Não nos faltará, todavia, um pouco daquela “admiratio/contemplatio” que outrora suscitava as grandes interrogações das origens? No fundo, encontramo-nos todos a tentar vislumbrar um novo horizonte que suscite o desejo de conhecer visceralmente: «o que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares?» (Sl 8,5). E «quem dizem os homens que eu sou?» (Mc 8); ou ainda pelo timbre de Álvaro Campos: «Tive um passado? Tenho um presente? Terei um futuro? Sem dúvida» (in “Poemas”), há aqui metafísica e oração quanto bastem! Em tem tudo isto prevalece uma intuição original sobre a bondade da procura e a gratuidade do tempo. Propor a metáfora como via de «propensão para o sentido» (Pedro Cabrita) e de educação dos sentidos afetivos – que é transversal a todos os discursos e modos de vida, à religião, à ciência, à arte, ao senso comum – é abrir um espaço para a compreensibilidade de mundivisões aparentemente distantes.
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