"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 3 de maio de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 4º Domingo da Páscoa - Ano A
O 4º Domingo da Páscoa é considerado o "Domingo do Bom Pastor", pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor". É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe hoje à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como "o Pastor", cuja missão é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude (ao contrário dos falsos pastores, cujo objectivo é só aproveitar-se do rebanho em benefício próprio). Jesus vai cumprir com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas.
A segunda leitura apresenta-nos também Cristo como "o Pastor" que guarda e conduz as suas ovelhas. O catequista que escreve este texto insiste, sobretudo, em que os crentes devem seguir esse "Pastor". No contexto concreto em que a leitura nos coloca, seguir "o Pastor" é responder à injustiça com o amor, ao mal com o bem.
A primeira leitura traça, de forma bastante completa, o percurso que Cristo, "o Pastor", desafia os homens a percorrer: é preciso converter-se (isto é, deixar os esquemas de escravidão), ser baptizado (isto é, aderir a Jesus e segui-l'O) e receber o Espírito Santo (acolher no coração a vida de Deus e deixar-se recriar, vivificar e transformar por ela).
EVANGELHO - Jo 10,1-10
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta,
mas entra por outro lado,
é ladrão e salteador.
Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
0 porteiro abre lhe a porta e as ovelhas conhecem a sua voz.
Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva as para fora.
Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem,
caminha à sua frente
e as ovelhas seguem no, porque conhecem a sua voz.
Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele,
porque não conhecem a voz dos estranhos».
Jesus apresentou lhes esta comparação,
mas eles não compreenderam o que queria dizer.
Jesus continuo: «Em verdade, em verdade vos digo:
Eu sou a porta das ovelhas.
Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores,
mas as ovelhas não os escutaram.
Eu sou a porta.
Quem entrar por Mim será salvo:
é como a ovelha que entra e sai do aprisco e encontra pastagem.
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir.
Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida
e a tenham em abundância».

AMBIENTE
O capítulo 10 do 4º Evangelho é dedicado à catequese do "Bom Pastor". O autor utiliza esta imagem para propor uma catequese sobre a missão de Jesus: a obra do "Messias" consiste em conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.
A imagem do "Bom Pastor" não foi inventada pelo autor do 4º Evangelho. Literariamente falando, este discurso simbólico está construído com materiais provenientes do Antigo Testamento. Em especial, este discurso tem presente Ez 34 (onde se encontra a chave para compreender a metáfora do "pastor" e do "rebanho"). Falando aos exilados da Babilónia, Ezequiel constata que os líderes de Israel foram, ao longo da história, maus "pastores", que conduziram o Povo por caminhos de morte e de desgraça; mas - diz Ezequiel - o próprio Deus vai agora assumir a condução do seu Povo; Ele porá à frente do seu Povo um "Bom Pastor" (o "Messias"), que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida.
A catequese que o 4º Evangelho nos oferece sobre o "Bom Pastor" sugere que a promessa de Deus - veiculada por Ezequiel - se cumpre em Jesus.

MENSAGEM

O texto que nos é proposto deve ser entendido no contexto mais amplo da denúncia da actuação dos dirigentes espirituais judeus. No episódio do cego de nascença (cf. Jo 9), tinha ficado claro que os dirigentes não estavam interessados em acolher a luz e em deixar que o Povo escolhesse a liberdade que Jesus oferecia. Em jeito de conclusão desse episódio, Jesus avisa os dirigentes de que veio chamá-los a juízo ("krima") por causa da sua má gestão como líderes do Povo de Deus (cf. Jo 9,39-41 - os versículos que antecedem o nosso texto): eles não só preferiram continuar nas trevas da sua auto-suficiência, como impedem o Povo que lhes foi confiado de descobrir a luz libertadora que Jesus lhes quer oferecer.
O texto do Evangelho, que hoje nos é proposto, está dividido em duas partes, ou em duas parábolas.
Na primeira parábola (cf. Jo 10,1-6), Jesus apresenta-se preferencialmente como "o Pastor", cuja acção se contrapõe a esses dirigentes judeus que se arrogam o direito de pastorear o "rebanho" do Povo de Deus, mas sem serem "pastores".
Jesus não usa meias palavras: os dirigentes judeus são ladrões e bandidos (cf. Jo 10,1), que se servem das suas prerrogativas para explorar o Povo (ladrões) e usam a violência para o manter sob a sua escravidão (bandidos). Aproximam-se do Povo de Deus de forma abusiva e ilegítima, porque Deus não lhes confiou essa missão ("não entram pela porta"): foram eles que a usurparam. O seu objectivo não é o bem das "ovelhas", mas o seu próprio interesse.
Ao contrário, Jesus é "o Pastor" que entra pela porta: ele tem um mandato de Deus e a sua missão foi-Lhe confiada pelo Pai. Em Ezequiel, o papel do "pastor" correspondia, em primeiro lugar, a Deus (cf. Ez 34,11-12.15) e ao futuro enviado de Deus, o "Messias" descendente de David (cf. Ez 34,23). Ao apresentar-se como Aquele "que entra pela porta", com autoridade legítima, Jesus declara-Se, implicitamente, o "Messias" enviado por Deus para conduzir o seu Povo e para o guiar para as pastagens onde há vida em plenitude. Ele entra no redil das "ovelhas" para cuidar delas, não para as explorar. A sua missão é libertá-las das trevas em que os dirigentes as trazem e conduzi-las ao encontro da luz libertadora (cf. Jo 10,2).
Como é que Jesus exercerá a sua missão de "pastor"? Em primeiro lugar, irá chamar as "ovelhas". "Chama-as pelo seu nome", porque conhece cada uma e com cada uma quer ter uma relação pessoal de amor, de proximidade, de comunhão: para Jesus, não há "massas", mas pessoas concretas, com a sua identidade própria, com a sua riqueza, com a sua dignidade.
Não obrigará ninguém a responder-Lhe; mas os que responderem ao seu chamamento farão parte do seu "rebanho". A esses, Jesus conduzi-los-á "para fora" (vers. 3): Jesus não veio instalar-Se na antiga instituição judaica, geradora de opressão e de escravidão; mas veio criar uma comunidade humana nova - a comunidade do novo Povo de Deus.
Depois, o "pastor" caminhará "diante das ovelhas" e estas segui-l'O-ão (vers. 4). Ele indica-lhes o caminho, pois Ele próprio é "o caminho" (cf. Jo 14,6) que leva à vida plena. As "ovelhas" seguem-n'O: "seguir" traduz a atitude do discípulo, convidado a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida, a fazer d'Ele a sua referência fundamental, a aderir a Ele de todo o coração. As "ovelhas" "escutam a sua voz", porque sabem que só a voz de Jesus as conduz, com segurança, ao encontro da vida definitiva.
Na segunda parábola (cf. Jo 10,7-9), Jesus apresenta-Se como "a porta". Aqui, Ele já não é o pastor legítimo que passa pela porta, mas "a porta". O que é que Ele quer traduzir com esta imagem?
A imagem pode aplicar-se aos líderes que pretendem ter acesso ao "rebanho", ou pode aplicar-se às próprias "ovelhas". No que diz respeito aos líderes, significa que ninguém pode ir ao encontro das "ovelhas" se não tiver um mandato de Jesus, se não tiver sido convidado por Jesus; e significa também que ninguém pode ir ao encontro das "ovelhas" se não tiver os mesmos sentimentos, a mesma atitude de Jesus (que não é a de explorar as "ovelhas", mas a de dar-lhes vida).
No que diz respeito às "ovelhas", significa que Jesus é o único lugar de acesso para que as "ovelhas" possam encontrar as pastagens que dão vida. "Passar pela porta" que é Jesus significa aderir a Ele, segui-l'O, acolher as suas propostas. As "ovelhas" que passam pela porta que é Jesus (isto é, que aderem a Ele) podem passar para a terra da liberdade (onde não mandam os dirigentes que exploram e roubam), onde encontrarão "pastos" (vida em plenitude).
O nosso texto termina com a reafirmação do contraste entre Jesus e os dirigentes: os líderes religiosos judaicos utilizam o "rebanho" para satisfazer os seus próprios interesses egoístas, despojam e exploram o povo; mas Jesus só procura que o seu "rebanho" encontre vida em plenitude.

ACTUALIZAÇÃO
Considerar, na actualização da Palavra, os seguintes elementos:
• Na nossa cultura urbana, a figura do "Pastor" é uma figura de outras eras, que pouco evoca, a não ser um mundo perdido de quietude e de amplos espaços verdes; em contrapartida, conhecemos bem a figura do presidente, do líder, do chefe: não raras vezes, é alguém que se impõe pela força, que manipula as massas, que escraviza os que estão sob a sua autoridade, que se aproveita dos fracos, que humilha os mais débeis... Ao propor-nos a figura bíblica do "Bom Pastor", o Evangelho convida-nos a reflectir sobre o serviço da autoridade... Propõe como modelo de presidência (ou de "Pastor") uma figura que oferece a vida, que serve, que respeita a liberdade das pessoas, que se dedica totalmente, que ama gratuitamente.
• Para os cristãos, "o Pastor" por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o "rebanho" de Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. O nosso "Pastor" é, de facto, Cristo, ou temos outros "pastores" que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construímos a nossa existência? O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções? Cristo? A voz do política e socialmente correcto? A voz da opinião pública? A voz do presidente do partido? A voz do comodismo e da instalação? A voz do preservar os nossos esquemas egoístas e os nossos privilégios? A voz do êxito e do triunfo a qualquer custo? A voz do herói mais giro da telenovela? A voz do programa de maior audiência da estação televisiva de maior audiência?
• Atentemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de "Pastor": Ele conhece as "ovelhas" e chama-as pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação única, especial, pessoal. Dirige-lhes um convite a deixarem a escuridão, mas não força ninguém a segui-l'O: respeita absolutamente a liberdade de cada pessoa. É dessa forma humana, tolerante, amorosa, que nos relacionamos com os outros? Aqueles que receberam de Deus a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, exercem a sua missão no respeito absoluto pela pessoa, pela sua dignidade, pela sua individualidade?
• As "ovelhas" do rebanho de Jesus têm de "escutar a voz" do "Pastor" e segui-l'O... Isso significa, concretamente, tornar-se discípulo, aderir a Jesus, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projectos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso "Pastor" (Cristo) no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho não leva aonde nós pretendemos ir?
• Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único "Pastor", Aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros "pastores" têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua actuação nunca pode ser diferente do jeito de actuar de Cristo.
Para que distingamos a "voz" de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras, de "cantos de sereia" que não conduzem à vida plena, é preciso um permanente diálogo íntimo com "o Pastor", um confronto permanente com a sua Palavra e a participação activa nos sacramentos onde se nos comunica essa vida que "o Pastor" nos oferece.
A PARÁBOLA DAS 4 PORTAS.
Neste dia em que a porta tem uma função essencial de saída e entrada (a tal porta que é Cristo), a seguinte parábola, adapatda de Henri Denis, pode ajudar-nos a renovar o dinamismo da nossa vocação.
"A Igreja é um templo com 4 portas.
Jesus de Nazaré, o Cristo, é a sua pedra angular.
Sobre esta pedra, colocaram-se os alicerces:
a fé de Maria, o ensino dos Apóstolos.
O templo foi-se edificando com pedras vivas.
A construção é permanente durante séculos e séculos.
Este templo é a Igreja: somos o templo do Deus vivo.
A entrada no templo dá-se através de 2 portas.
Uma chama-se MISTÉRIO, a outra INSTITUIÇÃO.
Porém, quem entra no templo, é logo convidado a sair.
As portas de saída também são duas.
Uma chama-se MISSÃO, a outra REINO.
No templo, entra-se para sair e sai-se para entrar.
Não é um cofre, nem uma arca, nem um bunker.
Nem sequer um paraíso,
nem uma mera ponte ou um edifício ornamental.
No templo, nota-se um admirável dinamismo,
onde se harmoniza o aparentemente contraditório.
Todos estão a caminho, em permanente movimento.
No templo, há dois eixos:
o centrípeto, para o qual conduzem as portas de entrada
(criam comunhão e identidade)
e o centrífugo, para o qual conduzem as portas de saída
(responsável pela dispersão da Igreja e sua missão no mundo).
Cada um pode escolher, para começar,
a porta de que mais gostar,
a que lhe pareça mais fácil e acessível,
mas com a condição de ir buscar em seguida
as chaves das outras portas".

BILHETE DE EVANGELHO.
Chamados a ser a fazer... Alguns escolheram o seu estado de vida, outros não escolheram, mas procuram assumi-lo: pensemos nas pessoas viúvas, dicorciadas, celibatárias. A Igreja enriquece-se com esta variedade de estados de vida: vida consagrada na vida religiosa ou num instituto secular, vida conjugal, celibato. Todos somos chamados a tornarmo-nos em cada dia um pouco mais santos. Tal é a nossa vocação comum a todos. A Igreja cumpre a sua missão graças àqueles que asseguram um serviço. Há o ministério ordenado (padres ou diáconos), o serviço do anúncio da Boa Nova para lá de todas as fronteiras (missionários) e todos os serviços prestados pelos leigos nos domínios da catequese, da liturgia, da acção caritativa, do testemunho. Nem todos somos chamados a ser padres, diáconos ou missionários. Mas somos todos chamados a servir no mundo e na Igreja!

PALAVRA PARA O CAMINHO.
Eu sou o bom pastor. Nesta semana, tomemos tempo para caminhar ao ritmo do Pastor que nos conhece e que chama cada um de nós pelo próprio nome. E nós escutaremos a sua voz, saboreando o magnífico Salmo 22: «O Senhor é meu pastor, nada me falta». Durante a semana procuremos também rezar pela fidelidade à vocação a que o Senhor nos chama e por todas as outras vocações...

e/ou no vídeo AQUI.
Jesus, Bom Pastor, protege-me! 
Que a tua divina omnipotência, a tua sabedoria e a tua bondade, meu Deus, meu doce amor, me abençoem; que me façam caminhar no teu seguimento com vontade apressada, renunciar sinceramente a mim mesma e, com coração, espírito e alma zelosos, seguir-Te da maneira mais perfeita. [...]
«Escutai-me e ensinar-vos-ei o temor do Senhor» (Sl 33,12). Ah, Jesus, Bom Pastor, faz que eu oiça e reconheça a tua voz, que me liberta de tudo o que me impede de ser tua; faz-me repousar no teu seio, eu que sou a tua ovelha, que o teu Espírito tornou fecunda. E ensina-me a temer-Te; ensina-me a amar-Te; ensina-me a seguir-Te. [...] 
 «Aquele que habita na casa do Altíssimo terá a proteção do Deus do Céu» (Sl 90,1). Protetor da minha alma e meu refúgio no dia da solidão, defende-me de todas as tentações, cerca-me com a armadura da verdade. Fica comigo em todas as minhas tribulações, Tu que és a minha esperança, defende-me sempre de todos os perigos do corpo e da alma, e protege-me. [...] Ámen.


Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301)
monja beneditina
Exercícios IV, SC 127  

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