"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Respigos de leitura estival (2ª parte): "O VALOR DE EDUCAR" (Savater, Fernando, Publicações Dom Quixote)

(continuação)
O ensino pressupõe o optimismo
Enquanto educadores, não nos resta, pobre de nós, outro remédio, a não ser o optimismo. Porque o ensino pressupõe o optimismo do mesmo modo que a natação exige um meio líquido para o seu exercício. Quem não queira molhar-se, deve abandonar a prática da natação. Porque educar é crer na perfectibilidade humana, na capacidade inata de aprender e no desejo de saber que a anima, no haver coisas que podem ser sabidos e que merecem sê-lo, na possibilidade de nos podermos – nós, os homens – melhorara una aos outros por intermédio do conhecimento. [p. 25]
Falarei do valor de educar no duplo sentido da palavra «valor»
Quero dizer com isto que a educação é valiosa e válida, mas também que é um acto de coragem, um passo em frente da valentia humana (…) a profissão do professor ou mestre é a tarefa mais exposta a quebras psicológicas, a depressões, a uma fadiga desalentada e acompanhada pela impressão de se sofrer de abandono numa sociedade exigente, mas desorientada. [pp. 25-26]
O homem torna-se homem através da aprendizagem
(…) Se, nos termos de Jean Rostand, a cultura pode definir-se como «aquilo que o homem acrescenta ao homem», a educação é o molde efectivo de ser humano que intervém onde só existe ainda como possibilidade. (…) o homem torna-se homem através da apredizagem. (…) Se o homem fosse apenas animal que aprende, poderia ser para ele suficiente prender com a sua própria experiência e com o seu contacto com as coisas. (…). Mas se não tivéssemos outra forma de aprendizagem, ainda que talvez conseguíssemos sobreviver fisicamente, faltar-nos-ia o que tem de especificamente humanizador o processo educativo. Porque o que é próprio do homem não é tanto o simples aprender como o aprender com outros homens, ser ensinado por eles. [pp. 36-37] (continua)

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