«Claro que o facto de se admitir – é este o teu caso, parece-me – que existem, para além da ciência, outras formas legítimas de abordar a realidade não é suficiente para tirar conclusões acerca da abordagem religiosa. Parece-me, contudo, que é um bom ponto de partida. Tudo o que até agora escrevi seria apenas uma espécie de propedêutica para o debate. Precisaria, agora, de iniciar um longo percurso com vista a deixar patente a razoabilidade da fé cristã. Com efeito, o Cristianismo não é, a meu ver, irracional, nem fere a razão. Não é, sequer, carente de rigor, mas cultiva todo o rigor necessário. Além disso, a nossa vida, e mesmo a prática da ciência, não dispensa, parece-me, algum tipo de fé. E a fé cristã parece-me, apesar de tudo, aquela que oferece ao homem os horizontes mais vastos.» “Dois dedos de conversa sobre o dentro das coisas – Um crente, um ateu e a verdade como provocação” (ed. Frente e Verso) apresenta a correspondência entre dois jovens doutorados em Física – um, cristão católico, outro não crê na existência de Deus.
Leia as duas primeiras cartas. Aqui:
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