"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 6 de janeiro de 2019

PALAVRA de DOMINGO: Contextualizá-la para bem a entender e melhor vivê-la: EUCARISTIA, LITURGIA & VIDA!

Considerando:
1. "Três qualidades essenciais de uma homilia: Positiva, concreta, profética" AQUI
2. "A Palavra de Deus no quotidiano da vida eclesial" AQUI
3. "A autora recorda sobretudo a homilia dessa eucaristia, que não fez “lembrar nada a imagem da Igreja” que tinha “de pequenina”, e que a fez afastar-se depois de fazer a “primeira comunhão”. Para saber mais, clicar AQUI
4. "Os leitores mais atentos poderão confirmar se o Papa Francisco é coerente quando exige qualidade nas homilias como fez na exortação apostólica "A alegria do Evangelho" e a sua prática nas missas que celebra em Santa Marta. Basta ler o livro que reproduz muitas daquelas saborosas homilias feriais" - Pe. Rui Osório in JN de 11/1/2015 - "A verdade é um encontro" AQUI
5. Pregação «não é um sermão sobre um tema abstrato»: Vaticano apresenta diretório sobre homilias. Para saber mais clicar, AQUI
6. Diretório homilético: Para falar de fé e beleza mesmo quando não se é «grande orador». Ver AQUI
7. Papa mais,  pede aos padres para falarem ao «coração» e não fazerem «homilias demasiado intelectuais». Par saber mais, clicar AQUI.
8. Porquê ir à missa ao domingo? Ler AQUI.

Então:
Solenidade da Epifania do Senhor – Ano C
TEMA
A liturgia deste domingo leva-nos à manifestação de Jesus como “a luz” que atrai a Si todos os povos da terra. Essa “luz” incarnou na nossa história, a fim de iluminar os caminhos dos homens com uma proposta de salvação/libertação.
A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que alegrará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.
No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “Magos”, atentos aos sinais da chegada do Messias, que O aceitam como “salvação de Deus” e O adoram. A salvação, rejeitada pelos habitantes de Jerusalém, torna-se agora uma oferta universal.
A segunda leitura apresenta o projecto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.
EVANGELHOMt 2,1-12
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes,
quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles –
o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adorá-I’O».
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém.
Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias.
Eles responderam: «Em Belém da Judeia,
porque assim está escrito pelo Profeta:
‘Tu, Belém, terra de Judá,
não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe,
que será o Pastor de Israel, meu povo’».
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas
sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes:
«Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-I’O».
Ouvido o rei, puseram-se a caminho.
E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente
e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa,
viram o Menino com Maria, sua Mãe,
e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O.
Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra.
E, avisados em sonhos
para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
AMBIENTE
Na Solenidade da Epifania do Senhor, a liturgia apresenta-nos a visita dos Magos ao menino de Belém. Trata-se de um episódio que, ao longo dos séculos, tem provocado um impacto considerável nos sonhos e nas fantasias dos cristãos … No entanto, não estamos diante de uma reportagem jornalística que faz a cobertura da visita oficial de três chefes de Estado a outro país; estamos diante de uma catequese sobre Jesus, destinada a apresentar Jesus como o salvador/libertador de todos os homens.
MENSAGEM
Os numerosos detalhes do relato demonstram, claramente, que o propósito de Mateus não é de tipo histórico, mas catequético.
Notemos, em primeiro lugar, a insistência de Mateus no facto de Jesus ter nascido em Belém de Judá (cf. Mt 2,1.5.6.7). Para entender esta insistência temos de recordar que Belém era a terra natal do rei David. Afirmar que Jesus nasceu em Belém é ligá-l’O a esses anúncios proféticos que falavam do Messias como o descendente de David que havia de nascer em Belém (cf. Miq 5,1.3; 2Sam 5,2) e restaurar o reino ideal de seu pai. Com esta nota, Mateus quer aquietar aqueles que pensavam que Jesus tinha nascido em Nazaré e que viam nisso um obstáculo para O reconhecerem como Messias.
Notemos, em segundo lugar, a referência a uma estrela “especial” que apareceu no céu por esta altura e que conduziu os “Magos” para Belém. A interpretação desta referência como indicação histórica levou alguém a cálculos astronómicos complicados para concluir que, no ano 6 a.C., uma conjunção de planetas explicaria o fenómeno luminoso da estrela refulgente mencionada por Mateus; outros andaram à procura do cometa que, por esta época, devia ter sulcado os céus do Médio Oriente … Na realidade, não podemos entender esta referência como histórica, mas antes como catequese sobre Jesus. Segundo a crença popular, o nascimento de uma personagem importante era acompanhado da aparição de uma nova estrela. Também a tradição judaica anunciava o Messias como a estrela que surge de Jacob (cf. Nm 24,17). É com estes elementos que a imaginação de Mateus, posta ao serviço da catequese, vai inventar a “estrela”. Mateus está, sobretudo, interessado em fornecer aos cristãos da sua comunidade argumentos seguros para rebater aqueles que negavam que Jesus era o Messias esperado.
Temos, ainda, as figuras dos “Magos”. A palavra grega “mágos”, usada por Mateus, abarca um vasto leque de significados e é aplicada a personagens muito diversas: mágicos, feiticeiros, charlatães, sacerdotes persas, propagandistas religiosos … Aqui, poderia designar astrólogos mesopotâmios, entrados em contacto com o messianismo judaico. Seja como for, esses “Magos” representam, na catequese de Mateus, esses povos estrangeiros de que falava a primeira leitura (cf. Is 60,1-6), que se põem a caminho de Jerusalém com as suas riquezas (ouro e incenso) para encontrar a luz salvadora de Deus que brilha sobre a cidade. Jesus é, na opinião de Mateus e da catequese da Igreja primitiva, essa luz.
Além de uma catequese sobre Jesus, este relato recolhe, de forma paradigmática, duas atitudes que se vão repetir ao longo de todo o Evangelho: o povo de Israel rejeita Jesus, enquanto que os “Magos” do oriente (que são pagãos) O adoram; Herodes e Jerusalém “ficam perturbados” diante da notícia do nascimento de Jesus e planeiam a sua morte, enquanto que os pagãos sentem uma grande alegria e reconhecem-n’O como o seu Senhor.
Mateus anuncia, aqui, que Jesus vai ser rejeitado pelo seu povo; mas vai ser acolhido pelos pagãos, que entrarão a formar parte do novo Povo de Deus. O itinerário seguido pelos “Magos” reflecte o processo que os pagãos seguiram para encontrar Jesus: estão atentos aos sinais (estrela), percebem que Jesus traz a salvação, põem-se decididamente a caminho para O encontrar, perguntam aos judeus – que conhecem as Escrituras – o que fazer, encontram Jesus e adoram-n’O. É muito possível que um grande número de pagano-cristãos da comunidade de Mateus descobrisse neste relato as etapas do seu próprio caminho em direcção a Jesus.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar as seguintes questões:
* Em primeiro lugar, meditemos nas atitudes das várias personagens que Mateus nos apresenta em confronto com Jesus: os “Magos”, Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo … Diante de Jesus, eles assumem atitudes diversas que vão desde a adoração (os “Magos”) até à rejeição total (Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas: nenhum deles se preocupou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem das Escrituras). Identificamo-nos com algum destes grupos? Não é fácil “conhecer as Escrituras”, como profissionais da religião e, depois, deixar que as propostas e os valores de Jesus nos passem ao lado?
* Os “Magos” são apresentados como os “homens dos sinais”, que sabem ver na “estrela” o sinal da chegada da libertação. Somos pessoas atentas aos “sinais” – isto é, somos capazes de ler os acontecimentos da nossa vida e da história do mundo à luz de Deus? Procuramos perceber nos “sinais” a vontade de Deus?
* Impressiona também, no relato de Mateus, a “desinstalação” dos “Magos”: viram a “estreia”, deixaram tudo, arriscaram tudo e vieram procurar Jesus. Somos capazes da mesma atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao nosso sofá, ao nosso colchão, à nossa televisão, à nossa aparelhagem, à nossa internet? Somos capazes de deixar tudo para responder aos apelos que Jesus faz através dos irmãos?
* Os “Magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da Igreja, essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como “o Senhor”.
FONTE: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2336




«Viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d'Ele, adoraram-n'O»
Os magos encontram uma jovem pobre com uma criança coberta de pobres faixas; [...] mas, ao entrarem naquela gruta, sentem uma alegria que nunca tinham experimentado. [...] A divina Criança tem uma expressão alegre, que é sinal da satisfação afetuosa com que os acolhe, como primeiras conquistas da sua obra redentora. Os santos reis olham em seguida para Maria, que não fala; mantém-se em silêncio, mas o seu rosto reflete alegria e respira uma doçura celeste, prova de que lhes presta bom acolhimento e lhes agradece serem os primeiros a reconhecer no seu Filho aquilo que Ele é: o seu Senhor soberano. [...]
Menino digna de amor, vejo-Te nessa gruta, deitado na palha, pobre e desprezado; mas a fé ensina-me que Tu és o meu Deus, descido do Céu para minha salvação. Reconheço-Te como meu Senhor soberano e meu Salvador; proclamo-Te como tal, mas nada tenho para Te oferecer. Não tenho o ouro do amor, porque amei as coisas deste mundo: amei os meus caprichos em vez de Te amar a Ti, que és infinitamente digno de amor. Não tenho o incenso da oração, pois infelizmente vivi sem pensar em Ti. Não tenho a mirra da mortificação, porque não me ter abstive de miseráveis prazeres, tantas vezes contristando a tua infinita bondade. Que Te oferecerei então? Meu Jesus, ofereço-Te o meu coração, manchado e despojado: aceita-o e transforma-o, uma vez que vieste cá abaixo para lavar com o teu sangue os nossos corações culpados e assim nos transformar de pecadores em santos. Dá-me, pois, esse ouro, esse incenso, essa mirra que me faltam. Dá-me o ouro do teu santo amor; dá-me o incenso do espírito de oração; dá-me a mirra do desejo e da força de me mortificar em tudo o que Te desagrada. [...]
Virgem santa, tu acolheste os piedosos reis magos com viva afeição e eles ficaram cheios de felicidade; digna-te também acolher-me e consolar-me, a mim que venho, seguindo o seu exemplo, visitar o teu Filho e oferecer-me a Ele
Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787)
bispo, doutor da Igreja
Meditações para a oitava da Epifania, n.° 1
Para ir ao encontro de Deus é preciso «outro caminho»
Fugir às estradas largas, asfaltadas e iluminadas que se destacam nos mapas da vida e ousar «outro caminho», oculto das cartografias deste mundo e escassamente trilhado: esta é, para o papa, a rota para ir ao encontro de Deus, à semelhança dos magos. «Quando o seu onde se torna o nosso onde, o seu quando o nosso quando, a sua pessoa a nossa vida, então cumprem-se em nós as profecias. Então Jesus nasce dentro e torna-se Deus vivo para mim.» Para saber mais, clicar AQUI.
Neste Domingo de Reis - Epifania: .
Como os Magos também nós vamos neste dia até ao Presépio. Deixamos as nossas ocupações para nos encontrarmos com Cristo, nosso Salvador. Que Ele nos perdoe o nosso apego excessivo às riquezas terrestres (ouro), às honras e ambições que devoram o nosso coração (incenso); que nos ajude a morrer para os nossos ideais egoístas (mirra) e nos guie para a fraternidade e para os valores eternos.
O Senhor veio para os pastores que eram pobres e ignorantes; veio para os magos que eram sábios e ricos; veio para os judeus que eram herdeiros da Promessa; e para os pagãos que não tinham títulos.
Todos os homens são chamados em Jesus Cristo ao Evangelho.
Durante muito tempo, os cristãos imaginaram que o poder era uma condição favorável para a evangelização; nos séc. 18 e 19, em que se viram afastados, tentaram recuperar terreno e vincar posições criando escolas e partidos confessionais, lutando por que houvesse um crucifixo em cada sala de aula e o Nome de Deus nas Constituições.
Estamos agora numa situação que evoca a do começo.
O que nos é pedido é que vivamos a lealdade às tarefas do mundo na lealdade a Deus.
Nenhum de nós tenha medo ou vergonha de confessar que é cristão.
Cada um de nós cumpra com retidão as exigências do seu trabalho.
“E esteja pronto, com serenidade e respeito, a dar as razões da sua Esperança”.
Claro que podemos e devemos dar boas explicações da nossa Esperança;
Claro que podemos e devemos dialogar com a cultura em que estamos inseridos; é-nos lícito descobrir-lhe os limites e abrir caminhos que possam ser passagem para Cristo; desde que isso não seja com a preocupação para dominar ou vencer o outro.
Hoje é claro que a nossa vida – individual e colectiva- não pode ser simplesmente deduzida do Evangelho.
Se alguém está doente, precisa do Evangelho para se colocar com retidão face à vida e à morte; mas o Evangelho não lhe diz qual é o tratamento.
Precisamos todos do Evangelho para nos movermos cada vez mais na justiça; mas o Evangelho não é suficiente para concretizar um programa económico ou político.
Nem é inteligente que os cristãos se constituam em grupo para procurar resolver tais questões: devem juntar-se aos outros homens nesta pesquisa; se alguma coisa os distingue, deve ser a preocupação de fugir a toda a mentira e corrupção.
Os Magos representam os homens de todo o mundo que se deixam guiar pela mensagem de paz e de amor de Cristo. Eles são a imagem da Igreja, composta por gente de todas as raças, tribos, línguas, nações… Entrar para a Igreja não significa renunciar à própria identidade, não quer dizer submeter-se a uma injustiça e falsa uniformidade. Cada pessoa e cada povo mantem as suas características culturais. Melhor, essas características contribuem para enriquecer a Igreja universal. Ninguém é tão rico que não precise de nada e também ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar.
            Sejamos estrelas de Deus onde vivemos: pela nossa presença, guiemos os outros para o bem; pela nossa alegria, afastemos a tristeza;  pelo nosso diálogo, derrubemos as incompreensões; pelo nosso serviço, desfaçamos os egoísmos; pela nossa caridade, destruamos os ódios.
            Ámen! Aleluia!
Jogo: Conhece a história dos Magos?
A celebração teve início nas Igrejas do Oriente. No século III, aparece no Egito, passando a Jerusalém e à Síria, no século IV –, como festa celebrativa da manifestação do Senhor, entendida como seu nascimento. Rapidamente, passou a Roma e ao Ocidente, apesar de, ali, por essa mesma altura, ter surgido a festa da Natividade, do nascimento do Salvador. Neste "quiz", com clique AQUI, testamos os seus conhecimentos sobre o que a Bíblia e a tradição dizem sobre os magos.

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