"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sábado, 31 de dezembro de 2022

(in)PRENSA semanal (24-12-2022 a 30-12-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.



18 anos seguidos a fugir a impostos: a vida de Manuel Pinho
Maior “exercício de ataque” de sempre. Mais de 40 aeronaves chinesas atravessam Estreito de Taiwan
Empresa de NFTs está a tentar comprar a Amazónia
Os esforços para endireitar a torre de Pisa estão a resultar melhor do que o esperado
Mistério do Triângulo das Bermudas. Os desaparecimentos podem ser culpa de… uma lula
Estas galinhas podem salvar mil milhões de pintainhos de serem triturados vivos
O túmulo de Salomé, a parteira de Jesus, pode finalmente ter sido identificado
Oligarca crítico de Putin morre em queda de janela
Um grupo de jovens herdeiros milionários quer pagar mais impostos  
Cinco avanços históricos da Ciência prestes a acontecer em 2023
Adeus, gasolina; olá, água e ar. Porsche desenvolve novos combustíveis sintéticos
Desenvolvido o primeiro teste de urina que permite detetar cancro do fígado
Marcelo contestado em Murça. "O senhor fala muito bem, mas não faz nada"
Poderá o inverno começar a decidir 2023?
Conflitos vão descontrolar-se e situação dos refugiados vai piorar em 2023
"Fake News". Guerra na Ucrânia, ambiente e Qatar foram os principais alvos em 2022
Putin está na guerra para inverter “a maior catástrofe geopolítica do século”
A onda de casos
Perspetivas para 2023 ocupam economistas e media
“Só ele sabe”. Pelé guarda segredo no seu cacifo do Santos há quase 50 anos
"Hoje o futebol morreu". Reações à morte de Pelé

domingo, 25 de dezembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema da “Missa do Dia” de Natal - Ano A
A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na incarnação de Jesus… Ele é a “Palavra” que Se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projecto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.
EVANGELHOJo 1,1-18
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No princípio era o Verbo
e o Verbo estava com Deus
e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d’Ele
e sem Ele nada foi feito.
N’Ele estava a vida
e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas
e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha,
para dar testemunho da luz,
a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz,
Mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira,
que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo
e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu
e os seus não O receberam.
Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória,
glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d’Ele, exclamando:
«Era deste que eu dizia:
‘O que vem depois de mim passou à minha frente,
porque existia antes de mim’».
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos
graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés,
a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu.
O Filho Unigénito, que está no seio do Pai,
é que O deu a conhecer.
AMBIENTE
A Igreja primitiva recorreu, com frequência, a hinos para celebrar, expressar e anunciar a sua fé. O prólogo ao Evangelho segundo João (que hoje nos é proposto) é um desses hinos.
Não é certo se este hino foi composto por João, ou se o autor do Quarto Evangelho usou um primitivo hino cristão conhecido da comunidade joânica, adaptando-o de forma a que ele servisse de prólogo à sua obra. O que é certo é que o hino cristológico que chegou até nós expressa, em forma de confissão, a fé da comunidade joânica em Cristo enquanto Palavra viva de Deus, a sua origem eterna, a sua procedência divina, a sua influência no mundo e na história, possibilitando aos homens que O acolhem e escutam tornar-se “filhos de Deus”. Essas grandes linhas, enunciadas neste prólogo, vão depois ser desenvolvidas pelo evangelista ao longo da sua obra.
MENSAGEM
O prólogo ao Quarto Evangelho começa com a expressão “no princípio”: dessa forma, João enlaça o seu Evangelho com o relato da criação (cf. Gn 1,1), oferecendo-nos assim, desde logo, uma chave de interpretação para o seu escrito… Aquilo que ele vai narrar sobre Jesus está em relação com a obra criadora de Deus: em Jesus vai acontecer a definitiva intervenção criadora de Deus no sentido de dar vida ao homem e ao mundo… A actividade de Jesus, enviado do Pai, consiste em fazer nascer um homem novo; a sua acção coroa a obra criadora iniciada por Deus “no princípio”.
João apresenta, logo a seguir, a “Palavra” (“Lógos”). A “Palavra” é – de acordo com o autor do Quarto Evangelho – uma realidade anterior ao céu e à terra, implicada já na primeira criação. Esta “Palavra” apresenta-se com as características que o “Livro dos Provérbios” atribuía à “sabedoria”: pré-existência (cf. Prov 8,22-24) e colaboração com Deus na obra da criação (cf. Prov 8,24-30). No entanto, essa “Palavra” não só estava junto de Deus e colaborava com Deus, mas “era Deus”. Identifica-se totalmente com Deus, com o ser de Deus, com a obra criadora de Deus. É como que o projecto íntimo de Deus, que se expressa e se comunica como “Palavra”. Deus faz-Se inteligível através da “Palavra”. Essa “Palavra” é geradora de vida para o homem e para o mundo, concretizando o projecto de Deus.
Essa “Palavra” veio ao encontro dos homens e fez-se “carne” (pessoa). João identifica claramente a “Palavra” com Jesus, o “Filho único cheio de amor e de verdade”, que veio ao encontro do homem. Nessa pessoa (Jesus), podemos contemplar o projecto ideal de homem, o homem que nos é proposto como modelo, a meta final da criação de Deus.
Essa “Palavra” “montou a sua tenda no meio de nós”. O verbo “skênéô” (“montar a tenda”) aqui utilizado alude à “tenda do encontro” que, na caminhada pelo deserto, os israelitas montavam no meio ou ao lado do acampamento e que era o local onde Deus residia no meio do seu Povo (cf. Ex 27,21; 28,43; 29,4…). Agora, a “tenda de Deus”, o local onde Ele habita no meio dos homens, é o Homem/Jesus. Quem quiser encontrar Deus e receber d’Ele vida em plenitude (“salvação”), é para Jesus que se tem de voltar.
A função dessa “Palavra” está ligada ao binómio “vida/luz”: comunicar ao homem a vida em plenitude; ou, por outras palavras, trata-se de acender a luz que ilumina o caminho do homem, possibilitando-lhe encontrar a vida verdadeira, a vida plena.
Jesus Cristo vai, no entanto, deparar-se com a oposição à “vida/luz” que Ele traz. Ao longo do Evangelho, João irá contando essa história do confronto da “vida/luz” com o sistema injusto e opressor que pretende manter os homens prisioneiros do egoísmo e do pecado (e que João identifica com a Lei. Os dirigentes judeus que enfrentam Jesus e o condenam à morte são o rosto visível dessa Lei). Recusar a “vida/luz” significa preferir continuar a caminhar nas trevas (que se identificam com a mentira
, a escravidão, a opressão), independentemente de Deus; significa recusar chegar a ser homem pleno, livre, criação acabada e elevada à sua máxima potencialidade.
Mas o acolhimento da “Palavra” implica a participação na vida de Deus. João diz mesmo que acolher a “Palavra” significa tornar-se “filho de Deus”. Começa, para quem acolhe a “Palavra”/Jesus, uma nova relação entre o homem e Deus, aqui expressa em termos de filiação: Deus dá vida em plenitude ao homem, oferecendo-lhe, assim, uma qualidade de vida que potencia o seu ser e lhe permite crescer até à dimensão do homem novo, do homem acabado e perfeito. Isto é uma “nova criação”, um novo nascimento, que não provém da carne e do sangue, mas sim de Deus.
A incarnação de Jesus significa, portanto, que Deus oferece à humanidade a vida em plenitude. Sempre existiu no homem o anseio da vida plena, conforme o projecto original de Deus; mas, na prática, esse anseio fica, muitas vezes, frustrado pelo domínio que o egoísmo, a injustiça, a mentira (o pecado) exercem sobre o homem. Toda a obra de Jesus consistirá em capacitar o homem para a vida nova, para a vida plena, a fim de que Ele possa realizar em si mesmo o projecto de Deus: a semelhança com o Pai.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes linhas:
• A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita revestir-Se da nossa fragilidade, a fim de nos dar vida em plenitude. Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração, esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
• Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, “filhos de Deus”. O presépio que hoje contemplamos é, apenas, um quadro bonito e terno ou uma interpelação a acolher a “Palavra”, de forma a crescermos até à dimensão do homem novo?
• Hoje, como ontem, a “Palavra” continua a confrontar-se com os sistemas geradores de morte e a procurar eliminar, na origem, tudo o que rouba a vida e a felicidade do homem. Sensíveis à “Palavra”, embarcados na mesma aventura de Jesus – a “Palavra” viva de Deus – como nos situamos diante de tudo aquilo que rouba a vida do homem? Podemos pactuar com a mentira, o oportunismo, a violência, a exploração dos pobres, a miséria, as limitações aos direitos e à dignidade do homem?
• Jesus (esse menino do presépio) é para nós a “Palavra” suprema que dá sentido à nossa vida, ou deixamos que outras “palavras” nos condicionem e nos induzam a procurar a felicidade em caminhos de egoísmo, de alienação, de comodismo, de pecado? Quais são essas “palavras” que às vezes nos seduzem e nos afastam da “Palavra” eterna de Deus que ecoa no Evangelho que Jesus veio propor?
BILHETE DE EVANGELHO.
Deus dá a Palavra… Deus dá-nos uma prenda extraordinária, dando o seu Filho. Deus dá-nos a sua Palavra: porque uma boca humana exprime o pensamento de Deus, sabemos o que agrada a Deus. Deus dá-nos a sua Luz: pondo os nossos passos nos passos de Cristo, estamos na verdade. Deus dá-nos a sua Vida: o seu Filho veio fazer a sua morada em nós, oferece-nos “comungar” a sua vida. Deus dá-nos o seu Nome: somos da sua família, somos os seus filhos. Que mistério! Não um mistério incompreensível, mas que mistério a descobrir sem cessar e nos alegrarmos nele, pois é o mistério do Amor.
PALAVRA EXPLICADA: A FREQUÊNCIA DA EUCARISTIA.
Havia uma prática singular, com a qual o Concílio Vaticano II acabou. Outrora, no Natal, os padres celebravam três missas, que o missal situava, respectivamente, à meia-noite, na aurora e no dia (antes do meio-dia). Esta prática vinha das recolhas litúrgicas romanas mais antigas (os sacramentários, século VII), que tinham registado três formulários de missa para a noite e o dia de Natal. Ao longo dos tempos, estas três missas foram consideradas obrigatórias para cada padre. Por comodidade, de modo abusivo, alguns padres celebravam-nas “de enfiada”. A mesma prática acontecia do Dia de Defuntos (2 de Novembro). Fora destes dois dias particulares, para os quais a prática das três missas já não é imposta hoje, uma comunidade paroquial celebra a Eucaristia apenas uma vez por dia, a não ser que a exiguidade dos locais disponíveis obriguem a celebrá-las em assembleia
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Mensageiros… Múltiplas mensagens atravessam o nosso espaço continuamente, portadoras de notícias de todo o género, que se perdem muitas vezes nas ilusões da comunicação. Discípulos de Cristo, somos mensageiros da sua Boa Nova para o mundo. Em que redes nos situamos para permitir que esta Boa Nova se espalhe a toda a terra? Uso aos vossos portáveis
!
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

O Salvador do mundo, deitado numa manjedoura
«Nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor» (Lc 2,11-12). Devemos, pois, acorrer a esse lugar como fizeram os pastores quando receberam esta notícia. [...] Disse o anjo: «Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2,12) Por isso, eu vos digo que deveis amar: temei o Senhor dos anjos, mas amai a Criança; temei o Senhor de Majestade, mas amai este Menino enfaixado; temei Aquele que reina no Céu, mas amai Aquele que está deitado numa manjedoura. [...]
E que importância tem uma criança enfaixada e deitada numa manjedoura? Não são também enfaixadas as outras crianças? Em que consiste, então, este sinal? [...] Podiam dizer-se muitas coisas acerca deste sinal [...], mas digamos brevemente que Belém, «a casa do pão», é a Santa Igreja, onde se distribui o corpo de Cristo, verdadeiro pão. A manjedoura de Belém, na Igreja, é o altar, onde se alimentam os familiares de Cristo. O envolvimento em panos é o aspeto exterior dos sacramentos. Na manjedoura, sob a aparência do pão e do vinho, está o verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Aí, está Cristo em pessoa, mas envolvido em panos, ou seja, presente de maneira invisível sob os sacramentos. Não temos outro sinal maior e tão evidente do nascimento de Cristo como o facto de consumirmos quotidianamente o seu corpo e sangue no altar sagrado. E, tendo nascido para nós uma só vez da Virgem, vemo-lo agora imolar-Se cada dia, por nosso amor.
Por conseguinte, irmãos, apressemo-nos a ir ao presépio do Senhor. Preparemo-nos para a sua chegada pela graça, associando-nos aos anjos, «com pureza de coração, consciência reta e uma fé sincera» (2Cor 6,6). E, com a nossa vida e o nosso comportamento, cantaremos ao Senhor: «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens por Ele amados» (Lc 2,14).
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense, Sermões para o Natal


domingo, 18 de dezembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 4º Domingo do Advento - Ano A
A liturgia deste domingo diz-nos, fundamentalmente, que Jesus é o "Deus-connosco", que veio ao encontro dos homens para lhes oferecer uma proposta de salvação e de vida nova.
Na primeira leitura, o profeta Isaías anuncia que Jahwéh é o Deus que não abandona o seu Povo e que quer percorrer, de mãos dadas com ele, o caminho da história... É n'Ele (e não nas sempre falíveis seguranças humanas) que devemos colocar a nossa esperança.
O Evangelho apresenta Jesus como a incarnação viva desse "Deus connosco", que vem ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de salvação. Contém, naturalmente, um convite implícito a acolher de braços abertos a proposta que Ele traz e a deixar-se transformar por ela.
Na segunda leitura, sugere-se que, do encontro com Jesus, deve resultar o testemunho: tendo recebido a Boa Nova da salvação, os seguidores de Jesus devem levá-la a todos os homens e fazer com que ela se torne uma realidade libertadora em todos os tempos e lugares.
EVANGELHO - Mt 1,18-24
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo:
Maria, sua Mãe, noiva de José,
antes de terem vivido em comum,
encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo,
que era justo e não queria difamá-la,
resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado,
quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor,
que lhe disse:
«José, filho de David,
não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus,
porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o senhor anunciara
por meio do Profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho,
que será chamado 'Emanuel',
que quer dizer 'Deus connosco'».
Quando despertou do sono,
José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara
e recebeu sua esposa.
AMBIENTE
O texto que nos é hoje proposto pertence ao "Evangelho da Infância" na versão de Mateus. De acordo com os biblistas actuais, os textos do "Evangelho da Infância" pertencem a um género literário especial, chamado homologese. Este género não pretende ser um relato jornalístico e histórico de acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a proclamar certas realidades salvíficas (que Jesus é o Messias, que Ele vem de Deus, que Ele é o "Deus connosco"). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do texto sagrado usada pelos rabbis judeus da época de Jesus). A homologese utiliza e mistura tipologias (factos e pessoas do Antigo Testamento, encontram a sua correspondência em factos e pessoas do Novo Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. O Evangelho que nos é hoje proposto deve ser entendido a esta luz: não interessa, pois, estar aqui à procura de factos históricos; interessa, sobretudo, perceber o que é que a catequese cristã primitiva nos ensina, através destas narrações, sobre Jesus.
Há ainda outra questão que importa ter em conta, para percebermos o pano de fundo da narração que nos é proposta: a situação de Maria e José. O casamento hebraico considerava o compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se prometiam um ao outro (os "esponsais"); só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo (as cerimónias do matrimónio propriamente dito)... Entre os "esponsais" e o rito do matrimónio, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo uma penalidade. Durante os "esponsais", os noivos não viviam em comum; mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um carácter estável, de tal forma que, se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da "prometida" como uma ofensa hante à infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27)... E a união entre os dois "prometidos" só podia dissolver-se com a fórmula jurídica do divórcio. Ora, segundo o texto que nos é proposto, José e Maria estavam na situação de "prometidos": ainda não tinham celebrado o matrimónio, mas já tinham celebrado os "esponsais".
MENSAGEM
Segundo a narração de Mateus, José apercebeu-se que Maria estava grávida, durante a fase dos esponsais... Como sabia não ser o pai do bebé que estava para chegar, resolveu abandonar Maria, em segredo; mas um anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos e esclareceu o mistério: "Aquele que vai nascer é fruto do Espírito Santo". O que é que temos aqui? Reportagem de acontecimentos históricos?
O anúncio do anjo a José (vers. 20-24) segue o esquema dos relatos do Antigo Testamento, em que se anuncia o nascimento de uma personagem importante (cf. Jz 13): a) o anúncio está rodeado de sinais divinos (o "anjo do Senhor", o sonho); b) que provocam medo e espanto; c) o mensageiro divino anuncia qual será o nome e a missão da criança que vai nascer; d) dá-se um sinal que confirma o anúncio (o cumprimento das Escrituras). A função destes anúncios é vincular a personagem, desde o seu nascimento, com o projecto divino. Este mesmo esquema estereotipado é, aliás, usado por Lucas para descrever o nascimento de João Baptista (cf. Lc 1,5-25).
Neste episódio temos, portanto, não uma descrição de factos históricos, mas uma catequese sobre Jesus (que é apresentada recorrendo a esquemas literários, conhecidos dos escritores bíblicos). Então, o que é que esta catequese procura ensinar?
Fundamentalmente, procura-se mostrar que Jesus vem de Deus, que a sua origem é divina (Maria encontra-se grávida por virtude do Espírito Santo" - vers. 18). Procura-se, ainda, ensinar qual será a missão de Jesus: o nome que Lhe é atribuído mostra que Ele vem de Deus com uma proposta de salvação para os homens ("Jesus" significa "Jahwéh salva"). Também se diz, de forma clara, que Ele é o Messias de Deus, da descendência de David, que os profetas anunciaram (a referência ao seu nascimento de uma "virgem" não deve ser vista como a afirmação do dogma da virgindade de Maria, mas como a afirmação de que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas - nomeadamente pelo texto de Is 7,14 - enviado por Deus para restaurar o reino de David).
De qualquer forma, a figura de José desempenha aqui um papel muito interessante... O anjo dirige-se a ele como "filho de David" (vers. 20) e pede-lhe que receba Maria e que ponha um nome à criança (vers. 21). A imposição do nome é o rito através do qual um pai recebe uma criança como filha. Assim, Jesus passa a fazer parte da família de David e a ser, naturalmente, a esperança para a restauração desse reino ideal de paz e de felicidade pelo qual todo o Povo ansiava. Pela obediência de José, realizam-se os planos e as promessas de Deus ao seu Povo.
ACTUALIZAÇÃO
Reflectir a partir das seguintes questões:
• Esse Jesus que esperamos é - de acordo com a catequese que a primitiva comunidade cristã nos apresenta por intermédio de Mateus - o "Deus que vem ao encontro dos homens", para lhes oferecer a salvação. A festa do Natal que se aproxima deve ser o encontro de cada um de nós com este Deus; e esse encontro só será possível se tivermos o coração disponível para O acolher e para abraçar a proposta que Ele nos veio fazer. &Eacute
; isto que acontece?
• Com frequência, o Natal é a festa pagã do consumismo, das prendas obrigatórias, da refeição melhorada, das tradições familiares que têm de ser respeitadas mesmo quando não significam nada... O meu Natal - este Natal que estou a preparar no meu coração - é uma celebração pagã ou um verdadeiro encontro com esse Deus libertador, cuja proposta de salvação estou interessado em escutar e acolher?
• A figura de Maria é uma figura incontornável para quem prepara o Natal: é a figura que está sempre disponível para escutar os apelos de Deus e que lhes responde com um "sim" de disponibilidade total... É esse "sim" e essa disponibilidade que tornam possível a presença salvadora de Deus no mundo. Estou na mesma atitude de disponibilidade aos desafios de Deus? Sou capaz de dizer todos os dias "sim", de forma a que, através de mim, Deus possa nascer no mundo e salvar os homens?
• Outra figura que nos interpela e questiona neste tempo de Advento é a figura de José... Ele é o homem a quem Deus envolve nos seus planos - planos que, provavelmente, lhe parecem misteriosos e inacessíveis - mas que tudo aceita, numa obediência total a Deus. Sou capaz de acolher os projectos de Deus - mesmo quando eles desorganizam os meus projectos pessoais - com a mesma disponibilidade de José, na obediência total aos esquemas de Deus?
BILHETE DE EVANGELHO.
Aos homens perdidos, Deus oferece a sua presença. O Povo de Deus estava perdido, esperava o Messias prometido pelos Profetas e não O via chegar. Maria e José estavam perdidos, porque não havia lugar para eles. Os pastores estavam perdidos, eram excluídos em toda a parte. Os Magos estavam perdidos, não sabiam onde devia nascer o Messias. E eis que Deus oferece a sua presença: Ele é o Emanuel, Deus connosco! Depois do Natal, ninguém está totalmente perdido. A solidão total não existe mais. Deus está sempre presente. Mas é necessário que os seus mediadores manifestem esta presença. Se estamos perdidos, estendamos a mão para conseguirmos agarrar outra. Se encontrarmos um irmão perdido, estendamos a mão para que Natal seja verdadeiramente Natal para ele e ele saiba que Deus está bem presente entre os seus.
PALAVRA EXPLICADA 1: SONHOS.
As advertências transmitidas pelos sonhos são numerosas no relato da infância do Evangelho segundo São Mateus. Os beneficiários são os anjos (Mt 2,12), mas sobretudo José (Mt 1,20; 2,13.19.22), habitualmente representado "sonhador" nos ícones da Natividade. Numerosas personagens bíblicas foram advertidas durante a noite, em sonho: Jacob, pela visão da escada a ligar o céu (Gen 28,12), o profeta Natã, enviado em missão junto de David (2 Sam 7,4), o apóstolo Paulo, pela sua estadia na Macedónia (Act 16,9), etc. Através de mensagens invisíveis enviadas por Deus, como os anjos, a comunicação de noite, em sonhos e visões, era o meio privilegiado e ideal para transmitir as suas informações e as suas instruções. Na liturgia, numerosas tradições tiveram como origem tais visões pelo sonho. É o caso para o louvor celeste "Santo, Santo, Santo, o Senhor", comunicado ao profeta Isaías (Is 6) e para todas as aclamações recebidas das visões do Apocalipse, como a de Ap 7,2.14.
PALAVRA EXPLICADA 2: POVO SANTO.
A segunda leitura deste domingo termina com estas palavras: "todos os amados por Deus e chamados a serem santos". Daí o povo de Deus ser chamado "povo santo". Este título, tão frequente nas orações eucarísticas incluindo os prefácios, vem da Bíblia. Na expressão "povo santo", a santidade não se reduz a uma conduta virtuosa ou íntegra que a palavra "santo" sugere familiarmente. Esta santidade é a comunicação de Deus ao seu povo, desde a assembleia do Sinai: "Sereis santos para Mim, porque Eu sou santo" (Lev 20,26). Tal título e outros semelhantes como "nação santa", dados às nossas comunidades, manifestam a continuidade da obra de Deus: o que Ele começou no Sinai realiza-o de domingo a domingo nas nossas liturgias.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Sinais! Deus está sempre a dar-nos sinais, mas nós procuramos quase sempre do lado do extraordinário. Raramente Deus está no extraordinário. O sinal que Ele nos oferece é o de uma família humana, como as nossas, em que Ele se faz corpo para ser "Deus connosco". Que espaço Lhe abrimos nas nossas vidas de homens e de mulheres para que o Sinal da sua Presença e do seu Amor seja lisível para todos os que O procuram hoje? Só com o coração aberto a Deus poderemos acolher os irmãos... Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros... Nem mais! Mãos à obra em mais uma semana que Deus nos concede, a semana do Natal!
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Será chamado Emanuel»
«Emanuel, que que quer dizer Deus connosco». Sim, Deus connosco! Até aqui era Deus acima de nós, Deus diante de nós, mas hoje Ele é «Emanuel». Hoje, Ele é Deus connosco na nossa natureza e connosco na sua graça; connosco na nossa fraqueza e connosco na sua bondade; connosco na nossa miséria e connosco na sua misericórdia; connosco por amor, connosco por laços de família, connosco por ternura, connosco por compaixão.
Deus connosco! Vós, filhos de Adão, não pudestes subir ao Céu para encontrar Deus (cf Dt 30,12), mas Ele desceu do Céu para ser Emanuel, Deus connosco; veio para nossa casa para ser Emanuel, Deus connosco, e nós esquecemo-nos de ir ter com Deus para estar com Ele. «Até quando, ó homens, sereis duros de coração? Porque amais a vaidade e procurais a mentira?» (Sl 4,3). Eis que chegou a Palavra viva e verdadeira: «Porque amais a vaidade?». Eis que chegou a Verdade: «Porque procurais a mentira?». Eis que chegou Deus connosco.
E como poderia Ele estar ainda mais comigo? Pequeno como eu, fraco, nu e pobre como eu, em tudo como eu, tomando do que é meu e dando-me do que é seu, a mim que jazia como morto, sem voz e sem sentidos, sem sequer a luz dos meus olhos. E eis que hoje desceu do Céu este Homem tão grande, este «profeta poderoso em palavras e em obras» (Lc 24,19), que colocou o seu rosto sobre o meu, a sua boca sobre a minha, as suas mãos nas minhas mãos (cf 2Rs 4,34) e Se fez Emanuel, Deus connosco!
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense, Sermão 9, para a Anunciação do Senhor

sábado, 17 de dezembro de 2022

(in)PRENSA semanal (10-12-2022 a 16-12-2022): a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSAsemanal: a minha selecção!" que aí virão.



O tomate e a batata podem ser o segredo para tratar o cancro (sem efeitos colaterais)
“Apanhada em flagrante”. Vice-presidente do Parlamento Europeu detida por corrupção
Cientistas expõem a ameaça silenciosa das sanitas
Reveladas imagens da cidade impossível que os sauditas estão a construir às escondidas
Covid: alívio na China já cria filas nos hospitais. País não está preparado para o que vem aí
Bolsonaristas tentam invadir Polícia Federal e vandalizam Brasília após detenção de indígena
Fortuna de Eva Kaili duplicou. Pai apanhado com mala com 600 mil euros  
Pais anti-vacinas ficam sem custódia do filho
A história do autoproclamado reino da Alemanha que reclama a independência
Crescimento, ou a falta dele
Há um “esquema das senhas” nas Lojas do Cidadão. São vendidas a 50 euros cada

domingo, 11 de dezembro de 2022

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
10. Os 8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  
11.  Os 11 conselhos para viver a Missa mais profundamente AQUI.
12. Papa Francisco pede aos padres: façam homilias mais curtas AQUI.

Então:
Tema do 3.º Domingo do Advento - Ano A
A liturgia deste domingo lembra a proximidade da intervenção libertadora de Deus e acende a esperança no coração dos crentes. Diz-nos: “não vos inquieteis; alegrai-vos, pois a libertação está a chegar”.
primeira leitura anuncia a chegada de Deus, para dar vida nova ao seu Povo, para o libertar e para o conduzir, num cenário de alegria e de festa, para a terra da liberdade.
Evangelho descreve-nos, de forma bem sugestiva, a ação de Jesus, o Messias (esse mesmo que esperamos neste Advento): Ele irá dar vista aos cegos, fazer com que os coxos recuperem o movimento, curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam, ressuscitar os mortos, anunciar aos pobres que o “Reino” da justiça e da paz chegou. É este quadro de vida nova e de esperança que Jesus nos vai oferecer.
segunda leitura convida-nos a não deixar que o desespero nos envolva enquanto esperamos e aguardarmos a vinda do Senhor com paciência e confiança.
EVANGELHO – Mt 11, 2-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo
e mandou-Lhe dizer pelos discípulos:
«És Tu Aquele que há de vir ou devemos esperar outro?»
Jesus respondeu-lhes:
«Ide contar a João o que vedes e ouvis:
os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados,
os surdos ouvem, os mortos ressuscitam
e a boa nova é anunciada aos pobres.
E bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim
motivo de escândalo».
Quando os mensageiros partiram,
Jesus começou a falar de João às multidões:
«Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?
Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas?
Mas aqueles que usam roupas delicadas
encontram-se nos palácios dos reis.
Que fostes ver então? Um profeta?
Sim – Eu vo-lo digo – e mais que profeta.
É dele que está escrito:
‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro,
para te preparar o caminho’.
Em verdade vos digo:
Entre os filhos de mulher,
não apareceu ninguém maior do que João Baptista.
Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».
AMBIENTE
Na secção precedente do Evangelho (cf. Mt 4,17-11,1), Mateus apresentou de forma sistemática o anúncio do “Reino”, manifestado nas palavras e nos gestos de Jesus, e difundido pelos seus discípulos… Agora, começa outra secção, em que todo o interesse do evangelista é mostrar as atitudes que as distintas pessoas ou grupos vão assumir diante de Jesus (cf. Mt 11,2-12,50). A narração é retomada com a pergunta dos enviados de João Baptista, que está na prisão, por ordem de Herodes Antipas, a quem o Baptista havia criticado por viver maritalmente com a cunhada (cf. Mt 14,1-5): Jesus é mesmo “o que está para vir”?
A pergunta não é ociosa… João esperava um Messias que viesse lançar fogo à terra, castigar os maus e os pecadores, dar início ao “juízo de Deus” (cf. Mt 3,11-12); mas, ao contrário, Jesus aproximou-Se dos pecadores, dos marginais, dos impuros, estendeu-lhes a mão, mostrou-lhes o amor de Deus, ofereceu-lhes a salvação (cf. Mt 8-9). João e os seus discípulos estão, pois, desconcertados: Jesus será o Messias esperado, ou é preciso esperar um outro que venha atuar de uma forma mais decidida, mais lógica e mais justiceira?
Mateus tem um interesse especial pela figura de João Baptista. Para ele, João é o precursor que veio preparar os homens para acolher Jesus. É provável que, ao fazer esta apresentação, o evangelista se queira dirigir aos discípulos de João que ainda continuavam ativos na época em que o Evangelho foi escrito… Mateus pretende clarificar as coisas e “piscar o olho” aos discípulos de João, no sentido de que eles adiram à proposta cristã e entrem na Igreja de Jesus.
MENSAGEM
O texto de hoje divide-se em duas partes… Na primeira, Jesus responde à pergunta de João e dá a entender que Ele é o Messias (vers. 2-6); na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João (vers. 7-11).
Jesus tem consciência de ser o Messias? A resposta é obviamente positiva; para dá-la, Jesus recorre a um conjunto de citações de Isaías que definem, na perspetiva dos profetas, a ação do Messias enviado de Deus: dar vida aos mortos (cf. Is 26,19), curar os surdos (cf. Is 29,18), dar vista aos cegos, dar liberdade de movimentos aos coxos (cf. Is 35,5-6), anunciar a Boa Nova aos pobres (cf. Is 61,1). Ora, se Jesus realizou estas obras (cf. Mt 8-9), é porque Ele é o Messias, enviado por Deus para libertar os homens e para lhes trazer o “Reino”. A sua mensagem e os seus gestos contêm uma proposta libertadora que Deus faz aos homens.
Na segunda parte, temos a declaração de Jesus sobre o Baptista. Mateus utiliza um recurso retórico muito conhecido: uma série de perguntas que convidam os ouvintes a dar uma resposta concreta. A resposta às duas primeiras questões é, evidentemente, negativa: João não é um pregador oportunista cuja mensagem segue as modas, nem um elegante convencido que vive no luxo. A resposta à terceira é positiva: João é um profeta e mais do que um profeta. A declaração, que começa com uma referência à Escritura (cf. Ex 23,20; Mal 3,1), pretende clarificar qual a relação entre ambos e o lugar de João no “Reino”: João é o precursor do Messias; é “Elias”, aquele que tinha de vir antes, a fim de preparar o caminho para o Messias (cf. Mal 3,23-24)… No entanto, aqueles que entraram no “Reino” através do seguimento de Jesus são mais do que Ele.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão deste texto pode partir das seguintes questões:
• O texto evangélico identifica Jesus com a presença salvadora e libertadora de Deus no meio dos homens. Neste tempo de espera, somos convidados a aguardar a sua chegada, com a certeza de que Deus não nos abandonou, mas continua a vir ao nosso encontro e a oferecer-nos a salvação.
• Os “sinais” que Jesus realizou enquanto esteve entre nós têm de continuar a acontecer na história; agora, são os discípulos de Jesus que têm de continuar a sua missão e de perpetuar no mundo, em nome de Jesus, a ação libertadora de Deus.
Os que vivem amarrados ao desespero de uma doença incurável encontram em nós um sinal vivo do Cristo libertador que lhes traz a salvação?
Os “surdos”, fechados num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?
Os “cegos”, encerrados nas trevas do egoísmo ou da violência, encontram em nós o desafio que Deus lhes apresenta de abrir os olhos à luz?
Os “coxos”, impedidos de andar, encontram em nós a proximidade dos caminhos de Deus?
Os presos, privados da liberdade, escondidos atrás das grades em que a sociedade os encerra, encontram em nós a Boa Nova da liberdade?
Os “pobres”, marginalizados, sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor de Deus?
• Mais uma vez, somos interpelados e questionados pela figura vertical e coerente de João… Ele não é um pregador da moda, cujas ideias variam conforme as flutuações da opinião pública ou os interesses dos poderosos; nem é um charlatão bem vestido, que prega para ganhar dinheiro, para defender os seus interesses, ou para ter uma vida cómoda e sem grandes exigências… Mas é um profeta, que recebeu de Deus uma missão e que procura cumpri-la, com fidelidade e sem medo.
A minha vida e o meu testemunho profético cumprem-se com a mesma verticalidade e honestidade, ou estou disposto e vender-me a interesses menos próprios, se isso me trouxer benefícios?
• A “dúvida” de João acerca da messianidade de Jesus não é chocante, mas é sinal de uma profunda honestidade… Devemos ter mais medo daqueles que têm certezas inamovíveis, que estão absolutamente certos das suas verdades e dos seus dogmas, do que daqueles que procuram, honestamente, as respostas às questões que a vida todos os dias coloca.
Sou um fundamentalista, que nunca se engana e raramente tem dúvidas, ou alguém que sabe que não tem o monopólio da verdade, que ouve os irmãos, e que procura, com eles, descobrir o caminho verdadeiro?
BILHETE DE EVANGELHO.
Aos homens que reconhecem a sua fragilidade, Deus manifesta o seu poder. Não é frequente reconhecermos os nossos desvios, os nossos erros, a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade. Porém, isso seria reconhecer simplesmente a nossa humanidade… Os pais não perdem a honra ao reconhecer diante dos seus filhos que se enganaram. A Igreja não se rebaixa ao reconhecer os seus erros do passado; ao contrário, eleva-se. Os cristãos não se entristecem ao reconhecer o seu pecado; ao contrário, dão a Deus a alegria de os perdoar. Deixemos Deus manifestar o seu poder, concedendo-nos o seu perdão! Basta que nos reconheçamos frágeis. Então, a nossa fragilidade mudar-se-á em força. De frágeis tornar-nos-emos fortes, fortes de ser amados.
PALAVRA EXPLICADA 1: SALMO E ALELUIA.
Na liturgia da Palavra, Deus está em diálogo com o seu Povo, pela alternância entre as leituras bíblicas e o cântico dos salmos. No domingo, na organização em três leituras, a primeira leitura é um extrato do Antigo Testamento ou, no tempo pascal, dos Atos dos Apóstolos. Esta proclamação revela à assembleia ações que Deus cumpriu no passado, ou propõe uma meditação sobre a solicitude de Deus a seu respeito. Esta escuta suscita sentimentos de ação de graças que a assembleia exprime pelo cântico do Salmo, respondendo à Palavra de Deus através de outras palavras da Bíblia: é verdadeiramente um diálogo no Espírito Santo, que proclamamos haver falado pelos Profetas. A segunda leitura é extraída dos escritos apostólicos. É seguida da aclamação ao Evangelho, seja um Aleluia com o seu versículo, seja, durante a Quaresma, um versículo com outra aclamação. Quando a liturgia da Palavra comporta apenas uma leitura antes do Evangelho, o Salmo e a aclamação do Evangelho seguem-se imediatamente.
PALAVRA EXPLICADA 2: REFRÃO SÂLMICO.
Para o Salmo que responde à primeira leitura, o lecionário propõe um refrão, também chamado antífona, e alguns versículos. Esta fórmula permite a toda a assembleia participar neste momento importante, que é resposta à Palavra de Deus. Os refrães são frases curtas, extraídas do próprio Salmo ou de um outro texto, como o da noite de Natal: “Hoje, um Salvador nasceu, é Cristo, o Senhor”. Para favorecer a participação de toda a assembleia, o coro, ou um solista, canta primeiro o refrão, para o fazer ouvir à assembleia, e esta retoma-o de seguida. Em seguida, o solista, ou o coro, canta os versículos do Salmo. No fim ou nos intervalos dos versículos, retoma-se o refrão. A sua brevidade permite que a assembleia o guarde mais facilmente na memória, não somente para a participação na celebração, mas para que possa ser retomado por cada um na oração pessoal e familiar.
ATENÇÃO ÀS CRIANÇAS: ALEGRIA! ALEGRIA! ALEGRIA!
Domingo da Alegria: a palavra aparece quatro vezes na primeira leitura; o Salmo e o Evangelho dão as razões profundas da alegria. Trata-se de fazer descobrir às crianças que somos feitos para a alegria. Elas poderão dizê-lo nalgum momento da celebração: acendendo a terceira vela, a vela da alegria; animando um o outro cântico de alegria (Aleluia, Santo); ou agradecendo ao Senhor com uma oração após a comunhão. Por exemplo: “Jesus, Tu oferece-nos a verdadeira alegria, a alegria que vem de Ti. Enche os nossos corações com o teu amor, para podermos levar a tua alegria àqueles que encontrarmos”.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Paciência! Uma palavra em sentido contrário aos nossos comportamentos: exigimos tudo, imediatamente! Dois milénios em que esperamos a vinda do Senhor! Ainda não veio! Mas já está! Renovemos, reajustemos o nosso olhar de fé e redescubramo-l’O bem presente, e em ação, em lugares e situações em que tantas vezes não esperávamos encontrá-l’O! Sempre em atitude de alegria e de esperança!
e/ou nos vídeos AQUI e AQUI.

«Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele»
Veneremos a compaixão de um Deus que não veio julgar o mundo, mas salvá-lo. João, o percursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o batismo: «Raça de víboras» (Mt 3,6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súbdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (cf Lc 1,20), não manifestei a graça divina. [...] Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (cf Jo 1,30). Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. « Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu, e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o batismo do arrependimento, Ele dar-vos-á a graça da adoção. «Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo.
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero, mártir, Sermão sobre a Santa Teofania; PG 10, 852