"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

UM POEMA POR SEMANA" (11/15)

Estreou, no Dia Mundial da Poesia (21 de Março):15 poemas em 75 dias, ditos por 75 pessoas Sophia de Mello Breyner Andresen, Cesário Verde, Ruy Belo, Fernando Pessoa, Miguel Torga, Sá de Miranda, António Nobre, Alexandre O'Neill, Luís Vaz de Camões, Jorge de Sena, José Régio, David Mourão-Ferreira, António Gedeão, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny. O que têm em comum estes poetas? Para lá do facto de estarem mortos? Todos marcaram indelevelmente a história da literatura em língua portuguesa. Mais do que isso: marcaram o nosso imaginário e condicionaram a nossa identidade! Ainda que, muitas vezes, disso não tenhamos consciência...

Os "dizedores":
São homens e mulheres, novos e velhos, falantes de português. Gente que tem em comum gostar MUITO de poesia.
"Um Poema por Semana" é uma ideia de Paula Moura Pinheiro.
Escolha dos poemas: José Carlos de Vasconcelos, jornalista com longa história na ação cultural em Portugal e diretor do clássico "Jornal de Letras";
Direção artística, realização e cenografia: Paulo Braga, um criativo sénior do mundo da Publicidade;
Direção de Casting: João Gesta, o apaixonado inventor de Quintas de Leitura no Teatro do Campo Alegre, no Porto; e por Gonçalo Riscado, Sandra Silva e Alexandre Cortez responsáveis pelo Festival Silêncio;

Para que fiquem claros os critérios com que trabalhámos em "Um Poema por Semana": nos poemas de autores que viveram há séculos, como Sá de Miranda ou mesmo Cesário Verde, há, por vezes, discrepâncias entre as diversas fixações dos seus textos. Nesses casos, aceitámos que os "diseurs" usassem a fixação do poema que melhor conhecem. Mas cuidámos que os textos dos poemas que aqui publicamos correspondem às fixações mais reconhecidas pela academia - se é para conhecer melhor o poema, que seja na sua versão mais consensual.
Sabedoria, José Régio
Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular.

Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando Deus quiser.
Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.

Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar. . .
E venha a morte quando Deus quiser.

Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.


José Régio
1901-1969
Poesia II
José Régio
Imprensa Nacional-Casa da Moeda

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