"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 28 de fevereiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 3º Domingo da Quaresma
Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema enlaça-se o da “libertação”: o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus.
O Evangelho contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um recentrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.
A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.
EVANGELHOLc 13,1-9
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
vieram contar a Jesus
que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus,
juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus respondeu-lhes:
«Julgais que, por terem sofrido tal castigo,
esses galileus eram mais pecadores
do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não.
E se não vos arrependerdes,
morrereis todos do mesmo modo.
E aqueles dezoito homens,
que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou?
Julgais que eram mais culpados
do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não.
E se não vos arrependerdes,
morrereis todos de modo semelhante.
Jesus disse então a seguinte parábola:
«Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha.
Foi procurar os frutos que nela houvesse,
mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro:
‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira
e não os encontro.
Deves cortá-la.
Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’
Mas o vinhateiro respondeu-lhe:
‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano,
que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos.
Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».
AMBIENTE
O Evangelho de hoje situa-nos, já, no contexto da “viagem” de Jesus para Jerusalém (cf. Lc 9,51-19,28). Mais do que um caminho geográfico, é um caminho espiritual, que Jesus percorre rodeado pelos discípulos. Durante esse percurso, Jesus prepara-os para que entendam e assumam os valores do Reino (mesmo quando as palavras de Jesus se dirigem às multidões, como é o caso do episódio de hoje, são os discípulos que rodeiam Jesus os primeiros destinatários da mensagem). Pretende-se que, terminada esta caminhada, os discípulos estejam preparados para continuar a obra de Jesus e para levar a sua proposta libertadora a toda a terra.
O texto que hoje nos é proposto apresenta um convite veemente à conversão ao Reino. Destina-se à multidão, em geral, e aos discípulos que rodeiam Jesus, em particular.
MENSAGEM
O texto apresenta duas partes distintas, embora unidas pelo tema da conversão. Na primeira parte (cf. Lc 13,1-5), Jesus cita dois exemplos históricos que, no entanto, não conhecemos com exactidão (assassínio de alguns patriotas judeus por Pilatos e a queda de uma torre perto da piscina de Siloé). Flávio Josefo, o grande historiador judeu do séc. I, narra como Pilatos matou alguns judeus que se haviam revoltado em Jerusalém. Trata-se do exemplo citado por Jesus? Não sabemos. Também não sabemos nada sobre a queda da torre de Siloé que, segundo Jesus, matou dezoito pessoas… Apesar disso, a conclusão que Jesus tira destes dois casos é bastante clara: aqueles que morreram nestes desastres não eram piores do que os que sobreviveram. Refuta, desta forma, a doutrina judaica da retribuição segundo a qual o que era atingido por alguma desgraça era culpado por algum grave pecado. No caso presente, esta doutrina levava à seguinte conclusão: “nós somos justos, porque nos livramos da morte nas circunstâncias nomeadas”. Em contrapartida, Jesus pensa que, diante de Deus, todos os homens precisam de se converter. A última frase do vers. 5 (“se não vos arrependerdes perecereis todos do mesmo modo”) deve ser entendida como um convite à mudança de vida; se ela não ocorrer, quem vencerá é o egoísmo que conduz à morte.
Na segunda parte (cf. Lc 13,6-9), temos a parábola da figueira. Serve para ilustrar as oportunidades que Deus concede para a conversão. O Antigo Testamento tinha utilizado a figueira como símbolo de Israel (cf. Os 9,10), inclusive como símbolo da sua falta de resposta à aliança (cf. Jer 8,13) (uma ideia semelhante aparece na alegoria da vinha de Is 5,1-7). Deus espera, portanto, que Israel (a figueira) dê frutos, isto é, aceite converter-se à proposta de salvação que lhe é feita em Jesus; dá-lhe, até, algum tempo (e outra oportunidade), para que essa transformação ocorra. Deus revela, portanto, a sua bondade e a sua paciência; no entanto, não está disposto a esperar indefinidamente, pactuando com a recusa do seu Povo em acolher a salvação. Apesar do tom ameaçador, há no cenário de fundo desta parábola uma nota de esperança: Jesus confia em que a resposta final de Israel à sua missão seja positiva.
ACTUALIZAÇÃO
Para reflectir e actualizar a Palavra, considerar as seguintes notas:
• A proposta principal que Jesus apresenta neste episódio chama-se “conversão” (“metanoia”). Não se trata de penitência externa, ou de um simples arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança radical, à reformulação total da vida, da mentalidade, das atitudes, de forma que Deus e os seus valores passem a estar em primeiro lugar. É este caminho a que somos chamados a percorrer neste tempo, a fim de renascermos, com Jesus, para a vida nova do Homem Novo. Concretamente, em que é que a minha mentalidade deve mudar? Quais são os valores a que eu dou prioridade e que me afastam de Deus e das suas propostas?
• Essa transformação da nossa existência não pode ser adiada indefinidamente. Temos à nossa disposição um tempo relativamente curto: é necessário aproveitá-lo e deixar que em nós cresça, o mais cedo possível, o Homem Novo. Está em jogo a nossa felicidade, a vida em plenitude… Porquê adiar a sua concretização?
• Uma outra proposta convida-nos a cortar definitivamente da nossa mentalidade a ligação directa entre pecado e castigo. Dizer que as coisas boas que nos acontecem são a recompensa de Deus para o nosso bom comportamento e que as coisas más são o castigo para o nosso pecado, equivale a acreditarmos num deus mercantilista e chantagista que, evidentemente, não tem nada a ver com o nosso Deus.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=452
e
Para Deus conta mais o fruto possível de amanhã do que a minha inutilidade de hoje
Que culpa têm aqueles dezoito mortos pela torre de Siloé? E os três mil das Torres Gémeas? E os sírios, as vítimas e os doentes, serão talvez mais pecadores do que outros? A resposta de Jesus é clara: deixai de imaginar a existência como uma sala de tribunal. Não há relação alguma entre culpa e desgraça, entre pecado e doença. A mão de Deus não semeia morte, não desperdiça o seu poder em castigos. Para continuar a ler, clicar AQUI.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Contrato de venda da TAP "foi ilegal", garante Francisco Louçã
Tudo está armadilhado
Governo, preocupado com a sua saúde, tem mais 14 propostas
Crises e narrativas
E por falar em ajoelhar
Google "saca" milhões sem pagar impostos
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Quem manda no mundo? Durão e Guterres respondem
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Este holandês deixou o açúcar e o álcool durante um mês
Bastonário dos Médicos. ​Eutanásia é uma "medida anti-social"
«Brexiting»?
Mundo islâmico tem "consciência que o Ocidente está em declínio"
ONU alerta: fechar fronteiras europeias cria "caos e confusão"
Depois dos "smartphones", vem aí o "boom" da "internet das coisas"
Quem é o procurador Orlando Figueira que saiu do DCIAP para o BCP?
"Autocarro da Misericórdia": A Igreja ao encontro das pessoas
O julgamento de Jesus ontem e hoje: Quando matar «um profeta» é cumprir Deus
Caminhar contra o vento
O que nos leva a desmaiar?
Portugal conseguiu recomprar mais de mil milhões de dívida
Adolescente sueca resgatada ao Estado Islâmico: “A vida era muito dura"
Papa critica autoridade com sede de poder que não respeita a vida
A razão de Guterres
O pobre que pede ajuda é Deus a bater à porta do coração
Os migrantes e nós: a experiência de Taizé

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO/MEDITAÇÃO/ATENÇÃO: O pobre que pede ajuda é Deus a bater à porta do coração

O homem rico «conhecia os mandamentos», possuía «uma certa religiosidade», mas estava «fechado no seu pequeno mundo, o mundo dos banquetes, das roupas, da vaidade, dos amigos, um homem fechado numa bolha». «Mesmo a periferia, que estava junto à porta da sua casa, não a conhecia.». Para continuar a ler, clicar AQUI.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
Tudo sobre a visita do Papa ao México
A preferência do Papa
«Que tristeza! Perdão, irmãos!»: Papa critica tentativa de uniformizar cultura e reitera que família é essencial
«Quem experimentou o inferno, pode tornar-se profeta», diz papa Francisco
Portugal tem uma das economias mais inovadoras do mundo
Viver
Papa Francisco: Do abraço a Cirilo ao encontro com o povo mexicano
Papa destaca importância da “afetoterapia” e pede renúncia à riqueza, vaidade e orgulho
Escravatura por dívida
Papa elogia multiculturalismo, cita Nobel da Literatura e pede santuários de vidas refeitas
Irão e Rússia avisam Arábia Saudita: invasão terrestre da Síria terá resposta e levará a guerra total
Lição grega para portugueses
O regresso dos gémeos tóxicos das finanças europeias
Manuela Ferreira Leite: “Partidos transformaram-se em agências de emprego"
México. Papa reforça que Nossa Senhora é sempre fonte de esperança
Na Leitaria Garrett com Vitorino
Ai aguentam, aguentam!
A lição de Bernie Sanders
Com apenas um tiro, sniper britânico decapitou líder do ISIS
Declaração histórica de ontem em Cuba
Queda do petróleo "vai levar Rússia e Arábia Saudita à falência"
Quem deve pagar mais impostos na gasolina?
Papa destaca importância da “afetoterapia” e pede renúncia à riqueza, vaidade e orgulho
Miguel Relvas, o Efisa e a selva
Um orçamento realmente anti-austeridade
Eutanásia ou paliativos? "Temos uma economia que mata", diz Igreja
Só há 20 dentistas para todos os hospitais e centros de saúde
Louvor do Bem Primário
Estacionar no Porto vai ser diferente a partir de 1 de Março
Uma fotografia “assombrosa” e mais um português premiado no World Press Photo 2015
Como Mário Cruz fez a reportagem que encantou o júri do World Press Photo
O efeito boomerang
Uma urgência
Um país onde a justiça trai as crianças
Plano de “sábios” alemães ameaça relançar crise do euro
A Europa que não quero
UNICEF. Há um milhão de crianças com desnutrição grave em África
"Toda a diferença". Voluntariamente com os refugiados
Um livro que fala de Fátima aos jovens do século XXI
Caminhe até à Páscoa com a sua rádio

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

LIVRO&LEITURA: "Imagens da fé" & "Igrejas do século XX - Arquiteturas na região de Lisboa"

Obras de "bispo pintor" reunidas no livro "Imagens da fé"
Trata-se de imagens que «condensam a catequese» e ajudam «a ver os mistérios não apenas como ideias e conceitos mas como acontecimentos salvíficos, poderão ser instrumentos que Deus use para chegar ao coração e à vida de muitas pessoas», refere D. João Marcos, formado em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Para continuar a ler, clicar AQUI.
"Igrejas do século XX - Arquiteturas na região de Lisboa"
«A arquitetura religiosa moderna realizada na área do Patriarcado de Lisboa interessou qualificados arquitetos portugueses – nomeadamente, entre vários, Pardal Monteiro, Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, Pedro Vieira de Almeida, Jorge Viana ou João de Almeida», que evoluíram «numa procura de qualificação e de diversificação». Para continuar a ler, clicar AQUI.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 2º Domingo da Quaresma
As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.
A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de auto-suficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Filho amado do Pai, cujo êxodo (a morte na cruz) concretiza a nossa libertação. O projecto libertador de Deus em Jesus não se realiza através de esquemas de poder e de triunfo, mas através da entrega da vida e do amor que se dá até à morte. É esse o caminho que nos conduz, a nós também, à transfiguração em Homens Novos.
EVANGELHOLc 9,28b-36
Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago
e subiu ao monte, para orar.
Enquanto orava,
alterou-se o aspecto do seu rosto
e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.
Dois homens falavam com Ele:
eram Moisés e Elias,
que, tendo aparecido em glória,
falavam da morte de Jesus,
que ia consumar-se em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono;
mas, despertando, viram a glória de Jesus
e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando,
Pedro disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas:
uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Não sabia o que estava a dizer.
Enquanto assim falava,
veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra;
e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem.
Da nuvem saiu uma voz, que dizia:
«Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O».
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho.
Os discípulos guardaram silêncio
e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.
AMBIENTE
Estamos no final da “etapa da Galileia”; durante essa etapa, Jesus anunciou a salvação aos pobres, proclamou a libertação aos cativos, fez os cegos recobrar a vista, mandou em liberdade os oprimidos, proclamou o tempo da graça do Senhor (cf. Lc 4,16-30). À volta de Jesus já se formou esse grupo dos que acolheram a oferta da salvação (os discípulos). Testemunhas das palavras e dos gestos libertadores de Jesus, eles já descobriram que Jesus é o Messias de Deus (cf. Lc 9,18-20). Também já ouviram dizer que o messianismo de Jesus passa pela cruz (cf. Lc 9,21-22) e que os discípulos de Jesus devem seguir o mesmo caminho de amor e de entrega da vida (cf. Lc 9,23-26); mas, antes de subirem a Jerusalém para testemunhar a erupção total da salvação, recebem a revelação do Pai que, no alto de um monte, atesta que Jesus é o Filho bem amado. Os acontecimentos que se aproximam ganham, assim, novo sentido.
Para o homem bíblico, o “monte” era o lugar sagrado por excelência: a meio caminho entre a terra e o céu, era o lugar ideal para o encontro do homem com o mundo divino. É, portanto, no monte que Deus Se revela ao homem e lhe apresenta os seus projectos.
MENSAGEM
O relato da transfiguração de Jesus, mais do que uma crónica fotográfica de acontecimentos, é uma página de teologia; aí, apresenta-se uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que através da cruz concretiza um projecto de vida.
O episódio está cheio de referências ao Antigo Testamento. O “monte” situa-nos num contexto de revelação (é “no monte” que Deus Se revela e que faz aliança com o seu Povo); a “mudança” do rosto e as vestes de brancura resplandecente recordam o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai (cf. Ex 34,29); a nuvem indica a presença de Deus conduzindo o seu Povo através do deserto (cf. Ex 40,35; Nm 9,18.22;10,34).
Moisés e Elias representam a Lei e os Profetas (que anunciam Jesus e que permitem entender Jesus); além disso, são personagens que, de acordo com a catequese judaica, deviam aparecer no “dia do Senhor”, quando se manifestasse a salvação definitiva (cf. Dt 18,15-18; Mal 3,22-23). Eles falam com Jesus sobre a sua “morte” (“exodon” – “partida”) que ia dar-se em Jerusalém. A palavra usada por Lucas situa-nos no contexto do “êxodo”: a morte próxima de Jesus é, pois, vista por Lucas como uma morte libertadora, que trará o Povo de Deus da terra da escravidão para a terra da liberdade.
A mensagem fundamental é, portanto, esta: Jesus é o Filho amado de Deus, através de quem o Pai oferece aos homens uma proposta de aliança e de libertação. O Antigo Testamento (Lei e Profetas) e as figuras de Moisés e Elias apontam para Jesus e anunciam a salvação definitiva que, n’Ele, irá acontecer. Essa libertação definitiva dar-se-á na cruz, quando Jesus cumprir integralmente o seu destino de entrega, de dom, de amor total. É esse o “novo êxodo”, o dia da libertação definitiva do Povo de Deus.
E o “sono” dos discípulos e as “tendas”? O “sono” é simbólico: os discípulos “dormem” porque não querem entender que a “glória” do Messias tenha de passar pela experiência da cruz e da entrega da vida; a construção das “tendas” (alusão à “festa das tendas”, em que se celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em “tendas, no deserto?) parece significar que os discípulos queriam deter-se nesse momento de revelação gloriosa, de festa, ignorando o destino de sofrimento de Jesus.
ACTUALIZAÇÃO
Reflectir a partir das seguintes linhas:
• O facto fundamental deste episódio reside na revelação de Jesus como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o plano salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de Si próprio por amor. É dessa forma que se realiza a nossa passagem da escravidão do egoísmo para a liberdade do amor. A “transfiguração” anuncia a vida nova que daí nasce, a ressurreição.
• Os três discípulos que partilham a experiência da transfiguração recusam-se a aceitar que o triunfo do projecto libertador do Pai passe pelo sofrimento e pela cruz. Eles só concebem um Deus que Se manifesta no poder, nas honras, nos triunfos; e não entendem um Deus que Se manifesta no serviço, no amor que se dá. Qual é o caminho da Igreja de Jesus (e de cada um de nós, em particular): um caminho de busca de honras, de busca de influências, de promiscuidade com o poder, ou um caminho de serviço aos mais pobres, de luta pela justiça e pela verdade, de amor que se faz dom? É no amor e no dom da vida que buscamos a vida nova aqui anunciada?
Os discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem também não ter muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, mas alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, a experiência de Jesus obriga a continuar a obra que Ele começou e a “regressar ao mundo” para fazer da vida um dom e uma entrega aos homens nossos irmãos. A religião não é um “ópio” que nos adormece, mas um compromisso com Deus que Se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=450

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

FILME&CINEMA: “Ressurreição”

O tribuno romano Clavius (Joseph Fiennes), que assistiu à morte de Jesus (Cliff Curtis) na cruz, é encarregado por Pôncio Pilatos (Peter Firth) de descobrir onde está o corpo, dado que três dias depois da crucificação o túmulo foi encontrado vazio. O funcionário deverá igualmente agir depressa, para evitar que se difunda rapidamente o eco de uma ressurreição capaz de impelir a população de Jerusalém a uma revolta. Mas o que vai ver com os seus próprios olhos não poderá deixar de o mudar para sempre. Para continuar a ler clicar AQUI.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»
Então:
Tema do 1º Domingo da Quaresma
No início da Quaresma, a Palavra de Deus apela a repensar as nossas opções de vida e a tomar consciência dessas “tentações” que nos impedem de renascer para a vida nova, para a vida de Deus.
A primeira leitura convida-nos a eliminar os falsos deuses em quem às vezes apostamos tudo e a fazer de Deus a nossa referência fundamental. Alerta-nos, na mesma lógica, contra a tentação do orgulho e da auto-suficiência, que nos levam a caminhos de egoísmo e de desumanidade, de desgraça e de morte.
O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre as opções de Jesus. Lucas sugere que Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espectaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor. É claro que é esse caminho que é sugerido aos que seguem Jesus.
A segunda leitura convida-nos a prescindir de uma atitude arrogante e auto-suficiente em relação à salvação que Deus nos oferece: a salvação não é uma conquista nossa, mas um dom gratuito de Deus. É preciso, pois, “converter-se” a Jesus, isto é, reconhecê-l’O como o “Senhor” e acolher no coração a salvação que, em Jesus, Deus nos propõe.
EVANGELHO Lc 4,1-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus, cheio do Espírito Santo,
retirou-Se das margens do Jordão.
Durante quarenta dias,
esteve no deserto, conduzido pelo Espírito,
e foi tentado pelo diabo.
Nesses dias não comeu nada
e, passado esse tempo, sentiu fome.
O diabo disse-lhe:
«Se és Filho de Deus,
manda a esta pedra que se transforme em pão».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito:
‘Nem só de pão vive o homem’».
O diabo levou-O a um lugar alto
e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra
e disse-Lhe:
«Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos,
porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser.
Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu».
Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito:
‘Ao Senhor teu Deus adorarás,
só a Ele prestarás culto’».
Então o demónio levou-O a Jerusalém,
colocou-O sobre o pináculo do Templo
e disse-Lhe:
«Se és Filho de Deus,
atira-te daqui abaixo,
porque está escrito:
‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito,
para que te guardem’;
e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão,
para que não tropeces em alguma pedra’».
Jesus respondeu-lhe:
«Está mandado:
‘Não tentarás o Senhor teu Deus’».
Então o diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação,
retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.

AMBIENTE
Estamos no começo da actividade pública de Jesus. Ele acabou de ser baptizado por João Baptista e recebeu o Espírito para a missão (cf. Lc 3,21-22). Agora, confronta-Se com uma proposta de actuação messiânica que pretende subverter a proposta do Pai.
Também aqui não estamos diante de uma reportagem histórica, feita por um jornalista que presenciou o desafio entre Jesus e o diabo, algures no deserto… Estamos, sim, diante de uma página de catequese, cujo objectivo é ensinar-nos que Jesus, como nós, sentiu a mordedura das tentações. Ele também sentiu a tentação de prescindir de Deus e de seguir um caminho humano de êxitos, de aplausos, de poder e de riqueza; no entanto, Ele soube dizer não a todas essas propostas que O afastavam do plano do Pai.

MENSAGEM
Lucas (como já o havia feito Mateus) vai apresentar a catequese sobre as opções de Jesus, em três episódios ou “parábolas”. O relato constrói-se em torno de um diálogo em que tanto o diabo como Jesus citam a Escritura em apoio da sua opinião.
A primeira “parábola” sugere que Jesus poderia ter optado por um caminho de facilidade e de riqueza, utilizando a sua divindade para resolver qualquer necessidade material… No entanto, Jesus sabia que “nem só de pão vive o homem” e que o caminho do Pai não passa pela acumulação egoísta de bens. A resposta de Jesus cita Dt 8,3, sugerindo que o seu alimento – a sua prioridade – é a Palavra
do Pai.
A segunda “parábola” sugere que Jesus poderia ter escolhido um caminho de poder, de domínio, de prepotência, ao jeito dos grandes da terra. No entanto, Jesus sabe que esses esquemas são diabólicos e que não entram nos planos do Pai; por isso, citando Dt 6,13, diz que só o Pai é o seu “absoluto” e que não se deve adorar mais nada: adorar o poder que corrompe e escraviza não tem nada a ver com o projecto de Deus.
A terceira “parábola” sugere que Jesus poderia ter construído um caminho de êxito fácil, mostrando o seu poder através de gestos espectaculares e sendo admirado e aclamado pelas multidões (sempre dispostas a deixarem-se fascinar pelo “show” mediático dos super-heróis). Jesus responde a esta proposta citando Dt 6,16, que manda “não tentar” o Senhor Deus: aqui, “tentar” significa “não utilizar os dons de Deus ou a bondade de Deus com um fim egoísta e interesseiro”.
Apresentam-se, portanto, diante de Jesus, dois caminhos. De um lado, está a proposta do diabo: que Jesus realize o seu papel na história da salvação como um Messias triunfante, ao jeito dos homens. Do outro, está a escolha de Jesus: um caminho de obediência ao Pai e de serviço aos homens, que elimina qualquer concepção do messianismo como poder.

ACTUALIZAÇÃO
Reflectir sobre as seguintes coordenadas:
Frente a frente estão, hoje, a lógica de Deus e a lógica dos homens. A catequese que o Evangelho nos apresenta neste primeiro Domingo da Quaresma ensina que Jesus pautou cada uma das suas escolhas pela lógica de Deus. E nós, cristãos, seguidores de Jesus? É essa a nossa lógica, também?
Deixar-se conduzir pela tentação dos bens materiais, do acumular mais e mais, do olhar apenas para o seu próprio conforto e comodidade, do fechar-se à partilha e às necessidades dos outros, é seguir o caminho de Jesus? Pagar salários de miséria aos operários e malbaratar fortunas em noitadas de jogo ou em coisas supérfluas (enquanto os irmãos, ao lado, gemem a sua miséria), é seguir o caminho de Jesus?
• Dentro de cada pessoa, existe o impulso de dominar, de ter autoridade, de prevalecer sobre os outros. Por isso – às vezes na Igreja – os pobres, os débeis, os humildes têm de suportar atitudes de prepotência, de autoritarismo, de intolerância, de abuso. A catequese de hoje sugere que este “caminho” é diabólico e não tem nada a ver com o serviço simples e humilde que Jesus propôs nas suas palavras e nos seus gestos.
• Podemos, também, ceder à tentação de usar Deus ou os dons de Deus para brilhar, para dar espectáculo, para levar os outros a admirar-nos e a bater-nos palmas. A isto Jesus responde de forma determinada: não utilizarás Deus em proveito da tua vaidade e do teu êxito pessoal.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=451

sábado, 13 de fevereiro de 2016

inPRENSA semanal: a minha selecção!

Quem, por qualquer razão, não leu, não deve deixar de ler. Assim, não só fica a saber, mas também pode, com mais&melhor fundamento, opinar e, "a curto, médio ou longo prazo", optar e decidir, não deixando que outros o façam por si - se bem me faço entender eis a razão desta e de outras "(in)PRENSA semanal: a minha selecção!" que aí virão.
O mais difícil é o que ainda falta fazer
O que muda com o Orçamento do Estado 2016
Governo forçado a refrear otimismo. Austeridade fica, mas é diferente
A disciplina contra a liberdade!
A filosofia e António Costa
O recuo de António Costa que lhe deu uma vitória
Como a bitcoin pode 'salvar' a banca mundial no futuro
Paulo de Morais questiona Costa sobre os impostos
Consumo intermédio bate recorde. É onde estão as gorduras do Estado
Custo das subvenções a políticos dispara para 18,8 milhões de euros
O essencial do Orçamento do Estado 2016
Quando tudo passou a ser cor de rosa e não cor de laranja, e se abriu um novo ciclo, aparentemente folgado e não apertado, eis que a austeridade apareceu para nos lembrar que ninguém está a salvo. Porque enquanto houver buracos, bancos e banqueiros maltrapilhos, especulações, corrupções e esquemas que consigam derreter €40 mil milhões, ela vai continuar por aí. E não há ginásticas mentais ou orçamentais, nem animais mitológicos ou mesmo ornitorrincos (como se lê aqui e aqui), comunicados, linguagens técnicas e técnicas de retórica que a escondam. Nem à direita. Nem à esquerda. Nem ao centro.
E se a imaginação das crianças fosse levada a sério?
Difícil encontrar alguma coisa de que não goste no Porto (N.Y.Times)
Varoufakis: "Portugueses não serão capazes de ultrapassar a austeridade"
Quando os jornalistas são o centro do problema
Vem aí a primavera
O Orçamento do Estado em cinco minutos
Varoufakis lança hoje novo partido "pan-europeu"
Achtung, Europa!
Corrupção: boas ou más notícias?
É preciso ter lata
Deste lado do muro
Felicidade e bem-estar - um estudo que se iniciou há 75 anos e ...
Défice estrutural: magia negra
Stockman: Petróleo vai continuar a descer e chegar aos 20 dólares
A caneta e a borracha
Primeiro-ministro turco: “O coração da comunidade internacional está congelado"
Os investidores estão a "perder a fé" no Deustche Bank
Juristas católicos criticam falta de debate sobre decretos polémicos
“A Melodia de Mara” explica a dor aos mais pequenos e ajuda quem ajuda
Lições orçamentais
Banif e não só

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

ESPIRITUALIDADE: Haverá alguém na Igreja que se atreva?

O respeito pela diferença de outras tradições espirituais não nos deve fazer perder da visão do cristianismo como proposta de humanização universal. Descubro em meus contemporâneos não só uma fome de espiritualidade, mas um desejo de recuperar, de forma compreensiva e atual, a tradição religiosa da qual provimos. Para continuar a ler - convém - clicar AQUI.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO/MEDITAÇÃO/ATENÇÃO: A servidão voluntária por...

... Leandro Karnal na CPFL Cultura: "O medo à liberdade e a alma humana".
Se um trecho da palestra (8:00), clicar AQUI.
Se a palestra completa (1:01:38), então, clicar AQUI.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO/ATENÇÃO/MEDITAÇÃO: Felicidade e bem-estar, num estudo iniciado há 75 anos

O que nos mantém felizes e saudáveis à medida que a nossa vida decorre? Se pensam que é a fama e o dinheiro, não estão sozinhos — mas, segundo o psiquiatra Robert Waldinger, estão enganados. Enquanto diretor do estudo de 75 anos sobre o desenvolvimento adulto, Waldinger tem acesso sem precedentes a dados sobre a verdadeira felicidade e satisfação. Nesta palestra, descreve três importantes lições aprendidas com esse estudo, assim como a sabedoria prática, velha como a Sé de Braga, sobre como construir uma vida longa e preenchida. Ver&ouvir AQUI.
As relações humanas, cada vez mais degradadas&degradantes, - eis o busílis da questão - ainda por cima.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

ESPIRITUALIDADE: Curso CER "ESPIRITUALIDADE E ORAÇÃO II"

Antes de nos reunirmos logo, desejamos mostrar-vos o Menu desta refeição deliciosa em que o prato forte será a Oração, e que iremos saborear juntos durante três semanas.
Então, caríssimos senhores e senhoras, o Menu para nossa degustação é o seguinte:
 
“Senhor, como estás longe e oculto e presente! Oiço apenas o ressoar do teu silêncio que avança para mim e a minha vida apenas toca a franja límpida da tua ausência. Fito em meu redor a solenidade das coisas como quem tenta decifrar uma escrita difícil. Mas és Tu quem me lês e me conheces. Faz que nada do meu ser se esconda. Chama à tua claridade a totalidade do meu ser para que o meu pensamento se torne transparente e possa escutar a palavra que desde sempre me dizes.”
Sophia de Mello Breyner Andresen
A confiança cristã e a originalidade da oração cristã, não é a omnipotência de Deus mas a omnipresença de Jesus!

A nossa esperança não é que Deus pode tudo, mas que Deus pode connosco.
Jesus Vivo e Activo no meio de nós, eis Deus em acção!
A nossa confiança não é que Deus possa o que Ele quiser,
mas que ele possa em nós e nos queira bem!
Jesus Vivo e Activo no meio de nós, eis Deus em acção!

O Espírito de Deus é o Espírito com que Jesus está a fazer as coisas,
o Espírito Santo é o Espírito em que Jesus está connosco.

Repito: não a omnipotência de Deus, mas a omnipresença de Jesus,
aí está o específico da Oração cristã.

Em todas as tradições religiosas,
a Oração é normalmente uma forma de vencer uma distância,
entre Deus e o Ser Humano.

Mas para os cristãos,
a oração é reagir a uma proximidade, é o acolhimento de uma presença.
Esta é a novidade da Oração no Espírito Santo, como lhe chama o NT,
que “reza em nós”,
porque nós não sabemos como e que se faz isso ou “que palavras usar”…

Envolvidos numa Presença, apanhados por uma influência…
porque a Oração não é técnica humana mas iniciAtiva do Espírito Santo,
“o amor de Deus derramado nos nossos corações”.

Ontem à noite andámos sempre no bairro dos evangelhos, conhecendo as gentes, fazendo perguntas, lembrando histórias, recolhendo testemunhos. Todos vão dar mais ou menos ao mesmo quando perguntamos nos evangelhos sobre a Oração de Jesus: era a explicação dele! É aí, e só aí, que uma vida daquelas se explica...
E nesse bairro a dar para o mundo que são os evangelhos, encontrámos ainda grafitado na parede grande da entrada a "senha" que dá acesso a um futuro novo: "Rezai por aqueles que vos fazem mal!" (Mt 5, 44) Quem diria que uma das frases mais revolucionárias da história das nações, fosse um mandato de oração!
A segunda semana do nosso Curso CER está já começada. Agora temos dias, até à próxima segunda-feira, para andarmos a mastigar estas coisas dos últimos dois serões.
A Oração de Jesus, a Oração em Nome de Jesus, os Apelos à Oração no Novo Testamento, a Arte da Oração de intimidade, ou Adoração, e alguns Mestres que nos podem ensinar. Foi este o nosso percurso nas duas primeiras noites desta semana.

E, para continuar a dar-lhe voltas...
_______________

Ninguém durma! Estamos de pé à porta, porque o Senhor está ao pé da porta!


“Meu Deus, esta época é demasiado dura para gente frágil como eu.
Mas sei igualmente que, a seguir a este, outro tempo virá.
Gostava tanto de continuar a viver para transmitir
nessa nova época da história
toda a humanidade que guardo dentro de mim,
apesar de tudo aquilo com que convivo diariamente.

Essa é também a única coisa que podemos fazer para preparar a nova estação:
prepará-la já dentro de nós.

E, num certo sentido, experimento já leveza por dentro,
absolutamente sem nenhuma amargura,
e sinto enormes forças de amor em mim.

Gostava tanto de continuar a viver para ajudar a preparar
o novo tempo que há-de vir, de certeza.
Não o sinto eu já crescer dentro de mim todos os dias?"




Etty Hillesum, linhas de Oração escritas num "campo de concentração" nazi.
Estes dois últimos serões do nosso Curso CER são sobre temas, métodos e pistas de oração, depois de termos andado antes pelos fundamentos. Vimos dos alicerces! Chegamos agora à parte da casa que começa a ver-se, aos lugares mais cimeiros, onde habitamos de verdade.

Fica de ontem este texto litúrgico do séc. II,
uma das Odes de Salomão (13),
usada para o Baptismo.
"O Senhor é o nosso espelho.Olhai-vos nEle, abri nEle os vossos olhos,vede nEle como é o vosso rosto!Elevai um louvor ao Seu Espírito,e tirai do vosso rosto o que está sujo;amai a imagem dElee revesti-vos delae ficareis semelhantes a Ele!Alelu’Ya"
 
O que eu visto é um par de calças.
O que faço é viver.
A minha maneira de orar é respirar.
Meu Deus, comunico melhor contigo respirando.” (T.M.)

Foi com estas linhas rezadas por Thomas Merton que começámos, há três semanas, o Curso ESPIRITUALIDADE E ORAÇÃO II. Entre Tanto, passaram-se seis serões de conversa daquelas que ficam entre as membranas do coração.
Acabei ontem à noite a sexta conversa com outras linhas de oração do mesmo Thomas Merton, grande mestre de espiritualidade no séc. XX. A abrir e a fechar a memória da Respiração, a lembrança da oração como respiro da vida, e o desejo de que tudo isto que fizemos, afinal, seja apenas o convite entregue para uma relação cada vez mais familiar e terna com Jesus. Precisamos de Redenção, de mão que nos levante. Está connosco a Direita de Deus! Algum dia aprenderemos a aninhar-nos na concha doce da sua vinda.


“Desde o berço, ó Cristo, eu te conheci em toda a parte,e , mesmo pecando,em Ti caminhava e sabiaque eras o meu mundo:foste a minha França e a minha Inglaterra,os meus mares e a minha América:foste a minha vida, o ar que respiro.” (T.M.)

A refeição começará a ser servida pontualmente às 21.30h, pelo que pedimos a vossa presença uns minutos antes.

P'la gerência,
o mordomo Rui Santiago cssr