"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 29 de dezembro de 2019

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema da Festa da Sagrada Família - Ano A
A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus, como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares… As leituras fornecem indicações práticas para nos ajudar a construir famílias felizes, que sejam espaços de encontro, de partilha, de fraternidade, de amor verdadeiro.

O Evangelho apresenta uma catequese sobre Jesus e a missão que o Pai lhe confiou; mas, sobretudo, propõe-nos o quadro de uma família exemplar – a família de Nazaré. Nesse quadro há duas coordenadas que são postas em relevo: trata-se de uma família onde existe verdadeiro amor e verdadeira solidariedade entre os seus membros; e trata-se de uma família que escuta Deus e que segue, com absoluta confiança, os caminhos por Ele propostos.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
EVANGELHOMt 2,13-15.19-23
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de os Magos partirem,

o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe:
«Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto
e fica lá até que eu te diga,
pois Herodes vai procurar o Menino para O matar».
José levantou-se de noite,
tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto
e ficou lá até à morte de Herodes,
para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta:
«Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes morreu,
o Anjo apareceu em sonhos a José no Egipto e disse-lhe:
«Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe
e vai para a terra de Israel,
pois aqueles que atentavam contra a vida do Menino
já morreram».
José levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe,
e voltou para a terra de Israel.
Mas, quando ouviu dizer que Arquelau reinava na Judeia,
em lugar de seu pai, Herodes,
teve receio de ir para lá.
E, avisado em sonhos, retirou-se para a região da Galileia
e foi morar numa cidade chamada Nazaré,
para se cumprir o que fora anunciado pelos Profetas:
«Há-de chamar-Se Nazareno».
AMBIENTE
O interesse fundamental dos primeiros cristãos não se centrou na infância de Jesus, mas na sua mensagem e proposta; por isso, conservaram especialmente as recordações sobre a vida pública e a paixão do Senhor.

Só num estádio posterior houve uma certa curiosidade acerca dos primeiros anos da vida de Jesus. Coligiram-se, então, algumas escassas informações históricas sobre a infância de Jesus e amassou-se esse material com reflexões e com a catequese que a comunidade fazia acerca de Jesus. O chamado “Evangelho da Infância” (de que faz parte o texto que nos é hoje proposto) assenta nessa base; parte de algumas indicações históricas e desenvolve uma reflexão teológica para explicar quem é Jesus. Nesta secção do Evangelho (cf. Mt 1-2), Mateus está muito mais interessado em dizer quem é Jesus, do que em fazer uma reportagem histórica sobre a sua infância.
Para compor o “Evangelho da Infância”, Mateus serviu-se de motivos e recursos literários que se utilizavam na literatura judia e helenística para contar a infância de heróis: misteriosos relatos de anunciação, ameaças contra a sua vida, intervenção de Deus, sinais extraordinários. Mateus serviu-se, ainda, de um recurso muito utilizado pelos escritores judaicos – o “midrash haggádico” (que consistia em comentar um texto da Escritura através de um pequeno relato). A diferença entre Mateus e os escritores judaicos é que, enquanto estes partiam de um texto da Escritura, o evangelista parte da figura de Jesus.
O nosso texto não deve, portanto, ser visto como uma informação histórica, mas como uma construção artificiosa, destinada a responder à questão: “quem é Jesus?”.
MENSAGEM
Na base do relato que nos é proposto, estão citações do Antigo Testamento… Mateus parte daí para apresentar uma reflexão cujo objectivo final é dizer quem é Jesus. Escrevendo para cristãos vindos do judaísmo, que conhecem bem o Antigo Testamento, Mateus recorre às antigas profecias para explicar quem é Jesus e qual a sua missão. Ao mesmo tempo, mostra como Jesus cumpriu plenamente essas antigas profecias.

Uma parte significativa do nosso texto (cf. Mt 2,13-15) está construída sobre Os 11,1 (“do Egipto chamei o meu filho”).
Mateus apresenta um conjunto de detalhes, a propósito deste episódio, que recordam os inícios da vida de Moisés: o massacre das crianças de Belém pelo rei Herodes (cf. Mt 2,16-18) recorda a ordem do faraó de atirar ao Nilo os bebés hebreus do sexo masculino (cf. Ex 1,22); a fuga do menino Jesus através do deserto (cf. Mt 2,14) recorda a fuga do jovem Moisés através do deserto para salvar a vida (cf. Ex 2,15); o regresso de Jesus do Egipto quando já tinham morrido aqueles que queriam matá-lo (cf. Mt 2,15) recorda o regresso de Moisés ao Egipto quando já tinham morrido aqueles que queriam matá-lo (cf. Ex 4,19)… Através destas referências, Jesus aparece como um novo Moisés, que libertará o novo Povo de Deus e que dará a nova Lei a esse Povo (cf. Mt 5-7).
Por outro lado, Mateus põe também em paralelo o caminho de Jesus e o caminho do Povo de Israel. A fuga de José com Maria e o menino recorda a ida para o Egipto da família de Jacob, que emigrou para o Egipto por desígnio de Deus (cf. Gn 46,1-7); como aconteceu com Israel, também Jesus sairá daí, chamado por Deus (cf. Mt 2,19-20), a fim de iniciar o novo e definitivo êxodo. Finalmente, o regresso de Jesus à terra de Canaan repete o caminho percorrido por Israel nos seus inícios… É uma forma de ensinar que, com Jesus, tem início um novo Povo de Deus e que Jesus será o libertador (ou o novo Moisés) que conduzirá esse Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
Não é clara qual a citação profética que está na base da parte final do nosso texto (“será chamado nazoraios” – Mt 2,23), embora ela possa fazer referência a Jz 13,5 (“esse menino será nazireu de Deus desde o seio de sua mãe) e a Is 11,1 (“brotará um ramo do tronco de Jessé, um rebento – em hebraico: “neçer” – brotará das suas raízes”). Embora nem a citação de Juízes nem a citação de Isaías tenham nada a ver com Nazaré, Mateus usou-as pela semelhança fonética; o seu objectivo era mostrar aos judeus que, ao instalar-se em Nazaré (apesar de ter nascido em Belém), Jesus estava a cumprir as Escrituras e os desígnios de Deus.
Fica, portanto, aqui definida a catequese que revela quem é Jesus e qual a sua missão… A presença constante de Deus conduzindo a história, enviando o seu mensageiro, comunicando com José através dos sonhos, revela que este menino vem de Deus e que tem uma missão de Deus. Qual é essa missão? É dar início a um novo Povo de Deus e, como Moisés, conduzir esse Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
Neste dia em que celebramos a Sagrada Família, convém também determo-nos um pouco sobre esta família de Nazaré. É uma família unida e solidária, que não hesita em afrontar os perigos do deserto e as incomodidades do exílio numa terra estrangeira, quando um dos membros corre riscos. Na família de Nazaré manifesta-se, desta forma, esse amor até ao extremo que supera todos os egoísmos e que se faz dom ao outro. Por outro lado, é uma família que escuta a Palavra de Deus, que está atenta aos sinais de Deus e que procura cumprir à risca os projectos de Deus.
José – que continua a ser o protagonista desta história, o representante dessa dinastia davídica que leva a cabo o projecto salvador de Deus – desempenha um papel muito belo… É o homem permanentemente atento às indicações de Deus, que sabe discernir o que Deus quer, que acata na obediência a vontade de Deus, que tudo arrisca e sacrifica em defesa da vida daquele menino que Deus lhe confiou.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão pode fazer-se a partir das seguintes questões:
• Este episódio do “Evangelho da Infância” apresenta-nos uma família – a Sagrada Família – que, como qualquer família de ontem, de hoje ou de amanhã, se defronta com crises, dificuldades e contrariedades (essas dificuldades que, em tantos outros casos, acabam por minar a unidade e a solidariedade familiar). No entanto, esta é uma família onde cada membro está solidário com o outro e está disposto a partilhar os riscos que o outro corre; esta é uma família onde cada membro aceita renunciar ao comodismo e sacrificar-se para que o outro possa viver; esta é uma família onde os problemas de um são os problemas de todos e onde todos estão dispostos a arriscar, quando se trata de defender o outro… Por isso, é uma família que se mantém unida e solidária. É assim a nossa família? Na nossa família há solidariedade? Sentimos os problemas do outro e empenhamo-nos seriamente em ajudá-lo a superar as dificuldades? Aquilo que acontece a um é sentido por todos? A nossa família é, apenas, um hotel onde temos (por um preço módico) casa, mesa e roupa lavada ou um verdadeiro espaço de encontro, de partilha, de fraternidade, de solidariedade, de amor?
• A Sagrada Família é também uma família onde se escuta a Palavra de Deus e onde se aprende a ler os sinais de Deus… É na escuta da Palavra que esta família consegue encontrar as soluções para vencer as contrariedades e para ajudar os membros a vencer os riscos que correm; é na escuta de Deus que esta família consegue descobrir os caminhos a percorrer, a fim de assegurar a cada um dos seus membros a vida e o futuro. A nossa família é uma família onde se escuta a Palavra de Deus, onde se procuram ler os sinais de Deus, onde se procura perceber o que Deus diz? Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus? A nossa família é uma família que reza?
• A Sagrada Família é, ainda, uma família que obedece a Deus… Diante das indicações de Deus, não discute nem argumenta; mas cumpre à risca os desígnios de Deus… E é precisamente o cumprimento obediente dos projectos de Deus que assegura a esta família um futuro de vida, de tranquilidade e de paz. A nossa família aceita com serenidade os esquemas e a lógica de Deus e percorre, com confiança, os caminhos de Deus?
• Neste tempo de Natal convém não esquecermos o tema central à volta do qual se constrói o Evangelho que hoje nos é proposto: Jesus é o Deus que vem ao nosso encontro, a fim de cumprir o projecto de salvação que o Pai tem para os homens… A sua missão passa por constituir um novo Povo de Deus, dar-lhe uma Lei (a Lei do “Reino”) e conduzi-lo para a terra da liberdade, para a vida definitiva. Estamos dispostos a acolher Jesus como o nosso libertador e a embarcar com Ele nessa caminhada da terra da escravidão para a terra da liberdade?


e/ou no vídeo AQUI.

S. José: Sonhar, caminhar, cuidar
O que faz José? Sonha, estreita junto de si a sua família, e põe-se a caminho. Três ações: seguir um sonho, caminhar e cuidar. Três verbos decisivos para cada família e para cada indivíduo; mais, para o destino do mundo. Sonhar é o primeiro verbo. É o verbo de quem não se contenta com o mundo tal como é. Um grão de sonho, caído dentro das engrenagens da história, é suficiente para mudar-lhe o curso. José, no seu sonho, não vê imagens, escuta palavras, é um sonho de palavras. É o mesmo que é concedido a cada um de nós, nós todos temos o Evangelho que nos habita com o seu sonho de novos Céus e nova Terra. Para saber mais, clicar AQUI.


«Os que atentavam contra a vida do Menino» 
 Um anjo apareceu em sonhos a São José, e avisou-o de que Herodes andava à procura do Menino Jesus para Lhe tirar a vida: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito». Ainda mal nasceu, já Jesus é perseguido de morte. [...] José obedece sem demora à voz do anjo: acordando sua santa esposa, pega em algumas ferramentas que pudesse levar consigo, a fim de exercer a sua profissão no Egito e ter com que sustentar a família. Maria, por seu turno, reúne as roupas necessárias a seu divino Filho; e depois, aproximando-se do berço onde Ele repousava, ajoelha-se, beija os pés de seu querido Filho e, por entre lágrimas de ternura, diz-Lhe: «Meu Filho e meu Deus, que vieste ao mundo para salvar os homens; ainda mal nasceste e já os homens vêm à tua procura para Te dar a morte!» Pega ele e, continuando a chorar, os dois santos esposos fecham a porta e põem-se a caminho de noite. [...]

Meu bem-amado Jesus, Tu és o Rei do Céu e vejo-Te errar como fugitivo sob a aparência de uma criança. Que procuras?, diz-me. A tua pobreza e o teu abaixamento emocionam-me de compaixão; mas aquilo que me aflige mais é a negra ingratidão com que Te vejo tratado por aqueles que vieste salvar. Tu choras, e também eu choro, por ter sido um daqueles que Te desprezaram e Te perseguiram; a partir de agora, porém, preferirei a tua graça a todos os reinos do mundo. 
 Perdoa-me todos os ultrajes que Te fiz; permite-me que, na viagem desta vida para a eternidade, Te leve no meu coração, a exemplo de Maria, que Te levou nos seus braços durante a fuga para o Egito. Meu Redentor bem-amado, foram muitas as vezes em que Te expulsei da minha alma, mas tenho confiança, agora que voltaste a tomar conta dela. E suplico-Te que a prendas a Ti pelas doces cadeias do teu amor.


Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787)
bispo, doutor da Igreja
Meditações sobre a Oitava da Epifania, n.° 3

As lições da Sagrada Família

A família atual só poderá se reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida. Para saber mais clicar AQUI.





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