"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























terça-feira, 28 de outubro de 2014

LEITURA: "Francisco, o argentino"

«Nunca estive muito perto da Igreja; não sei se ele tinha conhecimento de que eu não era crente, mas devo confessar-lhe que foi o contacto com ele que acabou por fazer com que o fosse, não tenho dúvidas. Para mim, o seu catecismo é fundamental. Dá-nos uma visão completamente diferente da Igreja. É um pastor com um calor humano incrível, de tal maneira tem as ideias claras. Quando penso nele, recordo sobretudo a sua voz – “Bom dia, Silvia, é o padre Bergoglio” – uma voz muito baixa, muito calorosa, cheia de inteligência…»
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domingo, 26 de outubro de 2014

PALAVRAdeDOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

Considerando, por exemplo:
1. «Que qualidade de anúncio da Palavra de Deus têm as homilias, que constituem o quadro mais básico, mas também o mais amplo da formação dos cristãos, da ideia que fazem de Deus, do modo como entendem as questões da fé, da maneira como veem o seu existir crente no mundo? Que importância estrutural, em termos de percepção de uma identidade vocacional, dão os nossos futuros ministros ordenados, a uma formação exigente em termos teológico-culturais que os capacite para serem autênticos mediadores da Palavra de Deus no serviço que a Igreja os chama a prestar?» - Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura;
2. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
Então:
Tema do
A liturgia do 30º domingo Comum diz-nos, de forma clara e inquestionável, que o amor está no centro da experiência cristã. O que Deus pede – ou antes, o que Deus exige – a cada crente é que deixe o seu coração ser submergido pelo amor.
O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a revelação de Deus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.
A primeira leitura garante-nos que Deus não aceita a perpetuação de situações intoleráveis de injustiça, de arbitrariedade, de opressão, de desrespeito pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres e dos mais débeis. A título de exemplo, a leitura fala da situação dos estrangeiros, dos órfãos, das viúvas e dos pobres vítimas da especulação dos usurários: qualquer injustiça ou arbitrariedade praticada contra um irmão mais pobre ou mais débil é um crime grave contra Deus, que nos afasta da comunhão com Deus e nos coloca fora da órbita da Aliança.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã (da cidade grega de Tessalónica) que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor e do dom da vida; e esse percurso – cumprido na alegria e na dor – tornou-se semente de fé e de amor, que deu frutos em outras comunidades cristãs do mundo grego. Dessa experiência comum, nasceu uma imensa família de irmãos, unida à volta do Evangelho e espalhada por todo o mundo grego.
EVANGELHOMt 22,34-40
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus,
reuniram-se em grupo,
e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?».
Jesus respondeu:
«‘Amarás o Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com todo o teu espírito’.
Este é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo, porém, é semelhante a este:
‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Nestes dois mandamentos se resumem
toda a Lei e os Profetas».
AMBIENTE
O Evangelho deste domingo leva-nos, outra vez, a Jerusalém, ao encontro dos últimos dias de Jesus. Os líderes judaicos já fizeram a sua escolha e têm ideias definidas acerca da proposta de Jesus: é uma proposta que não vem de Deus e que deve ser rejeitada… Jesus, por sua vez, deve ser denunciado, julgado e condenado de forma exemplar. Para conseguir concretizar esse objectivo, os responsáveis judaicos procuram argumentos de acusação contra Jesus.
É neste ambiente que Mateus situa três controvérsias entre Jesus e os fariseus. Essas controvérsias apresentam-se como armadilhas bem organizadas e montadas, destinadas a surpreender afirmações polémicas de Jesus, capazes de ser usadas em tribunal para conseguir a sua condenação. Depois da controvérsia sobre o tributo a César (cf. Mt 22,15-22) e da controvérsia sobre a ressurreição dos mortos (cf. Mt 22,23-33), chega a controvérsia sobre o maior mandamento da Lei (cf. Mt 22,34-40). É esta última que o Evangelho de hoje nos apresenta… Ao perguntar a Jesus qual é o maior mandamento da Lei, os fariseus procuram demonstrar que Jesus não sabe interpretar a Lei e que, portanto, não é digno de crédito.
A questão do maior mandamento da Lei não era uma questão pacífica e era, no tempo de Jesus, objecto de debates intermináveis entre os fariseus e os doutores da Lei. A preocupação em actualizar a Lei, de forma a que ela respondesse a todas as questões que a vida do dia a dia punha, tinha levado os doutores da Lei a deduzir um conjunto de 613 preceitos, dos quais 365 eram proibições e 248 acções a pôr em prática. Esta “multiplicação” dos preceitos legais lançava, evidentemente, a questão das prioridades: todos os preceitos têm a mesma importância, ou há algum que é mais importante do que os outros?
É esta a questão que é posta a Jesus.
MENSAGEM
A resposta de Jesus, no entanto, supera o horizonte estreito da pergunta e vai muito mais além, situando-se ao nível das opções profundas que o homem deve fazer… O importante, na perspectiva de Jesus, não é definir qual o mandamento mais importante, mas encontrar a raiz de todos os mandamentos. E, na perspectiva de Jesus, essa raiz gira à volta de duas coordenadas: o amor a Deus e o amor ao próximo. A Lei e os Profetas são apenas comentários a estes dois mandamentos.
Os cristãos de Mateus usavam a expressão “a Lei e os Profetas” para se referirem aos livros inspirados do Antigo Testamento, que apresentavam a revelação de Deus (cf. Mt 5,17; 7,12). Dizer, portanto, que “nestes dois mandamentos se resumem a Lei e os Profetas” (vers. 40), significa que eles encerram toda a revelação de Deus, que eles contêm a totalidade da proposta de Deus para os homens.
A originalidade deste sumário evangélico da Lei não está nas ideias de amor a Deus a ao próximo, que são bem conhecidas do Antigo Testamento: Jesus limita-Se a citar Dt 6,5 (no que diz respeito ao amor a Deus) e Lv 19,18 (no que diz respeito ao amor ao próximo)… A originalidade deste ensinamento está, por um lado, no facto de Jesus os aproximar um do outro, pondo-os em perfeito paralelo e, por outro, no facto de Jesus simplificar e concentrar toda a revelação de Deus nestes dois mandamentos.
Portanto, o compromisso religioso (que é proposto aos crentes, quer do Antigo, quer do Novo Testamento) resume-se no amor a Deus e no amor ao próximo. Na perspectiva de Jesus, que é que isto quer dizer?
De acordo com os relatos evangélicos, Jesus nunca se preocupou excessivamente com o cumprimento dos rituais litúrgicos que a religião judaica propunha, nem viveu obcecado com o oferecimento de dons materiais a Deus. A grande preocupação de Jesus foi, em contrapartida, discernir a vontade do Pai e a cumpri-la com fidelidade e amor. “Amar a Deus” é pois, na perspectiva de Jesus, estar atento aos projectos do Pai e procurar concretizar, na vida do dia a dia, os seus planos. Ora, na vida de Jesus, o cumprimento da vontade do Pai passa por fazer da vida uma entrega de amor aos irmãos, se necessário até ao dom total de si mesmo.
Assim, na perspectiva de Jesus, “amor a Deus” e “amor aos irmãos” estão intimamente associados. Não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. “Amar a Deus” é cumprir o seu projecto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço, no dom da vida aos irmãos.Como é que deve ser esse “amor aos irmãos”? Este texto só explica que é preciso “amar o próximo como a si mesmo”. As palavras “como a si mesmo” não significam qualquer espécie de condicionalismo, mas que é preciso amar totalmente, de todo o coração.
Noutros textos mateanos, Jesus explica aos seus discípulos que é preciso amar os inimigos e orar pelos perseguidores (cf. Mt 5,43-48). Trata-se, portanto, de um amor sem limites, sem medida e que não distingue entre bons e maus, amigos e inimigos. Aliás, Lucas, ao contar este mesmo episódio que o Evangelho de hoje nos apresenta, acrescenta-lhe a história do “bom samaritano”, explicando que esse “amor aos irmãos” pedido por Jesus é incondicional e deve atingir todo o irmão que encontrarmos nos caminhos da vida, mesmo que ele seja um estrangeiro ou inimigo (cf. Lc 10,25-37).
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão e partilha, considerar os seguintes pontos:
• Mais de dois mil anos de cristianismo criaram uma pesada herança de mandamentos, de leis, de preceitos, de proibições, de exigências, de opiniões, de pecados e de virtudes, que arrastamos pesadamente pela história. Algures durante o caminho, deixámos que o inevitável pó dos séculos cobrisse o essencial e o acessório; depois, misturámos tudo, arrumámos tudo sem grande rigor de organização e de catalogação e perdemos a noção do que é verdadeiramente importante. Hoje, gastamos tempo e energias a discutir certas questões que são importantes (o casamento dos padres, o sacerdócio das mulheres, o uso dos meios anticonceptivos, as questões acerca do que é ou não litúrgico, aos problemas do poder e da autoridade, os pormenores legais da organização eclesial…) mas continuamos a ter dificuldade em discernir o essencial da proposta de Jesus. O Evangelho deste domingo põe as coisas de forma totalmente clara: o essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Nisto se resume toda a revelação de Deus e a sua proposta de vida plena e definitiva para os homens. Precisamos de rever tudo, de forma a que o lixo acumulado não nos impeça de compreender, de viver, de anunciar e de testemunhar o cerne da proposta de Jesus.
O que é “amar a Deus”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor a Deus passa, antes de mais, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total aos seus projectos – para mim próprio, para a Igreja, para a minha comunidade e para o mundo. Esforço-me, verdadeiramente, por tentar escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando reflectir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia? Tenho o coração aberto às suas propostas, ou fecho-me no meu egoísmo, nos meus preconceitos e na minha auto-suficiência, procurando construir uma vida à margem de Deus ou contra Deus? Procuro ser, em nome de Deus e dos seus planos, uma testemunha profética que interpela o mundo, ou instalo-me no meu cantinho cómodo e renuncio ao compromisso com Deus e com o Reino?
O que é “amar os irmãos”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem me cruzo pelos caminhos da vida (seja ele branco ou negro, rico ou pobre, nacional ou estrangeiro, amigo ou inimigo), por sentir-me solidário com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do meu próximo, por fazer da minha vida um dom total a todos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida… Na realidade, a minha vida é posta ao serviço dos meus irmãos, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social? Os pobres, os necessitados, os marginalizados, os que alguma vez me magoaram e ofenderam, encontram em mim um irmão que os ama, sem condições?
Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=327

sábado, 25 de outubro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
 
O orçamento para 2015 ponto por ponto
http://visao.sapo.pt/o-orcamento-para-2015-ponto-por-ponto=f798414
A mensagem de despedida de um doente de Alzheimer
Ricardo Salgado e a semiótica da sopeira
Aprenda a proteger o seu sistema imunitário
Sete Mitos/Mentiras sobre os portugueses
Atenção: o ar está cheio de propaganda
Vivem com um dólar por dia mas têm nome. E rosto
Berlim e Paris cozinham a UE
Patologias do poder
Impostos Já percebeu como fica o seu bolso para o ano? Perca um minuto
Saúde "Este documento pode um dia salvar-lhe a vida"
http://www.noticiasaominuto.com/pais/295516/este-documento-pode-um-dia-salvar-lhe-a-vida?utm_source=vision&utm_medium=email&utm_campaign=afternoon
O sexo e a idade
Um cético confessa-se
A incompetência do incompetente
Quem governa
Sínodo em família
Igreja, sexo e família
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4200585&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco&page=-1
Sabia que ser corrupto é como ter mau hálito? É o Papa que o diz
Um fracasso monumental e trágico
Estudos Aprenda enquanto dorme. Sim, é possível
"Fisco não faz o mesmo cálculo quando o prédio desvaloriza"

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

quem conhece ESSES DESCONHECIDOS (38): Beato Carlos de Áustria, imperador,

...que merecem ser conhecidos - vida&obra - e eu mais em conhecê-las e dar a conhecer. Aqui:

Carlos de Áustria nasceu a 17 de Agosto de 1887 no Castelo de Persenbeug na região da Áustria Inferior. Os seus pais eram o Arquiduque Otto e a Princesa Maria Josefina de Saxónia, filha do último Rei de Saxónia. O Imperador Francisco José I era o tio-avô de Carlos.
Carlos recebeu uma educação expressamente católica e até ao fim da adolescência é acompanhado com a oração de um grupo de pessoas, uma vez que uma religiosa estigmatizada lhe tinha profetizado grandes sofrimentos e ataques contra ele. Daqui teria origem, depois da morte de Carlos, a «Liga de oração do imperador Carlos para a paz dos povos», que em 1963 se torna numa comunidade de oração reconhecida pela Igreja.
Bem cedo cresceu em Carlos um grande amor pela Santa Eucaristia e pelo Coração de Jesus. Todas as decisões importantes eram procuradas por ele na oração.
A 21 de Outubro de 1911 esposou a Princesa Zita de Borbone-Parma. Nos dez anos de vida matrimonial feliz e exemplar, o casal recebeu o dom de oito filhos. Sobre o leito da morte, Carlos dizia ainda a Zita: «Amo-te sem limites!».
A 28 de Junho de 1914, após o assassínio num atentado do Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono, Carlos torna-se herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro.
Enquanto alastrava a I Guerra Mundial, com a morte do Imperador Francisco José, a 21 de Novembro de 1926, Carlos torna-se Imperador da Áustria. A 30 de Dezembro é coroado Rei apostólico da Hungria.
Também esta tarefa é vista por Carlos como uma via para seguir Cristo: no amor pelos povos a ele confiados, no empenho pelo seu bem e no dom da sua vida por eles.
O dever mais sagrado de um Rei - o empenho pela paz - foi colocado por Carlos no centro das suas preocupações no decorrer da terrível guerra. Único entre todos os responsáveis políticos, apoiou os esforços para a paz de Bento XV.
No que diz respeito à política interna, mesmo nos tempos extremamente difíceis encetou uma ampla e exemplar legislação social, inspirada no ensinamento social cristão.
O seu comportamento tornou possível no final do conflito, uma transição para uma nova ordem sem guerra civil. Todavia foi banido da sua pátria.
Por desejo do Papa, que temia a implementação do poder comunista na Europa Central, Carlos procurou restabelecer a sua autoridade de governo na Hungria. Mas duas tentativas falharam, uma vez que ele queria em todo o caso evitar que se desencadeasse uma guerra civil.
Carlos é mandado em exílio para a ilha da Madeira. Uma vez que ele considerava a sua tarefa como um mandato de Deus, não pode abdicar do seu cargo.
Reduzido à pobreza, viveu com a sua família numa casa bastante húmida. Por isso adoeceu gravemente, aceitando a doença como sacrifício pela paz e a unidade dos seus povos.
Carlos suportou o seu sofrimento sem lamentações, perdoando a todos aqueles que tinham magoado e ofendido e morreu no dia 1 de Abril de 1922 com o olhar dirigido ao Santíssimo Sacramento. Como recordou ainda no leito da morte, o lema da sua vida foi: «Todo o meu empenho é sempre, em todas as coisas, conhecer o mais claramente possível e seguir a vontade de Deus, e isto da forma perfeita».
 


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

LEITURA: Etty Hillesum, um itinerário espiritual

Mesmo no sofrimento é possível ir buscar forças… Temos de escolher: pensar em nós próprios sem nos preocuparmos com os outros, ou distanciarmo-nos das nossas preferências pessoais e entregarmo-nos. E para mim, este dom de si não é uma resignação, um abandono à morte. É um suster a esperança, onde me for possível estar e onde Deus me colocou...nós temos o direito de sofrer, mas não de sucumbir ao sofrimento...
Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/etty_hillesum_um_itinerario_espiritual.html




domingo, 19 de outubro de 2014

PALAVRAdeDOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

Considerando, por exemplo:
1. «Que qualidade de anúncio da Palavra de Deus têm as homilias, que constituem o quadro mais básico, mas também o mais amplo da formação dos cristãos, da ideia que fazem de Deus, do modo como entendem as questões da fé, da maneira como veem o seu existir crente no mundo? Que importância estrutural, em termos de percepção de uma identidade vocacional, dão os nossos futuros ministros ordenados, a uma formação exigente em termos teológico-culturais que os capacite para serem autênticos mediadores da Palavra de Deus no serviço que a Igreja os chama a prestar?» - Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura;
2. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
Então:
Tema do 29º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum convida-nos a reflectir acerca da forma como devemos equacionar a relação entre as realidades de Deus e as realidades do mundo. Diz-nos que Deus é a nossa prioridade e que é a Ele que devemos subordinar toda a nossa existência; mas avisa-nos também que Deus nos convoca a um compromisso efectivo com a construção do mundo.
O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
A primeira leitura sugere que Deus é o verdadeiro Senhor da história e que é Ele quem conduz a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. Os homens que actuam e intervêm na história são apenas os instrumentos de que Deus se serve para concretizar os seus projectos de salvação.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do seu caminho e que, apesar das dificuldades, se comprometeu de forma corajosa com os valores e os esquemas de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no meio do mundo, vive ancorada numa fé activa, numa caridade esforçada e numa esperança inabalável.
EVANGELHOMt 22,15-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
os fariseus reuniram-se para deliberar
sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse.
Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos,
juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe:
«Mestre, sabemos que és sincero
e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus,
sem Te deixares influenciar por ninguém,
pois não fazes acepção de pessoas.
Diz-nos o teu parecer:
É lícito ou não pagar tributo a César?».
Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu:
«Porque Me tentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo».
Eles apresentaram-Lhe um denário,
e Jesus perguntou:
«De quem é esta imagem e esta inscrição?».
Eles responderam: «De César».
Disse-lhes Jesus:
«Então, daí a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus».
AMBIENTE
O nosso texto situa-nos em Jerusalém, o local onde vai desenrolar-se o confronto final entre Jesus e o judaísmo. De um lado estão os dirigentes judeus: instalados nas suas certezas e preconceitos, recusam-se terminantemente a acolher a proposta do Reino. Do outro lado está Jesus: Ele procura que os dirigentes do seu Povo tomem consciência de que, ao recusar o Reino, estão a recusar a oferta de salvação que Deus lhes faz.
Para ilustrar a situação, Jesus conta-lhes três parábolas (que lemos e meditámos nos últimos três domingos). Na primeira, identifica-os com o filho que disse “sim” ao seu pai, mas que não foi trabalhar no campo (cf. Mt 21,28-32); na segunda, equipara-os aos vinhateiros maus que tiveram a ousadia de matar o filho (cf. Mt 21,33-46); na terceira, compara-os com os convidados para o banquete que rejeitaram o convite (cf. Mt 22,1-14). Irritados com a ousadia de Jesus e questionados pelas suas comparações, os líderes judaicos procuram ansiosamente um pretexto para o acusar.
É neste contexto que Mateus nos vai apresentar três controvérsias entre Jesus e os fariseus (cf. Mt 22,15-22.23-33.34-40). Em qualquer caso, o objectivo é surpreender afirmações controversas e encontrar argumentos para apresentar em tribunal contra Jesus.
A primeira questão que os fariseus, aliados com os partidários de Herodes Antipas, põem a Jesus é muito delicada. Diz respeito à obrigação de pagar os tributos ao imperador de Roma…
Além dos impostos indirectos (portagens, direitos alfandegários, taxas várias), as províncias romanas pagavam ao Império o tributo, que era uma quantia estipulada por Roma e que todos os habitantes do Império (com excepção das crianças e dos velhos) deviam pagar. Era considerado um sinal infamante da sujeição a Roma. A questão que põem a Jesus é, portanto, esta: é lícito pactuar com esse sistema gerador de escravidão e de injustiça?
Os partidários de Herodes e os saduceus (a alta aristocracia sacerdotal) estavam perfeitamente de acordo com o tributo, pois aceitavam naturalmente a sujeição a Roma. Os movimentos revolucionários, no entanto, estavam frontalmente contra, pois consideravam o imperador um usurpador do poder que só pertencia a Jahwéh e interditavam aos seus partidários o pagamento do dito tributo. Os fariseus, embora não aceitando o tributo, tinham uma posição intermédia e não propunham uma solução violenta para a questão…
De qualquer forma, era uma questão “armadilhada”. Se Jesus se pronunciasse a favor do pagamento do tributo, seria acusado de colaboracionismo e de defender a usurpação pelos romanos do poder que pertencia a Jahwéh; mas se Jesus se pronunciasse contra o pagamento do imposto, seria acusado de revolucionário, inimigo da ordem romana…
Como é que Jesus vai resolver a questão?
MENSAGEM
Confrontado com a questão, Jesus convidou os seus interlocutores a mostrar a moeda do imposto e a reconhecerem a imagem gravada na moeda (a imagem de César). Depois, Jesus concluiu: “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (vers. 21). O que é que esta afirmação significa? Significa uma espécie de repartição equitativa das obrigações do homem entre o poder político e o poder religioso?
Provavelmente, Jesus quis sugerir que o homem não pode nem deve alhear-se das suas obrigações para com a comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o que é de César”.
No entanto, o que é mais importante é que o homem reconheça a Deus como o seu único senhor. As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. O homem, no entanto, não tem inscrita em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus (cf. Gn 1,26-27: “Deus disse: ‘façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança’… Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus”): portanto, o homem pertence somente a Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-l’O como o seu único senhor.
Jesus vai muito além da questão que Lhe puseram… Recusa-Se a entrar num debate de carácter político e coloca a questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento ou do não pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus (ele foi criado por Deus, pertence a Deus e transporta consigo a imagem do seu senhor e seu criador). Jesus não está preocupado, sequer, em afirmar que o homem deve repartir equitativamente as suas obrigações entre o poder político e o poder religioso; mas está, sobretudo, preocupado em deixar claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes questões:
• A questão essencial que o nosso texto aborda é esta: o homem pertence a Deus e deve considerar Deus o seu único senhor e a sua referência fundamental. No entanto, embriagados pelo turbilhão das liberdades e das novas descobertas, os homens do nosso tempo consideraram que eram capazes de descobrir, por si próprios, os caminhos da vida e da felicidade e que podiam prescindir de Deus… Instalaram-se no orgulho e na auto-suficiência e deixaram Deus de fora das suas vidas. É preciso voltarmos a Deus e redescobrirmos a sua centralidade na nossa existência. Deus não atenta contra a nossa identidade e a nossa liberdade. Fomos criados para a comunhão com Deus e só nos sentiremos felizes e realizados quando nos entregarmos confiadamente nas suas mãos e fizermos d’Ele o centro da nossa caminhada.
• Em muitos casos, Deus foi apenas substituído por outros “deuses”: o dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social, o clube de futebol… tomaram o lugar de Deus e passaram a dirigir e a condicionar a vida de tantos dos nossos contemporâneos. Quase sempre, no entanto, essa troca trouxe, apenas, escravidão, alienação, frustração e sentimentos de solidão e de orfandade… Como me sinto face a isto? Há outros deuses a tomarem posse da minha vida, a condicionarem as minhas opções, a dirigirem os meus interesses, a dominarem os meus projectos? Quais são esses deuses? Eles asseguraram-me a felicidade e a plena realização, ou tornam-me cada vez mais escravo e dependente?
• O homem e a mulher foram criados à imagem de Deus. Eles não são, portanto, objectos que podem ser usados, explorados e alienados, mas seres revestidos de uma suprema dignidade, de uma dignidade divina. Apesar da Declaração Universal dos Direitos do Homem e de uma infinidade de organizações e de associações destinadas a proteger e a assegurar os direitos, liberdades e garantias, há milhões de homens, mulheres e crianças que continuam, todos os dias, a ser maltratados, humilhados, explorados, desprezados, diminuídos na sua dignidade. Destruir a imagem de Deus que existe em cada criança, mulher ou homem, é um grave crime contra Deus. Nós, os cristãos, não podemos permitir que tal aconteça. Devemos sentir-nos responsáveis sempre que algum irmão ou irmã, em qualquer canto do mundo, é privado dos seus direitos e da sua dignidade; e temos o dever grave de lutar, de forma objectiva, contra todos os sistemas que, na Igreja ou na sociedade, atentem contra a vida e a dignidade de qualquer pessoa.
• Para o cristão, Deus é a referência fundamental e está sempre em primeiro lugar; mas isso não significa que o cristão viva à margem do mundo e se demita das suas responsabilidades na construção do mundo. O cristão deve ser um cidadão exemplar, que cumpre as suas responsabilidades e que colabora activamente na construção da sociedade humana. Ele respeita as leis e cumpre pontualmente as suas obrigações tributárias, com coerência e lealdade. Não foge aos impostos, não aceita esquemas de corrupção, não infringe as regras legalmente definidas. Vive de olhos postos em Deus; mas não se escusa a lutar por um mundo melhor e por uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Como é que eu me situo face ao poder político e às instituições civis: com total indiferença, com sujeição cega, ou com lealdade crítica? Como é que eu contribuo para a construção da sociedade? À luz de que critérios e de que valores julgo os factos, as decisões, as leis políticas e sociais que regem a comunidade humana em que estou inserido? As minhas opções políticas são coerentes com os critérios do Evangelho e com os valores de Jesus?
Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=326

sábado, 18 de outubro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.

Há meio ano que o Banco de Portugal sabia do buraco do GES
PT é um "exemplo de destruição" da autoria de "gurus da gestão"
A incrível história da descoberta do ébola
A história do professor que ficou colocado em 75 escolas depois de ter desistido do concurso
Rússia promete três vacinas contra o ébola dentro de seis meses
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Frei Bento Domingues Igreja não pode "olhar para a relação sexual como um pecado
Paulo Rangel entre eurodeputados que mais ganham 'por fora'
Filhos tiranos, pais mártires
"A Justiça está numa tempestade perfeita"
Cavaco contraria Passos e Maria Luís
Quem são os portugueses que veem a Casa dos Segredos (pois, pois. É por estas e por outras que estamos como estamos... e pagando uns pelos outros))
Cientistas descobrem como ligar e desligar hormona do amor
Cães mantêm dona viva durante dois dias até chegar ajuda
Os chineses absorveram 40% das privatizações em Portugal
Só no último ano, o país viu 'nascer' 10 mil milionários
A longa história de uma mentira
Quanto mais tempo?
Quase metade das medidas de austeridade ainda incidem na receita
BE apresenta proposta para reestruturação da dívida
Principais medidas do Orçamento do Estado 2015
A nova velha austeridade
"Primeiro paga-se, depois logo se vê"
BES Banco de Portugal cedeu a pedidos de Salgado
A pintura e a moldura
A vitória subtil de Francisco
Vou ter filhos e meter os avós lá em casa. E não usar sacos de plástico nem carros a diesel
http://expresso.sapo.pt/vou-ter-filhos-e-meter-os-avos-la-em-casa-e-nao-usar-sacos-de-plastico-nem-carros-a-diesel=f894303#ixzz3GR7xyK1






quarta-feira, 15 de outubro de 2014

ESPIRITUALIDADE: Os anjos e o cristianismo

Em Lucas, no chamado «Evangelho dos perdidos», constituído pelas parábolas da misericórdia do capítulo 15, se refere a solicitude dos anjos para descrever como o inteiro céu conspira e festeja o reencontro dos que se haviam perdido.
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«Eu, hoje, farei uma pergunta: como é a relação com o meu anjo da guarda? Escuto-o? Digo-lhe “bom dia”, de manhã? Digo-lhe: «Guarda-me durante o sono”? Falo com ele? Peço-lhe conselho?»

terça-feira, 14 de outubro de 2014

LEITURA: "Do outro lado da rua" - 25 anos, 25 vidas

Carlos reconhece que os traços e defeitos de personalidade não podem ser apagados mas sim modificados, o que para si foi importante em matéria de orgulho e humildade. «Hoje sou um homem novo e um pai diferente. Esta casa acolheu-me, aprendi a aceitar e a lidar com o problema que tinha e outros que desconhecia. Deu-me as ferramentas necessárias para gerir as dificuldades que me acompanharão no resto da vida, porque o problema está cá. Esta instituição aceitou-me com a roupa que tinha em cima do corpo, deu-me comida, dormida, a atenção que eu precisava em todos os aspetos – psicológico, psiquiátrico e clínico –, os valores humanos que outrora eu tinha perdido. Só ao fim de nove meses a Comunidade começou a receber a comparticipação para me tratar. E como eu sei que é difícil manter uma cama ocupada sem ajudas!»
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CINEMA: "Stop the Pounding Heart"

Tanto Viola como Minervini criam a partir de um substrato crente, de uma tradição de longos séculos e das figuras proeminentes dessa história. Um inspira-se nas grandes figuras da pintura renascimental e da mística medieval (veja-se, por exemplo, Emergence – The Passions baseado na Pietà do pintor florentino Masolino, 1424, onde Viola refigura a Ressurreição de Cristo); o outro inspira-se na Escritura eloquente, para a colocar como fundamento da existência humana. Duas hermenêuticas conjuntivas, uma fundada sobre o liber Corporis, outra sobre o liber Scripturae. Dois modos contemporâneos para falar de e a Deus, de meditar e orar, bem no centro da alta cultura europeia. Bill Viola no Grand Palais de Paris e Stop the Pounding Heart no Festival de Cinema de Cannes!
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domingo, 12 de outubro de 2014

PALAVRAdeDOMINGO: contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la!

Considerando, por exemplo:
1. «Que qualidade de anúncio da Palavra de Deus têm as homilias, que constituem o quadro mais básico, mas também o mais amplo da formação dos cristãos, da ideia que fazem de Deus, do modo como entendem as questões da fé, da maneira como veem o seu existir crente no mundo? Que importância estrutural, em termos de percepção de uma identidade vocacional, dão os nossos futuros ministros ordenados, a uma formação exigente em termos teológico-culturais que os capacite para serem autênticos mediadores da Palavra de Deus no serviço que a Igreja os chama a prestar?» - Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura;
2. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
Então:
Tema do 28º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do “banquete” para descrever esse mundo de felicidade, de amor e de alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos.
Na primeira leitura, Isaías anuncia o “banquete” que um dia Deus, na sua própria casa, vai oferecer a todos os Povos. Acolher o convite de Deus e participar nesse “banquete” é aceitar viver em comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total, a vida em abundância.
O Evangelho sugere que é preciso “agarrar” o convite de Deus. Os interesses e as conquistas deste mundo não podem distrair-nos dos desafios de Deus. A opção que fizemos no dia do nosso baptismo não é “conversa fiada”; mas é um compromisso sério, que deve ser vivido de forma coerente.
Na segunda leitura, Paulo apresenta-nos um exemplo concreto de uma comunidade que aceitou o convite do Senhor e vive na dinâmica do Reino: a comunidade cristã de Filipos. É uma comunidade generosa e solidária, verdadeiramente empenhada na vivência do amor e em testemunhar o Evangelho diante de todos os homens. A comunidade de Filipos constitui, verdadeiramente, um exemplo que as comunidades do Reino devem ter presente.
EVANGELHOMt 22,1-14
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
Jesus dirigiu-Se de novo
aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo
e, falando em parábolas, disse-lhes:
«O reino dos Céus pode comparar-se a um rei
que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas,
mas eles não quiseram vir.
Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes:
‘Dizei aos convidados:
Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos,
tudo está pronto. Vinde às bodas’.
Mas eles, sem fazerem caso,
foram um para o seu campo e outro para o seu negócio;
os outros apoderaram-se dos servos,
trataram-nos mal e mataram-nos.
O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos,
que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade.
Disse então aos servos:
‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide às encruzilhadas dos caminhos
e convidai para as bodas todos os que encontrardes’.
Então os servos, saindo pelos caminhos,
reuniram todos os que encontraram, maus e bons.
E a sala do banquete encheu-se de convidados.
O rei, quando entrou para ver os convidados,
viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial.
E disse-lhe:
‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’.
Mas ele ficou calado.
O rei disse então aos servos:
‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores;
aí haverá choro e ranger de dentes’.
Na verdade, muitos são os chamados,
mas poucos os escolhidos».

AMBIENTE
Continuamos em Jerusalém, nos dias que antecedem a Páscoa. Os dirigentes religiosos judeus aumentam a pressão sobre Jesus. Instalados nas suas certezas e seguranças, já decidiram que a proposta de Jesus não vem de Deus; por isso, rejeitam de forma absoluta o Reino que ele anuncia.
O texto que nos é hoje proposto faz parte de um bloco de três parábolas (cf. Mt 21,28-32. 33-43; 22,1-14), destinadas a ilustrar a recusa de Israel em aceitar o projecto que Deus oferece aos homens através de Jesus. Com elas, Jesus convida os seus opositores – os líderes religiosos judaicos – a reconhecerem que se fecharam num esquema de auto-suficiência, de orgulho, de arrogância, de preconceitos, que não os deixa abrir o coração e a vida aos dons de Deus. O nosso texto é a última dessas três parábolas.
A crítica do texto mostra que Mateus juntou aqui duas parábolas diferentes: a parábola dos convidados para o “banquete” (que é comum a Mateus e Lucas, embora as duas versões apresentem diferenças consideráveis – cf. Mt 22,1-10; Lc 14,15-24) e a parábola do convidado que se apresentou sem o traje adequado (que é exclusiva de Mateus – cf. Mt 22,11-14). Originalmente, as duas parábolas teriam ensinamentos diferentes; mas a temática comum do “banquete” aproximou-as e juntou-as.
As nossas duas parábolas situam-nos, portanto, no cenário de um “banquete”. Já dissemos (a propósito da primeira leitura deste domingo) que o “banquete” era, na cultura semita, o lugar do encontro, da comunhão, do estreitamento de laços familiares entre os convivas. Além disso, o “banquete” era também a cerimónia através da qual se confirmava o “status” das pessoas e o seu lugar dentro da escala social. Quem organizava um “banquete” – por exemplo, por ocasião do casamento de um filho – procurava fazer uma selecção cuidada dos convidados: a presença de gente “desclassificada” faria descer consideravelmente, aos olhos de toda a comunidade, o “status” da família; e, por outro lado, a presença à mesa de pessoas importantes realçava a importância e a honra da família.

MENSAGEM
A primeira parábola é a parábola dos convidados para o “banquete” (vers. 1-10). Apresenta-nos um rei que organizou um banquete para celebrar o casamento do seu filho. Convidou várias pessoas, mas os convidados recusaram-se a participar no “banquete”, apresentando as desculpas mais inverosímeis. Mateus chega a dizer (um dado que não aparece no relato de Lucas) que teriam até assassinado os emissários do rei… Trata-se de um quadro gravíssimo: recusar o convite era uma ofensa inqualificável; mas, como se isso não bastasse, esses convidados indignos manifestaram um desprezo inconcebível pelo rei, matando os seus servos. O rei enviou então as suas tropas que castigaram os assassinos (vers. 7. Esta referência não aparece no relato de Lucas… É uma provável interpretação da destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos de Tito, no ano 70. Isso significa que a versão que Mateus nos dá da parábola é posterior a essa data).
O rei resolveu, apesar de tudo, manter a festa e mandou que fossem trazidos para o “banquete” todos aqueles fossem encontrados nas “encruzilhadas dos caminhos”. E esses desclassificados, esse “povo da terra”, que nunca se tinha sentado à mesa de um personagem importante (com tudo o que isso significava em termos de comunhão e de estabelecimento de laços de família e de amizade), celebrou a festa à mesa do rei.
O sentido da parábola é óbvio… Deus é o rei que convidou Israel para o “banquete” do encontro, da comunhão, da chegada dos tempos messiânicos (as bodas do “filho”). Os sacerdotes, os escribas, os doutores da Lei recusaram o convite e preferiram continuar agarrados aos seus esquemas, aos seus preconceitos, aos seus sistemas de auto-salvação. Então, Deus convidou para o “banquete” do Messias esses pecadores e desclassificados que, na perspectiva da teologia oficial, estavam arredados da comunhão com Deus e do Reino.
Esta parábola explicita bem o cenário em que o próprio Jesus se move… Ele aparece, com frequência, a participar em “banquetes” ao lado de gente duvidosa e desclassificada, ao ponto de os seus inimigos o acusarem de “comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e de pecadores” (Mt 11,19; Lc 7,34). Porque é que Jesus participa nesses “banquetes”, correndo o risco de adquirir uma fama tão desagradável? Porque no Antigo Testamento – como vimos na primeira leitura – os tempos messiânicos são descritos com a imagem de um “banquete” que Deus prepara para todos os povos. Ora, Jesus tem consciência de que, com Ele, esses tempos chegaram; e utiliza o cenário do “banquete” para expressar a realidade do Reino (a mesa da festa, do amor, da comunhão com Deus, para a qual todos os homens e mulheres, sem excepção, são convidados). Para Ele, o sentar-se à mesa com os pecadores é uma forma privilegiada de lhes dizer que Deus os acolhe com amor e que quer estabelecer com eles relações de comunhão e de familiaridade, sem excluir ninguém do seu convívio ou da sua comunidade.
Os líderes de Israel, no entanto, sempre reprovaram a Jesus esse contacto com os pecadores e os desclassificados… Para eles, os publicanos e as prostitutas, por exemplo, estavam definitivamente arredadas da comunidade da salvação. Sentá-los à mesa do “banquete” do Reino é algo de inaudito e que os líderes de Israel acham absolutamente inapropriado.
É muito provável que, originalmente, a parábola tivesse servido a Jesus para responder àqueles que o acusavam de ter convidado para o “banquete” do Reino todo o tipo de desclassificados e de pecadores. Jesus deixa claro que, na perspectiva de Deus, a questão não é se tal ou tal pessoa tem o direito de se sentar à mesa do Reino; mas a questão essencial é se se aceita ou não se aceita o convite de Deus. Na verdade, os líderes de Israel recusaram o desafio de Deus, enquanto que os pecadores e desclassificados o acolheram de braços abertos.Mais tarde, a comunidade cristã irá fazer uma releitura um pouco diferente da parábola e utilizá-la para explicar porque é que os pagãos acolheram melhor do que os judeus a Boa Nova do Reino.
A segunda parábola é a parábola do convidado que se apresentou na festa sem o traje nupcial (vers. 11-14). O rei que organizou o “banquete” mandou, então, lançá-lo fora da sala onde se realizava a festa.
A parábola constitui uma advertência àqueles que aceitaram o convite de Deus para a festa do Reino, aderiram à proposta de Jesus e receberam o Baptismo. Mateus escreve no final do século I (anos 80), quando os cristãos já tinham esquecido o entusiasmo inicial e viviam instalados numa fé pouco exigente. Consideravam que já tinham feito uma opção definitiva e que já tinham assegurado a salvação. Mateus diz-lhes: cuidado, porque não chega entrar na sala do “banquete”; é preciso, além disso, vestir um estilo de vida que ponha em prática os ensinamentos de Jesus. Quem foi baptizado e aderiu ao “banquete” do Reino, mas recusou o traje do amor, da partilha, do serviço, da misericórdia, do dom da vida e continua vestido de egoísmo, de arrogância, de orgulho, de injustiça, não pode participar na festa do encontro e da comunhão com Deus. Deus chamou todos os homens e mulheres para participarem no “banquete”; mas só serão admitidos aqueles que responderem ao convite e mudarem completamente a sua vida.

ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes questões:
• No nosso texto, a questão decisiva não é se Deus convida ou se não convida; mas é se se aceita ou se não se aceita o convite de Deus para o “banquete” do Reino. Os convidados que não aceitaram o convite representam aqueles que estão demasiado preocupados a dirigir uma empresa de sucesso, ou a escalar a vida a pulso, ou a conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus próprios esquemas e projectos, ou a explorar o bem estar que o dinheiro lhes conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus. Vivemos obcecados com o imediato, o politicamente correcto, o palpável, o material, e prescindimos dos valores eternos, duradouros, exigentes, que exigem o dom da própria vida. A questão é: onde é que está a verdadeira felicidade? Nos valores do Reino, ou nesses valores efémeros que nos absorvem e nos dominam?
• Os convidados que não aceitaram o convite representam também aqueles que estão instalados na sua auto-suficiência, nas suas certezas, seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as propostas de Deus. Trata-se, muitas vezes, de pessoas sérias e boas, que se empenham seriamente na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais na estruturação dos organismos paroquiais… Mas “nunca se enganam e raramente têm dúvidas”; sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus interesses, desejos e projectos e não se deixam questionar nem interpelar. Os seus corações estão, também, fechados à novidade de Deus.
Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a acolher os desafios de Deus.
• A parábola do homem que não vestiu o traje apropriado convida-nos a considerar que a salvação não é uma conquista, feita de uma vez por todas, mas um sim a Deus sempre renovado, e que implica um compromisso real, sério e exigente com os valores de Deus. Implica uma opção coerente, contínua, diária com a opção que eu fiz no Baptismo… Não é um compromisso de “meias tintas”, de tentativas falhadas, de “tanto se me dá como se me deu”; mas é um compromisso sério e coerente com essa vida nova que Jesus me apresentou.

sábado, 11 de outubro de 2014

(in)PRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Fotogaleria O que faziam os atuais líderes mundiais aos 20 anos?
AIS: "Missionários somos todos nós"
Olá, cá está ele
Santo puxão de orelhas:
Papa avisa que Sínodo dos Bispos não é para discutir “ideias bonitas”
http://pagina1.sapo.pt/detalhe.aspx?fid=192&did=164211&number=5964
A taxa de sucesso da cirurgia era de 99,9%. Ficou presa a uma cama
"Temos de falar da possibilidade de um 2º resgate"
Saiba mais sobre o ébola - perguntas e respostas
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4165771&page=-1
"Draghi foi o mais importante que aconteceu aos portugueses"
Há 21 mil milhões de euros em PPP que não são monitorizados
Portugal precisa de 15 anos a crescer a 4% para cortar metade da dívida, alerta economista
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Saiba por que Manuel Cajuda foi rejeitado na seleção
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Sabia que não há 255 medicamentos em farmácias e hospitais?
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Michael Lewis. "Os alemães adoram estar perto da porcaria, mas não se querem sujar"
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Não tem dinheiro para viajar? Então leia isto
O que se decide no Sínodo
Marinho e Pinto não quer falar sobre estes 54 mil euros
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Contribuintes podem pagar eventuais prejuízos no BES, reconhece ministra
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