"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Segunda-feira da primeira semana: Tomai esta Quaresma como possibilidade e não como peso

«“Ser vistos pelos outros” é tendência atávica e espontânea, que nos leva a viver mais superficial que verdadeiramente. O que é de facto grande mal e despiste certo.»
«Não foi o autocomprazimento, a autoimposição dos desejos, a demorada ambição do ter, do parecer ou do poder que nos fez olvidar os outros, bem como o significado autêntico da vida e da convivência?»
«Infelizmente e em tão excessiva medida, o “ser visto” e apreciado pelos outros, segundo os critérios do sucesso, da fama e da moda, pesaram muito nos objetivos, como sobrepesam agora nas frustrações e desistências. Infelizmente assim foi e também pode continuar a ser, se não voltarmos decididamente o olhar para Deus, “mais íntimo do que o nosso próprio íntimo e mais alto do que a nossa maior altura”, como ensinou Santo Agostinho.»
«O nosso mundo precisa de gente assim, que só a Deus dê honra e glória, nisso mesmo se honrando, em humildade sempre e louvor constante. Simples e finalmente assim, vivendo em Cristo para o Pai e para todos, como assinala a Cruz de todas as Quaresmas.»
«Quando nos esvaziarmos de nós para sermos de Deus, haverá lugar para todos, como sempre havia em Cristo. Ele cumpriu inteiramente a vontade do Pai, procurando-nos sem descanso. Olhou-nos fixamente com aquele olhar que recebeu do Pai, ansioso sempre do regresso dos pródigos.»
«Que atenção prestamos ou havemos de prestar, muito concretamente, a quem nos rodeia ou nos espera? Sucessivas notícias nos alertam para muitas gente que vive só e finalmente morre só e desapercebida, mesmo ao pé da porta…. Apelos redobrados solicitam-nos para refazermos vizinhanças, tão esquecidas. E isto mesmo, quando a tecnologia nos permite uma comunicação permanente, que não pode ficar-se por mera distração virtual. Até para não corrermos o risco de termos opinião sobre tudo, conhecendo realmente quase nada… Autojustificações ociosas, que nada resolvem e tudo alienam e adiam
«Somos cristãos do nome que nos deram. Mas sejamo-lo de facto, da vida que levamos no Espírito de Cristo (...).»
«Tomai esta Quaresma como possibilidade e não como peso. Concentremo-nos em Deus e nos outros, em quem Ele nos espera. Deus é simples, em si e para nós. Não sejamos nós tortuosos, pelas tristes sendas dos egoísmos mal desculpados. Deus está aqui: adoremo-Lo pois. Cristo está nos outros, sirvamo-Lo com alegria.»
«Concretizemos a atenção aos outros no aprofundamento ou recriação de vizinhanças, do modo mais positivo e prático que possa ser e a oração nos inspire, como acontece naqueles trechos evangélicos em que Jesus parte da oração para a ação imediata junto deste ou daquele, interpelando ou servindo

D. Manuel Clemente       
Homilia na missa de Quarta-feira de Cinzas, 22.2.2012, Sé do Porto


FONTE: http://www.snpcultura.org/da_quaresma_a_pascoa.html#segunda_feira_semana_1

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