"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

EFEMÉRIDE/COMEMORAÇÃO/RECORDAÇÃO: Zeca Afonso

Hoje passam 30 anos desde que Zeca Afonso se foi, a 23 de fevereiro de 87, uma terça-feira, um dia antes de 30 mill pessoas se juntarem em Setúbal para acompanharem o corpo encaixado e levado em ombros por amigos, com um pano vermelho descaracterizado, cravos e um pão por cima, da antiga Escola Industrial e Comercial até ao Cemitério da Nossa Senhora da Piedade.
Grândola.
Vila.
Morena.
O Bernardo Mendonça, aqui no Expresso, recolheu nove testemuhos de gente que se cruzou com ele em vida ou depois desta: Marcelo Rebelo de Sousa, Adolfo Luxúria Canibal, Bagão Félix, Vitorino, Maria do Céu Guerra, Pedro Ayres Magalhães, Ruben de Carvalho, Marisa Liz e Manuel Alegre. O de Alegre é tocante, porque o descreve com os “seus tiques”, um deles “a mão na orelha”, e o define enquanto o poeta que usava palavras como lacrau, licranço, bruxas, cavaleiro e cantava canções da giesta. Cito, de um fôlego: “E mais tarde os vampiros e os eunucos, os caídos e os tiranos, os filhos da madrugada, a rola branca, rola fria, repetições, paralelismos, trovas, endechas, cantares de amigo. As suas letras são por vezes destruidoras da lógica e da gramática” - mas nunca do bom gosto e do bom senso.
Nas letras de Zeca Afonso não cabem a “bisbilhotice”, a “porta na cara” e a “porta do cavalo”, o “grau zero”, o “pessimista irritado”, o “mentir” e o “mentiroso”, os “erros de percepção mútua”, as SMS e os 10 mil milhões de euros , nem outros soundbites quejandos que se aguentam mais do que 15 minutos (a propósito, Warhol também morreu há 30 anos), nem a proverbial sacudidela do capote e nem o spin.
Talvez por isto Zeca tenha dito não aos partidos políticos. Para se manter para sempre livre.


AQUI comemorava-se os 20 anos do seu falecimento. Mas há mais AQUI numa entrevista, AQUI no seu último concerto ao vivo em 1983 no Coliseu, AQUI um Mix de músicas suas. Quanto a álbuns, o "Fura Fura" AQUI, o "Cantigas do Maio" AQUI, o "Enquanto há força" AQUI e a partir chegam a muitos mais.

AQUI as saudades e a falta que ele nos faz!

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