"Porquê?" & "Para quê?"

Impõe-se-me, como autor do blogue, dar uma explicação, ainda que breve, do "porquê" e do "para quê" da sua criação. O título já por si diz alguma coisa, mas não o suficiente. E será a partir dele, título, que construirei esse "suficiente". Vamos a isso! Assim:
Dito de dizer, escrever, noticiar, informar, motivar, explicar, divulgar, partilhar, denunciar, tudo aquilo que tenho e penso merecer sê-lo. Feito de fazer, actuar, concretizar, agir, reunir, construir. Um pressupõe e implica, necessariamente, o outro - «de palavras está o mundo cheio». Se muitos & bons discursos ditos, mas poucas ou nenhumas acções que tornem o mundo, um lugar, no mínimo, suportável para se viver, «olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço», então nada feito!!!

«Para bom entendedor meia palavra basta» - meu dito meu feito, palavras e motivo.





























segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LEITURA: Paraíso e Inferno

Poema brevis este romance intenso e cheio de imaginação de Jón Kalman Stefánsson, recentemente traduzido para português pela editora Cavalo de Ferro. A parábola exerce ainda um poder notável sobre a imaginação humana. O discurso parabólico pode ajudar à trans-figuração do que vemos, sentimos e pensamos. Nesse sentido enganam-se aqueles que esperam aqui encontrar definições ou estereótipos sobre o inferno ou o paraíso. O tecido das relações humanas e o espaço metafórico do mundo é demasiadamente rico e complexo para ser cristalizado ou estatizado em conceitos rígidos. A intuição desarma o nosso arsenal linguístico pré-concebido, inovando-o: “o inferno é ter braços mas ninguém a quem abraçar”; “café e pão são o próprio paraíso […] A felicidade é ter algo para comer, ter escapado à tempestade” (pp. 34.66). Inesperada esta intuição? Talvez. Mas tudo menos definição. Paraíso e Inferno não se alarga em reflexões filosóficas complexas que, verdade seja dita, quando mal pensadas, quebram o ritmo dos romances e exalam pretensiosismos inúteis. Stefánsson, invés, colhe muito da sabedoria prática judeo-cristã presente nos livros sapienciais e nos evangelhos.
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A “vida humana é uma corrida constante contra a escuridão do mundo, a traição, a crueldade, a cobardia, uma corrida que tantas vezes parece desesperada, mas, ainda assim, corremos e, ao fazê-lo, a esperança sobrevive” (p. 13). Extraordinária sentença para tempos de escombros, e não só! A metáfora do mar é extensível a metáfora da vida, ao processo dialético que une os contrários sem os separar radicalmente.

Ler mais em:
http://www.snpcultura.org/paraiso_e_inferno.html

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