(continuação)
O ensino pressupõe o optimismo
O ensino pressupõe o optimismo
Enquanto educadores, não nos resta, pobre de nós, outro remédio, a não ser o optimismo. Porque o ensino pressupõe o optimismo do mesmo modo que a natação exige um meio líquido para o seu exercício. Quem não queira molhar-se, deve abandonar a prática da natação. Porque educar é crer na perfectibilidade humana, na capacidade inata de aprender e no desejo de saber que a anima, no haver coisas que podem ser sabidos e que merecem sê-lo, na possibilidade de nos podermos – nós, os homens – melhorara una aos outros por intermédio do conhecimento. [p. 25]
Falarei do valor de educar no duplo sentido da palavra «valor»
Quero dizer com isto que a educação é valiosa e válida, mas também que é um acto de coragem, um passo em frente da valentia humana (…) a profissão do professor ou mestre é a tarefa mais exposta a quebras psicológicas, a depressões, a uma fadiga desalentada e acompanhada pela impressão de se sofrer de abandono numa sociedade exigente, mas desorientada. [pp. 25-26]
O homem torna-se homem através da aprendizagem
(…) Se, nos termos de Jean Rostand, a cultura pode definir-se como «aquilo que o homem acrescenta ao homem», a educação é o molde efectivo de ser humano que intervém onde só existe ainda como possibilidade. (…) o homem torna-se homem através da apredizagem. (…) Se o homem fosse apenas animal que aprende, poderia ser para ele suficiente prender com a sua própria experiência e com o seu contacto com as coisas. (…). Mas se não tivéssemos outra forma de aprendizagem, ainda que talvez conseguíssemos sobreviver fisicamente, faltar-nos-ia o que tem de especificamente humanizador o processo educativo. Porque o que é próprio do homem não é tanto o simples aprender como o aprender com outros homens, ser ensinado por eles. [pp. 36-37] (continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário