"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 25 de abril de 2021

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

 Considerando:

1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 4º Domingo da Páscoa - Ano B
O 4º Domingo da Páscoa é considerado o "Domingo do Bom Pastor", pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor". É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como "o Pastor modelo", que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n'Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para "escutar" as propostas que Ele faz e segui-l'O no caminho do amor e da entrega.
A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que "não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos" (neste "Domingo do Bom Pastor" dizer que Jesus é o "único salvador" equivale a dizer que Ele é o único pastor que nos conduz em direcção à vida verdadeira). Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.
Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de João convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um "amor admirável" que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos "semelhantes" a Ele.
EVANGELHO - Jo 10,11-18
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus.
«Eu sou o Bom Pastor.
O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas,
logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge,
enquanto o lobo as arrebata e dispersa.
O mercenário não se preocupa com as ovelhas.
Eu sou o Bom Pastor:
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me,
do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai;
Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil
e preciso de as reunir;
elas ouvirão a minha voz
e haverá um só rebanho e um só Pastor.
Por isso o Pai Me ama:
porque dou a minha vida, para poder retomá-la.
Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente.
Tenho o poder de a dar e de a retomar:
foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
AMBIENTE
O capítulo 10 do 4º Evangelho é dedicado à catequese do "Bom Pastor". O autor utiliza esta imagem para propor uma catequese sobre a missão de Jesus: a obra do "Messias" consiste em conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.
A imagem do "Bom Pastor" não foi inventada pelo autor do 4º Evangelho. Literariamente falando, este discurso simbólico está construído com materiais provenientes do Antigo Testamento. Em especial, este discurso tem presente Ez 34 (onde se encontra a chave para compreender a metáfora do "pastor" e do "rebanho"). Falando aos exilados da Babilónia, Ezequiel constata que os líderes de Israel foram, ao longo da história, maus "pastores", que conduziram o Povo por caminhos de morte e de desgraça; mas - diz Ezequiel - o próprio Deus vai agora assumir a condução do seu Povo; Ele porá à frente do seu Povo um "Bom Pastor" (o "Messias"), que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida. A catequese que o 4º Evangelho nos oferece sobre o "Bom Pastor" sugere que a promessa de Deus - veiculada por Ezequiel - se cumpre em Jesus.
O contexto em que João coloca o "discurso do Bom Pastor" (cf. Jo 10) é um contexto de polémica entre Jesus e alguns líderes judaicos, principalmente fariseus (cf. Jo 9,40; 10,19-21.24.31-39). Depois de ver a pressão que os líderes judaicos colocaram sobre o cego de nascença para que ele não abraçasse a luz (cf. Jo 9,1-41), Jesus denuncia a forma como esses líderes tratam o Povo: eles estão apenas interessados em proteger os seus interesses pessoais e usam o Povo em benefício próprios; são, pois, "ladrões e salteadores" (Jo 10,1.8.10), que se apossam de algo que não lhes pertence e roubam ao seu Povo qualquer possibilidade de vida e de libertação.
MENSAGEM
O nosso texto começa com uma afirmação lapidar, posta na boca de Jesus: "Eu sou o Bom Pastor". O adjectivo "bom" deve, neste contexto, entender-se no sentido de "modelo", de "ideal": "Eu sou o modelo de pastor, o pastor ideal". E Jesus explica, logo de seguida, que o "pastor modelo" é aquele que é capaz de se entregar a si mesmo para dar a vida às suas ovelhas (vers. 11).
Depois da afirmação geral, Jesus põe em paralelo duas figuras de pastor: o "pastor mercenário" e o "verdadeiro pastor" (vers. 12-13).
Aquilo que distingue o "verdadeiro pastor" do "pastor mercenário" é a diferente atitude diante do "lobo". O "lobo" representa, nesta "parábola", tudo aquilo que põe em perigo a vida das ovelhas: os interesses dos poderosos, a opressão, a injustiça, a violência, o ódio do mundo.
O "pastor mercenário" é o pastor contratado por dinheiro. O rebanho não é dele e ele não ama as ovelhas que lhe foram confiadas. Limita-se a cumprir o seu contrato, fugindo de tudo aquilo que o pode pôr em perigo a ele próprio e aos seus interesses pessoais. Limita-se a cumprir determinadas obrigações, sem que o seu coração esteja com o rebanho. Ele tem uma função de enquadrar o rebanho e de o dirigir, mas a sua acção é sempre ditada por uma lógica de egoísmo e de interesse. Por isso, quando sente que há perigo, abandona o rebanho à sua sorte, a fim de salvaguardar os seus interesses egoístas e a sua posição.
O verdadeiro pastor é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem das ovelhas que lhe foram confiadas. Por isso, ele arrisca tudo em benefício do rebanho e está, até, disposto a dar a própria vida por essas ovelhas que ama. Nele as ovelhas podem confiar, pois sabem que ele não defende interesses pessoais mas os interesses do seu rebanho.
Ora, Jesus é o modelo do verdadeiro pastor (vers. 14-15). Ele conhece cada uma das suas ovelhas, tem com cada uma relação pessoal e única, ama cada uma, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. Esta relação que Jesus, o verdadeiro pastor, tem com as suas ovelhas é tão especial, que Ele até a compara à relação de amor e de intimidade que tem com o próprio Deus, seu Pai. É este amor, pessoal e íntimo, que leva Jesus a pôr a própria vida ao serviço das suas ovelhas, e até a oferecer a própria vida para que todas elas tenham vida e vida em abundância. Quando as ovelhas estão em perigo, Ele não as abandona, mas é capaz de dar a vida por elas. Nenhum risco, dificuldade ou sofrimento O faz desanimar. A sua atitude de defesa intransigente do rebanho é ditada por um amor sem limites, que vai até ao dom da vida.
Depois de definir desta forma a sua missão e a sua atitude para com o rebanho, Jesus explica quem são as suas ovelhas e quem pode fazer parte do seu rebanho. Ao dizer "tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir" (vers. 16a), Jesus deixa claro que a sua missão não se encerra nas fronteiras limitadas do Povo judeu, mas é uma missão universal, que se destina a dar vida a todos os povos da terra. A comunidade de Jesus não está encerrada numa determinada instituição nacional ou cultural. O que é decisivo, para integrar a comunidade de Jesus, é acolher a sua proposta, aderir ao projecto que Ele apresenta, segui-l'O. Nascerá, então, uma comunidade única, cuja referência é Jesus e que caminhará com Jesus ao encontro da vida eterna e verdadeira ("elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor" - vers. 16b).
Finalmente, Jesus explica que a sua missão se insere no projecto do Pai para dar vida aos homens (vers. 17-18). Jesus assume esse projecto do Pai e dedica toda a sua vida terrena a cumprir essa missão que o Pai lhe confiou. O que O move não é o seu interesse pessoal, mas o cumprimento da vontade do Pai. Ao cumprir o projecto de amor do Pai em favor dos homens, Ele está a realizar a sua condição de Filho.
Ao dar a sua vida, Jesus está consciente de que não perde nada. Quem gasta a vida ao serviço do projecto de Deus, não perde a vida, mas está a construir para si e para o mundo a vida eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em glorificação. Para quem ama, não há morte, pois o amor gera vida verdadeira e definitiva.
A entrega de Jesus não é um acidente ou uma inevitável fatalidade, mas um gesto livre de alguém que ama o Pai e ama os homens e escolhe o amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre, gratuito e generoso. Na decisão de Jesus em oferecer livremente a vida por amor, manifesta-se o seu amor pelo Pai e pelos homens.
ACTUALIZAÇÃO
• Todos nós temos as nossas figuras de referência, os nossos heróis, os nossos mestres, os nossos modelos. É a uma figura desse tipo que, utilizando a imagem do Evangelho do 4º Domingo da Páscoa, poderíamos chamar o nosso "pastor"... É Ele que nos aponta caminhos, que nos dá segurança, que está ao nosso lado nos momentos de fragilidade, que condiciona as nossas opções, que é para nós uma espécie de modelo de vida. O Evangelho deste domingo diz-nos que, para o cristão, o "Pastor" por excelência é Cristo. É n'Ele que devemos confiar, é à volta d'Ele que nos devemos juntar, são as suas indicações e propostas que devemos seguir. O nosso "Pastor" é, de facto, Cristo, ou temos outros "pastores" que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construimos a nossa existência? O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções: Jesus Cristo? As directrizes do chefe do departamento? A conta bancária? A voz da opinião pública? A perspectiva do presidente do partido? O comodismo e a instalação? O êxito e o triunfo profissional a qualquer custo? O herói mais giro da telenovela? O programa de maior audiência da estação televisiva de maior audiência?
• Reparemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de "Pastor": Ele não actua por interesse (como acontece com outros pastores, que apenas procuram explorar o rebanho e usá-lo em benefício próprio), mas por amor; Ele não foge quando as ovelhas estão em perigo, mas defende-as, preocupa-Se com elas e até é capaz de dar a vida por elas; Ele mantém com cada uma das ovelhas uma relação única, especial, pessoal, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. As "qualidades" de Cristo, o Bom Pastor, aqui enumeradas, devem fazer-nos perceber que podemos confiar integral e incondicionalmente n'Ele e entregar, sem receio, a nossa vida nas suas mãos. Por outro lado, este "jeito" de actuar de Cristo deve ser uma referência para aqueles que têm responsabilidades na condução e animação do Povo de Deus: aqueles que receberam de Deus a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, exercem a sua missão no dom total, no amor incondicional, no serviço desinteressado, a exemplo de Cristo?
• No "rebanho" de Jesus, não se entra por convite especial, nem há um número restrito de vagas a partir do qual mais ninguém pode entrar... A proposta de salvação que Jesus faz destina-se a todos os homens e mulheres, sem excepção. O que é decisivo para entrar a fazer parte do rebanho de Deus é "escutar a voz" de Cristo, aceitar as suas indicações, tornar-se seu discípulo... Isso significa, concretamente, seguir Jesus, aderir ao projecto de salvação que Ele veio apresentar, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projectos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso "Pastor" (Cristo) no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho é apenas um caminho de derrota e de fracasso, que não leva aonde nós pretendemos ir?
• O nosso texto acentua a identificação total de Jesus com a vontade do Pai e a sua disponibilidade para colocar toda a sua vida ao serviço do projecto de Deus. Garante-nos também que é dessa entrega livre, consciente, assumida, que resulta vida eterna, verdadeira e definitiva. O exemplo de Cristo convida-nos a aderir, com a mesma liberdade mas também com a mesma disponibilidade, às propostas de Deus e ao cumprimento do projecto de Deus para nós e para o mundo. Esse caminho é, garantidamente, um caminho de vida eterna e de realização plena do homem.
• Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único "Pastor", aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros "pastores" têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua actuação nunca pode ser diferente do jeito de actuar de Cristo.
Para que distingamos a "voz" de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras, de "cantos de sereia" que não conduzem à vida plena, é preciso um permanente diálogo íntimo com "o Pastor", um confronto permanente com a sua Palavra e a participação activa nos sacramentos onde se nos comunica essa vida que "o Pastor" nos oferece.
BILHETE DE EVANGELHO.
O que distingue um mercenário de um pastor é a relação que eles têm com as suas ovelhas. Para o pastor, cada ovelha é única aos seus olhos e cada uma reconhece o seu pastor. Ele está pronto a tudo para que as suas ovelhas vivam, indo mesmo ao ponto de arriscar a sua própria vida. Enfim, ele cuida mesmo das que não são do seu rebanho. Mas Jesus, que se compara a este bom pastor, dá o significado desta relação, que é reflexo da sua relação com o Pai: "conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai". Neste domingo em que os cristãos são convidados a rezar pelas vocações, que a sua oração seja dirigida, em primeiro lugar, para o único Pastor, Jesus Cristo, depois que se peça para que Ele dê à sua Igreja pastores que procurem conhecer cada vez melhor os homens, amá-los, e que tenham o cuidado daqueles que não são ainda da Igreja.
À ESCUTA DA PALAVRA.
"Eu sou o Bom Pastor". Jesus retoma uma imagem tradicional na Bíblia para designar os chefes do povo judeu. Porque estes pastores são muitas vezes maus pastores, é o próprio Deus que pastoreará o seu rebanho. E o salmista gritará: "O Senhor é meu pastor!" Jesus atribui a Si próprio este título e esta missão, que confia em seguida a Pedro. Por seu lado, este recorre ao vocabulário pastoral para designar a função dos "anciãos", dos "presbíteros", na comunidade cristã. Estamos, de facto, muito longe da estrutura "sacerdotal", sobre a qual estava fundada toda a vida cultual do povo judeu. O serviço do templo estava reservado à tribo de Levi e às famílias sacerdotais. Ora, na Igreja, o "pastor" não é um homem do "sagrado", "separado" do resto do povo. O próprio Jesus não era uma "especialista do sagrado"! O pastor só tem sentido se ligado a um rebanho. Ele "conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas conhecem-no". Elas "contam verdadeiramente para ele". Ele ama as ovelhas e cuida delas. Vigia-as. Condu-las a boas pastagens, dando-lhes o bom alimento da Palavra de Deus. Ele vai ao ponto de dar a sua vida pelas suas ovelhas. Nunca se deve cessar de pedir ao Senhor que suscite sempre bons pastores para a sua Igreja!
PARA A SEMANA QUE SE SEGUE...
Discernir em Igreja... Não é fácil saber em que ponto estamos realmente, em matéria de vocação: o discernimento nunca se faz só, seja para um acompanhador espiritual, seja num pequeno grupo que saberia praticar esta entreajuda fraterna que permita a cada um fazer o ponto da situação sobre aquilo que o Senhor espera dele. Não seria a ocasião, nesta semana, para se pensar em fazer um tal encontro?

e/ou no vídeo AQUI.
Homilia para o Domingo do Bom Pastor (4.º Domingo da Páscoa) pelo Pe. Paulo Ricardo AQUI.
«Eu sou o bom pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me»
Olhemos para o nosso Pastor, que é Cristo. [...] Ele alegra-Se com as ovelhas que tem perto de Si e vai à procura das que se perderam. Não Lhe fazem medo as montanhas nem as florestas; percorre as ravinas para chegar até à ovelha perdida. Mesmo que a encontre ferida, não Se enfurece, mas, tocado pela compaixão, põe-na aos ombros e cura a ovelha fatigada com a sua própria fadiga (cf Lc 15,4s). [...]
Cristo pode proclamar: Eu Sou o Bom Pastor, «procurarei a que se tinha perdido, reconduzirei a que se tinha tresmalhado; cuidarei da que está ferida e tratarei da que está doente» (Ez 34,16). Eu vi o rebanho dos homens acabrunhado pela doença, vi os meus cordeiros irem para onde moram os demónios, vi o meu rebanho despedaçado pelos lobos. Vi tudo isto e não foi do alto. Por isso, tomei a mão dissecada pelo mal como se tivesse sido mordida por um lobo, libertei aqueles que a febre tinha aprisionado, ensinei a ver aquele que tinha os olhos fechados desde o seio de sua mãe, retirei Lázaro do túmulo onde jazia há quatro dias (cf Mc 3,5; 1,31; Jo 9; 11). Porque «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas». [...]
Os profetas conheceram este pastor porque, muito antes da sua Paixão, já Ele anunciava o que estaria para vir: «Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como cordeiro que é levado ao matadouro, como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador» (Is 53,7). Qual ovelha, o pastor expôs a garganta pelas suas ovelhas. [...] Pela sua morte, remediou a morte; pelo seu túmulo, esvaziou os túmulos. [...] Os túmulos estão tristes e a prisão está fechada enquanto o pastor, descido da cruz, não leva às suas ovelhas encarceradas a alegre notícia da libertação. Mas Ele vai aos infernos dar ordem de libertação (cf 1Pe 3,19), Ele chama de novo as suas ovelhas, chama-as como as chamou da morada dos mortos para a vida. «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas». É assim que Ele Se propõe ganhar o afeto das suas ovelhas; as que sabem ouvir a sua voz amam-no.
Basílio de Selêucia (?-c. 468), bispo, Oratio 26

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