"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























terça-feira, 30 de abril de 2019

FILME&CINEMA: Uma vida escondida

O cineasta norte-americano Terrence Malick regressa ao prestigiado festival de cinema francês, que começa a 14 de maio, oito anos depois de ter conquistado a Palma de Ouro com “A árvore da vida”. «O beato Franz era um homem do nosso tempo, um homem normal, com alguns defeitos e até por um certo período, com um estilo de vida bastante leviano e mundano. Contudo, seguindo a sua vocação e com a graça de Deus conseguiu colocar a vontade de Deus acima de tudo, chegando, após longas lutas internas a uma vida extraordinária de testemunho cristão. Pelas suas convicções de fé enfrentou a morte», recordou na celebração da beatificação o então responsável pela Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal português José Saraiva Martins. Para saber mais clicar AQUI.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

domingo, 28 de abril de 2019

ESPIRITUALIDADE: 2º Domingo da Páscoa (Solenidade da Divina Misericórdia)

 Esta AQUI é a verdadeira história da imagem.

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7. Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8. Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.

Então:
Tema do 2º Domingo do Tempo Pascal - Ano C
A liturgia deste domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.
O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura insiste no motivo da centralidade de Jesus como referência fundamental da comunidade cristã: apresenta-O a caminhar lado a lado com a sua Igreja nos caminhos da história e sugere que é n’Ele que a comunidade encontra a força para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus.
A primeira leitura sugere que a comunidade cristã continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus; e quando ela é capaz de o fazer, está a dar testemunho desse Cristo vivo que continua a apresentar uma proposta de redenção para os homens.
EVANGELHOJo 20,19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão na seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos,
que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos
para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,
e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

AMBIENTE
Continuamos na segunda parte do Quarto Evangelho, onde nos é apresentada a comunidade da Nova Aliança. A indicação de que estamos no “primeiro dia da semana” faz, outra vez, referência ao tempo novo, a esse tempo que se segue à morte/ressurreição de Jesus, ao tempo da nova criação.
A comunidade criada a partir da acção de Jesus está reunida no cenáculo, em Jerusalém. Está desamparada e insegura, cercada por um ambiente hostil. O medo vem do facto de não terem, ainda, feito a experiência de Cristo ressuscitado.

MENSAGEM
O texto que nos é proposto divide-se em duas partes bem distintas.
Na primeira parte (cf. Jo 20,19-23), descreve-se uma “aparição” de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir a situação de insegurança e fragilidade que dominava a comunidade (o “anoitecer”, “as portas fechadas”, o “medo”), o autor deste texto apresenta Jesus “no centro” da comunidade (vers. 19b). Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-Se como ponto de referência, factor de unidade, a videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d’Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber a vida.
A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil, Jesus transmite duplamente a paz (vers. 19 e 21: é o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança). Assegura-se, assim, aos discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava: a morte, a opressão, a hostilidade do “mundo”.
Depois (vers. 20a), Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado trespassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama, e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
Em seguida (vers. 22), Jesus “soprou sobre eles”. O verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de Gn 2,7 (quando se diz que Deus soprou sobre o homem de argila, infundindo-lhe a vida de Deus). Com o “sopro” de Gn 2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem – como Jesus – dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade.
As palavras de Jesus à comunidade contêm ainda uma referência à missão (vers. 23). Os discípulos são enviados a prolongar o oferecimento de vida que o Pai apresenta à humanidade em Jesus. Quem aceitar essa proposta de vida, será integrado na comunidade; quem a rejeitar, ficará à margem da comunidade de Jesus.
Na segunda parte (cf. Jo 20,24-29), apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado? João responde: podemos fazer a experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado na comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora) e que não faz caso do testemunho da comunidade nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter uma demonstração particular de Deus.
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê? Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; mas todos os cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.

ACTUALIZAÇÃO
Ter em conta os seguintes desenvolvimentos:
• A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
• A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência de Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo encontra-O em nós?
Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?



ou em vídeo AQUI.
Feridas da cruz, alfabeto de amor
Jesus respeita a dificuldade e as dúvidas; respeita os tempos de cada um e a complexidade do acreditar; não se escandaliza, repropõe-se. Que belo seria se também nós fossemos formados, como no cenáculo, mais para o aprofundamento da fé do que para a obediência; mais à procura do que ao consenso. Quantas energias e quanta maturidade seriam libertadas! Para saber mais clicar AQUI.
«Soprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo"»
Senhor Jesus Cristo, faz com que voltemos a ter «um só coração e uma só alma» (At 4,32), porque, nesse momento, far-se-á «uma grande calma» (Mc 4,39). Meus caros irmãos, exorto-vos à amizade e à benevolência entre vós, e à paz entre todos; porque, se tivermos caridade entre nós, teremos a paz e o Espírito Santo. Temos de ser piedosos e de rezar [...], porque os apóstolos eram perseverantes na oração. [...] Se começarmos a rezar fervorosamente, o Espírito Santo virá sobre nós e dirá: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» (cf Mc 6,50) [...] E que devemos pedir a Deus, meus irmãos? Tudo o que for para sua honra e para a salvação das nossas almas; numa palavra, a ajuda do Espírito Santo: «Se lhes envias o teu Espírito [...], renovas a face da Terra» (Sl 104, 30). [...]
Temos de pedir essa paz, para que o Espírito da paz desça sobre nós. Temos também de dar graças a Deus por todos os seus benefícios, se quisermos que Ele nos conceda as vitórias que são o início da paz; e, para obtermos o Espírito Santo, temos de agradecer a Deus Pai que O enviou, primeiramente, ao nosso mestre, Jesus Cristo, Nosso Senhor, seu Filho [...], porque «todos nós participamos da sua plenitude» (cf. Jo 1,16), e porque O enviou aos seus Apóstolos para que no-l'O comunicassem, impondo sobre nós as mãos. Temos de agradecer ao Filho: tal como Deus, Ele envia-nos o Espírito; sendo Deus, envia o Espírito aos que se dispõem a recebê-l'O. Mas, sobretudo, temos de agradecer porque, sendo homem, nos mereceu a graça de recebermos o Divino Espírito [...].
E como é que Jesus nos mereceu a vinda do Espírito Santo? «Inclinando a cabeça, entregou o espírito» (Jo 19,30); porque, entregando o seu último suspiro e o seu espírito ao Pai, mereceu-nos que o Pai enviasse o Espírito ao seu corpo místico.
São Francisco de Sales (1567-1622)bispo de Genebra, doutor da Igreja
1.º Sermão para o Pentecostes (rev.)

A FÉ DE TOMÉ



– Aparição de Jesus aos Apóstolos, quando Tomé estava ausente. Comunicam-lhe que Jesus ressuscitou. Apostolado com os que conheceram o Senhor, mas não procuram relacionar-se com Ele.

– O acto de fé do Apóstolo Tomé. A nossa fé deve ser operativa: actos de fé, confiança no Senhor, apostolado.
– A Ressurreição é um apelo para que manifestemos com a nossa vida que Cristo vive. Necessidade de nos formarmos bem.



I. O PRIMEIRO DIA da semana1, o dia em que o Senhor ressuscitou, o primeiro dia do novo mundo, está repleto de acontecimentos: de manhã cedo2, quando as mulheres vão ao sepulcro, até à noite, muito tarde3, quando Jesus vem confortar os amigos mais íntimos: A paz esteja convosco, disse-lhes. Depois, mostrou-lhes as mãos e o lado. Nesta ocasião, Tomé não estava com os outros Apóstolos; não pôde, pois, ver o Senhor, nem ouvir as suas palavras consoladoras. 2
Foi este Apóstolo que disse uma vez: Vamos nós também, para morrer com Ele4. E, na Última Ceia, manifestou ao Senhor a sua ignorância com a maior simplicidade: Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?5 Cheios de uma alegria profunda, os Apóstolos devem ter procurado Tomé por toda a Jerusalém naquela mesma noite ou no dia seguinte. Mal o encontraram, disseram-lhe: Vimos o Senhor! Mas Tomé continuava profundamente abalado com a crucifixão e a morte do Mestre. Não dá nenhum crédito ao que lhe dizem: Se não vir nas Suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no Seu lado, não acreditarei6. Os que tinham compartilhado com ele aqueles três anos, e que lhe estavam unidos por tantos laços, devem ter-lhe repetido então, de mil maneiras diferentes, a mesma verdade que era agora, a sua alegria e a sua certeza: Vimos o Senhor!
Tomé pensava que o Senhor estava morto. Os outros garantiam que estava vivo, que eles próprios o tinham visto e ouvido, que tinham estado com Ele. Nós temos que fazer o mesmo: para muitos homens e para muitas mulheres, é como se Cristo estivesse morto, porque pouco significa para eles, e quase não conta nas suas vidas. A nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro dessas pessoas e a dizer-lhes, de mil maneiras diferentes, que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias, que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.
Desta maneira, cumprindo essa exigência da fé, que é difundi-la com o exemplo e a palavra, contribuímos pessoalmente para a edificação da Igreja, como aqueles primeiros cristãos de que falam os Actos dos Apóstolos: Cada vez aumentava mais o número dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor7.


II. OITO DIAS DEPOIS, estavam os discípulos, outra vez, em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, colocou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Em seguida disse a Tomé: «Mete aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima também a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel8.
A resposta de Tomé é um acto de fé, de adoração e de entrega, sem limites: Meu Senhor e meu Deus! São quatro palavras inesgotáveis. A fé do Apóstolo brota, não tanto da evidência de Jesus, mas de uma dor imensa. O que o leva à adoração e ao retorno ao apostolado não são tanto, as provas, como o amor. Diz a Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor. Consumiu a vida a seu serviço.
As dúvidas de Tomé viriam a servir para confirmar a fé dos que mais tarde haviam de crer n'Ele. “Porventura pensais – comenta São Gregório Magno – que foi um simples acaso que aquele discípulo escolhido estivesse ausente, e que depois, ao voltar, ouvisse relatar a aparição e, ao ouvir, duvidasse, e, duvidando, apalpasse, e, apalpando, acreditasse? Não foi por acaso, mas por disposição divina que isso aconteceu. A divina clemência agiu de modo admirável quando este discípulo que duvidava tocou as feridas da carne do seu Mestre, pois assim curava em nós as chagas da incredulidade [...]. Foi assim, duvidando e tocando, que o discípulo se tornou testemunha da verdadeira ressurreição”9.
Se a nossa fé for firme, também haverá muitos que se apoiarão nela. É necessário que essa virtude teologal vá crescendo em nós, de dia para dia, que aprendamos a olhar as pessoas e os acontecimentos como o Senhor os olha, que a nossa actuação no meio do mundo esteja vivificada pela doutrina de Jesus. Por vezes, ver-nos-emos faltos de fé, como o Apóstolo. Teremos, então, de crescer em confiança no Senhor, seja em face das dificuldades no apostolado, ou de acontecimentos que não sabemos interpretar do ponto de vista sobrenatural, ou de momentos de escuridão, que Deus permite para que se firmem em nós outras virtudes.
A virtude da fé é a que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e a que nos permite julgar rectamente todas as coisas. “Só com a luz da fé e a com a meditação da palavra de Deus pode alguém reconhecer sempre e em toda a parte a Deus no qual «vivemos, nos movemos e existimos» (Act 17, 28). Somente assim é possível procurar a vontade divina em todos os acontecimentos, ver Cristo em todos os homens, sejam próximos ou estranhos, e julgar rectamente do verdadeiro sentido e valor das realidades temporais, tanto em si mesmas como em ordem ao fim do homem”10.
Meditemos o Evangelho da Missa de hoje. “Fixemos de novo o olhar no Mestre. Talvez também escutes, neste momento, a censura dirigida a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima também a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20, 27); e, como ao Apóstolo, sairá da tua alma, com sincera contrição, aquele grito: Meu Senhor e meu Deus! (Jo 20, 28), reconheço-Te definitivamente, como Mestre e, com o teu auxílio – vou guardar para sempre os Teus ensinamentos e esforçar-me por segui-los com lealdade”11.
Meu Senhor e meu Deus! Estas palavras têm servido de jaculatória a muitos cristãos, e como acto de fé na presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, quando se passa diante de um sacrário ou no momento da Consagração da Missa... Também nos podem ajudar a nós a tornar actual a nossa fé e o nosso amor por Cristo ressuscitado.

III. O SENHOR RESPONDEU a Tomé: «Tu acreditaste, Tomé, porque Me viste; bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto» 12. “É uma frase – diz São Gregório Magno – que se refere, sem dúvida, a nós, que confessamos com a alma Aquele que não vimos na carne. Mas refere-se a nós se vivermos de acordo com a fé, pois só crê verdadeiramente, aquele que pratica o que crê”13.
A Ressurreição do Senhor é um apelo para que manifestemos, com a nossa vida, que Ele vive. As obras do cristão devem ser fruto e manifestação da sua fé em Cristo.
Nos primeiros séculos, a difusão do cristianismo realizou-se, principalmente, pelo testemunho pessoal dos cristãos que se convertiam. Era uma pregação singela da Boa Nova: de homem para homem, de família para família; entre os que tinham o mesmo ofício, entre vizinhos; nos bairros, nos mercados, nas ruas. Hoje, também o Senhor quer que o mundo, a rua, o trabalho, as famílias sejam veículo para a transmissão da fé.
Para confessarmos a nossa fé com a palavra, é necessário que conheçamos o seu conteúdo com clareza e precisão. Por isso, a nossa Mãe, a Igreja tem feito tanto finca-pé ao longo dos séculos em que se estudasse o Catecismo, pois contém, de uma maneira breve e simples, as verdades essenciais que temos de conhecer para podermos depois vivê-las. Já Santo Agostinho insistia com os catecúmenos que estavam prestes a receber o Baptismo: “No próximo sábado, em que, se Deus quiser, celebraremos a vigília, recitareis não a oração (o Pai-Nosso), mas o símbolo (o Credo); porque, se não o aprenderdes agora, depois, na Igreja, não o ouvireis todos os dias da boca do povo. E, aprendendo-o bem, dizei-o diariamente para não o esquecerdes: ao levantar-vos da cama, ao ir dormir, recitai o vosso símbolo, oferecei-o a Deus, procurando memorizá-lo e repetindo-o, sem preguiça. Para não esquecer, é bom repetir. Não digais: «Já o disse ontem, e digo-o hoje, e repito-o diariamente; tenho-o bem gravado na memória». Que seja para ti como um recordatório da tua fé e um espelho em que te possas olhar. Olha-te nele, verifica se continuas a acreditar em todas as verdades que, de palavra, dizes crer, e alegra-te diariamente na tua fé. Que essas verdades sejam a tua riqueza; que sejam como que o adorno da tua alma”14. Teríamos que dizer estas mesmas palavras a muitos cristãos, pois são muitos os que andam esquecidos do conteúdo essencial da sua fé.
Jesus Cristo pede-nos também que o confessemos com obras diante dos homens. Por isso, pensemos: não teríamos que ser mais valentes nesta ou naquela ocasião? Não teremos que ser mais sacrificados quando se trata de levar adiante as nossas tarefas? Pensemos no nosso trabalho, no ambiente à nossa volta: somos conhecidos como pessoas que têm vida de fé? Não nos faltará audácia no apostolado?
Terminamos a nossa oração pedindo à Virgem, Sede da Sabedoria, Rainha dos Apóstolos, que nos ajude a manifestar com a nossa conduta e com as nossas palavras que Cristo vive.


(1) Jo 20, 1; (2) Mc 16, 2; (3) Jo 20, 19; (4) Jo 11, 16; (5) Jo 14, 5; (6) Jo 20, 25; (7) Act 5, 14; (8) Jo 20, 26-27; (9) São Gregório Magno, Homilias sobre os Ev., 26, 7; (10) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 4; (11) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 145; (12) Jo 20, 29; (13) São Gregório Magno, op. cit., 26, 9; (14) Santo Agostinho, Sermão 58, 15.
















































sábado, 27 de abril de 2019

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.


Eu parti o telemóvel
Advogado líder de camionistas com queixa-crime por burla
Incêndio de Notre-Dame era “evitável”, porque “o risco da intervenção não era aceitável”
Há quem os ame e quem os odeie: bem-vindos ao mundo dos veículos que não precisam de combustível
Ainda se lembra de Hélton? A Sic foi a casa dele
Investigadores identificaram os “assassinos” que causaram a maior extinção massiva da Terra
https://zap.aeiou.pt/assassinos-extincao-massiva-terra-252090
Musk ganha 40 mil vezes mais que os seus empregados (mas não levanta os cheques)
Agência francesa adverte: troque ibuprofeno por paracetamol
Costa acabou com a crise dos combustíveis por WhatsApp (e com a técnica da geringonça)
Bispo do Porto critica novo “esclavagismo laboral” e “civilização sem alma” da realidade virtual
'Podemos estar a caminhar para um desastre ambiental' em Alqueva
A nossa vida é vulnerável
Violência religiosa. Morreram mais de quatro mil cristãos em 2018
Cientistas "ressuscitaram" cérebros de porcos mortos. Português explica como conseguiram
Especialista americano diz que resolve o caso Maddie numa semana
Nova tradução da Bíblia trata Deus por “tu” e altera orações como o Pai Nosso
22 mil professores vão atingir salário de 3.364 euros daqui a dois anos
Sérgio Moro ataca Sócrates: “Não debato com criminosos”
Sérgio Moro: "Deixar a magistratura é um caminho sem volta”
Portugueses pagaram a quinta maior fatura com a banca
“Portugal corre o risco de ser o país mais pobre do espaço europeu”
IMI pode aumentar para o ano. Mas há um "truque" para vir (ou não) a pagar menos
O comendador Berardo
No domingo, faz-se história em França. Pela primeira vez, uma mulher vai arbitrar na Ligue 1
Mulher acorda de coma após 27 anos
Investigadores criam capa para volante que avisa condutor de que deve descansar
Preços dos combustíveis podem disparar (e a culpa é de Trump)
Depois do fogo, há uma nova ameaça à Catedral de Notre Dame
Ana Gomes visita Rui Pinto e entrega-lhe prémio europeu para denunciantes
e
A mórmon que se tornou “mãe da nação” neozelandesa quer apertar com as redes sociais
Antiga sociedade do GES quer €25 milhões, mas o Novo Banco não lhos quer dar
Os lesados do Bloco
Felizmente, uma democracia de baixa patente
Maria José Morgado: “Em todo o mundo há histórias de hackers que se transformam em hackers bons”
Salários: Portugal é o país onde a licenciatura mais se desvalorizou
Auditora Deloitte alertou CGD e Banco de Portugal sobre Berardo em 2008
“Não chega ir à missa, confessar-se na Páscoa e rezar”
A odisseia do pobre
Revolução digital e justiça social
A democracia ameaçada
Marcelo e Costa contam na Renascença onde estavam no 25 de Abril
Fotogaleria. Emissão especial dos 45 anos do 25 de Abril em São Bento
Há cada vez mais bens imateriais na economia. É possível medir este investimento?
Duarte Lima já está na prisão
CGD está a vender Mercedes para atingir metas impostas por Bruxelas


Muitas notas de 19 e 20 levam inspeção a externato de topo do Porto
e
Não estava em casa, senhor Sérgio Moro
Porque é que uma agência de rating chinesa muda a sede europeia para Lisboa?
Outros 25 de Abril
https://www.publico.pt/2019/04/27/politica/opiniao/25-abril-1870603

quinta-feira, 25 de abril de 2019

COMEMORAÇÃO/EFEMÉRIDE/RECORDAÇÃO: 25 de Abril

AQUI. Para quem pensar que já sabe toda ou quase toda a história, tenha a "maçada" de clicar AQUIAQUI, AQUI e AQUI.


Comemorações do dia 25 de Abril de 2019, no seu 45º aniversário AQUI pela RR.


"Com a Assembleia da República engalanada e inundada de cravos. O ambiente era mesmo de festa, ao ponto de terem passado pelos corredores da AR mais de cinco mil cidadãos para ali celebrarem o 25 de Abril. Pode ver aqui uma fotogaleria das comemorações no Parlamento. Nas ruas também se festejou, como mostra esta outra fotogaleria da manifestação da Avenida da Liberdade, em Lisboa, ou ainda esta, onde se vê como nem a forte chuva e o frio calaram os gritos de liberdade no Porto. Já agora, veja como, na Invicta, há 45 anos, Abril foi festejado em Maio. Abril também esteve em Vigo. Veja e emocione-se, aqui, com o modo como foi cantada, na íntegra e bem, “Grândola Vila Morena”, no encerramento de um comício da Unidos Podemos com a presença de PabloIglesias."
Valdemar Cruz in Expresso Curto de 26/04/2019    

                                                                              



terça-feira, 23 de abril de 2019

EFEMÉRIDE/COMEMORAÇÃO/RECORDAÇÃO: Conta-me como foi...












... em 1969 - dirão uns.
AQUI, AQUIAQUI e só mais um ... AQUI, se se quiser e não bastar - responderão todos nós que a vivenciámos em Coimbra e no Porto. Já lá vão 50 anos de nostalgia que, com emoção, comoção e coração, recordo e faço recordar. Antes que ela desapareça no fundo da gaveta da(s) memória(s).




 

 

domingo, 21 de abril de 2019

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7. Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8. Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.

Então:
SOLENIDADE DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR - Ano C
Tema do Domingo de Páscoa
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.
EVANGELHO Jo 20,1-9
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

AMBIENTE
Na primeira parte do Quarto Evangelho (cf. Jo 4,1-19,42), João descreve a actividade criadora e vivificadora do Messias (o último passo dessa actividade destinada a fazer surgir o homem novo é, precisamente, a morte na cruz: aí, Jesus apresenta a última e definitiva li&cc
edil;ão – a lição do amor total, que não guarda nada para Si, mas faz da sua vida um dom radical); na segunda parte (cf. Jo 20,1-31), João apresenta o resultado da acção de Jesus: a comunidade de Homens Novos, recriados e vivificados por Jesus, que com Ele aprenderam a amar com radicalidade. Trata-se dessa comunidade de homens e mulheres que se converteram e aderiram a Jesus e que, em cada dia – mesmo diante do sepulcro vazio – são convidados a manifestar a sua fé n’Ele.
MENSAGEM
O texto começa com uma indicação aparentemente cronológica, mas que deve ser entendida sobretudo em chave teológica: “no primeiro dia da semana”. Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova comunidade que nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias; essa nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte triunfou e procura Jesus no sepulcro: é uma comunidade desorientada, desamparada, que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu; mas, diante do sepulcro vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus está vivo.
Para ilustrar esta dupla realidade, são-nos apresentadas duas figuras de discípulo que correm ao túmulo, mostrando a sua adesão a Jesus e o seu interesse pela notícia do túmulo vazio: Simão Pedro e um “outro discípulo”, que parece poder identificar-se com esse “discípulo amado” apresentado no Quarto Evangelho. João coloca estas duas figuras lado a lado em várias circunstâncias (na última ceia, é o discípulo amado que percebe quem está do lado de Jesus e quem O vai trair – cf. Jo 13,23-25; na paixão, é ele que consegue estar perto de Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro o trai – cf. Jo 18,15-18.25-27; é ele que está junto da cruz quando Jesus morre – cf. Jo 19,25-27; é ele quem reconhece Jesus ressuscitado nesse vulto que aparece aos discípulos no lago de Tiberíades – cf. Jo 21,7). Nas outras vezes, o “discípulo amado” levou vantagem sobre Pedro. Aqui, isso irá acontecer outra vez: o “outro discípulo” correu mais e chegou ao túmulo primeiro que Pedro (o facto de se dizer que ele não entrou logo, pode querer significar a sua deferência e o seu amor, que resultam da sua sintonia com Jesus); e, depois de ver, “acreditou” (o mesmo não se diz de Pedro).
Provavelmente, o autor do Quarto Evangelho quis descrever, através destas figuras, o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade cristã. Em geral, Pedro representa, nos evangelhos, o discípulo obstinado, para quem a morte significa fracasso e que se recusa a aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz (Jo 13,6-8.36-38; 18,16.17.18.25-27; cf. Mc 8,32-33; Mt 16,22-23); ao contrário, o “outro discípulo” é o discípulo amado”, que está sempre próximo de Jesus, que faz a experiência do amor de Jesus; por isso, corre ao seu encontro de forma mais decidida e “percebe” – porque só quem ama muito percebe certas coisas que passam despercebidas aos outros – que a morte não pôs fim à vida. Esse “outro discípulo” é, portanto, a imagem do discípulo ideal, que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro com um total empenho, que compreende os sinais e que descobre (porque o amor leva à descoberta) que Jesus está vivo. Ele é o paradigma do “homem novo”, do homem recriado por Jesus.

ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode partir das seguintes coordenadas:
• A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a entrega da vida só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor radical, da doação de si, não pode resultar vida plena. É verdade que é esta a perspectiva da cultura dominante. Como me situo face a isto?
• A ressurreição de Jesus prova precisamente que a vida plena, a vida total, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade e das nossas capacidades passam pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direcção que conduzo a caminhada da minha vida?
• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositado na realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira da morte física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.
A figura de Pedro pode também representar, aqui, essa velha prudência dos responsáveis institucionais da Igreja, que os impede de ir à frente da caminhada do Povo de Deus, de arriscar, de aceitar os desafios, de aderir ao novo, ao desconcertante. O Evangelho de hoje sugere que é precisamente aí que, tantas vezes, se revela o mistério de Deus e se encontram ecos de ressurreição e de vida nova.


e/ou no vídeo AQUI.


Dia da Ressurreição, dia da nossa alegria!
«Eis o dia que fez o Senhor; nele exultemos e rejubilemos!» (Sl 117,24). Porquê? Porque o sol recuperou o seu fulgor e tudo se ilumina; porque o véu do Templo já não está rasgado: a Igreja foi revelada; porque já não temos na mão os ramos de palmeira, mas rodeamos os novos batizados.
«Eis o dia que fez o Senhor!» [...] Eis o dia em sentido próprio, o dia triunfal, o dia dedicado a festejar a ressurreição, o dia em que nos revestimos de graça, o dia em que partilhamos o Cordeiro espiritual, [...] o dia em que se realiza o plano da Providência em favor dos pobres. «Exultemos e rejubilemos neste dia!» [...]
Eis o dia em que Adão foi devolvido à liberdade, em que Eva foi libertada da sua pena, em que a morte selvagem estremeceu, em que o poder das pedras se quebrou, em que os ferrolhos dos túmulos foram arrancados [...], em que as leis imutáveis dos poderes infernais foram anuladas, em que os céus se abriram e Cristo, Nosso Senhor, ressuscitou. Eis o dia em que, para bem dos homens, a planta verdejante e fértil da ressurreição multiplicou os seus rebentos em todo o universo como num jardim, em que os lírios dos novos batizados desabrocharam, em que a multidão dos crentes rejubila, em que as coroas dos mártires reverdejam. «Eis o dia que fez o Senhor; nele exultemos e rejubilemos!»
Homilia atribuída a São João Crisóstomo (c. 345-407)presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
SC 187,321
Esta é a notícia
A maior verdade que és chamado a acreditar é esta: a ressurreição de Jesus. É a maior, a mais delirante, a mais incrível das pretensões cristãs. Esta é a notícia que o teu coração esperava como nenhuma outra, mas na qual nem sequer ousavas pensar. Este é o dia, o primeiro dia da tua re-criação em Cristo. Para saber mais clicar AQUI.
Um silêncio tão grande
Com a sua vida e a sua morte, Jesus desce para abraçar todos os silêncios, mesmo aqueles abissais, mesmo aqueles mais distantes, e dessa forma redisse a vida como possibilidade de salvação. Ele abraçou o silêncio dos nossos becos sem saída, daquilo que em nós, ou de nós, é omitido; o silêncio em que as nossas forças desmoronam e nos deixam à mercê do medo e da sombra que nos assediam; esse impreciso e íntimo silêncio que a nós parece, tantas vezes: o silêncio desta inquieta indefinição que somos nós, entre o já e o ainda não. Para saber mais clicar AQUI.
Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Situada no tempo
Para habitação da eternidade   
  
Aqui procuramos pensar reconhecer
Sem máscara ilusão ou disfarce
E procuramos manter nosso espírito atento
Liso como a página em branco   

Aqui para além da morte da lacuna da perca e do desastre
Celebramos a Páscoa 

Aqui celebramos a claridade
Porque Deus nos criou para a alegria

 Sophia de Mello Breyner Andresen     

sábado, 20 de abril de 2019

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.






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