O pecado original é uma realidade misteriosa e pouco evidente para nós enquanto comporta um prolongamento da culpa dos progenitores até todos nós. Neste dia, nós o consideramos na sua conspícua excepção ou melhor no singular privilégio concedido a Maria, que foi dele preservada desde o primeiro instante da sua concepção, da sua existência humana. O valor doutrinal desta festividade é manifesto na prece da celebração litúrgica, que sublinha o privilégio concedido à futura Mãe de Deus; "Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparaste ao teu Filho uma morada digna dele...", e a própria natureza deste privilégio, enquanto não subtrai Maria à Redenção universal efectuada por Cristo: "Tu que a preservaste de toda a mancha na previsão da morte do teu Filho..."
Antes que Pio IX, com a bula Ineffabilis Deus em 1854, definisse solenemente o dogma da Imaculada Conceição, não obstante as hesitações de alguns teólogos, que podiam apelar para o próprio São Tomás de Aquino, tinha-se chegado a um desenvolvimento não só da devoção popular para com a Imaculada mas também nas intervenções dos papas a favor desta celebração. Antes que o calendário romano incluísse a festa em 1476, esta já havia aparecido no Oriente no século sétimo, e contemporaneamente na Itália meridional dominada pelos bizantinos.
Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e finalmente em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória, a toda a cristandade. Mas desde a origem do cristianismo Maria foi venerada pelos fiéis como a TODA SANTA. No primeiro esboço da festa litúrgica da Conceição, anterior ao século sétimo, nota-se, se não a profissão explícita da isenção da culpa original, pelo menos uma persuasão teologicamente equivalente. "Potuit, decuit, ergo fecit", havia argumentado um brilhante teólogo medieval: "Deus podia fazê-lo, convinha que o fizesse, portanto o fez." Do infinito amor de Cristo para com a Mãe, que a pré-redimiu e a cumulou do Espírito Santo desde o primeiro instante da sua existência, derivou este singular privilégio, que a Igreja hoje celebra para nos fazer meditar sobre a beleza de toda alma santificada pela graça redentora de Cristo.
Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, a Virgem apareceu a Santa Bernadette Soubirous. Para a menina que, timidamente, perguntava: "Senhora, quer ter a bondade de me dizer o seu nome?", Maria respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição."
Antes que Pio IX, com a bula Ineffabilis Deus em 1854, definisse solenemente o dogma da Imaculada Conceição, não obstante as hesitações de alguns teólogos, que podiam apelar para o próprio São Tomás de Aquino, tinha-se chegado a um desenvolvimento não só da devoção popular para com a Imaculada mas também nas intervenções dos papas a favor desta celebração. Antes que o calendário romano incluísse a festa em 1476, esta já havia aparecido no Oriente no século sétimo, e contemporaneamente na Itália meridional dominada pelos bizantinos.
Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e finalmente em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória, a toda a cristandade. Mas desde a origem do cristianismo Maria foi venerada pelos fiéis como a TODA SANTA. No primeiro esboço da festa litúrgica da Conceição, anterior ao século sétimo, nota-se, se não a profissão explícita da isenção da culpa original, pelo menos uma persuasão teologicamente equivalente. "Potuit, decuit, ergo fecit", havia argumentado um brilhante teólogo medieval: "Deus podia fazê-lo, convinha que o fizesse, portanto o fez." Do infinito amor de Cristo para com a Mãe, que a pré-redimiu e a cumulou do Espírito Santo desde o primeiro instante da sua existência, derivou este singular privilégio, que a Igreja hoje celebra para nos fazer meditar sobre a beleza de toda alma santificada pela graça redentora de Cristo.
Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, a Virgem apareceu a Santa Bernadette Soubirous. Para a menina que, timidamente, perguntava: "Senhora, quer ter a bondade de me dizer o seu nome?", Maria respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição."
Vós todos que sabeis discernir, vinde, admiremos
A Virgem que é mãe, a filha de David. […]
Vinde, admiremos a Virgem puríssima,
Maravilha em si mesma, única em toda a criação.
Ela deu à luz sem ter conhecido homem,
Sua alma pura inteiramente deslumbrada.
A todo o momento seu espírito se entregava ao louvor,
Porque se alegrava com esta dupla maravilha:
Mantendo a virgindade, ter o Filho de todos mais amado!
Jovem pomba (Cant 6,9), transportou a águia,
O Ancião dos dias (Dn 7,9), cantando os seus louvores:
«Meu Filho, Tu, de riqueza sem igual, quiseste crescer
Num ninho miserável. Harpa melodiosa,
Permaneces em silêncio como criança de berço.
Permite-me, pois, que cante para Ti. […]
Tua morada, meu Filho, é mais que todas as outras,
Todavia quiseste que fosse eu a tua morada.
O céu é pequeno para conter a tua glória,
Eu, porém, o mais humilde dos seres, Te trago em mim.
Permite a Ezequiel vir ver-Te ao meu colo,
Reconhecer em Ti Aquele que os querubins
Transportavam no carro (Ez 1) […]; hoje sou eu quem Te transporta […]
E com grande tremor os querubins exclamam:
"Bendita seja a glória de Deus no lugar onde repousas!" (Ez 3, 12).
Esse lugar é em mim, meu seio é tua morada;
Meus braços são o trono da tua grandeza. […]
Vem ver-me, Isaías, vê e alegremo-nos!
Eis que concebi, permanecendo embora virgem (Is 7,14).
Profeta do Espírito, de visões tão ricas,
Vê agora o Emanuel que de ti permaneceu escondido. […]
Vinde, pois, todos vós que sabeis discernir,
Vós que, pela vossa voz, dais testemunho do Espírito. […]
Erguei-vos, rejubilai, porque eis aqui a colheita!
Olhai: eu tenho nos braços a espiga da vida.»
(Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Hinos sobre Maria, n.º 7)
Hinos sobre Maria, n.º 7)
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