"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























sexta-feira, 23 de maio de 2014

REFLEXÃO/MEDITAÇÃO/ATENÇÃO: Agar e as suas muitas irmãs

No pranto desesperado da escrava Agar, narrado no livro do Génesis, podemos reconhecer todos os prantos das servas da terra, de ontem e de hoje; todas as mulheres humilhadas por outros homens e mulheres poderosos; os prantos e os silêncios das vítimas, de todos os migrantes e refugiados através de desertos e mares. Estes capítulos da Bíblia cheios de beleza, de humanidade, de dor, fazem chegar até nós muitas mensagens. A primeira é sobre conflitos e vias de solução. Sara nunca reconhece Agar como um “tu”: no texto não a chama nunca pelo nome, mas sempre e só «escrava»; apenas YHWH a chama Agar. Sem o reconhecimento do outro não se ultrapassa bem nenhum conflito. O estatuto de Sara – matriarca e patroa – leva a melhor sobre aquela solidariedade entre mulheres que tantas vezes se manifestou e manifesta, para além dos estatutos. Não é nunca indiferente se o primeiro olhar sobre as vidas e as cidades é o de Agar ou o de Sara. Se os olhos de Agar forem os primeiros a ver, poder-se-á compreender que o olhar mais fecundo sobre o mundo não é o das princesas e dos poderosos, mas o que parte das periferias bíblicas e existenciais. Continuar a ler…

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