Longe de ser consensual, o que se estende ao público, a opinião sobre os filmes de Paolo Sorrentino reflete bem a forma peculiar como os cria e nos quais, goste-se ou não da forma e resultado, explora as potencialidades do cinema com a mesma amplitude e destemor, por vezes quase “desaforo” com que o faz na observação do humano. O mais belo e o mais “feio”, o mais vazio e o mais significativo, expondo fragilidades que não são gratuitas, mesmo quando o aparentam. “A Grande Beleza” bebe da fonte de Fellini no seu estilo barroco e imersivo, no seu humor particular e no fascínio com que olha o hedonismo, numa sociedade sôfrega de eterna juventude. Cinematograficamente complexo, cuidado na escolha dos planos e laboriosamente montado, o filme é um estudo de personagem bem assumido pelo ator Toni Servillo, na pele de um homem estranho ao mundo que habita, insatisfeito consigo e com os outros, capaz de identificar o que lhe falta mas incapaz de encontrar o sentimento de pertença. A si e aos demais.
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