"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 8 de maio de 2016

PALAVRA DE DOMINGO: Contextual​izá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!


Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética"
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial"
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Ler mais em:
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro", http://www.paulinas.pt/Product_Detail.aspx?code=1977
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador»



Então:
TEMA
A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta-nos as palavras de despedida de Jesus que definem a missão dos discípulos no mundo. Faz, também, referência à alegria dos discípulos: essa alegria resulta do reconhecimento da presença no mundo do projecto salvador de Deus e resulta do facto de a ascensão de Jesus ter acrescentado à vida dos crentes um novo sentido.
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo caminho de Jesus. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante, mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projecto de Jesus.
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a queforam chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa esperança de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside nesse “corpo”.
EVANGELHOLc 24,46-53
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.
Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade,
até que sejais revestidos com a força do alto».
Depois Jesus levou os discípulos até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os.
Enquanto os abençoava,
afastou-Se deles e foi elevado ao Céu. Eles prostraram-se diante de Jesus,
e depois voltaram para Jerusalém com grande alegria.
E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus.

AMBIENTE
O Evangelho de hoje situa-nos no dia de Páscoa. Cristo já se manifestou aos discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35) e aos onze, reunidos no cenáculo (cf. Lc 24,36-
43). No texto que nos é proposto, apresentam-se as últimas instruções de Jesus (cf. Lc 24,44-49) e a ascensão (cf. Lc 24,50-53).
Ao contrário dos “Actos”, ressurreição, aparições de Jesus ressuscitado aos discípulos e ascensão são colocados – aqui – no mesmo dia, o que parece mais correcto do ponto de vista teológico: ressurreição e ascensão não se podem diferenciar; são apenas formas humanas de falar da passagem da morte à vida definitiva junto de Deus.

MENSAGEM
O nosso texto está dividido em duas partes: despedida dos discípulos (vers. 46-49) e ascensão (vers. 50-53).
Na primeira parte temos, portanto, as palavras de despedida de Jesus. Os discípulos que fizeram a experiência do encontro pessoal com Jesus ressuscitado são agora convocados para a missão: Jesus envia-os como testemunhas, a pregar a conversão (“metanoia” – a transformação radical da vida, da mentalidade, dos valores) e o perdão dos pecados (ou seja, o anúncio de que Deus ama todos os homens e os convida a deixar o egoísmo, o orgulho e a auto-suficiência para iniciarem uma vida de Homens Novos). Para esta tarefa ingente, os discípulos contam com a ajuda e a assistência do Espírito. Temos também, aqui, todos os elementos daquilo que será a futura missão da Igreja. O testemunho apostólico terá como tema central a morte e ressurreição de Jesus, o Messias libertador anunciado pelas escrituras (vers. 44.46). Desde Jerusalém, esta proposta deve ser anunciada a todas as nações. Este “percurso” será explicitado no livro dos “Actos”.
Na segunda parte, Lucas descreve a ascensão, situada em Betânia. Há duas indicações de Lucas que importa realçar. A primeira é a bênção que Jesus dá aos discípulos antes de ir para junto do Pai: essa bênção sugere um dom que vem de Deus e que afecta positivamente toda a vida e toda a acção dos discípulos, capacitados para a missão pela força de Deus. A segunda é a alegria dos discípulos: a alegria é o grande sinal messiânico e escatológico; indica que o mundo novo já começou, pois o projecto salvador e libertador de Deus está em marcha.

ACTUALIZAÇÃO
Para a reflexão, considerar as seguintes indicações:
♦ A ressurreição/ascensão de Jesus convida-nos a ver a vida com outros olhos – os olhos da esperança. Diz-nos que o sofrimento, a perseguição, o ódio, a morte, não são a última palavra para definir o quadro do nosso caminho; diz-nos que no final de um caminho percorrido na doação, na entrega, no amor vivido até às últimas consequências, está a vida definitiva, a vida de comunhão com Deus. Esta esperança permite-nos enfrentar o medo, os nossos limites humanos, o fanatismo, o egoísmo dos fazedores de pecado e permite-nos olhar com serenidade para esse qualquer coisa de novo que nos espera, para esse futuro de vida plena que é o nosso destino final.
♦ A ascensão de Jesus e, sobretudo, as palavras finais de Jesus, que convocam os discípulos para a missão, sugerem a nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz; sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora nas nossas mãos e que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com o esforço de todos os dias, o novo céu e a nova terra. Sentimos, de facto, esta responsabilidade? Preocupamo-nos em tornar realidade no mundo os gestos libertadores de Cristo? Procuramos construir, no dia a dia, esse mundo novo de justiça, de fraternidade, de liberdade e de paz?
♦ A alegria que brilha nos olhos e nos corações desses discípulos que testemunham a entrada definitiva de Jesus na vida de Deus tem de ser uma realidade que transparece na nossa vida. Os seguidores de Jesus, iluminados pela fé, têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que os espera, no final do caminho, a vida em plenitude; e têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que o projecto salvador e libertador de Deus está a actuar no mundo, está a transformar os corações e as mentes, está a fazer nascer, dia a dia, o Homem Novo.


Ascensão: Deus entra no coração da tua vida
Ascensão, à procura com Cristo de uma interseção entre Terra e Céu, de uma fissura aberta sobre o que está para além, sobre aquilo que dura para lá do declinar do dia: saber que o nosso amar não é inútil, mas será recolhido gota a gota e vivido para sempre; que o nosso lutar não é inútil; que não será perdido nenhum generoso cansaço, nenhuma dolorosa paciência. Para saber mais, clicar AQUI.
Esta é a semana em que ficamos no cenáculo
«Este é o testemunho - feito não só com as palavras mas também com a nossa vida diária -, o testemunho que cada domingo deveria sair das nossas igrejas para entrar durante a semana nas casas, nos escritórios, na escola, nos locais de encontro e de divertimento, nos hospitais, nas prisões, nas casas para os idosos, nos lugares repletos dos imigrantes, nas periferias das cidades...». Para saber mais, clicar AQUI.

Sem comentários:

Enviar um comentário