"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 28 de agosto de 2011

Porque hoje é DOMINGO (28-08-2011): Leituras & actualidade

A reflexão/actualização pode fazer-se considerando, para cada uma das três, os seguintes pontos-questões (sublinhados meus):

LEITURA IJer 20,7-9:
• A história de Jeremias é, em termos gerais, a história de todos aqueles que Deus chama a ser profetas. Ser sinal de Deus e dos seus valores significa enfrentar a injustiça, a opressão, o pecado e, portanto, pôr em causa os interesses egoístas e os esquemas sobre os quais, tantas vezes, se constrói a história do mundo; por isso, o “caminho profético” é um caminho onde se lida, permanentemente, com a incompreensão, com a solidão, com o risco. Deus nunca prometeu a nenhum profeta um caminho fácil de glórias e de triunfos humanos. Temos consciência disso e estamos dispostos a seguir esse caminho?
• No baptismo, fomos ungidos como “profetas”, à imagem de Cristo. Estamos conscientes dessa vocação a que Deus, a todos, nos convocou? Temos a noção de que somos a “boca” através da qual a Palavra de Deus ressoa no mundo e se dirige aos homens?
• Neste texto – e, em geral, em toda a vida de Jeremias – impressiona-nos o espaço fundamental que a Palavra de Deus ocupa na vida do profeta. Ela tomou conta do seu coração e dominou-o totalmente. É uma “paixão” que – apesar de ter trazido ao profeta uma história pessoal de sofrimento e de risco – não pode ser calada e sufocada. Que espaço ocupa a Palavra de Deus ocupa na minha vida? Amo, de forma apaixonada, a Palavra de Deus? Estou disposto a correr todos os riscos para que a Palavra de Deus alcance a vida dos meus irmãos e renove o mundo?
• O lamento de Jeremias não deve escandalizar-nos; mas deve ser entendido no contexto de uma situação trágica de sofrimento intolerável. É o grito de um coração humano dolorido, marcado pela incompreensão dos que o rodeiam, pelo abandono, pela solidão e pelo aparente fracasso da missão a que devotou a sua vida. É o mesmo lamento de tantos homens e mulheres, em tantos momentos dramáticos de solidão, de sofrimento, de incompreensão, de dor. É a expressão da nossa finitude, da nossa fragilidade, das nossas limitações, da nossa humanidade. É precisamente nessas situações que nos dirigimos a Deus (às vezes até com expressões menos próprias) e Lhe dizemos a falta que Ele nos faz e o quanto a nossa vida é vazia e sem sentido se Ele não nos estender a sua mão. Esses momentos não são, propriamente, momentos negativos da nossa caminhada de fé e de relação com Deus; mas são momentos (talvez necessários) de crescimento e de amadurecimento, em que experimentamos a nossa fragilidade e descobrimos que, sem Deus e sem o seu amor, a nossa vida não faz sentido.
LEITURA II Rom 12,1-2:
Como é que o crente deve responder aos dons de Deus? Com actos rituais solenes e formais, com orações ou gestos tradicionais repetidos de forma mecânica, com a oferta de uma “esmola” para os cofres da Igreja, com uma peregrinação a um santuário? Paulo responde: o culto que Deus quer é a nossa vida, vivida no amor, no serviço, na doação, na entrega a Deus e aos irmãos. Respondemos ao amor de Deus entregando-nos nas suas mãos, tentando perceber as suas propostas, vivendo na fidelidade aos seus projectos. Como é o culto que eu procuro prestar a Deus: é um somatório de gestos mecânicos, rituais e externos, ou é uma vida de entrega e de amor a Deus e aos homens meus irmãos?
• “Não vos conformeis com este mundo” – pede Paulo. O cristão é alguém que não pactua com um mundo que se constrói à margem ou contra os valores de Deus. O cristão não pode pactuar com a violência como meio para resolver os problemas, nem com a lógica materialista do sucesso a qualquer custo, nem com as leis do neo-liberalismo que deixam atrás uma multidão de vencidos e de sofredores, nem com as exigências de uma globalização que favorece alguns privilegiados mas aumenta as bolsas de miséria e de exclusão, nem com a forma de organização de uma sociedade que condena à solidão os velhos e os doentesEu sou um comodista, egoisticamente instalado no meu cantinho a devorar a minha pequena fatia de felicidade, ou sou alguém que não se conforma e que luta para que os projectos de Deus se concretizem?
• “Transformai-vos pela renovação espiritual da vossa mente” – diz Paulo. Estou instalado nos meus preconceitos, nas minhas certezas e seguranças, nos meus princípios imutáveis, ou estou sempre numa permanente escuta de Deus, dos seus caminhos, dos seus projectos e propostas?
EVANGELHOMt 16,21-27:
• Frente a frente, o Evangelho deste domingo coloca a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus). A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito; garante-nos que a vida só tem sentido se estivermos do lado dos vencedores, se tivermos dinheiro em abundância, se formos reconhecidos e incensados pelas multidões, se tivermos acesso às festas onde se reúne a alta sociedade, se tivermos lugar no conselho de administração da empresa. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade. Na minha vida de cada dia, estas duas perspectivas confrontam-se, a par e passo… Qual é a minha escolha? Na minha perspectiva, qual destas duas propostas apresenta um caminho de felicidade seguro e duradouro?
• Jesus tornou-Se um de nós para concretizar os planos do Pai e propor aos homens – através do amor, do serviço, do dom da vida – o caminho da salvação, da vida verdadeira. Neste texto (como, aliás, em muitos outros), fica claramente expressa a fidelidade radical de Jesus a esse projecto. Por isso, Ele não aceita que nada nem ninguém O afaste do caminho do dom da vida: dar ouvidos à lógica do mundo e esquecer os planos de Deus é, para Jesus, uma tentação diabólica que Ele rejeita duramente. Que significado e que lugar ocupam na minha vida os projectos de Deus? Esforço-me por descobrir a vontade de Deus a meu respeito e a respeito do mundo? Estou atento a esses “sinais dos tempos” através dos quais Deus me interpela? Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projectos pessoais?
• Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus? Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser baptizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre… Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
• O que é “renunciar a si mesmo”? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a auto-suficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
• O que é “tomar a cruz”? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.

Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=425
APOIADO! Não podia estar mais d’acordo. Aliás, não tem dado para entender?








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