"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sábado, 30 de abril de 2022

inPRENSA semanal (23-04 a 29-04-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.



Portugal cria alternativa para levar gás à Europa
PCP: ocultar que há um agredido e um agressor
Novo Banco apaga dívida de 160 milhões de Vieira (e vai tornar-se accionista da Benfica SAD)
Rússia quer chegar até à Transnístria. Moldávia acelera adesão à UE
Quanto tempo aguenta a Europa sem gás russo? Rússia diz que “nem uma semana”
Peço desculpa aos comunistas, a culpa foi minha
25 de Abril: 48 anos (de novo) em liberdade
Ao contrário da ditadura, a democracia não esconde os seus problemas
Foram desvendados os “planos de batalha secretos” dos coronavírus
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Da “grande proeza” de Le Pen à desilusão com o povo francês
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Zero defende recolha de resíduos porta a porta mais abrangente e quem não separar, deve pagar
Moldávia, Moldova, Transnístria. O país dividido que pode entrar na guerra entre Rússia e Ucrânia
Guerra pode fazer da Transnístria "uma nova zona de conflito"
Dia 64. "Chocado" com ataque a Kiev, Guterres não desiste da paz. Bruxelas investiga clientes europeus de gás russo

segunda-feira, 25 de abril de 2022

COMEMORAÇÃO/RECORDAÇÃO: 25 de abril

Entre as histórias deste dia AQUI, conta-se a revolução de 25 de Abril de 1974 na RTP AQUI, da Associação 25 de Abril AQUI, na Wikipédia AQUI e por aí afora... AQUI (A voz e os ouvidos do MFA),  AQUI (Avª da Liberdade) e, transcrito do Expresso, "a história definitiva do homem certo no sítio certo no dia certo. Que falava alto, que cantava desafinado, que não se encolhia, que foi maltratado depois de protagonizar História, que enganou enquanto pôde o que a tristeza lhe tirou na infância e na morte – o direito a ter o que é devido. Um herói português. O capitão que quase enganou a tristeza" AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e AQUI

Às 22h55m do dia 24 de Abril de 1974, os Emissores Associados de Lisboa transmitia "E depois do Adeus" AQUIÀS 00h25m do dia 25 de Abril de 1974, a senha, o efectivo sinal de saída dos quartéis era dado pela emissora católica Rádio Renascença fazendo ouvir AQUI, a "Grandola Vila Morena" de Zeca AfonsoForças Armadas cansadas da guerra. Pudera! se o soldadinho não volta do outro lado do mar e, se volta, vem numa caixa de pinho... como AQUI no seu EP em vinil de 1964 (a nº1 do meu Top Musical), tão bem canta Adriano Correia de Oliveira com poema de Reinaldo Ferreira. Posteriormente (1969) José Mário Branco compunha "Ronda do Soldadinho" AQUI.

Interessante é saber o que muito pouca e boa gente sabe e muita e também boa gente não sabe, logo a saber: qual a razão daquelas duas músicas para senha. Transcrevendo da Wikipédia "A razão da escolha de "E Depois do Adeus" é clara: não tendo conteúdo político e sendo uma música em voga na altura, não levantaria suspeitas, podendo a revolução ser cancelada se os líderes do MFA concluíssem que não havia condições efectivas para a sua realização. A posterior radiodifusão, na emissora católica, de uma música claramente política de um autor proscrito daria a certeza aos revoltosos de que já não havia volta atrás, que a revolução era mesmo para arrancar." Para saber mais clicar AQUI e AQUI.

domingo, 24 de abril de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 2º Domingo do Tempo Pascal - Ano C
A liturgia deste domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.
O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura insiste no motivo da centralidade de Jesus como referência fundamental da comunidade cristã: apresenta-O a caminhar lado a lado com a sua Igreja nos caminhos da história e sugere que é n’Ele que a comunidade encontra a força para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus.
A primeira leitura sugere que a comunidade cristã continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus; e quando ela é capaz de o fazer, está a dar testemunho desse Cristo vivo que continua a apresentar uma proposta de redenção para os homens.
EVANGELHOJo 20,19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão na seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos,
que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos
para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,
e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
AMBIENTE
Continuamos na segunda parte do Quarto Evangelho, onde nos é apresentada a comunidade da Nova Aliança. A indicação de que estamos no “primeiro dia da semana” faz, outra vez, referência ao tempo novo, a esse tempo que se segue à morte/ressurreição de Jesus, ao tempo da nova criação.
A comunidade criada a partir da acção de Jesus está reunida no cenáculo, em Jerusalém. Está desamparada e insegura, cercada por um ambiente hostil. O medo vem do facto de não terem, ainda, feito a experiência de Cristo ressuscitado.
MENSAGEM
O texto que nos é proposto divide-se em duas partes bem distintas.
Na primeira parte (cf. Jo 20,19-23), descreve-se uma “aparição” de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir a situação de insegurança e fragilidade que dominava a comunidade (o “anoitecer”, “as portas fechadas”, o “medo”), o autor deste texto apresenta Jesus “no centro” da comunidade (vers. 19b). Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-Se como ponto de referência, factor de unidade, a videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d’Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber a vida.
A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil, Jesus transmite duplamente a paz (vers. 19 e 21: é o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança). Assegura-se, assim, aos discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava: a morte, a opressão, a hostilidade do “mundo”.
Depois (vers. 20a), Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado trespassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama, e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
Em seguida (vers. 22), Jesus “soprou sobre eles”. O verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de Gn 2,7 (quando se diz que Deus soprou sobre o homem de argila, infundindo-lhe a vida de Deus). Com o “sopro” de Gn 2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem – como Jesus – dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade.
As palavras de Jesus à comunidade contêm ainda uma referência à missão (vers. 23). Os discípulos são enviados a prolongar o oferecimento de vida que o Pai apresenta à humanidade em Jesus. Quem aceitar essa proposta de vida, será integrado na comunidade; quem a rejeitar, ficará à margem da comunidade de Jesus.
Na segunda parte (cf. Jo 20,24-29), apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado? João responde: podemos fazer a experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado na comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora) e que não faz caso do testemunho da comunidade nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter uma demonstração particular de Deus.
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê? Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; mas todos os cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.
ACTUALIZAÇÃO
Ter em conta os seguintes desenvolvimentos:
• A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
• A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência de Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo encontra-O em nós?
• Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?
O RESSUSCITADO ESTÁ CONNOSCO! ALELUIA!
Ele estava lá… O Ressuscitado está presente na sua Palavra, no seu Corpo e Sangue, na pessoa do presidente da assembleia… e na própria assembleia. «Jesus veio e colocou-se no meio deles…», diz o Evangelho deste domingo. Na assembleia do domingo, o Ressuscitado manifesta a sua presença. O presidente poderá recordar tudo isso antes da saudação inicial. Aleluia! Temos muitas músicas de Aleluias solenes. Uma sugestão para criar uma unidade durante os cinquenta dias do Tempo Pascal: cantar o mesmo Aleluia até à solenidade do Pentecostes.
BILHETE DE EVANGELHO.
Jesus deixa-Se ver aos seus discípulos, o que os enche de alegria. Envia sobre eles o seu Espírito para que respirem do mesmo sopro e espalhem, por sua vez, o sopro da misericórdia de Deus. Tomé não está lá nessa tarde de Páscoa, o testemunho dos apóstolos não consegue convencê-los; ele quer ver, quer tocar, recusa reconhecer o Ressuscitado num fantasma. Jesus respeita a sua caminhada, e é Ele próprio que lhe propõe para ver e tocar. Tomé, então, proclama o primeiro acto de fé da Igreja: “Meu Senhor e meu Deus!” Ele reconhece não somente Jesus ressuscitado, marcado pelas chagas da Paixão, mas adora-O como seu Deus. Então, Jesus anuncia que não Se apresentará mais à vista dos homens, mas será necessário reconhecê-l’O unicamente com os olhos da fé. E faz desta fé uma bem-aventurança: “felizes os que acreditam sem terem visto!” Também nós, hoje, somos convidados a viver esta bem-aventurança. Oxalá possam as nossas dúvidas e as nossas questões ser, como para Tomé, caminho de fé!
À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus vem e está no meio dos discípulos. Diz-lhes: “A paz esteja convosco!” Podemos compreender a saudação de Jesus como um desejo. Mas podemos também traduzir: “A paz para vós!” Isto é, segundo as próprias palavras de Jesus na tarde de Quinta-Feira Santa: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz!” Estas palavras são, doravante, realizadas, eficazes. Jesus não deseja somente que os seus discípulos estejam em paz. Dá-lhes verdadeiramente a sua paz. Não é a paz que o mundo dá. A paz do mundo é a ausência de guerra e de violência, muitas vezes a paz dos cemitérios! A paz que Jesus dá é a plena realização da vontade criadora do Pai. Deus cria os seres humanos, para que eles sejam “à sua imagem”, isto é, em dependência de amor com Ele. É construindo entre eles relações de amor que os seres humanos permitirão a Deus imprimir nessas mesmas relações a imagem do que é em si mesmo, no mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Enfim, a vontade criadora de Deus é também que os seres humanos “dominem a terra”, que façam do seu próprio corpo e do mundo material o lugar cósmico onde o amor pode espalhar-se e incarnar-se. A paz realiza-se apenas quando se cumpre esta tríplice harmonia: harmonia dos seres humanos na sua relação com Deus, harmonia nas suas relações mútuas, harmonia com o seu corpo e o cosmos. A paz é uma totalidade de luz. É isso que Jesus veio cumprir: reconciliar os homens com Deus, reconciliá-los entre si e, no seu corpo de Ressuscitado, fazer entrar o próprio cosmos nesta luz. A paz acontece, assim, plenamente dada na sua Presença, pela força do Espírito. Resta-nos, apenas, acolhê-la! Ora, o que é obstáculo à paz é a recusa da vontade criadora, a recusa do amor. Eis porque Jesus dá aos Apóstolos o poder de absolver os pecados, isto é, de afastar o obstáculo que impede a “livre circulação do amor”. Acolhendo a presença de Jesus, deixando-o depositar em nós a fonte de toda a reconciliação, para reaprender a amar, permitimos que Ele continue em nós a sua acção de paz.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
 «Se não vir…» Difícil confiança! Acreditar na palavra dos nossos irmãos que testemunham o seu encontro com o Ressuscitado? Não! Não é para mim! Somos muitas vezes irmãos gémeos de Tomé, nas nossas recusas em acreditar… E se decidíssemos ir ao encontro de um irmão, de uma irmã, de um grupo… para partilhar as nossas questões, as nossas convicções, e avançar juntos numa fé alimentada pela Palavra do Ressuscitado? Então aprenderíamos o que quer dizer: «felizes os que acreditam sem terem visto…».
 Fazer crescer a paz… Sem cessar e sem nos cansarmos, devemos trabalhar sempre mais para a construção do Reino. Concretamente, como fazer crescer a paz onde estamos? Talvez seja necessário começar, esta semana, por um pequeno gesto ou uma palavra para com uma pessoa com quem a nossa relação é difícil… Importante é abrir o coração e recomeçar…
FONTEhttps://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=3825

e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

A tripla paz
«Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco"». Disse por três vezes «A paz esteja convosco!», porque foi uma tripla paz que o Senhor restabeleceu: entre Deus e o homem, reconciliando-o com o Pai pelo seu sangue; entre o anjo e o homem, tomando a natureza humana e elevando-Se acima dos coros dos anjos; entre o homem e o homem, unindo em Si mesmo, pedra angular, o povo judeu e o povo gentio. […]
Jesus veio, pois, e pôs-Se no meio (cf Jo 20,19): «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22,27). Ele mantém-Se no centro de cada coração. No centro, porque é dele, como eixo, que todos os raios da graça recaem sobre nós, que nos mantemos na circunferência e andamos à sua volta. «Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco"». Há uma tripla paz: a do tempo, a do coração, a da eternidade. Deves, pois, ter a primeira para com o teu próximo, a segunda para contigo mesmo e assim terás a terceira para com Deus, no Céu. Mantém-te, também tu, no «meio» e terás paz com o teu próximo. Se não te mantiveres no meio, não poderás ter paz. Na circunferência, não há nem paz nem tranquilidade de espírito, mas movimento e instabilidade. Dizem que os elefantes, quando enfrentam um combate, têm um cuidado especial com os feridos: encerram-nos no centro do grupo, juntamente com os mais fracos. Acolhe tu também, no centro da caridade, o teu próximo fraco e ferido.
Assim, o Senhor, depois de lhes ter mostrado as mãos e o lado, disse novamente: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós»: tal como o Pai Me enviou para a Paixão, apesar do amor que Me tem, também Eu, com o mesmo amor, vos envio.
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja, Sermão para o Domingo da Oitava da Páscoa

sábado, 23 de abril de 2022

inPRENSA semanal (16-04 a 22-04-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.



"É em Sábado que vivemos"
Teodora Cardoso considera que período de estagflação “já não é apenas provável, mas certo no imediato”
A guerra na Ucrânia ameaça mergulhar a Europa na estagflação. O que é que isto significa?
Dormir na Tesla, fome e raiva: o “pesadelo interminável” em Shanghai
A maioria da Europa já deixou cair a máscara. Devem as autoridades de saúde portuguesas seguir o exemplo?
Rússia faz novo ultimato à defesa de Mariupol para se render
“São Paulo dá às mulheres os mesmos títulos que dá a si mesmo”, diz bispo de Lamego
Macron: depois dele, o dilúvio?
Covid-19: uso de máscara deixa de ser obrigatório em Portugal, com duas exceções (e a escola não é uma delas)
e
Núncio apostólico à Renascença. Viagem mais longa do Papa a Kiev agora seria de "difícil preparação"
OMS diz que novos casos e mortes caíram na semana passada
Se Le Pen vencer “será o fim da República Francesa”
Zelenskiy lembra 25 de Abril. “Sabem perfeitamente o que estamos a sentir”
Depois de Putin, Guterres deverá ir a Kiev

domingo, 17 de abril de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do Domingo de Páscoa - Ano C
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.
EVANGELHOJo 20,1-9
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
AMBIENTE
Na primeira parte do Quarto Evangelho (cf. Jo 4,1-19,42), João descreve a actividade criadora e vivificadora do Messias (o último passo dessa actividade destinada a fazer surgir o homem novo é, precisamente, a morte na cruz: aí, Jesus apresenta a última e definitiva lição – a lição do amor total, que não guarda nada para Si, mas faz da sua vida um dom radical); na segunda parte (cf. Jo 20,1-31), João apresenta o resultado da acção de Jesus: a comunidade de Homens Novos, recriados e vivificados por Jesus, que com Ele aprenderam a amar com radicalidade. Trata-se dessa comunidade de homens e mulheres que se converteram e aderiram a Jesus e que, em cada dia – mesmo diante do sepulcro vazio – são convidados a manifestar a sua fé n’Ele.
MENSAGEM
O texto começa com uma indicação aparentemente cronológica, mas que deve ser entendida sobretudo em chave teológica: “no primeiro dia da semana”. Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova comunidade que nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias; essa nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte triunfou e procura Jesus no sepulcro: é uma comunidade desorientada, desamparada, que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu; mas, diante do sepulcro vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus está vivo.
Para ilustrar esta dupla realidade, são-nos apresentadas duas figuras de discípulo que correm ao túmulo, mostrando a sua adesão a Jesus e o seu interesse pela notícia do túmulo vazio: Simão Pedro e um “outro discípulo”, que parece poder identificar-se com esse “discípulo amado” apresentado no Quarto Evangelho. João coloca estas duas figuras lado a lado em várias circunstâncias (na última ceia, é o discípulo amado que percebe quem está do lado de Jesus e quem O vai trair – cf. Jo 13,23-25; na paixão, é ele que consegue estar perto de Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro o trai – cf. Jo 18,15-18.25-27; é ele que está junto da cruz quando Jesus morre – cf. Jo 19,25-27; é ele quem reconhece Jesus ressuscitado nesse vulto que aparece aos discípulos no lago de Tiberíades – cf. Jo 21,7). Nas outras vezes, o “discípulo amado” levou vantagem sobre Pedro. Aqui, isso irá acontecer outra vez: o “outro discípulo” correu mais e chegou ao túmulo primeiro que Pedro (o facto de se dizer que ele não entrou logo, pode querer significar a sua deferência e o seu amor, que resultam da sua sintonia com Jesus); e, depois de ver, “acreditou” (o mesmo não se diz de Pedro).
Provavelmente, o autor do Quarto Evangelho quis descrever, através destas figuras, o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade cristã. Em geral, Pedro representa, nos evangelhos, o discípulo obstinado, para quem a morte significa fracasso e que se recusa a aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz (Jo 13,6-8.36-38; 18,16.17.18.25-27; cf. Mc 8,32-33; Mt 16,22-23); ao contrário, o “outro discípulo” é o discípulo amado”, que está sempre próximo de Jesus, que faz a experiência do amor de Jesus; por isso, corre ao seu encontro de forma mais decidida e “percebe” – porque só quem ama muito percebe certas coisas que passam despercebidas aos outros – que a morte não pôs fim à vida. Esse “outro discípulo” é, portanto, a imagem do discípulo ideal, que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro com um total empenho, que compreende os sinais e que descobre (porque o amor leva à descoberta) que Jesus está vivo. Ele é o paradigma do “homem novo”, do homem recriado por Jesus.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode partir das seguintes coordenadas:
• A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a entrega da vida só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor radical, da doação de si, não pode resultar vida plena. É verdade que é esta a perspectiva da cultura dominante. Como me situo face a isto?
• A ressurreição de Jesus prova precisamente que a vida plena, a vida total, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade e das nossas capacidades passam pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direcção que conduzo a caminhada da minha vida?
• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositado na realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira da morte física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.
• A figura de Pedro pode também representar, aqui, essa velha prudência dos responsáveis institucionais da Igreja, que os impede de ir à frente da caminhada do Povo de Deus, de arriscar, de aceitar os desafios, de aderir ao novo, ao desconcertante. O Evangelho de hoje sugere que é precisamente aí que, tantas vezes, se revela o mistério de Deus e se encontram ecos de ressurreição e de vida nova.
BILHETE DE EVANGELHO.
Jesus era plenamente homem e sabia o que era o homem. Sabia que os homens têm necessidade de sinais para crer. Não será por isso que, durante os seus três anos de vida pública, Ele fez muitas vezes sinais curando os doentes, multiplicando os pães e ressuscitando os mortos?! Aliás, é através de um sinal que Ele inicia a sua vida pública, em Caná da Galileia onde, segundo acrescenta o evangelista João, “manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele”. Ele deixa dois sinais às mulheres e aos discípulos que vieram prestar-lhe uma última homenagem: o túmulo vazio e o lençol. Diante de um sinal, somos livres de o interpretar e de o ler, de lhe procurar o significado. Face a uma prova, não somos livres, estamos diante de uma evidência. O acto de fé exprime-se em presença de sinais e não de provas. Assim, João vê estes sinais e acredita neles. Sem dúvida porque se recorda das palavras do Mestre anunciando várias vezes a sua morte e a sua ressurreição. Os seus olhos de carne viram, os seus olhos da fé acreditaram. Então, como os discípulos em Emaús, ele não tem mais necessidade de ver Jesus de Nazaré com quem ele comeu e bebeu: ele reconhecia o Ressuscitado através dos sinais.
À ESCUTA DA PALAVRA.
“Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram”. Maria Madalena, na manhã de Páscoa, experimenta o vazio: não há nada, nem mesmo o cadáver do seu Senhor bem-amado. Ela não tinha nada a que se agarrar para fazer o luto. Sabemos como é mais dolorosa a morte de um ente querido quando o seu corpo desapareceu, quando não há túmulo onde se possa ir em recolhimento. Não seria esse o sentimento de Maria Madalena, há dois mil anos atrás? A Igreja não cessa de repetir que Jesus está vivo, vencedor da morte para sempre. Todos os anos, ela multiplica os seus “aleluias”. Mas encontramos sempre o vazio. Como ressoa em nós a constatação dos discípulos de Emaús, dizendo ao desconhecido que se lhes juntou no caminho que não O tinham visto. Paulo grita: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” A nossa experiência poderá perguntar: “Ressurreição de Cristo, onde está a tua vitória?” Apesar do primeiro anúncio “Jesus não está aqui, ressuscitou!”, a morte continuou obstinadamente a sua acção de trevas, com os seus acólitos muito fiéis: doenças, lágrimas, desesperos, violências, injustiças, atentados, guerras… Cantamos, sem dúvida, nas nossas igrejas: “É primavera! Cristo veio de novo!” A primavera, vemo-la. Mas Jesus, não O vemos! Está aqui a dificuldade e a pedra angular da nossa fé. Dificuldade, porque a Ressurreição de Jesus não faz parte da ordem da demonstração científica. Ficamos encerrados nos limites do tempo, enquanto Jesus saiu destes limites. Doravante, Ele está para além da nossa experiência. Mas a Ressurreição é, ao mesmo tempo, a pedra angular da nossa fé porque, como o discípulo que Jesus amava, somos convidados a entrar no túmulo, a fazer primeiro a experiência do vazio, para podermos ir mais longe e, como Ele, “ver e crer”. Podemos apoiar-nos no testemunho das mulheres e dos discípulos. Eles não inventaram uma bela história. Podemos ter confiança neles. Mas eles também tiveram que acreditar! É na sua fé que enraizamos a nossa fé. Páscoa torna-se, então, nossa alegria!
PALAVRA PARA O CAMINHO…
«Viu e acreditou!» Como os discípulos, muitas vezes corremos atrás do maravilhoso que nos escapa e decepciona. Procuramos Cristo onde Ele não está… Durante o tempo pascal, a exemplo de João, exercitemos o nosso olhar para descobrir o Ressuscitado através dos sinais humildes da vida quotidiana… Com os discípulos de Emaús, descobri-lo-emos a caminhar perto de nós no caminho da vida e a abrir os nossos espíritos à compreensão das Escrituras…

e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

Este é o dia
«Este é o dia que o Senhor fez, nele cantemos e nos alegremos» (Sl 117,24). [...] Como cristãos, nascemos para o Reino de Deus desde a mais tenra infância [...]; porém, embora tenhamos consciência desta verdade e acreditemos totalmente nela, temos muita dificuldade em captar este privilégio e levamos muitos anos a compreendê-lo; aliás, ninguém o compreende totalmente. [...] E, mesmo neste grande dia, neste dia dos dias, em que Cristo ressuscitou dos mortos [...], estamos como crianças, [...] sem olhos para ver nem coração para compreender quem somos verdadeiramente. [...]
Este é o dia da Páscoa — repitamo-lo uma vez e outra, com profundo respeito e uma grande alegria. Como as crianças dizem «Chegou a primavera» ou «Olha o mar», para tentarem captar a ideia [...], digamos nós também «Eis o dia dos dias, o dia régio, o dia do Senhor. Eis o dia em que Cristo ressuscitou dos mortos, o dia que nos traz a salvação». Este dia torna-nos maiores do que podemos compreender. É o dia do nosso repouso, o nosso verdadeiro sábado, em que Cristo entrou no seu repouso (cf Heb 4), e nós com Ele. Este dia conduz-nos, em prefiguração, pelo túmulo e as portas da morte, até ao tempo do repouso no seio de Abraão (cf At 3,20; Lc 16,22).
Estamos fartos de fadiga, morosidade, lassidão, tristeza e remorso. Estamos cansados deste mundo sofrido, dos seus barulhos e da sua algazarra; a melhor música que nele se toca soa-nos a ruído. Agora, porém, reina o silêncio, e é um silêncio que fala [...]: tal é doravante a nossa beatitude. Começam os dias calmos e serenos em que Cristo Se faz ouvir com a sua «voz doce e tranquila» (1Rs 19,12), porque o mundo deixou de falar. Despojemo-nos do mundo e revistamo-nos de Cristo (cf Ef 4,22; Rom 13,14). [...] E, despojando-nos assim, revistamo-nos de coisas invisíveis e imperecíveis! Cresçamos em graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador, estação após estação, ano após ano, até que Ele nos leve consigo [...] para o Reino de seu Pai e nosso Pai, do seu Deus e nosso Deus (cf Jo 20,17).
São John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra, Sermão «A dificuldade em compreender os privilégios sagrados», PPS, t. 6, n.° 8

inPRENSA semanal (9-04 a 15-04-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.



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