"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























segunda-feira, 24 de junho de 2013

Santo António já se acabou, o São Pedro está-se acabar, São João, São João...

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Dá cá um balão
Para eu brincar
http://letras.mus.br/lenita-gentil/1669072/

Portugal festeja, neste mês, os seus santos populares: S. António, S. João Baptista e S. Pedro, a 13, 24 e 29 de Junho, respectivamente. São a excepção à nova regra, que expurgou do calendário a memória dos santos, para o preencher com as mais abstrusas efemérides, como o primeiro sábado de Julho, dia mundial das cooperativas e, a 30 de Setembro, o dia internacional do direito à blasfémia.
Nestes dias dos santos populares, as ruas dos bairros típicos dos velhos burgos enchem-se de animação, e improvisam-se altares numas esconsas escadinhas, ou nas portas das tascas, onde o único incenso é o cheiro a vinho e a sardinhas. Alguns severos liturgistas não acharão graça a esta profanação do culto, mas estou certo que os nossos santos, lá no céu, não levam a mal a sem-cerimónia, nem que o seu nome seja invocado para introduzir uma chalaça atrevida, para justificar um inocente beijo mais arrojado, ou até para desculpar mais um copo de sangria.
«A alegria, que era a pequena publicidade do pagão, é o gigantesco segredo do cristão». Com efeito, «para o pagão, as coisas pequenas são agradáveis, como os pequenos regatos que irrompem nas montanhas, mas as coisas grandes, contudo, são amargas» porque, «quando o pagão olha para o coração do cosmos, fica gelado». Mas, prossegue Chesterton, «a melancolia devia ser um inocente interlúdio, um suave e passageiro estado de espírito; e o louvor deveria ser o permanente pulsar da alma, (?) porque a alegria é a tumultuosa actividade em que todas as coisas vivem».
Nestes dias das suas festas, quero crer que os santos populares piscam o olho às nossas fraquezas, à conta do que há de mais verdadeiro e puro neste culto popular e, afinal, em toda a autêntica devoção cristã: a alegria. Boas festas!

Padre Gonçalo Portocarrero de Almada
publicado no jornal “i” em 15 de Junho de 2013

http://www.snpcultura.org/sao_joao_batista.html

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