manuel_alegre_estava_preso_e_escreveu_um_poema_ao_papa.html

PALAVRA de DOMINGO (dia de São João): há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

Leituras & missa

EVANGELHOLc 1,57-66.80
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho.
Os seus vizinhos e parentes souberam
que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício
e congratularam-se com ela.
Oito dias depois,
vieram circuncidar o menino
e deram-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas a mãe interveio e disse:
«Não, Ele vai chamar-se João».
Disseram-lhe:
«Não há ninguém da tua família que tenha esse nome».
Perguntaram então ao pai, por meio de sinais,
como queria que o menino se chamasse.
O pai pediu uma tábua e escreveu:
«O seu nome é João».
Todos ficaram admirados.
Imediatamente se lhe abriu a boca
e se lhe soltou a língua e começou a falar,
bendizendo a Deus.
Todos os vizinhos se encheram de temor
e por toda a região montanhosa da Judeia
se divulgaram estes factos.
Quantos os ouviam contar
guardavam-nos em seu coração e diziam:
«Quem virá a ser este menino?»
Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.
O menino ia crescendo
e o seu espírito fortalecia-se.
E foi habitar no deserto
até ao dia em que se manifestou a Israel.
AMBIENTE
O “Evangelho da Infância”, na versão de Lucas, põe em paralelo as figuras de João e de Jesus (ao anúncio do nascimento de João – cf. Lc 1,5-25 – corresponde o anúncio do nascimento de Jesus – cf. Lc 1,26-38; à história do nascimento de João – cf. Lc 1,57-80 – corresponde a história do nascimento de Jesus – cf. Lc 2,1-21). Este paralelismo serve para iluminar a relação existente entre os dois – uma relação que a reflexão eclesial foi aprofundando e ampliando desde as tradições mais antigas.
Na época em que Lucas escreve, as comunidades cristãs conhecem os discípulos de João, cuja actividade proselitista chegou à Ásia Menor (cf. Act 18,24-19,7). Provavelmente, havia quem confundia João com o Messias… Neste contexto, a comunidade lucana quis deixar claro o papel relevante de João na economia da salvação mas, ao mesmo tempo, afirmar a subordinação de João a Jesus… A superioridade de Jesus em relação a João está, aliás, bem patente na diferença entre o relato do anúncio do nascimento de João e o relato do anúncio do nascimento de Jesus; está também patente no encontro de Maria com Isabel, em que a própria mãe de João proclama Maria como a mãe do seu Senhor, reconhecendo a inferioridade do seu filho em relação a Jesus (cf. Lc 1,39-45); está, ainda, patente no relevo dado pelo evangelista ao relato do nascimento de Jesus (que é longo, rico de pormenores e está carregado de teologia) em detrimento do relato do nascimento de João (que é contado em poucas linhas, sem grande riqueza de detalhes).
MENSAGEM
O relato começa com a descrição do quadro de alegria que acolheu o nascimento do filho de Zacarias e de Isabel (vers. 57-58). A alegria – um dos elementos característicos da teologia de Lucas – significa que chegaram os tempos novos, os tempos do cumprimento das promessas de Deus, o tempo da misericórdia de Deus.
Por alturas da circuncisão (no oitavo dia depois do nascimento, data legal da circuncisão, segundo Gn 17,12 e Lv 12,3), põe-se a questão do nome que irá ser dado ao menino (no Antigo Testamento, o nome é dado à nascença – cf. Gn 4,1; 21,3; 25,25-26; mas aqui aparece o costume helenista, assumido pelo judaísmo mais recente). Os vizinhos e parentes dão como adquirido que o menino se chamará como o pai. No entanto, Isabel e Zacarias escolhem um outro nome: João (sugerido pelo anjo, aquando do anúncio do nascimento do menino – cf. Lc 1,13). O nome significa literalmente “o Senhor concede graça”: o menino é um “dom de Deus” e o primeiro sinal da graça que Deus vai derramar sobre os homens, através do Messias que está para chegar. Por outro lado, o acordo da mãe e do pai sobre um nome que não era familiar aparece como divinamente inspirado.
Diante do nascimento de João, Lucas nota o espanto e o temor de todos os presentes. O espanto (vers. 63) é a reacção habitual das multidões diante dos milagres (cf. Lc 8,25.56; 9,43; 11,14; Act 3,10) e de outras manifestações divinas (cf. Lc 24,12.41; Act 2,7); o “temor” (vers. 65) define a atitude normal do homem diante do mistério, do transcendente, do divino (Lucas fará referência ao “temor” diante das revelações – cf. Lc 2,9; 9,34 – dos milagres – cf. Lc 5,26; 7,16; 8,25.37; 24,5.37 – e de outras intervenções divinas – cf. Act 5,5.11; 19,17).
O quadro completa-se com a indicação de que, “de facto, a mão do Senhor estava com ele” (vers. 66). A expressão inspira-se no Antigo Testamento, onde serve para exprimir a protecção de Deus sobre os seus fiéis (cf. Sal 80,18; 139,5) e a sua acção sobre os profetas (cf. 1 Re 18,46; 2 Re 3,15; Ez 1,3; 3,14.22; 8,1). Aqui, significa que João tem a protecção de Deus e que Deus age nele. Tudo isto define um quadro de intervenção e de presença de Deus, mostrando que toda a existência de João se compreende à luz da iniciativa divina.
No final da leitura (vers. 80a), apresenta-se uma fórmula usada para resumir a infância de certas figuras que desempenharam papéis de referência na história do Povo de Deus (Sansão – cf. Jz 13,24-25; Samuel – cf. 1 Sm 2,26). Há também uma referência à ida de João para o deserto (vers. 80b); deserto é o lugar onde Israel fez a sua experiência de encontro com o Deus libertador, onde sentiu de forma especial o amor de Deus e onde o Povo assumiu o compromisso da aliança: é essa experiência que João vai fazer, para depois a apresentar ao seu Povo. Além disso, a referência ao deserto prepara a próxima aparição de João no Evangelho, cerca de trinta anos depois (cf. Lc 3,1-3).
No relato transparece, de forma especial, a centralidade de Deus em todo o processo. João é um “dom de Deus”, vem com uma missão de Deus e é um sinal da presença de Deus no meio do seu Povo.
ACTUALIZAÇÃO
Para a reflexão, considerar as seguintes linhas:
• A história de João fala-nos, em primeiro lugar, de um Deus que ama os homens e que tem para lhes oferecer um projecto de salvação e de vida plena; é por isso que Ele inventa formas humanas de vir ao encontro dos homens, de lhes fazer chegar a sua Palavra e as suas propostas, de os questionar e interpelar com a Palavra profética… Ao celebrar esta solenidade, estamos a celebrar o Deus/amor, que se revela na figura do profeta João. Eu tenho sido sempre, para os meus irmãos, um “dom de Deus”, um sinal vivo e profético do Deus que os ama e que lhes oferece a salvação? Os “vizinhos e parentes” encontram em mim a manifestação de Deus?
• No relato do nascimento de João, transparece a centralidade de Deus na vida do profeta, desde o seio materno. O profeta é um homem de Deus, cuja vida tem origem em Deus, cuja vocação só faz sentido à luz de Deus, cujo alimento é o próprio Deus, cujas palavras são palavras de Deus. Tenho consciência de que Deus tem de estar no centro da minha vida e que a minha vocação profética só faz sentido se eu aceitar viver numa ligação “umbilical” com Deus?
• Embora os textos de hoje não refiram essa dimensão, convém, nesta solenidade, reflectir acerca da forma como João Baptista viveu a sua missão profética. São particularmente questionantes o seu despojamento, a sua radicalidade, a sua entrega total à missão, a coragem com que ele enfrentou os poderosos, a sua capacidade de dar a vida para defender a verdade. Estas características fazem parte do “caminho profético”.
• No relato de Lucas, fica bem expressa a diferença entre João e Jesus… João não é a salvação; ele veio, apenas, dar testemunho da chegada iminente da salvação. O profeta precisa de ter consciência do seu papel e do seu lugar: ele não é “a luz”; a sua missão não é levar os homens a aderir à sua pessoa, mas à pessoa de Jesus. O profeta deve ter cuidado para não usurpar, nunca, o lugar de Deus.
• Apesar do sofrimento, das perseguições, dos fracassos, a missão do profeta é ser “luz das nações”, para que a salvação de Deus “chegue aos confins da terra”. O meu programa de vida é, verdadeiramente, ser uma luz que ilumina o mundo e que dá esperança aos homens? Os pobres, os marginalizados, os excluídos, os humildes, os explorados, os injustiçados encontram em mim o testemunho da salvação de Deus que os liberta e que os salva?
• Para que a Palavra proclamada seja Palavra de Deus, é necessário que eu viva uma relação de comunhão e de intimidade com Deus: só nesse diálogo serei impregnado da vida de Deus, me aperceberei dos projectos de Deus e poderei anunciá-los aos homens. Vivo nesta relação próxima, dialogante, com Deus? Aquilo que transmito e proclamo são Palavras de Deus, ou são as minhas palavras, os meus esquemas, os meus interesses pessoais?
• O profeta é alguém chamado a testemunhar Deus no meio dos homens, mesmo quando os homens preferem ignorar Deus e edificar a sua vida à margem de Deus. João Baptista, o profeta, assumiu plenamente a missão de testemunhar Deus: convocou os homens para o encontro com o Deus incarnado, convidou os homens a despirem o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, a violência, a ganância, e a preparar o coração para acolher a proposta de salvação que Deus veio fazer, em Jesus. Este programa não perdeu actualidade: o apelo à conversão, à revolução das mentalidades e das atitudes e o convite a acolher a libertação que Deus nos oferece continuam a fazer sentido e a ser o núcleo essencial do anúncio profético. É este o meu programa?
• O profeta é um instrumento simples, limitado e frágil, através de quem Deus age no mundo. Isto revela, por um lado, que Deus se manifesta na simplicidade e na fraqueza e que é aí que devemos procurá-l’O (Ele nunca está no poder, na riqueza, na força, na prepotência, na imposição); isto revela, por outro lado, que o profeta não tem de que se orgulhar ou envaidecer: não são as suas qualidades que são determinantes, mas sim a acção de Deus.
• O “caminho profético” não passa por concentrar em si próprio a atenção das multidões, exibir-se e receber a adoração das pessoas, ser admirado e aclamado, conseguir sucesso e aparecer nas revistas sociais, promover a imagem e tratar por tu os que mandam no mundo, exibir brilhantes qualidades e criar clubes de fãs. O profeta é o “servo” de Deus, que se esconde atrás do cenário enquanto aponta os focos para Deus e cuja função é fazer incidir em Deus os olhos dos homens… Não é o profeta que deve aparecer; mas, nele, é Deus que os homens devem encontrar.


sábado, 23 de junho de 2012

Questões para ateus ( 1/16): A origem do Universo

(...) O desafio de hoje, em particular nos países de antigas raízes cristãs, consiste em mostrar a beleza do cristianismo para aqueles que o consideram um obstáculo para alcançar a felicidade, considera Bento XVI.
Por esse motivo, o Papa explicou que buscar a proximidade dos que se afastaram da fé converteu-se em algo “mais urgente que nunca”.
Tendo em conta esta situação eis estas "Questões para ateus", que podem servir de explicação a alguém nessas circunstâncias.
01 questoes para_ateus

(in)PRENSA: a minha selecção semanal

O dinheiro ajuda, mas chega para ser feliz?
http://rr.sapo.pt/informacao_prog_detalhe.aspx?fid=84&did=66164
"Há risco de choque financeiro"
http://expresso.sapo.pt//ha-risco-de-choque-financeiro=f733457
Alemanha cede no G20
http://expresso.sapo.pt/alemanha-cede-no-g20=f733595
Hollande propõe medidas de crescimento avaliadas em 120 mil milhões
http://expresso.sapo.pt/hollande-propoe-medidas-de-crescimento-avaliadas-em-120-mil-milhoes=f733486
G20 quer que Europa alivie austeridade
http://economico.sapo.pt/noticias/g20-quer-que-europa-alivie-austeridade_146776.html
Especialista fala em "vigarice" a propósito das parcerias público-privadas
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=66825
Graça Moura aposta na educação e na cultura contra a crise
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=66900
Paulo Bento e o caso "a minha pilinha é maior do que a tua"
http://expresso.sapo.pt/paulo-bento-e-o-caso-a-minha-pilinha-e-maior-do-que-a-tua=f733777
Cristiano Ronaldo e um sueco em Portugal
http://expresso.sapo.pt/cristiano-ronaldo-e-um-sueco-em-portugal=f733803
A nêspera deitada, muito calada, a ver o que acontecia  
http://expresso.sapo.pt/a-nespera-deitada-muito-calada-a-ver-o-que-acontecia=f733654
Até onde pode ir o governo angolano?
http://expresso.sapo.pt/ate-onde-pode-ir-o-governo-angolano=f732881
A inaceitável impunidade da classe política
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=563775
Três em cada 10 professores têm um esgotamento
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=67204
Governo admite significativo desvio nas contas públicas
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=67222
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=564049
Mielcarski: "Tinha medo de Pinto da Costa"
http://expresso.sapo.pt/mielcarski-tinha-medo-de-pinto-da-costa=f734470
Austeridade a mais pode "repetir" o que se passou na Alemanha pré-nazi
http://expresso.sapo.pt//austeridade-a-mais-pode-repetir-o-que-se-passou-na-alemanha-pre-nazi=f734391
Relvas quis favorecer empresa de Passos Coelho
http://expresso.sapo.pt/relvas-quis-favorecer-empresa-de-passos-coelho=f734833
O dinheiro, o lixo e a febre da civilização
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=564039
Darwinismo social
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=563937
Bolha imobiliária ameaça banca
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=52630

sexta-feira, 22 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

GUERRA COLONIAL 1961-1974

A minha sincera homenagem a:
1. Todos os militares que, como eu, a sofreram;
2. Todos os que gostam da História de Portugal.

E o meu muito sincero agradecimento ao General António Fuzeta da Ponte.
Porquê? Não porque sim, mas por isto, algo de fantástico, que tem muito de «sangue, suor e lágrimas»:
http://www.guerracolonial.org/index.php?&&content=742

segunda-feira, 18 de junho de 2012

POEMA de uma funcionári​a pública: ACORDAI caramba!!!

Para quem ainda se sinta Português, é de ler.
      Quero lá saber !!!.
      Eu quero lá saber
      Da roubalheira e da alta corrupção
      Que o Djaló esteja no Benfica ou no Casaquistão
      Que não se consiga controlar a inflação
      Eu quero lá saber
      Que haja cada vez mais desempregados
      Que dêem diplomas e haja cursos aldrabados
      Que me considerem reformado ou um excedentário?
      Que se financie cada vez mais a fundação do Mário
      Que se ilibe o Sócrates do processo
      Que não haja na democracia um só sucesso
      Eu quero lá saber
      Que o sócrates já não finja que namora a Câncio
      Que o BCE se livre do pavão armado do Constâncio
      Que roubem multibancos com retroescavadora
      Que o Nascimento esburaque os processos à tesoura
      Que deixe até  de haver o feriado do 1º de Maio
      Que a tuberculose seja mesmo um tacho pró Sampaio
      Que em Bruxelas mamem muitos deputados
      Que o Guterres trate apenas dos refugiados
      Que a nós nos deixou bem entalados
      Eu quero lá saber
      Que ele vá a cento e sessenta e não preguem uma multa
      Que amanhã ilibem os aldrabões da face oculta
      Que o Godinho pese a sucata e abata a tara
      Que pra compensar mande uns robalos ao Vara
      Que o buraco da Madeira sobre também para mim
      Que a Merkl se esteja borrifando pró Jardim
      Eu quero lá saber
      Que a corja dos deputados só se levante ao meio-dia
      Que a "justiça" indemenize os pedófilos da Casa Pia
      Que não haja aumentos de salários nem digna concertação social
      Que os ministros e gestores ganhem muito e façam mal
      Que Guimarães este ano se mantenha a capital
      Que alguem compre gasolina na cidade de Elvas
      Que só abasteça o condutor do Dr. Relvas
      Que na Assembleia continuem  230 cretinos
      Que nas autarquias haja muitos Isaltinos
      Que o Álvaro por tu ai esse sim  hei-de eu vir a tratar
      Que se lixe o falar doce do grande actor Gaspar
      Que morram os pobres e os velhos portugueses
      Que eles querem é que fiquem só os alemães e os franceses
      Eu quero lá saber
      Que o Zé seja montado quer por baixo quer por cima
      Que a justiça safe bem depressa o influente Duarte Lima
      Que o bancário Costa não volte a dormir na prisão
      Que o Cavaco chegue ao fim do mês sem um tostão
      Que na Procuradoria continue o Pinto Monteiro
      Que prós aldrabões tem sido um gajo porreiro
      Que os offsores andem a lavar dinheiro
      Que o BPN tenha sido gamado pelo Loureiro
      Que no BPP prescrevam os processos do Rendeiro
      Que à CEE presida um ex-maoista sacana e manhoso
      Que agora é o snob democrata Zé Manel Barroso
      Tudo isto já nada pra mim tem de anormal
      Mas o que eu quero mesmo saber
      é onde está o meu país chamado PORTUGAL
      que isto aqui é vilanagem pura, roubalheira, corrupção
      Meu Deus manda de novo o Marquês de Pombal
      antes que este povo inerte permita a destruição !!!

http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=34&did=66242

O vocábulo "maestro" vem do latim "magister" e este, por sua vez, do
advérbio "magis" que significa "mais" ou "mais que". Na antiga Roma o
"magister" era o que estava acima dos restantes, pelos seus
conhecimentos e habilitações!
Por exemplo um "Magister equitum" era um Chefe de cavalaria, e um
"Magister Militum" era um Chefe Militar.
Já o vocábulo "ministro" vem, também, do latim "minister" e este, por
sua vez, do advérbio "minus" que significa "menos" ou "menos que". Na
antiga Roma o "minister" ("aquele que ajuda, agente, auxiliar,
instrumento, cúmplice, instigador, intermediário") era o servente ou
o subordinado que apenas tinha habilidades ou era jeitoso. Riqueza do
vocábulo latino que frutificou na Lusitânia e, mais tarde, deu nova
nova língua: "galaico-português para, por fim, passou a "português"
até chegar ao "ministro" dos nossos dias!
COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO PORQUE QUALQUER I?B???L PODE SER
MINISTRO ... MAS NÃO MAESTRO !!!

domingo, 17 de junho de 2012

Lembram-se do CR7&Cia? Claro que sim! E de Asia Bibi? Ainda se lembram?

A barbárie ainda & sempre!!! Até quando? Basta ler o "post" imediatamente anterior a este, "PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!", porque suficiente & decisivamente elucidativo.

porMAIOR importante, logo a ter em conta: na manhã de 14 de Junho de 2009, a temperatura chega aos 40º C e as mulheres trabalham nos campos. Entre elas Asia Bibi...



A história da Asia Bibi, que ganhou dimensão planetária, já levou inclusivamente o Papa Bento XVI a pedir a sua libertação, gesto que, associado ao amplo movimento de simpatia para com Asia Bibi, conseguiu para já adiar o enforcamento.
Recorde-se que duas das vozes que ousaram defendê-la, o Governador Salman Taseer e o Ministro para as Minorias Shahbaz Bhatti, foram brutalmente assassinados.
O apoio da Fundação AIS à divulgação deste livro insere-se na missão e área de acção da própria instituição. O ano passado, o Bispo Auxiliar de Lahore, no Paquistão, D. Sebastian Shaw esteve em Portugal, a convite da Fundação AIS e deu o seu também impressionante testemunho sobre a realidade da perseguição e as dificuldades por que passam os cristãos naquele país de maioria muçulmana.
A Fundação AIS tem presente uma grande campanha de apoio a Asia Bibi e a todos os cristãos perseguidos pela sua fé. Trata-se de uma acção que visa recolher apoios materiais para estas comunidades religiosas, mas também de apelo à oração.
Ainda recentemente foi enviado ao Bispo do Paquistão um livro digital (You are not alone) com os nomes de todos os nossos benfeitores que participaram já nesta corrente de oração.
Também no Facebook a Fundação AIS tem vindo a dinamizar o grupo Salvem a Asia Bibi, que congrega já mais de 1.700 pessoas.
http://www.fundacao-ais.pt/catalogo/detail/id/544/

PALAVRA de DOMINGO: há que contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!!!

Hoje, Jesus fala às pessoas de uma experiência muito próxima das suas vidas: «Um homem lança a semente na terra (…); a semente germina e cresce (…). A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga» (Mc 4,26-28). Refere-se, com estas palavras, ao Reino de Deus, que consiste na «santidade e graça, Verdade e Vida, justiça, amor e paz» (Prefácio da Solenidade de Cristo Rei), que Jesus Cristo nos veio trazer. Este Reino tem de ser uma realidade, em primeiro lugar dentro de cada um de nós; depois, no nosso mundo.Pelo Batismo, Jesus semeou, na alma de cada cristão, a graça, a santidade, a Verdade… Temos de fazer crescer esta semente para que frutifique em abundância de boas obras: de serviço e caridade, de amabilidade e generosidade, de sacrifício para cumprir bem o nosso dever de cada dia e para fazer felizes aqueles que nos rodeiam, de oração constante, de perdão e compreensão, de esforço para crescer em virtudes, de alegria
Assim, este Reino de Deus – que começa dentro de cada um – se estenderá a nossa família, a nossa cidade, a nossa sociedade, ao nosso mundo. Porque quem vive assim, «que faz senão preparar o caminho do Senhor (…), a fim de que nele penetre a força da graça, que o ilumine a luz da verdade, que faça retos os caminhos que conduzem a Deus?» (São Gregório Magno).
A semente começa pequena, como «um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças» (Mc 4,31-32). Porém, a força de Deus difunde-se e cresce com um vigor surpreendente. Como nos primeiros tempos do Cristianismo, Jesus pede-nos hoje que difundamos o seu Reino por todo o mundo.

EVANGELHOMc 4,26-34
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«O reino de Deus é como um homem
que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia,
enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga,
por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo mete a foice,
porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda:
«A que havemos de comparar o reino de Deus?
Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra,
é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer,
e torna-se a maior de todas as plantas da horta,
estendendo de tal forma os seus ramos
que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus
com muitas parábolas como estas,
conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas;
mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
AMBIENTE
Na primeira parte do Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 1,14-8,30), Jesus é apresentado como o Messias que proclama o Reino de Deus. Marcos procura aí demonstrar como Jesus, com palavras e gestos, anuncia um mundo novo (o “Reino de Deus”), livre do egoísmo, da opressão, da injustiça e de tudo o que escraviza os homens e os impede de ter acesso à vida verdadeira.Estamos na Galileia, nos primeiros tempos do anúncio do Reino. Uma grande multidão segue Jesus, a fim de escutar os seus ensinamentos (cf. Mc 3,7.20.32; 4,1). Para fazer chegar a todos a sua proposta, Jesus precisará de utilizar uma linguagem acessível, viva, questionadora, concreta, desafiadora, evocadora, pedagógica, que pudesse semear no coração dos ouvintes a consciência dessa nova e revolucionária realidade que Ele queria propor. É neste contexto que nos aparecem as “parábolas”.
As “parábolas” são uma linguagem habitual na literatura dos povos do Médio Oriente: o génio oriental gosta mais de falar e instruir através de imagens, de comparações, de alegorias, do que através de um discurso mais lógico, mais frio, mais racional. De resto, a linguagem parabólica tem várias vantagens em relação a um discurso mais racional e expositivo. Que vantagens?

Em primeiro lugar, é uma excelente arma de controvérsia. A linguagem figurada permite levar o interlocutor a admitir certos pontos que, de outro modo, nunca mereceriam a sua concordância. A parábola é, pois, um bom instrumento de diálogo, sobretudo em contextos polémicos (como era, quase sempre, o contexto em que Jesus pregava).
Em segundo lugar, a imagem ou comparação que caracteriza a linguagem parabólica é muito mais rica em força de comunicação e em poder de evocação, do que a simples exposição teórica. Talvez seja uma linguagem mais vaga e imprecisa, do ponto de vista racional; mas é mais profunda, mais carregada de sentido, mais evocadora e, por isso, “mexe” mais com os ouvintes.
Em terceiro lugar, porque a linguagem parabólica – muito mais do que outro tipo de linguagem – espicaça a curiosidade e incita à busca. Na sua simplicidade, torna-se um verdadeiro método pedagógico, que leva as pessoas a pensar por si, a medir os prós e os contras, a tirar conclusões, a interiorizar soluções e a integrá-las na própria vida. É uma linguagem que, mais do que injectar nas pessoas soluções feitas, as leva a reflectir e a tirar daí as devidas consequências. Trata-se, pois, de linguagem altamente subversiva: ensina o povo a pensar, a ser crítico, a descobrir onde está a verdade. Ora, isso é altamente incómodo para os defensores do mundo velho e da ordem estabelecida.Uma linguagem tão sugestiva não podia ser ignorada por Jesus no seu anúncio do “Reino de Deus”. É neste contexto que devemos entender as duas parábolas que o Evangelho deste domingo nos apresenta.
MENSAGEM
A primeira parábola (vers. 26-29) é a do grão que germina e cresce por si só. A parábola refere a intervenção do agricultor apenas no acto de semear e no acto de ceifar. Cala, de propósito, qualquer menção às demais acções do agricultor: arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a impedem de crescer… Ao narrador interessa apenas que, entre a sementeira e a colheita, a semente vá crescendo e amadurecendo, sem que o homem intervenha para impedir ou acelerar o processo. A questão essencial não é o que o agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente. O resultado final não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. Desta forma, o narrador ensina que o Reino de Deus (a semente) é uma iniciativa divina: é Deus quem actua no silêncio da noite, no tumulto do dia ou na turbulência da história para que o Reino aconteça; e nenhum obstáculo poderá frustrar o seu plano. Provavelmente, a parábola é dirigida contra todas as posturas que pretendiam forçar a vinda do Reino – a dos zelotas que queriam instaurar o Reino através da violência das armas, a dos fariseus que pretendiam forçar o aparecimento do Reino com a obediência a uma disciplina legal, a dos apocalípticos que faziam cálculos precisos sobre a data da irrupção do Reino. Não adianta forçar o tempo ou os resultados: é Deus que dirige a marcha da história e que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu tempo e o seu projecto. Desta forma, a parábola convida à serenidade e à confiança nesse Deus que não dorme nem se demite e que não deixará de realizar, a seu tempo e de acordo com a sua lógica, o seu plano para os homens e para o mundo.
A segunda parábola (vers. 30-32) é a do grão de mostarda. O narrador pretende, fundamentalmente, pôr em relevo o contraste entre a pequenez da semente (a semente da mostarda negra tem um diâmetro aproximado de 1,6 milímetros e era a semente mais pequena, no entendimento popular palestino; a tradição judaica celebrava com provérbios a sua pequenez) e a grandeza da árvore (nas margens do lago da Galileia alcançava uma altura de 2 a 4 metros). A comparação serve para dizer que a semente do Reino lançada pelo anúncio de Jesus pode parecer uma realidade pequena e insignificante, mas está destinada a atingir todos os cantos do mundo, encarnando em cada pessoa, em cada povo, em cada sociedade, em cada cultura. O Reino de Deus, ainda que tenha inícios modestos ou que se apresente com sinais de debilidade e pequenez aos olhos do mundo, tem uma força irresistível, pois encerra em si o dinamismo de Deus. Além disso, a parábola retoma um tema que já havíamos encontrado na primeira leitura: Deus serve-Se de algo que é pequeno e insignificante aos olhos do mundo para concretizar os seus projectos de salvação e de graça em favor dos homens.
A parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. Nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que actua na história e que oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena.
ACTUALIZAÇÃO
¨ Antes de mais, o Evangelho deste domingo garante-nos que Deus tem em marcha um projecto destinado a oferecer aos homens a vida e a salvação. Pode parecer que a nossa história caminha entregue ao acaso ou aos caprichos dos líderes; pode parecer que a história humana entrou em derrapagem e que, no final do caminho, nos espera o abismo; mas é Deus que conduz a história, que lhe imprime o seu dinamismo, que está presente em todos os passos do nosso caminho. Deus caminha connosco e, garantidamente, leva-nos pela mão ao encontro de um final feliz. Num tempo histórico como o nosso, marcado por “sombras”, por crises e por graves inquietações, este é um dos testemunhos mais importantes que podemos, como crentes, oferecer aos nossos irmãos escravizados pelo desespero e pelo medo.
¨ O projecto de salvação que Deus tem para a humanidade revela-se no anúncio do Reino, feito por Jesus de Nazaré. Nas suas palavras, nos seus gestos, Jesus propôs um caminho novo, uma nova realidade; lançou a semente da transformação dos corações, das mentes e das vontades, de forma a que a vida dos homens e das sociedades se construa de acordo com os esquemas de Deus. Essa semente não foi lançada em vão: está entre nós e cresce por acção de Deus. Resta-nos acolher essa semente e deixar que Deus realize a sua acção. Resta-nos também, como discípulos de Jesus, continuar a lançar essa semente do Reino, a fim de que ela encontre lugar no coração de cada homem e de cada mulher.
¨ Os que, continuando a missão de Jesus, anunciam a Palavra (que lançam a semente) não devem preocupar-se com a forma como ela cresce e se desenvolve. Devem, apenas, confiar na eficácia da Palavra anunciada, conformar-se com o tempo e o ritmo de Deus, confiar na acção de Deus e no dinamismo intrínseco da Palavra semeada. Isso equivale a respeitar o crescimento de cada pessoa, o seu processo de maturação, a sua busca de caminhos de vida e de plenitude. Não nos compete exigir que os outros caminhem ao nosso ritmo, que pensem como nós, que passem pelas mesmas experiências e exigências que para nós são válidas. Há que respeitar a consciência e o ritmo de caminhada de cada homem ou mulher – como Deus sempre faz.
¨ A referência à pequenez da semente (segunda parábola) convida-nos – como já o havia feito a primeira leitura deste domingo – a rever os nossos critérios de actuação e a nossa forma de olhar o mundo e os nossos irmãos. Por vezes, é naquilo que é pequeno, débil e aparentemente insignificante que Deus Se revela. Deus está nos pequenos, nos humildes, nos pobres, nos que renunciaram a esquemas de triunfalismo e de ostentação; e é deles que Deus Se serve para transformar o mundo. Atitudes de arrogância, de ambição desmedida, de poder a qualquer custo, não são sinais do Reino. Sempre que nos deixamos levar por tentações de grandeza, de orgulho, de prepotência, de vaidade, estamos a frustrar o projecto de Deus, a impedir que o Reino de Deus se torne realidade no mundo e nas nossas vidas.

sábado, 16 de junho de 2012

(in)PRENSA: a minha selecção

A crise, o IMI e o “Estado salteador”http://rr.sapo.pt/informacao_prog_detalhe.aspx?fid=79&did=65592
Saída da Grécia provocará colapso da zona euro
http://expresso.sapo.pt/saida-da-grecia-provocara-colapso-da-zona-euro=f732359
Seguro queima Paulo Campos, e Paulo Campos queima Sócrates
http://expresso.sapo.pt//seguro-queima-paulo-campos-e-paulo-campos-queima-socrates=f732030
A Europa continua a reagir tarde de mais
http://expresso.sapo.pt/a-europa-continua-a-reagir-tarde-de-mais=f732366
A tua PPP é pior do que a minha
http://expresso.sapo.pt/a-tua-ppp-e-pior-do-que-a-minha=f732473
Não sei se repararam, mas a austeridade está a funcionar
http://expresso.sapo.pt/nao-sei-se-repararam-mas-a-austeridade-esta-a-funcionar=f732711
As comissões administrativas de Rui Rio
http://expresso.sapo.pt/as-comissoes-administrativas-de-rui-rio=f732575
Grécia: O que pode acontecer
http://economico.sapo.pt/noticias/grecia-o-que-pode-acontecer_146569.html
E se a Grécia sair do euro…
http://www.oje.pt//noticias/destaque/e-se-a-grecia-sair-do-euro
A Zona Euro sobre brasas
Mourinho ganha tanto em salários como em patrocínios
http://expresso.sapo.pt/mourinho-ganha-tanto-em-salarios-como-em-patrocinios=f733141
Portugueses têm a Saúde racionada
http://expresso.sapo.pt//portugueses-tem-a-saude-racionada=f732809
Mercados não acreditam na solução para Espanha
http://expresso.sapo.pt/mercados-nao-acreditam-na-solucao-para-espanha=f732801
O medo: a última fronteira
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=562581&pn=1
Os bancos sem crédito
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=562681

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Declaração de Amor ...

... à Língua Portuguesa, por TEOLINDA GERSÃO
Tempo de exames no secundário, os meus netos pedem-me ajuda para estudar português. Divertimo-nos imenso, confesso. E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As palavras são minhas, mas as ideias são todas deles.
11-06-2012

Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa

Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou : a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me pe.rguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.

João Abelhudo, 8º ano, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática


Pergunto: Com este "estado do ensino" como não há-de estar o "estado da educação" e, por simpatia ou consequência, o "estado da nação" ?