Que têm os peregrinos de Fátima? Têm o vento por asas e a lonjura por canto. Têm a conversão por caminho e a prece ardente por mapa. São filhos de uma promessa que se cumpre dentro da vida.
Durante três dias e mais de 60 quilómetros a palmilhar campo e estrada, teve de se despojar de todo o conforto com que vive no dia a dia. Nunca tinha andado tanto na vida. Não se recorda de estar tanto tempo trajada com fato de treino e ténis, sem joias ou maquilhagem. Nunca dividira a casa de banho com ninguém, muito menos experimentara alguma vez tomar duche junto de dez outras mulheres. Mas fê-lo. Nunca lhe passou pela cabeça que um dia dormiria no chão de uma garagem de bombeiros, com o corpo esticado num retângulo de espuma, literalmente encostado às cabeças e aos pés de dezenas de peregrinos. «Pensei em trazer o cartão de crédito, mas se o trouxesse não resistia e caía em tentação.» Apesar do esforço nunca pensou desistir. Há dois anos repetiu que Deus não existe. Não pode existir. Desde que a irmã mais velha morreu no final de uma gravidez, com uma septicemia, a sua fé desmoronou-se. «Mas é impossível viver sem acreditar em Deus.»
Numa cultura que se compraz em exaltações crepusculares, impotente face à crise de sentido e de valores, sem os quais as existências dos indivíduos e das sociedades facilmente se esboroam, Fátima vem recolocar a questão da Esperança, porque recoloca também a questão do Homem. Ensinando, na sua linguagem pobre (que escandaliza e confunde os sábios, mas que as crianças e, os que são simples como elas, entendem), que o Homem não tem de ser náufrago ou prisioneiro (eis a paradoxal proposta da “penitência”), mas que a vocação profunda da Pessoa Humana realiza-se na abertura e no diálogo com Deus (eis o que quer dizer a “oração”).
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- http://www.snpcultura.org/fatima_destino_de_vidas_preces_e_conversoes.html
- http://www.snpcultura.org/o_segredo_de_fatima.html
- http://www.snpcultura.org/de_que_falamos_quando_falamos_de_fatima.html
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