"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A outra face da (CRISE) moeda


O dinheiro é, sem contestação, um excelente recurso, mas, como toda a moeda - uma das várias formas que ele assume - tem duas faces. Como face má, consideremos sem "espinhas" mas com "espinhos", a crise, sim, esta de que tanto se fala e por que mais se sofre. Saibamos "dar-lhe a volta" e acharemos esta outra, a face boa. "Do bom uso das crises", título de um livro de Christiane Singerque onde o Pe. José Tolentino Mendonça foi buscar inspiração para escrever mais um magnífico texto publicado pelo "Página 1" em 19.05.11. Ei-lo:
  
Do bom uso das crises
Assim se chama o livro de Christiane Singerque nos desafia a encontrar um ângulo, primeiro cultural e depois civilizacional, para olharmos para as crises que todos atravessamos, quer se conjuguem no plural, quer simplesmente se declinem no singular. A autora propõe essencialmente três coisas.
1. Que num tempo em que escasseiam os mestres, e todos estamos mais ou menos entregues a uma autogestão (para não dizer a um isolamento) devorante da própria vida, as crises «são realmente os grandes mestres que têm alguma coisa a ensinar-nos». Não escutar, a fundo, o que as crises nos dizem é desperdiçar a ocasião para aceder àquela profundidade que pode devolver sentido à vida. Mesmo sabendo que uma crise é sempre um austero mestre para o qual raramente nos consideramos preparados.
2. Numa sociedade que tantas vezes concorre para afastar-nos daquilo que é importante e vital, as crises funcionam quase como um rito secularizado de iniciação à liberdade e à verdade de Ser. Christiane Singer relata o que um seu amigo antropólogo lhe disse ter escutado a um aborígene: «Não senhor, nós não temos crises, nós temos iniciações». As nossas sociedades modernas e democráticas têm um elevado ideário para a realização humana: basta pensar nessa tricolor herança da liberdade, igualdade e fraternidade. O problema, porventura, não é o das metas, mas o dos caminhos. Como é que se faz a aprendizagem dos valores que melhor nos podem expressar a nós próprios, nesta dinâmica construção do que é viver e viver com os outros? Aí é que surgem os hiatos, os bloqueios, as incertezas, as demissões. Só os ritos de passagem, desenvolvam-se eles em que quadro for, é que nos colocam realmente em contacto com a vida e com a morte, isto é, com a inteireza do destino humano.
3. Por fim, talvez precisemos compreender que no curso do nosso caminho, coletivo e pessoal, as crises «nos acontecem para que seja evitado o pior». E o que é o pior? Singer escreve: «O pior é ter tido a infelicidade de atravessar a vida sem naufrágios, é ter ficado apenas à superfície das coisas, ter dançado um baile de sombras, ter ficado a chapinhar no pântano do diz que diz, das aparências» e nunca ter habitado uma vida que lhe pertencesse.

Aproveitemo-la portanto e façamos BOM PROVEITO!!!

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