"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 17 de maio de 2020

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, proféticaAQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesialAQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontroAQUI
5Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.
9. O que é que se faz para que a Eucaristia dominical seja algo de vital, de verdadeiramente comunitário, capaz de permitir o reconhecimento recíproco e uma autêntica fraternidade para quantos nela participam? Ler&saber AQUI.
108 conselhos dos santos para amar a Eucaristia AQUI.  

Então:
Tema do 6º Domingo da Páscoa - Ano A
A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença - discreta, mas eficaz e tranquilizadora - de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus - "não vos deixarei órfãos" - pode ser uma boa síntese do tema.
O Evangelho apresenta-nos parte do "testamento" de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o "Paráclito": Ele conduzirá a comunidade cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a "morada de Deus" no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer aos homens.
A primeira leitura mostra exactamente a comunidade cristã a dar testemunho da Boa Nova de Jesus e a ser uma presença libertadora e salvadora na vida dos homens. Avisa, no entanto, que o Espírito só se manifestará e só actuará quando a comunidade aceitar viver a sua fé integrada numa família universal de irmãos, reunidos à volta do Pai e de Jesus.
A segunda leitura exorta os crentes - confrontados com a hostilidade do mundo - a terem confiança, a darem um testemunho sereno da sua fé, a mostrarem o seu amor a todos os homens, mesmo aos perseguidores. Cristo, que fez da sua vida um dom de amor a todos, deve ser o modelo que os cristãos têm sempre diante dos olhos.
EVANGELHO - João 14,15-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor,
para estar sempre convosco:
o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não O vê nem O conhece,
mas que vós conheceis,
porque habita convosco e está em vós.
Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.
Daqui a pouco o mundo já não Me verá,
mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós vivereis.
Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai
e que vós estais em Mim e Eu em vós.
Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre,
esse realmente Me ama.
E quem Me ama será amado por meu Pai
e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
AMBIENTE
Continuamos no mesmo contexto em que nos colocava o Evangelho do passado domingo. A decisão de matar Jesus já está tomada pelas autoridades judaicas e Jesus sabe-o. A morte na cruz é mais do que uma probabilidade: é o cenário imediato.
Nessa noite de quinta-feira do ano trinta, na véspera da sua morte na cruz, Jesus reuniu-Se com os seus discípulos numa "ceia". No decurso da "ceia", Jesus despediu-Se dos discípulos e fez-lhes as últimas recomendações. As palavras de Jesus soam a "testamento final": Ele sabe que vai partir para o Pai e que os discípulos vão continuar no mundo. Jesus fala-lhes, então, do caminho que percorreu (e que ainda tem de percorrer, até à consumação da sua missão e até chegar ao Pai); e convida os discípulos a seguir o mesmo caminho de entrega a Deus e de amor radical aos irmãos. É seguindo esse "caminho" que eles se tornarão Homens Novos e que chegarão a ser "família de Deus" (cf. Jo 14,1-12).
Os discípulos, no entanto, estão inquietos e desconcertados. Será possível percorrer esse "caminho" se Jesus não caminhar ao lado deles? Como é que eles manterão a comunhão com Jesus e como receberão d'Ele a força para doar, dia a dia, a própria vida?
MENSAGEM
No entanto, Jesus garante aos discípulos que não os deixará sós no mundo. Ele vai para o Pai; mas vai encontrar forma de continuar presente e de acompanhar, a par e passo, a caminhada dos seus discípulos.
É preciso, no entanto, que os discípulos continuem a seguir Jesus, a manifestar a sua adesão a Ele, a amá-l'O (o amor será o culminar dessa caminhada de adesão e de seguimento). A consequência desse amor é o cumprir os mandamentos que Jesus deixou. Nesse caso, os mandamentos deixam de ser normas externas que é preciso cumprir, para se tornarem a expressão clara do amor dos discípulos e da sua sintonia com Jesus (vers. 15).
Como é que Jesus vai estar presente ao lado dos discípulos, dando-lhes a coragem para percorrer "o caminho" do amor e do dom da vida?
Jesus fala no envio do "Paráclito", que estará sempre com os discípulos (vers. 16). A palavra grega "paráklêtos", utilizada por João, pertence ao vocabulário jurídico e designa, nesse contexto, aquele que ajuda ou defende o acusado. Pode, portanto, traduzir-se como "advogado", "auxiliar", "defensor". A partir daqui, pode deduzir-se, também, quer o sentido de "consolador", quer o sentido de "intercessor". No Novo Testamento, a palavra só aparece em João, onde é usada quer para designar o Espírito (cf. Jo 14,26; 15,26; 16,7), quer o próprio Jesus (que no céu, cumpre uma missão de intercessão - cf. 1 Jo 2,1).
O "Paráclito" que Jesus vai enviar é o Espírito Santo - apresentado aqui como o "Espírito da Verdade" (vers. 17). Enquanto esteve com os discípulos, Jesus ensinou-os, protegeu-os, defendeu-os; mas, a partir de agora, será o Espírito que ensinará e cuidará da comunidade de Jesus. O Espírito desempenhará, neste contexto, um duplo papel: em termos internos, conservará a memória da pessoa e dos ensinamentos de Jesus, ajudando os discípulos a interpretar esses ensinamentos à luz dos novos desafios; por outro, dará segurança aos discípulos, guiá-los-á e defendê-los-á quando eles tiverem de enfrentar a oposição e a hostilidade do mundo. Em qualquer dos casos, o Espírito conduzirá essa comunidade em marcha pela história, ao encontro da verdade, da liberdade plena, da vida definitiva.
Depois de garantir aos discípulos o envio do "Paráclito", Jesus reafirma aos discípulos que não os deixará "órfãos" no mundo. A palavra utilizada ("órfãos") é muito significativa: no Antigo Testamento, o "órfão" é o protótipo do desvalido, do desamparado, do que está totalmente à mercê dos poderosos e que é a vítima de todas as injustiças. Jesus é claro: os seus discípulos não vão ficar indefesos, pois Ele vai estar ao lado deles.
É verdade que Ele vai deixar o mundo, vai para o Pai. O "mundo" deixará de vê-l'O, pois Ele não estará fisicamente presente. No entanto, os discípulos poderão "vê-l'O" ("contemplá-l'O"): eles continuarão em comunhão de vida com Jesus e receberão o Espírito que lhes transmitirá, dia a dia, a vida de Jesus ressuscitado (vers. 18-19).
Nesse dia (o dia em que Jesus for para o Pai e os discípulos receberem o Espírito), a comunidade descobrirá - por acção do Espírito - que faz parte da família de Deus (vers. 20-21). Jesus identifica-Se com o Pai, por ter o mesmo Espírito; os discípulos identificam-se com Jesus, por acção do Espírito. A comunidade cristã está unida com o Pai, através de Jesus, numa experiência de unidade e de comunhão de vida entre Deus e o homem. Nesse dia, a comunidade será a presença de Deus no mundo: ela e cada membro dela convertem-se em morada de Deus, o espaço onde Deus vem ao encontro dos homens. Na comunidade dos discípulos e através dela, realiza-se a acção salvadora de Deus no mundo.
ACTUALIZAÇÃO
A reflexão e actualização da Palavra podem fazer-se a partir dos seguintes desenvolvimentos:
• A paixão de Jesus continua a acontecer, todos os dias, na vida de cada um de nós e na vida de tantos irmãos nossos. Sentimo-nos impotentes face à guerra e ao terrorismo; não conseguimos prever e evitar as catástrofes naturais; sofremos por causa da injustiça e da opressão; vemos o mundo construir-se de acordo com critérios de egoísmo e de materialismo; não podemos evitar a doença e a morte... Acreditamos no "Reino de Deus", mas ele parece nunca mais chegar, e caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. No entanto, nós os crentes temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos e que estaria sempre a nosso lado. Na minha leitura do mundo e da história, o que é que prevalece: o pessimismo de quem se sente só e perdido no meio de forças de morte, ou a esperança de quem está seguro de que Jesus ressuscitado continua presente, a acompanhar a caminhada da sua comunidade pela história?
• O "caminho" que Jesus propõe aos seus discípulos (o "caminho" do amor, do serviço, do dom da vida) parece, à luz dos critérios com que a maior parte dos homens do nosso tempo avaliam estas coisas, um caminho de fracasso, que não conduz nem à riqueza, nem ao poder, nem ao êxito social, nem ao bem estar material - afinal, tudo o que parece dar verdadeiro sabor à vida dos homens do nosso tempo. No entanto, Jesus garantiu-nos que era no caminho do amor e da entrega que encontraríamos a vida nova e definitiva. Na minha leitura da vida e dos seus valores, o que é que prevalece: o pessimismo de alguém que se sente fraco, indefeso, humilde e que vai passar ao lado das grandes experiências que fazem felizes os grandes do mundo, ou a esperança de alguém que se identifica com Jesus e sabe que é nesse "caminho" de amor e de dom da vida que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva?
• Jesus garantiu aos seus discípulos o envio de um "defensor", de um "consolador", que havia de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. Nós acreditámos, portanto, que o Espírito está presente, animando-nos, conduzindo-nos, criando vida nova, dando esperança aos crentes em caminhada. Quais são as manifestações do Espírito que eu vejo na vida das pessoas, nos acontecimentos da história, na vida da Igreja?
• A comunidade cristã, identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o "templo de Deus", o lugar onde Deus habita no meio dos homens. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu projecto de salvação. A Igreja é, hoje, o lugar onde os homens encontram Deus? Ela dá testemunho (em gestos de amor, de serviço, de humanidade, de liberdade, de compreensão, de perdão, de tolerância, de solidariedade para com os pobres) do Deus que quer oferecer aos homens a salvação? O que é que nos falta - a nós, "família de Deus" - para sermos verdadeiros sinais de Deus no meio dos homens?
BILHETE DO EVANGELHO
O tempo libertado será sempre tempo livre? Por esta época do ano, temos alguns dias de tempo libertado, feriados... Podemos estar libertos, mas seremos mais livres? Livres para fazer o que dizemos não ter tempo para fazer: ler, visitar, rezar, reflectir, escrever... A nossa liberdade exerce-se nas escolhas que fizermos. Então, não apenas o tempo será libertado, mas também nós seremos libertados dos constrangimentos de que nem sempre somos mestres e também daqueles que nos são impostos por conveniência, por hábito, por ambição... Quase a iniciar o mês de Maio, em que a tradição nos convida particularmente a rezar a Maria, olhemo-la na sua plena liberdade, da manhã da Anunciação à manhã do Pentecostes, sem esquecer a tarde passada junto à cruz: sempre um "sim" dado a Deus, precisamente porque Deus queria libertar a humanidade.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Dar razões da Esperança que habita em nós... Num mundo em busca de sentido, temos consciência de que cabe a cada um de nós anunciar Aquele que nos faz viver? "Dar razões"... passa pela qualidade do nosso amor, oferecido a todos sem condição, na doçura e no respeito das diferenças...


e/ou no vídeo AQUI.

Recorramos ao Espírito Santo 
 Aqueles que são conduzidos pelo Espírito Santo têm ideias certas. É por isso que há tantos ignorantes que sabem mais que os sábios. Uma pessoa que é conduzida por um Deus de força e de luz não pode enganar-se. O Espírito Santo é uma luz e uma força; é Ele que nos permite distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal.
Ao enviar-nos o Espírito Santo, Deus fez como um grande rei que encarregasse um ministro de orientar um dos seus súbditos, dizendo-lhe: «Vai acompanhar este senhor por toda a parte e trazer-mo de volta são e salvo». Que belo é ser acompanhado pelo Espírito Santo! Ele é um bom guia. 
O Espírito santo conduz-nos como uma mãe leva o filho de dois anos pela mão, como uma pessoa que vê conduz um cego. Todas as manhãs devemos dizer: «Meu Deus, enviai-me o vosso Espírito Santo, que me fará conhecer quem eu sou e quem Vós sois». Uma alma que possui o Espírito Santo experimenta um delicado sabor na oração e nunca perde a santa presença de Deus.
São João-Maria Vianney (1786-1859)
presbítero, Cura de Ars

«Pensamentos Escolhidos»

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