"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























domingo, 21 de agosto de 2011

Porque hoje é DOMINGO (21-08-2011): leituras & actualização

A reflexão pode fazer-se, considerando as seguintes questões:

LEITURA I – Is 22,19-23• O texto convida-nos a uma reflexão sobre a lógica e o sentido do poder… Sugere que o poder é um serviço à comunidade. Quem exerce o poder, deverá fazê-lo com a solicitude, o cuidado, a bondade, a compreensão, a tolerância, a misericórdia, e também com a firmeza com que um pai conduz e orienta os seus filhos. Nessa perspectiva, o serviço da autoridade não é uma questão de poder, mas é uma questão de amor. Será impensável considerar que alguém pode desempenhar com êxito cargos de responsabilidade, se não for guiado pelo amor. É esta mesma lógica que os cristãos devem exigir, seja no exercício do poder civil, seja no exercício do poder no âmbito da comunidade cristã.
• O exercício do poder, quer para Shebna, quer para Elyaqîm, aparece associado à corrupção, à venalidade, ao aproveitamento do serviço da autoridade para a concretização de finalidades egoístas, interesseiras, pessoais. A Palavra de Deus que nos é proposta vai em sentido contrário: o exercício do poder só faz sentido enquanto está ao serviço do bem comunitário… O exercício de um cargo público supõe, precisamente, a secundarização dos interesses próprios em benefício do bem comum.

LEITURA II – Rom 11,33-36• Antes de mais, o nosso texto convida-nos a reflectir sobre Deus… Convida-nos a mergulhar no seu mistério, a reconhecer a sua riqueza, sabedoria e ciência; convida-nos a reconhecer a nossa incapacidade de entender cabalmente os seus projectos; convida-nos a perceber que Deus, na sua infinita sabedoria, nos ultrapassa completamente. Por isso, precisamos de ter cuidado com as imagens de Deus que criamos e que apresentamos… O nosso Deus não é um Deus “domesticado” pelo homem, previsível, fantoche, lógico pelos padrões humanos, que se encaixa nas teorias de uma qualquer igreja ou catequese… O verdadeiro crente não é aquele que “sabe” tudo sobre Deus, que tem respostas feitas sobre Ele, que pretende conhecê-l’O perfeitamente e dominá-l’O; mas é aquele que, com honestidade e verdade, mergulha na infinita grandeza de Deus, abisma-se na contemplação do seu mistério, entrega-se confiadamente nas suas mãos… e deixa que o seu espanto e admiração se transformem num cântico de adoração e de louvor.
• Esse Deus omnipotente, que nunca conseguiremos definir, controlar e explicar não é um concorrente ou um adversário do homem, preocupado em afirmar a sua grandeza e omnipotência à custa da humilhação do homem… Mas é um pai, preocupado com a felicidade dos seus filhos e com um projecto de salvação que Ele pretende que os homens acolham. É verdade que muitas vezes não percebemos o alcance desse projecto; mas se virmos em Deus, não um concorrente mas um pai cheio de amor, aprenderemos a não nos fecharmos no orgulho e na auto-suficiência e a acolhermos, com gratidão, os seus dons – como um menino que recebe do pai a vida, o alimento, o afecto, o amor.

EVANGELHO: Mt 16,13-20
• Quem é Jesus? O que é que “os homens” dizem de Jesus? Muitos dos nossos conterrâneos vêem em Jesus um homem bom, generoso, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros vêem em Jesus um admirável “mestre” de moral, que tinha uma proposta de vida “interessante”, mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns vêem em Jesus um admirável condutor de massas, que acendeu a esperança nos corações das multidões carentes e órfãs, mas que passou de moda quando as multidões deixaram de se interessar pelo fenómeno; outros, ainda, vêem em Jesus um revolucionário, ingénuo e inconsequente, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “status quo”. Estas visões apresentam Jesus como “um homem” – embora “um homem” excepcional, que marcou a história e deixou uma recordação imorredoira. Jesus foi, apenas, um “homem” que deixou a sua pegada na história, como tantos outros que a história absorveu e digeriu?
• Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Defini-l’O dessa forma significa reconhecer em Jesus o Deus que o Pai enviou ao mundo com uma proposta de salvação e de vida plena, destinada a todos os homens. A proposta que Ele apresentou não é apenas uma proposta de “um homem” bom, generoso, clarividente, que podemos admirar de longe e aceitar ou não; mas é uma proposta de Deus, destinada a tornar cada homem ou cada mulher uma pessoa nova, capaz de caminhar ao encontro de Deus e de chegar à vida plena da felicidade sem fim. A diferença entre o “homem bom” e o “Messias, Filho de Deus”, é a diferença entre alguém a quem admiramos e que é igual a nós, e alguém que nos transforma, que nos renova e que nos encaminha para a vida eterna e verdadeira.
• “E vós, quem dizeis que Eu sou?” É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência… Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir… Quem é Cristo para mim?
• É sobre a fé dos discípulos (isto é, sobre a sua adesão ao Cristo libertador e salvador, que veio do Pai ao encontro dos homens com uma proposta de vida eterna e verdadeira) que se constrói a Igreja de Jesus. O que é a Igreja? O nosso texto responde de forma clara: é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”. Que lugar ocupa Jesus na nossa experiência de caminhada em Igreja? Porque é que estamos na Igreja: é por causa de Jesus Cristo, ou é por outras causas (tradição, inércia, promoção pessoal…)?
• A Igreja de Jesus não existe, no entanto, para ficar a olhar para o céu, numa contemplação estéril e inconsequente do “Messias, Filho de Deus”; mas existe para O testemunhar e para levar a cada homem e a cada mulher a proposta de salvação que Cristo veio oferecer. Temos consciência desta dimensão “profética” e missionária da Igreja? Os homens e as mulheres com quem contactamos no dia a dia – em casa, no emprego, na escola, na rua, no prédio, nos acontecimentos sociais – recebem de nós este anúncio e este convite a integrar a comunidade da salvação?


Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=424

Sem comentários:

Enviar um comentário